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João Xavier de Matos

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João Xavier de Matos (Lisboa[?], c. 1730/5Vila de Frades, 3 de novembro de 1789) foi um poeta português.[1]

"De origem plebeia. Preso em 1763 por agredir um padre. Fez parte da Arcádia Portuense, assinando com o pseudónimo Albano Eritreu. Retoma Camões, quer na poesia bucólica, quer nos sonetos." [2]

Apresenta-se o seguinte soneto, de sua autoria, como exemplo:[3]

Pôs-se o Sol; como já na sombra feia,
Do dia a pouco e pouco a luz desmaia!
E a parda mão da noite, antes que caia,
De grossas nuvens todo o ar semeia.
Apenas já diviso a minha aldeia;
Já do cipreste não distingo a faia.
Tudo em silêncio está. Só lá na praia
Se ouvem quebrar as ondas pela areia.
Com a mão na face a vista no céu levanto
E, cheio de mortal melancolia,
Nos tristes olhos mal sustenho o pranto;
E se ainda algum alívio ter podia,
Era ver esta noite durar tanto,
Que nunca mais amanhecesse o dia.
  • Egloga de Albano, e Damiana (1762)
  • A Pastora Virtuoza: écloga (1782)
  • Rimas (3 tomos, 1770, 1775, 1783)

Referências

  1. Innocencio Francisco da Silva, Diccionario Bibliographico Portuguez, Tomo IV (Impr. Nacional, 1860), pp. 54 e ss.
  2. Álvaro Manuel Machado, Poesia Romântica Portuguesa (Impr. Nac., Casa da Moeda, 1982), p. 31.
  3. Citado em Cabral do Nascimento , Poesia Portuguesa do século XII a 1915 (Verbo, 1972), p. 143.
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