Reserva Natural das Ilhas Desertas
Reserva Natural das Ilhas Desertas | |
---|---|
Deserta Grande | |
Localização | Ilhas Desertas |
Dados | |
Gestão | Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade |
Coordenadas |
A Reserva Natural das Ilhas Desertas é uma reserva natural portuguesa localizada nas ilhas Desertas, na Região Autónoma da Madeira. Provavelmente uma das reservas mais ricas a nível natural da região - as ilhas Desertas, que estão dividas em duas partes – reserva parcial e reserva integral.
Uma grande particularidade que a torna uma das reservas mais ricas deve-se ao facto de se apresentar com 305 exemplares endémicos madeirenses, sendo que 104 são espécies e subespécies únicas das desertas.[1]
Características
[editar | editar código-fonte]As ilhas Desertas é uma área protegida desde 1990, sendo inicialmente classificadas com o estatuto de Área de Protecção Especial. Em 1995 receberam o estatuto de Reserva Natural, estando toda a área terrestre e a parte marinha a sul classificadas como Reserva Integral, e a parte marinha a norte como Reserva Parcial.
É proibida a caça submarina em toda a sua área, e a navegação na parte sul. Esta Reserva Natural faz parte da Rede Natura 2000.
Esta reserva tem a área total de 11 457 ha e atinge uma batimetria de 100 metros de profundidade.[1]
Biodiversidade
[editar | editar código-fonte]Flora
[editar | editar código-fonte]De entre as 201 espécies de plantas vasculares catalogadas para estas ilhas, 34 são endémicas do Arquipélago da Madeira, sendo que uma, a Sinapidendron sempervivifolium, é exclusiva desta reserva, encontrando-se apenas na Deserta Grande e no Bugio.
Fauna
[editar | editar código-fonte]Estas ilhas são um importante refúgio para o lobo-marinho, espécie que actualmente conta com pouco mais de vinte e cinco indivíduos, em oposição aos seis a oito que existiam em 1988, antes da criação da reserva.
Na avifauna destacam-se várias colónias de aves marinhas como a cagarra (Calonectris diomedea), tem a maior colónia do atlântico de alma-negra (Bulweria bulwerii) , o roque-de-castro (Oceanodroma castro), a raríssima freira-do-bugio e o Pintainho (Puffinus lherminieri baroli)[1]
Nos invertebrados, a tarântula-das-Desertas (Hogna ingens) tem um papel especialmente relevante, por ser uma espécie endémica restrita ao Vale da Castanheira, na Deserta Grande, espécie esta que se encontra criticamente ameaçada [2][3][4] e segundo a IUCN apresenta-se apenas com 4086 indivíduos adultos.[1]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ a b c d «IFCN». ifcn.madeira.gov.pt. Consultado em 3 de junho de 2019
- ↑ Crespo, L.C.; Silva, I.; Borges, P.A.V.; Cardoso, P. (dezembro de 2014). «Assessing the conservation status of the strict endemic Desertas wolf spider, Hogna ingens». Journal for Nature Conservation (em inglês). 22 (6): 516–524. doi:10.1016/j.jnc.2014.08.005.
- ↑ O'Brien, John (15 de junho de 2015). «Going the way of the dinosaurs» (em inglês). ConservationBytes.WordPress. Consultado em 28 de fevereiro de 2021.
- ↑ Biggi, Emanuele. «The island of the giant wolf spiders» (em inglês). Anura. Consultado em 28 de fevereiro de 2021.