Marcos Vitrúvio Polião (em latim, Marcus Vitruvius Pollio) foi um arquiteto romano que viveu no século I a.C. e deixou como legado a obra "De Architectura" (10 volumes, aprox. 27 a 16 a.C.), o único tratado europeu do período grego-romano que chegou aos nossos dias e serviu de fonte de inspiração a diversos textos sobre Arquitetura e Urbanismo, Hidráulica, e Engenharia, desde o Renascimento.

Vitrúvio
Vitrúvio
Nascimento Marcus Vitruvius Pollio
80 a.C.
República Romana
Morte 15 a.C.
Cidadania Roma Antiga
Ocupação arquiteto, escritor
Obras destacadas De architectura

Os seus padrões de proporções e os seus princípios conceituais — "utilitas" (utilidade), "venustas" (beleza) e "firmitas" (solidez) — inauguraram a base da Arquitetura clássica.[1]

"De Architectura"

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Atualmente existem cerca de 80 manuscritos conhecidos sobre o "De Architectura", porém, pouquíssimos apresentam as ilustrações originais executadas pelo próprio Vitrúvio. Mesmo quando estas estão presentes, restam dúvidas quanto à sua fidelidade relativamente às originais.[2]

Alguns autores acreditam que Vitrúvio caiu no esquecimento durante a Idade Média. Essa crença é refutada por outros como falaciosa, uma vez que Vitrúvio é citado por vários autores medievais, inclusive do período carolíngio, na Alta Idade Média.[3]

 
Ilustração de um mecanismo para captação de água para a obra "De Architectura".

A principal evidência dessa influência no período são os desenhos arquitetônicos de igrejas, traçadas seguindo muitos princípios descritos pelo autor. Embora nunca tenha descrito especificamente igrejas, os arquitetos medievais inspiraram-se nas anotações que deixou sobre templos e basílicas.[4]

Não se pode omitir que a falta de formação acadêmica dos arquitetos da época, que era um ofício aprendido pela prática com mestres-de-obras experientes, foi decisiva para o alegado "esquecimento" da obra do autor. A par desse motivo, argumenta-se ainda que, com a eclosão do gótico, o autor teria deixado de ser uma referência, uma vez que a sua obra não apresenta indicações ou referências ao emprego de abóbadas de cruzaria ou arcos apontados, a característica mais marcante da arquitetura do gótico.[5]

No início da Idade Moderna, Poggio Bracciolini (1380-1459) descobriu as obras completas de quinze diferentes autores clássicos greco-romanos, nomeadamente o tratado "De Architectura" de Vitrúvio, na biblioteca da abadia beneditina de Saint-Gall. Essa descoberta lançou as bases humanistas da Arquitetura do Renascimento.[6]

Em 2014 foi encontrado, nos arredores de Tarquina, Itália, o tratado "De Sbragus modus abitando est", sobre a utilização de “sbragar" para ambientes pequenos, antiga palavra de origem latina cujo significado ainda está sendo pesquisado.[7]

Ver também

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Referências

  1. De Arch. Livro 1, prefácio. seção 2
  2. Yann Le Bohec "O Exército Imperial Roman" Routledge, pg 49 2000 ISBN 0-415-22295-8
  3. «History of ancient North Africa: Ancient North Africa until the Roman conquest» [História do antigo Norte da África: antigo Norte da África até à conquista romana]. Miltiade - Conflicts and Battles of humanity (em inglês). Consultado em 10 de setembro de 2011 
  4. Pais, E. Ricerche sulla storia e sul diritto publico di Roma (Roma, 1916) (em italiano).
  5. «Vitruvius Pollio». Encyclopedia.com (em inglês) 
  6. Niccolò Marcello Venuti Descrição das primeiras descobertas da cidade antiga de Heraclea, encontrado perto de Portici A Country Palace Pertencentes ao Rei das Duas Sicílias, publicado por R. Baldwin, traduzido por Wickes Skurray, 1750. p62 [1]
  7. Flavius Vegetius Renatus As instituições militares dos romanos traduzidas do latim pelo tenente John Clarke, texto escrito em 390 aC. Tradução britânica publicada em 1767. direitos reservados expiraram, http://www.digitalattic.org/home/war/vegetius/

Ligações externas

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