Olho-d'Água do Borges
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Município do Brasil | ||
Hino | ||
Gentílico | olho-d'aguense | |
Localização | ||
Localização de Olho-d'Água do Borges no Rio Grande do Norte | ||
Localização de Olho-d'Água do Borges no Brasil | ||
Mapa de Olho-d'Água do Borges | ||
Coordenadas | 5° 57′ 21″ S, 37° 42′ 21″ O | |
País | Brasil | |
Unidade federativa | Rio Grande do Norte | |
Municípios limítrofes | Norte: Caraúbas e Apodi; Sul: Rafael Godeiro; Leste: Patu; e Oeste: Umarizal. | |
Distância até a capital | 328 km | |
Administração | ||
Prefeito(a) | Maria Helena Leite Queiroga (PSDB, 2021–2024) | |
Características geográficas | ||
Área total [1] | 141,170 km² | |
População total (IBGE/2019[1]) | 3 295 hab. | |
Densidade | 23,3 hab./km² | |
Clima | Semiárido | |
Fuso horário | Hora de Brasília (UTC−3) | |
Indicadores | ||
IDH (PNUD/2010[2]) | 0,585 — baixo | |
PIB (IBGE/2016[3]) | R$ 33 509,96 mil | |
PIB per capita (IBGE/2016[3]) | R$ 3 789,77 |
Olho-d'Água do Borges é um município brasileiro do estado do Rio Grande do Norte.
Geografia
[editar | editar código-fonte]De acordo com a divisão do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) vigente desde 2017,[4] Olho-d'Água do Borges pertence à região geográfica imediata de Pau dos Ferros, dentro da região geográfica intermediária de Mossoró.[5] Até então, com a vigência das divisões em microrregiões e mesorregiões, o município fazia parte da microrregião de Umarizal, que por sua vez estava incluída na mesorregião do Oeste Potiguar.[6]
Olho-d'Água do Borges dista 328 quilômetros (km) de Natal, capital estadual,[7] e 2 181 km de Brasília, capital federal.[8] Ocupa uma área de 141,17 quilômetros quadrados (km²),[1] sendo apenas 0,642 km² de área urbana (2015),[9] e se limita com os municípios de Apodi e Caraúbas a norte; Rafael Godeiro a sul; Patu a leste e Umarizal a oeste. O relevo é constituído pela Depressão Sertaneja, que abrange terrenos baixos de transição entre a Chapada do Apodi e o Planalto da Borborema. O município está inserido na bacia hidrográfica do Rio Apodi-Mossoró e é cortado pelo rio Umari e pelos riachos do Cunha e Olho d’Água.[10] O maior reservatório é o Açude do Brejo, com capacidade para 6 450 554 metros cúbicos (m³).[11]
O solo predominante é o regossolo[12] (chamado, na nova classificação brasileira de solos, de neossolo[13]), que apresenta textura formada por areia, é bem drenado e apresenta nível de fertilidade entre médio e alto, porém é rochoso e pouco desenvolvido, com profundidade rasa.[10] Por esse motivo, é coberto por uma vegetação de pequeno porte, a caatinga hiperxerófila, típica do sertão, sem folhas na estação seca. Entre as espécies mais encontradas estão o facheiro (Pilosocereus pachycladus), o faveleiro (Cnidoscolus quercifolius), a jurema-preta (Mimosa hostilis benth), o marmeleiro (Cydonia oblonga), o mufumbo (Combretum leprosum) e o xique-xique (Pilosocereus polygonus).[10]
O clima é semiárido[14] (do tipo Bsh na classificação climática de Köppen-Geiger), com chuvas concentradas em poucos meses. Segundo dados da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN), desde julho de 1962 o maior acumulado de chuva em 24 horas registrado na cidade atingiu 176 milímetros (mm) em 9 de abril de 2008. Abril de 1974, com 523,8 mm, detém o recorde de mês mais chuvoso da série histórica, enquanto o maior acumulado anual foi registrado em 1985, com 1 897,6 mm.[15] Desde novembro de 2019, quando entrou em operação uma estação meteorológica automática da EMPARN na cidade, a menor temperatura foi de 19,6 °C em 21 de julho de 2020 e a maior alcançou 39,8 °C em 12 de dezembro de 2019.[16]
Dados climatológicos para Olho-d'Água do Borges | |||||||||||||
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Mês | Jan | Fev | Mar | Abr | Mai | Jun | Jul | Ago | Set | Out | Nov | Dez | Ano |
Temperatura máxima recorde (°C) | 39,4 | 39,7 | 36,6 | 35,6 | 34,6 | 35,9 | 38,4 | 37,9 | 38,2 | 39,3 | 38,9 | 39,8 | 39,8 |
Temperatura mínima recorde (°C) | 20,5 | 21,1 | 21,5 | 21,6 | 21,7 | 20,3 | 19,6 | 20,1 | 21,7 | 20,7 | 22,5 | 22,6 | 19,6 |
Precipitação (mm) | 79,3 | 108,5 | 176,1 | 195,2 | 93,4 | 38,5 | 26,1 | 7,6 | 3,3 | 4 | 4,1 | 21,3 | 757,4 |
Fonte: EMPARN (recordes de temperatura: 13/11/2019-presente;[16] médias de precipitação: 1963-2019)[15] |
Demografia
[editar | editar código-fonte]Crescimento populacional | |||
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Censo | Pop. | %± | |
1970 | 3 377 | — | |
1980 | 4 849 | 43,6% | |
1991 | 4 576 | −5,6% | |
2000 | 4 461 | −2,5% | |
2010 | 4 295 | −3,7% | |
Est. 2019 | 4 258 | [1] | |
Fonte: IBGE[17] |
A população de Olho-d'Água do Borges no censo demográfico de 2010 era de 4 295 habitantes, sendo o 126° município em população do Rio Grande do Norte e o 4 542° do Brasil, apresentando uma densidade demográfica de 30,42 habitantes por quilômetro quadrado (hab/km²).[1] De acordo com este mesmo censo, 75,44% dos habitantes viviam na zona urbana e 24,56% na zona rural. Ao mesmo tempo, 51,48% da população eram do sexo masculino e 48,52% do sexo feminino,[18] tendo uma razão de sexo de aproximadamente 106 homens para cada cem mulheres.[19] Quanto à faixa etária, 65,22% da população tinham entre 15 e 64 anos, 22,82% menos de quinze anos e 11,97% 65 anos ou mais.[20]
Ainda segundo o mesmo censo, a população de Olho-d'Água do Borges era formada por católicos apostólicos romanos (86,28%), protestantes (9,48%), católicos ortodoxos (0,15%), testemunhas de Jeová (0,14%) e mórmons (0,14%). Outros 3,91% não tinham religião.[21] O município possui como padroeira Nossa Senhora da Conceição e faz parte da Paróquia Sagrado Coração de Jesus de Umarizal.[22] Existem também alguns credos protestantes ou reformados, sendo eles: Assembleia de Deus, Congregação Cristã do Brasil, Igreja Adventista do Sétimo Dia, Igreja Batista, Igreja Luterana e Igreja Universal do Reino de Deus.[21]
Conforme pesquisa de autodeclaração do mesmo censo, 52,44% dos habitantes eram pardos, 44,69% brancos, 2,33% pretos e 0,54% amarelos.[23] Todos os habitantes eram brasileiros natos[24] (78,43% naturais do município),[25] dos quais 99,33% naturais do Nordeste, 0,48% do Sudeste e 0,19% sem especificação. Dentre os naturais de outras unidades da federação, a Paraíba tinha o maior percentual de residentes (3,07%), seguido por São Paulo (0,4%) e pelo Ceará (0,35%).[26]
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do município é considerado baixo, de acordo com dados do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Segundo dados do relatório de 2010, divulgados em 2013, seu valor era 0,585, estando na 127ª posição a nível estadual e na 4 585ª colocação a nível nacional. Considerando-se apenas o índice de longevidade, seu valor é 0,719, o valor do índice de renda é 0,577 e o de educação 0,482.[2] No período de 2000 a 2010, o índice de Gini, que mede a desigualdade social subiu de 0,467 para 0,491[27] e a proporção de pessoas com renda domiciliar per capita de até R$ 140 caiu 33,2%. Em 2010, 66,8% da população vivia acima da linha de pobreza, 15,37% entre as linhas de indigência e de pobreza e 17,83% abaixo da linha de indigência. No mesmo ano, os 20% mais ricos eram responsáveis por 51,2% do rendimento total municipal, valor pouco mais de dezenove vezes superior ao dos 20% mais pobres, de apenas 2,69%.[28]
Política
[editar | editar código-fonte]A administração municipal se dá através de dois poderes: o executivo, exercido pelo prefeito e secretários municipais, e o legislativo, representado pela câmara municipal, constituída por nove vereadores. Cabe à casa elaborar e votar leis fundamentais à administração e ao executivo, especialmente o orçamento municipal (conhecido como Lei de Diretrizes Orçamentárias).[29] A atual chefe do executivo municipal é Maria Helena Leite Queiroga, e o vice Antonimar Amorim Carlos,[30] eleitos em 2016 com 50,17% dos votos válidos.[31]
Existem também alguns conselhos municipais atualmente em atividade: alimentação escolar, assistência social, direitos da criança e do adolescente, direitos da mulher, direitos do idoso, educação, FUNDEB, meio ambiente, saúde e tutelar.[32][33] O município se rege por sua lei orgânica, promulgada em 1990[34] e revisada em 2018,[29] e é termo judiciário da comarca de Umarizal, de primeira entrância.[35] Olho-d'Água do Borges pertence à 39ª zona eleitoral do Rio Grande do Norte e possuía, em dezembro de 2018, 4 071 eleitores, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o que representa 0,17% do eleitorado potiguar.[36]
Infraestrutura
[editar | editar código-fonte]O serviço de abastecimento de água do município é feito pela Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (CAERN).[37] A empresa responsável pelo fornecimento de energia elétrica é a Companhia Energética do Rio Grande do Norte (COSERN).[38] A voltagem da rede é de 220 volts.[39] O código de área (DDD) é 084[40] e o Código de Endereçamento Postal (CEP) varia na faixa de 59730-000 a 59739-999.[41] Em 2010, o município possuía 70,73% de seus domicílios com água canalizada,[42] 98,13% com eletricidade[43] e 74,05% com coleta de lixo.[44] Ao mesmo tempo, 71,16% tinham somente telefone celular, 5,71% celular e fixo, 0,73% apenas telefone fixo e 22,4% não possuíam nenhum.[45]
A frota municipal em 2018 era de 515 motocicletas, 348 automóveis, 84 motonetas, 76 caminhonetes, 29 caminhões, dez camionetas, nove reboques, quatro micro-ônibus, dois utilitários, dois ciclomotores e um ônibus, totalizando 1 081 veículos.[46] Pelo município passam duas rodovias, ambas estaduais: a RN-078, que liga a cidade a Patu e a RN-117, que liga Olho-d'Água do Borges a Caraúbas e Umarizal.
Saúde
[editar | editar código-fonte]Conforme a prefeitura, a cidade possui duas unidades de saúde, uma básica em turno integral e outra mista funcionando 24 horas/dia.[47] Em 2010, a expectativa de vida ao nascer do município era de 68,14 anos, com um índice de longevidade de 0,719. A taxa de fecundidade era de 2,3 filhos por mulher e a taxa de mortalidade infantil (até um ano de idade) de 32,6 por mil nascidos vivos.[20] Em abril do mesmo ano a rede profissional de saúde do município era constituída por dezessete auxiliares de enfermagem, cinco médicos, quatro enfermeiros, dois cirurgiões dentistas, dois assistentes sociais, um fisioterapeuta e um farmacêutico, totalizando 32 profissionais.[48]
Segundo dados do Ministério da Saúde, de 1990 a 2016 o município registrou quatro casos de AIDS, todos do sexo feminino, e, entre 2001 e 2016, foram notificados 541 casos de dengue e um de leishmaniose. Em 2017, o percentual de crianças nascidas de mães com idade entre dez e dezenove era de 22,2% e a taxa de mortalidade infantil até os cinco anos de 27,78 por mil nascidos vivos.[49] O município pertence à VI Unidade Regional de Saúde Pública do Rio Grande do Norte (URSAP-RN), sediada na cidade de Pau dos Ferros.[50]
Educação
[editar | editar código-fonte]IDEB de Olho-d'Água do Borges[51][52] | |||||
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Ano | Ensino fundamental | ||||
Anos iniciais |
Anos finais | ||||
2005 | 1,6 | 1,9 | |||
2007 | 2,4 | 2,8 | |||
2009 | 3,7 | 3,3 | |||
2011 | 3,6 | 3,6 | |||
2013 | 3,4 | 3,3 | |||
2015 | 4,5 | - | |||
2017 | 4,4 | - |
O fator "educação" do IDH no município atingiu em 2010 a marca de 0,482,[20] ao passo que a taxa de alfabetização da população acima dos dez anos indicada pelo último censo demográfico do mesmo ano foi de 67,3% (75,1% para as mulheres e 59,8% para os homens).[53] As taxas de conclusão dos ensinos fundamental (15 a 17 anos) e médio (18 a 24 anos) eram de 44,75% e 31,25%, respectivamente.[51]
Ainda em 2010, Olho-d'Água do Borges possuía uma expectativa de anos de estudos de 9,77 anos, valor acima da média estadual (9,14 anos). O percentual de crianças de cinco a seis anos na escola era de 100% e de onze a treze anos cursando o fundamental de 79,03%. Entre os jovens, a proporção na faixa de quinze a dezessete anos com fundamental completo era de 44,98% e de 18 a 20 anos com ensino médio completo de apenas 24,1%. Considerando-se apenas a população com idade maior ou igual a 25 anos, 40,64% tinham ensino fundamental incompleto e eram analfabetos, 34,82% fundamental completo e alfabetizados, 13,32% médio completo e superior incompleto, 7,29% fundamental completo e médio incompleto e 3,93% superior completo.[20]
Em 2018 o município possuía uma rede de seis escolas de ensino fundamental, cinco do pré-escolar e apenas uma de ensino médio, sendo todas da rede pública de ensino, com um total de 787 matrículas.[54] Em 2018, a distorção idade-série entre alunos do ensino fundamental, ou seja, com idade superior à recomendada, era de 14,7% para os anos iniciais e 48,9% nos anos finais, sendo essa defasagem no ensino médio de 21,7%.[20]
Filhos ilustres
[editar | editar código-fonte]Olho-d'Água do Borges é a terra natal do cantor Dorgival Dantas.
Referências
- ↑ a b c d e IBGE. «Brasil / Rio Grande do Norte / Olho d'Água do Borges». Consultado em 19 de novembro de 2019
- ↑ a b Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) (2010). «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. Consultado em 4 de setembro de 2013
- ↑ a b IBGE (2016). «Produto Interno Bruto dos Municípios». Consultado em 24 de novembro de 2019
- ↑ IBGE (2017). «Divisão Regional do Brasil». Consultado em 17 de novembro de 2019. Cópia arquivada em 25 de setembro de 2017
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- ↑ IBGE (1990). «Divisão regional do Brasil em mesorregiões e microrregiões geográficas» (PDF). Biblioteca IBGE. 1: 44–45. Consultado em 17 de novembro de 2019. Cópia arquivada (PDF) em 25 de setembro de 2017
- ↑ «Distância entre Olho-d'Água do Borges e Natal». Consultado em 19 de novembro de 2019
- ↑ «Distância entre Olho-d'Água do Borges e Brasília». Consultado em 19 de novembro de 2019
- ↑ Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA). «Áreas Urbanas no Brasil em 2015». Consultado em 19 de novembro de 2019
- ↑ a b c Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte (IDEMA) (2008). «Perfil do Seu Município: Olho d'Água do Borges» (PDF). Consultado em 17 de novembro de 2019
- ↑ Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do Rio Grande do Norte (SEMARH/RN). «Ficha técnica do Reservatório Brejo». Consultado em 19 de novembro de 2019
- ↑ Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA). «Mapa Exploratório-Reconhecimento de solos do município de Olho-D'Água do Borges, RN» (PDF). Consultado em 17 de novembro de 2019. Cópia arquivada (PDF) em 18 de novembro de 2019
- ↑ JACOMINE, Paulo Klinger Tito (2006). «A NOVA CLASSIFICAÇÃO BRASILEIRA DE SOLOS» (PDF). Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Consultado em 28 de outubro de 2017. Cópia arquivada (PDF) em 1 de julho de 2014
- ↑ «Municípios localizados no Semi-árido». Consultado em 17 de novembro de 2019. Arquivado do original em 12 de agosto de 2014
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