Lydio Machado Bandeira de Mello
Lydio Machado Bandeira de Mello | |
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Nascimento | 19 de julho de 1901 Abaeté, Minas Gerais, Brasil |
Morte | 30 de setembro de 1984 (83 anos) Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil |
Residência | Brasil |
Nacionalidade | brasileiro |
Cônjuge | Amália Introcasso Bandeira de Mello |
Alma mater | Faculdade de Direito do Rio de Janeiro (graduação) |
Instituições | Universidade Federal de Minas Gerais |
Campo(s) | Direito |
Lydio Machado Bandeira de Mello (Abaeté, 19 de julho de 1901 – Belo Horizonte, 30 de setembro de 1984) foi um advogado, jurista e professor universitário brasileiro.
Professor emérito da Universidade Federal de Minas Gerais, Lydio é considerado um dos grandes juristas brasileiros. Autor de mais de 70 livros, foi um dos maiores intelectuais mineiros, versado em assuntos que iam desde o direito penal, filosofia e teologia.[1]
Biografia
[editar | editar código-fonte]Lydio nasceu na cidade mineira de Abaeté, em 1901. Era filho de Lydio Alerano Bandeira de Mello, pernambucano, juiz do interior de várias comarcas de Minas Gerais, e de Adélia Machado de Mello, descendente de italianos natural de Pitangui.[2] Seu pai sonhava em ver o filho se tornar cientista, enquanto sua mãe esperava que ele se tornasse um escritor e poeta. Fez o então curso primário e os três primeiros anos de ginásio em Muzambinho. Quando seu pai foi transferido para Muriaé, Lydio foi estudar em Juiz de Fora.[1]
Lydio ficou doente e acabou interrompendo os estudos por um ano. Seguindo o desejo do pai, ingressou no colégio Anchieta de Nova Friburgo, onde estudou filosofia com os jesuítas. O ginásio e o curso científico foi feito no Colégio Pedro II do Rio de Janeiro. Em 1920 prestou vestibular para a Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, hoje pertencente à Universidade Federal do Rio de Janeiro. Apesar de ter sido elogiado por seu desempenho na prova, Lydio não tinha recursos financeiros para se manter no curso.[1]
Assim, ele foi para Muriaé, onde começou a trabalhar no Banco Agrícola de Minas Gerais, com a condição de o transferirem posteriormente para o Rio de Janeiro. Como a transferência não aconteceu, Lydio saiu do banco e foi para o Ministério da Fazenda, na capital fluminense. Sua função no ministério consistia em separar papéis para os recenseadores do censo de 1921.[1]
Retornaria posteriormente para Muriaé, onde assumiu a redação do jornal Alto Muriaé. Ele só voltaria aos estudos em 1922, quando o deputado Federal, Dr. Antônio da Silveira Brum se prontificou a ajudá-lo a concluir o curso, desde que mais tarde se tornassem sócios. Morando em Petrópolis, Lydio descia e subia a serra para poder estudar na capital.[1]
Em 1923, foi convidado para lecionar matemática no Liceu de Muzambinho. Achando a proposta conveniente e bem-vinda, ele lecionou lá de 1923 a 1927 as disciplinas de aritmética, álgebra e trigonometria. Alternando as aulas na faculdade com a atividade em sala de aula, Lydio obteve dezenove distinções acadêmicas. Logo após a formatura, foi nomeado promotor de Justiça da Comarca de Leopoldina, cargo que exerceu por seis anos. No Colégio Leopoldinense foi professor de Língua Portuguesa e Matemática de 1923 a 1936.[1]
Carreira
[editar | editar código-fonte]Em 1934, Lydio deixou a comarca e abriu um escritório de advocacia. Em 1942, foi criada uma escola de comércio para contadores, na qual Lydio lecionou de 1942 a 1952 as disciplinas: Direito civil, Direito constitucional, legislação fiscal, economia política, estatística, merceologia, técnica comercial e propaganda, sendo seu diretor em 1946. No Colégio Leopoldinense, de 1942 a 1952, voltou a lecionar Filosofia e matemática para os cursos clássico e científico.[1]
Em 1951, Lydio prestou concurso para professor de Direito Penal da Faculdade de Direito da Universidade de Minas Gerais, hoje a UFMG, onde obteve a segunda cátedra de direito. Lecionou principalmente Direito Penal no bacharelado em direito e depois, em 1953, Filosofia do Direito para os alunos do doutorado. Foi um dos coordenadores da Escola de Direito e diretor do Departamento de Direito Penal.[1]
Lydio se aposentou da universidade em 1971, quando deu sua última aula para alunos do segundo ano de direito da UFMG. No ano seguinte, a congregação da faculdade lhe concedeu o título de Professor Emérito. Com a aposentadoria, Lydio se dedicou à literatura, publicando mais doze livros, num total de 56 na carreira não apenas sobre direito, como também filosofia e filosofia.[1]
Vida pessoal
[editar | editar código-fonte]Foi casado com Amália Introcasso Bandeira de Mello, com quem teve quatro filhos: Lydio, Maria Luiza, Amália, Luiz.[3]
Morte
[editar | editar código-fonte]Lydio morreu em 30 de setembro de 1984, no Hospital das Clínicas em Belo Horizonte, aos 83 anos, devido a uma insuficiência cardíaca congestiva.[3]
Homenagem
[editar | editar código-fonte]A biblioteca da Faculdade de Direito de Minas Gerais, hoje pertencente à Universidade Federal de Minas Gerais, leva seu nome em sua homenagem, a Biblioteca Prof. Lydio Machado Bandeira de Mello.[4]
Referências
- ↑ a b c d e f g h i Crivellari, Thiago Fernando Miranda (2012). «Uma Lydioscopia: Elementos da Vida e da Obra de Lydio Machado Bandeira de Mello». Revista da Faculdade de Direito UFMG (60). Consultado em 9 de abril de 2022
- ↑ Ayala, Walter (1986). Bandeira de Melo - A Arte do Desenho (PDF). Rio de Janeiro: Mini Gallery Edições de Arte
- ↑ a b «Professor Lydio Machado Bandeira de Mello». Jornal Leopoldinense. Consultado em 9 de dezembro de 2014
- ↑ «História». Biblioteca da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais. Consultado em 9 de abril de 2022