Omofório
Omofório (do grego ōmophórion, da junção do prefixo grego ōmo-, que significa "ombro" com o sufixo -phorion do grego tardio, derivado do grego phérein "carregar"[1], significando "que cobre/se carrega sobre os ombros"[2]) é uma vestimenta litúrgica usada por bispos das igrejas seguidoras do rito oriental. É uma faixa de tecido, originalmente lã, decorada com cruzes e vestida pelos bispos abaixo do pescoço, à volta dos ombros[2] durante os rituais litúrgicos.
Simbologia
[editar | editar código-fonte]É o correspondente, nas igrejas do rito oriental, ao pálio do rito latino. Entretanto, ao contrário do pálio, que só pode ser vestido por arcebispos, o omofório é usado por todos os bispos. Por ser uma faixa, difere do pálio moderno, que é uma vestimenta circular posta sobre os ombros, mas assemelha-se ao pálio romano original. Notadamente, o omofório foi provavelmente a origem do pálio.[3]
O omofório faz parte da simbologia do Bom Pastor, ao representar a ovelha perdida tomada sobre os ombros. É um símbolo da autoridade espiritual do bispo.[4] Usualmente, quando se quer dizer que determinada instituição (paróquia, monastério, clérigo etc.) está sob jurisdição de determinado bispo ou episcopado, fala-se que a tal instituição está sob o omofório do bispo.[5]
Origens
[editar | editar código-fonte]Isidoro de Pelúsio dá testemunho de que o omofório já era utilizado como vestimenta litúrgica episcopal por volta de 400. Feito de lã, o omofório já representava à época o dever pastoral do bispo. Um livro alexandrino intitulado "Crônicas do Mundo", do século V, já apresentava o omofório em suas miniaturas. A tábua de mármore de Trier também representa a veste, assim como afrescos dos séculos VII e VIII. Nestes afrescos, os omofórios representados são basicamente idênticos aos atuais.[3]
Várias teorias foram propostas para a origem do omofório. Provavelmente o omofório episcopal originou-se do omofório civil, uma vestimenta de uso geral da Antiguidade Clássica. Os bispos podem ter introduzido uma nova vestimenta litúrgica, dando-lhe o nome de omofório. Também é possível que os bispos tenho adotado o omofório como um ornamento comum, sem significado especial que, com o tempo, associou-se à ideia do episcopado e, por fim, adquiriu o papel de um emblema episcopal.[3]
Galeria
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Bispo Sebouh Chouldjian da Igreja Apostólica Armênia com um omofório roxo
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Bispo Paul Patrick Chomnycky da Igreja Ortodoxa Ucraniana, utilizando omofório branco com cruzes vermelhas na Catedral Ucraniana da Sagrada Família em Exile, Londres
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Bispo Dionísio (Balaban), metropolita de Kiev entre 1657 e 1663, utilizando omofório branco com cruzes douradas
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Afresco de Dionísio, o Sábio representando um bispo com omofório branco
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Patriarca Aleixo II de Moscou da Igreja Ortodoxa Russa, utilizando omofório dourado durante a posso e de Dmitri Medvedev
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Arcebispo Jeremiasz Anchimiuk da Igreja Ortodoxa Polonesa com omofório prateado
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Bispo da Igreja Ortodoxa Russa em Duesseldorf utilizando omofório dourado durante Liturgia de São Jaime
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Bispo da Igreja Ortodoxa Russa em Duesseldorf utilizando omofório dourado durante Liturgia de São Jaime, visto por trás
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Detalhe de um omofório russo
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Detalhe de um omofório russo
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Ícone de Antipas de Pérgamo utilizando omofório branco com cruzes
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Papa Bento XVI utilizando o pálio omofório sobre a casula
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ «omophorion». Dictionary.com. Consultado em 20 de março de 2011
- ↑ a b «Omophorion». AllWords.com. Consultado em 20 de março de 2011
- ↑ a b c Braun, Joseph (1913). «Pallium». Enciclopédia Católica (em inglês). Nova Iorque: Robert Appleton Company. Consultado em 20 de março de 2011
- ↑ «Omophorion». [1]. Consultado em 20 de março de 2011. Arquivado do original em 13 de janeiro de 2011
- ↑ Michael (17 de fevereiro de 2011). «Most ancient of all mysteries: the Great Omophor». All of Creation Rejoices. Consultado em 20 de março de 2011