Tempestade tropical Bill (2003)
Tempestade tropical Bill | |
A tempestade tropical Bill em seu pico de intensidade. | |
Formação | 29 de junho de 2003 |
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Dissipação | 2 de julho de 2003 |
Vento máximo | 50 nó |
Vento máximo | 95 km/h (59 mph) |
Pressão mais baixa | 997 hPa (mbar); 29.44 inHg |
Fatalidades | 4 diretas |
Danos | 50,5 milhões de dólares (em valores de 2003) |
Inflação | 63,2 milhões de dólares (em valores de 2013) |
Áreas afectadas | México; região Sudeste e Costa do Golfo dos Estados Unidos |
Parte da Temporada de furacões no oceano Atlântico de 2003 | |
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A tempestade tropical Bill foi um ciclone tropical que atingiu a Costa do Golfo dos Estados Unidos no verão de 2003. Foi a segunda tempestade da temporada de furacões no Atlântico de 2003, e se desenvolveu a partir de uma onda tropical em 29 de junho, ao norte da península de Iucatã. Ele se organizou lentamente enquanto se movia para o norte, e atingiu um pico de intensidade com ventos de 95 km/h, pouco antes de fazer landfall na região centro-sul do estado da Luisiana. Bill rapidamente enfraqueceu-se sobre a terra, e como ele acelerou para o nordeste, a umidade da tempestade, combinada com o ar frio de uma frente fria que se aproximava, produziu um surto de 34 tornados. Bill tornou-se extratropical em 2 de julho, e foi absorvido pela frente fria mais tarde naquele mesmo dia.
História meteorológica
[editar | editar código-fonte]Em 24 de junho de 2003, uma onda tropical se desenvolveu a partir de áreas de convecção espalhadas no centro do mar do Caribe que interagiram com uma região de baixa pressão de nível superior. A onda se moveu lentamente em direção noroeste,[1] e permaneceu desorganizada devido aos fortes ventos de cisalhamento.[2] Na noite de 27 de junho, a convecção se tornou um pouco melhor organizada em torno de uma ampla área de baixa pressão, embora a interação com a terra firme na península de Iucatã tenha impedido um maior desenvolvimento do sistema.[3] A área de baixa pressão se tornou melhor definida sobre a porção central da península, e depois que o sistema voltou-se para o noroeste, a convecção rapidamente se organizou enquanto estava localizada sobre as águas quentes do Golfo do México. Em 29 de junho, após o desenvolvimento de uma circulação fechada, o sistema evolui para a "depressão tropical Três", no momento em que situava-se a cerca de 60 km ao norte da cidade portuário de Progreso, em Iucatã.[4]
A depressão se fortaleceu rapidamente para tornar-se a tempestade tropical Bill no final do dia 29 de junho. Operacionalmente, o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos só começou a emitir os avisos quando o fenômeno alcançou o status de tempestade tropical.[4] Inicialmente, o sistema se assemelhava a um ciclone subtropical, com os ventos mais fortes e a convecção profunda localizadas longe do centro, ainda assim foi classificada como tropical devido à suas origens tropicais.[5] A tempestade intensificou constantemente com a diminuição do cisalhamento do vento,[4] e as previsões iniciais do Centro Nacional de Furacões mencionavam a possibilidade de Bill se intensificar até o status de furacão caso a circulação de baixo nível se organizasse sob a área de convecção profunda. Bill virou-se para o norte-noroeste, e depois para o norte, enquanto se movia em torno da periferia de uma crista de altas pressões.[6] Em 30 de junho, a tempestade tropical Bill atingiu um pico de intensidade de 95 km/h. Uma hora depois fez landfall no sudoeste de Terrebonne Parish, na Luisiana. Moveu-se em terra no pico de intensidade, e rapidamente se enfraqueceu para uma depressão sobre ao continente enquanto acelerava para nordeste. Bill permaneceu um ciclone tropical enquanto se movia através do sudeste dos Estados Unidos,[4] até que se tornou ligado a aproximação de um frente fria em 2 de julho perto da fronteira dos estados do Tennessee e da Virgínia.[7] O remanescente da tempestade extratropical foi absorvido pela frente fria em 3 de julho perto do centro da Virgínia,[4] enquanto o remanescente da área de baixa pressão continuou em sentido nordeste até chegar ao Oceano Atlântico depois, em 3 de julho.[8]
Preparativos
[editar | editar código-fonte]Logo após a formação do fenômeno, o Centro Nacional de Furacões emitiu um alerta de tempestade tropical do extremo sul da Ilha de Galveston até Morgan City, Luisiana. Como o sistema se movimentou para o norte, o alerta foi cancelado e substituído por um aviso de tempestade tropical de High Island, Texas até Pascagoula, no Mississippi.[4] Pouco antes da tempestade atingir a costa, o alerta foi interrompido entre High Island e Cameron, Luisiana. O Centro Nacional de Furacões emitiu um breve alerta de furacão de Intracoastal City a Morgan City, Louisiana, mas foi interrompido porque a tempestade tropical Bill não conseguiu se fortalecer. Antes da tempestade fazer landfall, o escritório local do Serviço Nacional de Meteorologia emitiu alertas de enchentes e de tornados para grande parte da costa do Golfo.[9]
A ameaça da tempestade tropical Bill causou a evacuação de 41 plataformas de petróleo. O que resultou na perda de produção de mais de 71 trilhões de barris de óleo e 17 milhões de metros cúbicos de gás.[10]
A Cruz Vermelha americana mobilizou seus funcionários e trouxe comida, água e outros suprimentos para a Luisiana antes da chegada da tempestade. A pedido da defesa civil do estado, a organização abriu dois abrigos para moradores de áreas baixas. Em Nova Orleães, várias comportas foram fechadas antes da tempestade atingir a costa, e muitas universidades e prédios do governo também não abriram. Paróquias do litoral encerraram atividades de acampamentos de verão e prepararam sacos de areia, barcos e veículos de rodas altas.[9] As autoridades propuseram uma evacuação voluntária em Grand Isle, embora poucos moradores atenderam à recomendação.[11] O governador da Luisiana Mike Foster declarou estado de emergência em todo o estado para poder usar facilmente recursos estatais disponíveis, e o governador do Mississippi, Ronnie Musgrove, fez uma declaração semelhante para os concelhos de Harrison, Hancock, e Jackson, onde abrigos foram abertos.[12] Autoridades do Mississippi ordenaram a evacuação de zonas propensas a inundações, em antecipação aos efeitos da tempestade.[9]
Impacto
[editar | editar código-fonte]Bill causou quatro mortes diretas ao longo de seu caminho, além de danos materiais moderados. Estima-se que os prejuízo total superou 50 milhões de dólares (em valores de 2003), principalmente devido às inundações e aos tornados. Ao longo de sua trajetória, Bill gerou 34 tornados, classificando-o como o décimo quarto na lista de furacões no Atlântico Norte que mais geraram tornados. O surto de tornados foi causado pela erosão do vento, o ar úmido da tempestade, e o ar frio a partir da aproximação de uma frente fria. Apesar de em grande número, a maioria deles eram fracos e de curta duração. Antes, a tempestade produziu chuvas ao longo das áreas costeiras do México ao longo da Baía de Campeche, atingindo a precipitação máxima de 100 mm em Iucatã e 75 mm em Campeche.
Costa ocidental do Golfo
[editar | editar código-fonte]Os bandas exteriores de Bill provocaram chuvas em toda região sudeste do estado do Texas, atingindo um máximo de 27 mm em Jamaica Beach. Os ventos sustentados da tempestade permaneceram fracos, e rajadas de vento foram de no máximo 32 km/h no leste de Galveston County. Ao fazer landfall, Bill provocou uma tempestade cujo altura da água subiu 1,1 m no Pier Prazer. Os efeitos no Texas foram mínimos, limitados a uma pequena erosão duma praia na Península de Bolívar.
Referências
- ↑ Avila (2003). «June 24 Tropical Weather Outlook». NHC. Consultado em 18 de outubro de 2006[ligação inativa]
- ↑ Pasch (2003). «June 25 Tropical Weather Outlook». NHC. Consultado em 18 de outubro de 2006[ligação inativa]
- ↑ Avila (2003). «June 27 Tropical Weather Outlook». Consultado em 18 de outubro de 2006[ligação inativa]
- ↑ a b c d e f Avila (2003). «Tropical Storm Bill Tropical Cyclone Report». National Hurricane Center. Consultado em 18 de outubro de 2006
- ↑ Lawrence (2003). «Tropical Storm Bill Discussion One». NHC. Consultado em 18 de outubro de 2006
- ↑ Stewart (2003). «Tropical Storm Bill Discussion Three». NHC. Consultado em 18 de outubro de 2006
- ↑ Szatanek (2003). «Extratropical cyclone Bill Public Advisory Thirteen». Hydrometeorological Prediction Center. Consultado em 18 de outubro de 2006. Cópia arquivada em 8 de outubro de 2006
- ↑ Hildersbrand (2003). «Extratropical Cyclone Bill Public Advisory Seventeen». HPC. Consultado em 18 de outubro de 2006. Cópia arquivada em 8 de outubro de 2006
- ↑ a b c Bonnie Gillespie (2003). «Tropical Storm Bill Roars Ashore in Louisiana». RedCross.org. Consultado em 19 de outubro de 2006. Cópia arquivada em 14 de outubro de 2006
- ↑ U.S. Department of the Interior (2003). «Tropical Storm Bill Evacuation and Production Shut In Statistics for July 2, 2003». Consultado em 19 de outubro de 2006
- ↑ Associated Press (2003). «Tropical Storm Bill headed towards a Louisiana Landfall». Consultado em 19 de outubro de 2006. Arquivado do original em 30 de setembro de 2007
- ↑ Cnn.com (30 de junho de 2003). «Tropical Storm Bill Drenches Gulf Coast». CNN. Consultado em 19 de outubro de 2006
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Tropical Storm Bill (2003)», especificamente desta versão.
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Tempestades tropicais no oceano Atlântico
- 2003 nos Estados Unidos
- Temporada de furacões no oceano Atlântico de 2003
- Furacões no Alabama
- Furacões no Arkansas
- Furacões na Flórida
- Furacões na Geórgia (Estados Unidos)
- Furacões na Luisiana
- Furacões no Mississippi
- Furacões na Carolina do Norte
- Furacões no Tennessee
- Furacões no Texas
- Furacões do oceano Atlântico no México
- 2003 no México
- Ciclones tropicais em 2003