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Tagetes patula

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Cravo-túnico
Cravo-túnico
Classificação científica
Reino: Plantae
Sub-reino: Tracheobionta
Superdivisão: Spermatophyta
Clado: angiospérmicas
Clado: eudicotiledóneas
Subclasse: Asteridae
Ordem: Asterales
Família: Asteraceae
Género: Tagetes
L.
Espécie: T. patula
Nome binomial
Tagetes patula
Sinónimos
Tagetes patula fora do caule
Sementes de Tagetes patula - MHNT


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Tagetes patula, comumente conhecido como cravo-túnico[1][2], é uma espécie de planta sinantrópica anual, pertencente à família das asteráceas, originária do continente norte-americano, principalmente do México, hodiernamente tem uma dispersão cosmopolita, dado o seu amplo cultivo como espécie ornamental. [3]

Além de «cravo-túnico», dá ainda pelos seguintes nomes comuns: cravo-de-tunes[4], cravo-púnico[1] e cravo-de-defunto[5] (não confundir com outras espécies do género Tagetes que também dão pelo nome comum «cravo-de-defunto», como as espécies Tagetes lucida e Tagetes erecta).[6][1]

Quanto ao nome científico desta espécie:

  • O epíteto específico, patula, também provém do latim[9], tratando-se de uma declinação do étimo pătŭlus, que significa «escancarado; amplo; muito aberto».[10]

Do que toca ao nome comum «cravo-de-defunto», tal denominação popular advém da tradição de se usar esta flor para fazer grinaldas com as quais se coroam os falecidos, mercê da sua grande durabilidade, não obstante o seu odor forte.[6]

Trata-se de uma planta herbácea anual, glabra[11], capaz de atingir 50 centímetros de altura.[12] Contam com folhas penatífidas, de formato linear-lanceolado ou simplesmente lanceolado, com posicionamento oposto.[11]

O pedúnculo mede entre 5 e 10 centímetros, alongando-se em sentido ascendente.[11] O invólucro é glabro, tem um formato campanulado e pode chegar até aos 12 milímetros de comprimento e os 7 milímetros de largura.[11] As brácteas rematam em pontas deltoide-acuminadas ou simplesmente acuminadas.[11]

Quanto às flores propriamente ditas, caracterizam-se pelos capítulos de grandes dimensões, apresentam pétalas de coloração mormente avermelhada, marginadas em tons de amarelo.[12] As corolas apresentam um formato discoide orçando entre 7 e 8 milímetros de largura.[11]

O cravo-túnico conta com aquénios lineares.[3]

Distribuição

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Apesar de originária do México e da Guatemala, esta espécie conhece grande difusão cosmopolita, dada a sua popularidade como espécie ornamental, contando com um largo rol de cultivares.[11]

Pese, embora não seja uma espécie autóctone, tem sido observada em Portugal Continental, casualmente escapada de cultura, surgindo em locais ruderais, nas orlas de caminhos ou nas imediações de canteiros, ou jardins.[3]

Quando silvestre, cresce nos pinhais mexicanos ou guatemaltecos.[12] Tanto pode medrar em solos arenosos, como barrentos, conquanto que assaz enxutos.[13] Privilegia espaços com boa exposição solar, podendo, em todo o caso, subsistir em espaços com apenas meia-luz. [13]

Indústria alimentar

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Sendo certo que as flores do cravo-túnico são, por si sós, comestíveis[14], também podem ser usadas na preparação de refrescos. [15]

As folhas podem ser usadas como agente de sapidez na indústria alimentar.[16][14] De igual modo, o óleo essencial extraído da flor do cravo-de-tunes também pode ser usado como agente de sapidez da indústria alimentar, pese embora seja um sucedâneo de qualidade inferior ao da Tagetes minuta, mais comumente utilizada.[16]

Das flores do cravo-de-tunes é possível extrair pigmento amarelo[17], passível de se utilizar como corante alimentar.[16]

Fito botânica

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Ao cravo-túnico são reconhecidas propriedades como digestivo, diurético e sedativo.[16] Historicamente foi usado na confecção de mezinhas para o tratamento de indigestão, cólicas, obstipação[16], tosses e disenterias.[18] Chegou também a ser usado na preparação de unguentos, usados no tratamento de maleitas oculares e reumatismo.[16]

Por força do odor forte e desagradável desta planta, são-lhe reconhecidas propriedades: insecticidas, no que toca a certas espécies de nemátodes[19][20][18]; meramente repelentes contra certos tipos de aleirodídeos, como a mosca-branca-dos-citrinos[20]; e até atractivas, no que toca a várias espécies de tisanópteros e himenópteros parasitoides,[21] podendo nesses casos ser usada para distrair insectos daninhos das culturas agrícolas.

O óleo essencial extraído da flor do cravo-de-tunes é usado no âmbito da perfumaria, combinando-se com o óleo de sândalo para confeccionar versões modernas do perfume attar genda [16], em substituição da calêndula, usada em versões mais tradicionais.

Referências

  1. a b c «Cravo-túnico e cravo-púnico - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa». ciberduvidas.iscte-iul.pt. Consultado em 16 de agosto de 2023 
  2. Infopédia. «Cravo-túnico| Definição ou significado de Cravo-túnico no Dicionário Infopédia». Infopédia - Dicionários Porto Editora. Consultado em 12 de março de 2021 
  3. a b c de Almeida, João (22 de outubro de 2009). «Algumas novidades para a flora de Portugal continental / Some new records for the flora of Continental Portugal». Ediciones Universidad de Salamanca. Studios Botánicos (27): 97-201. ISSN 0211-9714 
  4. Infopédia. «Cravo-de-tunes | Definição ou significado de Cravo-de-tunes no Dicionário Infopédia». Infopédia - Dicionários Porto Editora. Consultado em 12 de março de 2021 
  5. Infopédia. «Cravo-de-defunto | Definição ou significado de Cravo-de-defunto no Dicionário Infopédia». Infopédia - Dicionários Porto Editora. Consultado em 12 de março de 2021 
  6. a b «Cravo-de-defunto». Michaelis On-Line. Consultado em 16 de agosto de 2023 
  7. «Tagetes - WordSense Dictionary». www.wordsense.eu (em inglês). Consultado em 14 de agosto de 2023 
  8. «Tăgēs - ONLINE LATIN DICTIONARY - Latin - English». www.online-latin-dictionary.com. Consultado em 14 de agosto de 2023 
  9. «patula - ONLINE LATIN DICTIONARY - Latin - English». www.online-latin-dictionary.com. Consultado em 16 de agosto de 2023 
  10. «pătŭlus - ONLINE LATIN DICTIONARY - Latin - English». www.online-latin-dictionary.com. Consultado em 16 de agosto de 2023 
  11. a b c d e f g Nathaniel, Lord (1915). North American Flora 34. 34. New York: New York Botanical Garden. pp. 154–155 
  12. a b c «Tagetes patula - Useful Tropical Plants». tropical.theferns.info. Consultado em 16 de agosto de 2023 
  13. a b «Tagetes patula (French Marigold) | North Carolina Extension Gardener Plant Toolbox». plants.ces.ncsu.edu. Consultado em 16 de agosto de 2023 
  14. a b Facciola, Stephen (1992). Cornucopia: a source book of edible plants 2. print ed. Vista: Kampong Publ 
  15. Schultes, Richard Evans (1 de abril de 1985). «Plants for human consumption». Economic Botany (em inglês) (2): 176–176. ISSN 1874-9364. doi:10.1007/BF02907842. Consultado em 16 de agosto de 2023 
  16. a b c d e f g Bown, Deni; Royal Horticultural Society, eds. (1995). Encyclopedia of herbs & their uses. Col: A Dorling Kindersley book. London Stuttgart: Dorling Kindersley 
  17. Buchanan, Rita (1987). A weaver's garden. Loveland, Colo: Interweave Press 
  18. a b Duke, J. A.; Ayensu, E. S. (1985). Medicinal Plants of the world. 4 2: Medicinal Plants of China / J. A. Duke; E. S. Ayensu. Algonac, Mich: Reference Publications 
  19. Huxley, Anthony; Griffiths, Mark; Levy, Margot (1992). The new Royal horticultural society dictionary of gardening. Royal horticultural society New ed. ed. London New York: Macmillan Stockton press 
  20. a b Franck, Gertrud (1 de janeiro de 1983). Companion Planting: Successful Gardening the Organic Way. Vermont, USA: HarperCollins. 144 páginas. ISBN 0722506945 
  21. Peres, Fernanda Salles Cunha [UNESP (25 de maio de 2007). «Cravo-de-defunto (Tagetes patula L.) como planta atrativa para tripes (Thysanoptera) e himenópteros parasitóide (Hymenoptera) em cultivo protegido». Aleph: xiii, 50 f. Consultado em 16 de agosto de 2023