Annie Ernaux
Annie Ernaux | |
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Nascimento | Annie Thérèse Blanche Duchesne 1 de setembro de 1940 (84 anos) Lillebonne (França) |
Cidadania | França |
Alma mater | |
Ocupação | escritora, professora, realizadora de cinema |
Distinções |
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Obras destacadas | Cleaned Out, La Place, Os anos (romance de Ernaux) |
Página oficial | |
https://www.annie-ernaux.org/fr | |
Annie Ernaux, nascida Annie Duchesne (Lillebonne, 1 de setembro de 1940) é uma escritora e professora francesa. Sua obra literária, principalmente autobiográfica, romance e memórias, remete à sociologia.
Ernaux foi laureada com o Nobel de Literatura de 2022 "pela coragem e acuidade clínica com que descortina as raízes, os estranhamentos e os constrangimentos coletivos da memória pessoal", tornando-se a primeira mulher francesa a ser laureada com o Nobel de Literatura.[1][2]
Biografia
[editar | editar código-fonte]Annie Duchesne[3] passou sua infância e juventude em Yvetot, na Normandia. Nascida em um ambiente social modesto, de pais inicialmente operários e depois pequenos comerciantes de um café, Annie Ernaux estudou na Universidade de Rouen-Normandie e Bordeaux. Ela tornou-se professora de literatura moderna em 1971. Ela trabalhou por um tempo em um projeto de tese, inacabado, sobre Pierre de Marivaux.[4]
No início da década de 1970, lecionou no Colégio de Bonneville[5] e no Colégio d'Évire em Annecy-le-Vieux e Pontoise, antes de ingressar no Centro Nacional de Educação a Distância (CNED).[6]
Carreira literária
[editar | editar código-fonte]Annie Ernaux entrou na literatura em 1974 com Les Armoires Vides, um romance autobiográfico. Em 1984, ganhou o Prêmio Renaudot por La Place, outra de suas obras autobiográficas.
Em 2008 e 2009, com sua obra Les Années, um vasto panorama que vai da época do pós-guerra até ao presente, publicado em 2008, recebeu vários prêmios. Nesse mesmo ano de 2008, ela recebeu o Prix de la langue française por todo o seu trabalho e pelo conjunto da obra.[7]
Em 2011, Annie Ernaux publica L'Autre Fille, uma carta dirigida a sua irmã, que morreu antes de seu nascimento,[8] assim como L'Atelier noir, que reúne vários cadernos de anotações, planos e reflexões relacionadas à escrita de suas obras.
Em 2017, é laureada com o Prêmio Marguerite-Yourcenar, concedido pela Sociedade Civil de Autores Multimídia, por todo o seu trabalho.[9]
Em 2022, Ernaux foi laureada com o Prêmio Nobel de Literatura por sua "coragem e acuidade clínica com que descortina as raízes, os estranhamentos e os constrangimentos coletivos da memória pessoal", tornando-se a primeira mulher francesa a ser laureada com o Nobel de Literatura. Ernaux também se tornou na sexagésima mulher a conquistar o Nobel, e a décima sétima a conquistar o Nobel de Literatura.[1][2]
Engajamento político
[editar | editar código-fonte]Na eleição presidencial de 2012, ela apoiou o candidato da Frente de Esquerda, Jean-Luc Mélenchon, porque "ele assume uma tradição comunista, mas não só, que não ouvimos mais".[10]
Em 30 de novembro de 2015, ela estava entre os signatários do Apelo dos 58: "Nós nos manifestaremos durante o estado de emergência".[11][12]
Em dezembro de 2018, ela foi coautora de uma coluna na Libération em apoio ao movimento de coletes amarelos.[13]
Prêmios e distinções
[editar | editar código-fonte]- Prix d'Honneur du roman 1977 por Ce qu'ils disent ou rien
- Prix Renaudot 1984 por La Place
- Prix Marguerite-Duras 2008 por Les Années
- Prix François-Mauriac 2008 por Les Années
- Prix de la langue française 2008 pelo conjunto da obra[7]
- Docteur honoris causa de université de Cergy-Pontoise 2014[14]
- Prix Strega européen 2016 por Les Années
- Prix Marguerite-Yourcenar 2017[9]
- Premio Hemingway per la letteratura 2018
- Prémio Nobel de Literatura de 2022
Além disso, o Prêmio Annie-Ernaux, do qual ela é a "madrinha", leva seu nome.
Livros
[editar | editar código-fonte]- Les armoires vides, Paris, Gallimard, 1974; Gallimard, 1984, ISBN 978-2-07-037600-1
- Ce qu'ils disent ou rien, Paris, Gallimard, 1977; French & European Publications, Incorporated, 1989, ISBN 978-0-7859-2655-9
- La femme gelée, Paris, Gallimard, 1981; French & European Publications, Incorporated, 1987, ISBN 978-0-7859-2535-4
- La place, Paris, Gallimard, 1983; Distribooks Inc, 1992, ISBN 978-2-07-037722-0
- O lugar (no Brasil, tradução de Marília Garcia para a Fósforo Editora, 2021)
- Um lugar ao sol seguido de Uma mulher (em Portugal, Livros do Brasil, 2022)
- Une Femme, Paris, Gallimard, 1987
- Um lugar ao sol seguido de Uma mulher (em Portugal, Livros do Brasil, 2022)
- Uma mulher (no Brasil, tradução de Marília Garcia para a Fósforo Editora, 2024)
- Passion simple, Paris, Gallimard, 1991; Gallimard, 1993, ISBN 978-2-07-038840-0
- Paixão simples (no Brasil, tradução de Marília Garcia para a Fósforo Editora, 2023)
- Uma paixão simples (em Portugal, Livros do Brasil, 2022)
- Journal du dehors, Paris, Gallimard, 1993
- La honte, Paris, Gallimard, 1997
- A vergonha (no Brasil, tradução de Marília Garcia para a Fósforo Editora, 2022)
- A vergonha (em Portugal, Livros do Brasil, 2024)
- Je ne suis pas sortie de ma nuit, Paris, Gallimard, 1997
- Não saí da minha noite (em Portugal, Livros do Brasil, 2023)
- La vie extérieure: 1993–1999, Paris, Gallimard, 2000
- L'événement, Paris, Gallimard, 2000, ISBN 978-2-07-075801-2
- O acontecimento (no Brasil, tradução de Marília Garcia para a Fósforo Editora, 2022)
- O acontecimento (em Portugal, Livros do Brasil, 2022)
- Se perdre, Paris, Gallimard, 2001
- Perder-se (em Portugal, Livros do Brasil, 2023)
- L'occupation, Paris, Gallimard, 2002
- L'écriture comme un couteau: entretien avec Pierre-Yves Jeannet, Paris, Stock, 2003, ISBN 978-2234055469
- A escrita como faca e outros textos (no Brasil, tradução de Mariana Delfini para a Fósforo Editora, 2023)
- L'usage de la photo, com Marc Marie, Paris, Gallimard, 2005
- Les années, Paris, Gallimard, 2008, ISBN 978-2-07-077922-2
- Os anos (no Brasil, tradução de Marília Garcia para a Fósforo Editora, 2021)
- Os anos (em Portugal, Livros do Brasil, 2020)
- L'autre fille, Paris, Nil, 2011, ISBN 978-2-84111-539-6
- A outra filha (no Brasil, tradução de Marília Garcia para a Fósforo Editora, 2023)
- L'atelier noir, Paris, éditions des Busclats, 2011
- Écrire la vie, Paris, Gallimard, 2011
- Retour à Yvetot, éditions du Mauconduit, 2013
- Em A escrita como faca e outros textos (no Brasil, tradução de Mariana Delfini para a Fósforo Editora, 2023)
- Regarde les lumières mon amour, Seuil, 2014
- Mémoire de fille, Gallimard, 2016
- Memória de rapariga (em Portugal, Livros do Brasil, 2023)
- Hôtel Casanova, Gallimard Folio, 2020
- Le jeune homme, Gallimard, 2022
- O jovem (no Brasil, tradução de Marília Garcia para a Fósforo Editora, 2022).
- O jovem (em Portugal, Livros do Brasil, 2023)
Referências
- ↑ a b «The Nobel Prize in Literature 2022» (em inglês). Nobel Prize. Consultado em 6 de outubro de 2022
- ↑ a b «Annie Ernaux» (em inglês). Consultado em 6 de outubro de 2022
- ↑ « Mon nom de jeune fille, Duchesne » (L'Autre Fille, Paris, NiL Éditions, 2011, p. 12).
- ↑ «Annie Ernaux : "Je voulais venger ma race"». Bibliobs (em francês). 15 de dezembro de 2011. Consultado em 6 de outubro de 2022
- ↑ «Annie Ernaux : "Je ne suis qu'histoire"». L'Histoire. ISSN 0182-2411.
- ↑ Annie Ernaux, Cercle-enseignement.com, consulté le 12 octobre 2011.
- ↑ a b Annie Ernaux : prix de la langue française Arquivado em 15 de dezembro de 2013, no Wayback Machine., Etat-critique.com, consulté le 2 mars 2014.
- ↑ Bernard Desportes, « Annie Ernaux et l'autre fille », Le Nouvel Observateur, 3 mars 2011.
- ↑ a b Annie Ernaux, lauréate du prix Marguerite Yourcenar 2017, article du site livreshebdo.fr du 25 octobre 2017.
- ↑ Annie Ernaux : « Passion amoureuse et révolte politique, cela va de pair » Arquivado em 2014-02-06 na Archive.today, rue89.nouvelobs.com, 10 décembre 2011.
- ↑ «L'appel des 58 : « Nous manifesterons pendant l'état d'urgence »». Club de Mediapart.
- ↑ «État d'urgence : 58 personnalités revendiquent la liberté de manifester». Le Point.
- ↑ «Gilets jaunes, verts, rouges, roses, convergeons!». libération
- ↑ Annie Ernaux, docteur d’honneur de l’UCP Arquivado em 29 de novembro de 2014, no Wayback Machine. communiqué de presse sur le site de l'université de Cergy-Pontoise le 21 novembre 2014.
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Annie Ernaux em Nobelprize.org
Precedido por Abdulrazak Gurnah |
Nobel de Literatura 2022 |
Sucedido por Jon Fosse |