Através de um convênio entre a Secretaria de Educação a Distância do Ministério da Educação (MEC) e a Fundação Roquette Pinto (FRP),[4] a TV Escola foi lançada em 4 de setembro de 1995, operando em caráter experimental por um canal do satélite Brasilsat, com programação destinada a escolas do primeiro grau mas que, naquele momento inicial, continha apenas programas de capacitação de professores produzidos pela FRP.[5] Visando seu alcance pelo Brasil, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação distribuiu para escolas de mil cidades do país kits de transmissão para que fossem gravados os programas de maior interesse aos professores.[5]
Em dezembro de 2003, realizou uma das primeiras transmissões de TV digital por IP, através de um projeto experimental denominado TV Escola Digital Interativa (TVEDI). O canal esteve garantido por lei em todas as operadoras de TV por assinatura.[6]
A TV Escola exibiu 24 horas diárias de séries e programas educativos, além de produzir programas voltados para os professores, como o Sala de Professor e o Salto para o Futuro, e outros programas voltados aos alunos, como o Hora do Enem. Os programas produzidos foram distribuídos gratuitamente pela internet, podendo o usuário assistir online ou baixar os conteúdos.[7]
No dia 20 de abril de 2018, a TV Escola encerrou suas transmissões em sinal analógico no satélite StarOne C2, passando a contar somente com o seu sinal digital no mesmo satélite.[carece de fontes?]
Em 12 de dezembro de 2019, foi revelado que a TV Escola seria encerrada por decisão do então ministro da EducaçãoAbraham Weintraub, que não renovou o contrato de gestão com a ACERP, associação que gere a emissora.[8] No dia seguinte à decisão, funcionários desocupam e retiram equipamentos da sala do canal no Ministério da Educação, em Brasília, para acatar a uma liminar de 24 de outubro que pedia o despejo do local até 29 de novembro, sendo ingresso um mandado de segurança à Justiça Federal para que fosse garantido tempo a fim de encontrar uma locação adequada.[9]Posteriormente uma resposta a esta ação foi divulgada pela associação.[10]
Após os atritos entre o MEC e a ACERP, em 26 de abril de 2022, o Ministério da Educação realizou o lançamento de dois novos canais: Canal Educação e Canal Libras.[11] Com isso, a TV Escola, que era transmitida na Multiprogramação dos canais digitais, foi trocada pelo recém-lançado canal, porém ainda disponibiliza seu sinal via satélite. Depois de ter seu contrato rompido para operar a TV Escola para o Ministério da Educação no final de 2019, a Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto (Acerp) manteve suas operações no satélite e em plataformas digitais.[12]
A TV Escola antiga incluía uma diversidade de programas e documentários nacionais e regionais como:
Série "Dicas da TV Escola": Energia Potencial (2013)Infantil:O Aniversário do “O”, A Letrinha Bailarina, O Rapto da Letra U, Uma Tarde Assustadora, Uma História sobre Dragões, Carros Usados, Um Dia na Praia, O Tapete Mágico, A Grande Escalada, e As Letrinhas Mágicas Vão ao Parque de Diversões.[13]
Arte:Minuto no Museu, Musica Move o Mundo, Linhas, Formas e Cores, Pinceladas de Arte, Tudo Sobre Arte.[13][14][15][7]
Ciências: Ciência Nua e Crua, Para Entender, Humanos - Quem Somos?[16][17][18]
Cultura: Aqui no meu Pais, Idiomas do Mundo, Estética do Cangaço.[7]
Educação:Aula Lá Fora, Em Busca dos Dinossauros, Nossa língua portuguesa, Mundo das Letras, Hora do Enem, Rede Escola, Pelo Universo da Matemática.[19][20][7]
Na grade do Canal Educação os programas tem temática e conteúdo semelhantes a da antiga TV escola. Produzidos em diferentes estados e instituições que contribuem com produções próprias, refletem as realidades locais e promovem uma troca de experiências e saberes. Alguns Exemplos são: Cai no Vestibular[21], Educação Antirracista em Diálogo[22], Manual do MEI[23], Estudar Pode Ser Leve[24], Será que sirvo pra isso? [25], entre outros.[26]
O programa "Hora do Enem" continua sendo o mais tradicional e bem-sucedido projeto da história da TV Escola. Continua disponível em plataformas digitais, ampliando seu alcance e acessibilidade. [27][28]
Cada estado brasileiro tinha sua própria versão da TV Escola, geralmente gerida pela Secretaria de Educação estadual ou por órgãos de comunicação pública locais. Essas emissoras seguiam a linha educativa proposta pela TV Escola nacional, mas muitas vezes adaptavam a programação para incluir conteúdos regionais.[29]
Por exemplo:
No Rio de Janeiro, a Rádio e TV Escola Roquette-Pinto (que depois virou apenas Rádio Roquette-Pinto) foi uma das principais responsáveis pela produção e transmissão de conteúdos educativos.[30][31]
Em Curitiba (e no Paraná como um todo) , a TV Paulo Freire foi uma emissora voltada para a educação que funcionava como a TV Escola do estado[38]. Ela era gerida pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Educacional (FUNDEPAR) e ligada à Secretaria de Educação do Paraná.[39]
Muitos desses projetos foram enfraquecendo ao longo dos anos devido a cortes de verbas e mudanças de gestão, mas algumas emissoras ainda mantêm programação educativa.
Durante a pandemia de COVID-19, a TV Escola lançou o projeto Seguimos Conectados, que se tornou uma ferramenta para garantir a continuidade do aprendizado dos estudantes. A emissora disponibilizou uma vasta programação, incluindo aulas sobre o período imperial brasileiro para as 7.ª e 8.ª séries, além de conteúdos de matemática e português para a 5.ª série e o 3.º grau do ensino médio. Ao todo, foram mais de 500 horas de conteúdo, sendo 200 inéditas. A TV Escola também ofereceu dicas para pais e professores sobre como motivar os alunos. Suas plataformas digitais, como o app e o portal, facilitaram o acesso a conteúdos e orientações pedagógicas.[40][41]
A emissora também permitiu que Estados com suas próprias emissoras de televisão retransmitissem sua programação e forneceu conteúdos para emissoras comunitárias e públicas, como TVs legislativas. Apesar dos custos elevados, cerca de 50 milhões de reais anuais, a direção estava negociando valores e contrapartidas com secretários de Educação para ampliar sua distribuição.[40][42]
A TV Escola também fazia parte de um esforço maior em parceria com a prefeitura do Rio de Janeiro, com iniciativas como o Rioeduca na TV, que oferecia videoaulas diárias de 10 horas, e a TV Ines, voltada para pessoas com deficiência auditiva.[43][44]
Dragão de Prata do Segundo Festival Internacional do Filme Científico, de Beijing (China) para "Arte e Matemática - Episódio: Ordem no Caos"[45] na categoria Programas para a Juventude (2003)[46][47][48]
Em 2017, a TV Escola tinha mais de 300 funcionários em sua unidade operacional no Rio de Janeiro localizada no bairro de Botafogo.[56]
Jornalistas Eliane Benício e Ernesto Xavier nos estúdios Rio da TV Escola para a gravação do programa 'Rede Escola', que permaneceu no ar até a suspensão das operações da emissora em 2019.[57][58]
↑O Antagonista (13 de dezembro de 2019), MEC despeja TV Escola, consultado em 31 de janeiro de 2025
↑ ab«TV ESCOLA DIGITAL INTERATIVA»(PDF). Associação Brasileira de Educação em Engenharia. COBENGE2004. 14 de setembro de 2004. Consultado em 31 de janeiro de 2025