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Posse de Juscelino Kubitschek

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Posse de Juscelino Kubitschek
Posse de Juscelino Kubitschek
Participantes
Localização Brasil Rio de Janeiro,
Palácio Tiradentes
Palácio do Catete
Data 31 de janeiro de 1956
Anterior Getúlio Vargas
Posterior Jânio Quadros

Juscelino Kubitschek e João Goulart tomaram posse como 21º presidente do Brasil e 14º vice-presidente do Brasil, respectivamente, no dia 31 de janeiro de 1956, em cerimônia realizada no Congresso Nacional no Rio de Janeiro, até então, capital do Brasil.[1]

A posse de Juscelino foi a última realizada no Rio de Janeiro, já que Brasília foi inaugurada em 1960 e no ano seguinte foi palco da posse de seu sucessor, Jânio Quadros.[2]

Em um cenário conturbado, Juscelino Kubitschek assumiu a presidência, com seus opositores da UDN, apoiados pelo vice-presidente Café Filho, buscaram se manter no poder. Porém, a aliança PSD-PTB frustrou as pretensões udenistas, com JK sendo eleito em outubro de 1955 com 36% dos votos e João Goulart ganhou para vice-presidente.[1]

Diante da dupla, a UDN, liderada pelo deputado Carlos Lacerda, procurou impugnar o resultado das eleições, sob o argumento de que Juscelino não teria sido escolhido pela maioria do eleitorado. Naquela época, contudo, essa não era uma exigência e só havia um turno.[3]

Além dos políticos udenistas, o movimento golpista para impedir a posse de JK contou com o apoio da ala conservadora do Exército e do presidente interino Carlos Luz que tinha tomado posse após o afastamento de Café Filho por motivos de saúde. A posse de Juscelino e de João Goulart só foi assegurada graças a o chamado Golpe Preventivo, em 11 de novembro, do General Teixeira Lott.[4]

Com um forte esquema de segurança que começo da Aterro do Flamengo até o Palácio Tiradentes, então sede da Câmara dos Deputados,[5] a cerimônia começou ás 15h15 e foi presidida pelo presidente da câmara, a presidência do Senado estava vaga, com Juscelino e João Goulart fazendo o juramento e assinando o Livro de posse.[6]

Em seguida, ambos foram em carro aberto para o Palácio do Catete para o então presidente Nereu Ramos fazer a transmissão do cargo, quando Ramos fez um discurso falando que JK assumia o país "em hora de grandes transformações então menor expectativas de toda a nação"[5] e em seguida Juscelino fez seu discurso.

Trecho do discurso de JK:[7]

Recebendo das mãos de Vossa Excelência, Senhor Ministro Presidente do Tribunal Superior Eleitoral, os diplomas de Presidente e Vice-Presidente da República, experimentamos uma sensação ao mesmo tempo de júbilo e de terrível responsabilidade. O júbilo vem de tertido desenvolvimento pacífico e legal a crise brasileira; quanto à temerosa responsabilidade, estão na consciência de todos os inúmeros problemas que tem de enfrentar quem vai governar este pais.

Após a posse dos ministros, JK acena ao povo da sacada do palácio.[5]

Manifestações

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Durante a posse, manifestantes do Partido Comunista Brasileiro pediram a volta da legalidade do partido e o fim do estado de sítio foram presos.[5] também houve manifestações de Queremistas, que apoiaram Juscelino, mas foram de cunho principalmente a favor de Getúlio Vargas, incluindo orações em volta da estátua do ex-presidente.[8]

Reações internacionais

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 Japão: O imperador Hirohito enviou um telegrama com felicitações ao novo presidente.[8]

Referências

  1. a b «Juscelino Kubitschek». Estadão. Consultado em 31 de dezembro de 2022 
  2. «Jânio da Silva Quadros». presidentes.an.gov.br. Consultado em 31 de dezembro de 2022 
  3. «Constituição de 1946 dos Estados Unidos do Brasil/I - Wikisource». pt.wikisource.org. Consultado em 31 de dezembro de 2022 
  4. «Há 60 anos, crise fez Brasil ter 3 presidentes numa única semana». Senado Federal. Consultado em 31 de dezembro de 2022 
  5. a b c d «01 de fevereiro de 1956 - pag 3». O Estado de São Paulo. Consultado em 31 de dezembro de 2022 
  6. «Galeria mostra assinaturas de presidentes no Termo de Posse desde 1889». Senado Federal. Consultado em 31 de dezembro de 2022 
  7. «Discurso de posse — Biblioteca». www.biblioteca.presidencia.gov.br. Consultado em 31 de dezembro de 2022 
  8. a b «1 de fevereiro de 1956 - pag. 4». O Estado de S. Paulo. Consultado em 31 de dezembro de 2022