Harro Paul Harring
Harro Paul Harring | |
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Nascimento | 28 de agosto de 1798 Wobbenbüll |
Morte | 15 de maio de 1870 (71 anos) Santo Helério |
Sepultamento | Macpela cemetery |
Cidadania | Reino da Dinamarca |
Ocupação | pintor, poeta, jornalista, escritor |
Harro Paul Harring (Wobbenbüll, 28 de agosto de 1798 - St. Helier, 15 de maio de 1870) foi um revolucionário, poeta e pintor alemão.[1][2]
Harro-Harring estudou pintura primeiramente na Academia de Copenhagen, Dinamarca,[3] e depois na Academia de Belas Artes de Dresden, Alemanha, influenciado pelo estilo romântico, em alta no século XIX.[4] Foi no período em que estudou em Dresden que Harro-Harring se engajou politicamente.[3] Esteve envolvido em algumas causas nacionalistas, como na luta pela independência da Grécia diante dos turcos em 1821 e no movimento de unificação italiana, em 1834, quando Giuseppe Mazzini liderou uma invasão em Savóia.[4]
Harro-Harring era abolicionista, tendo inclusive trabalhado no jornal inglês abolicionista The African Colonizer, trabalho que o enviou para o Brasil em 1840,[3] onde deveria registrar por meio de textos e imagens a situação dos escravizados, ocasião em que testemunhou situações que lhe causaram desconforto e reflexões diante daquilo que presenciou.[4] A edição de 16 de janeiro de 1841 registra uma matéria onde ele conta uma das situações presenciadas, de uma escravizadas acusada de roubo, no artigo La negresse accusée de vol (A negra acusada de roubo):[5]
Voltei para o meu lar europeu e a minha solidão, tão logo os negócios que me levaram ao Rio de Janeiro o permitiram, mas ainda refletindo sobre o ocorrido. (…) Não conseguia retomar meus afazeres normais. Era como se a mão de um pintor se visse impedida de trabalhar, em virtude de suas amargas lembranças. O duro destino do povo negro, eternamente exposto ao extremo insulto e à baixeza dos brancos, me perseguia.
Harro-Harring retornou mais duas vezes ao Brasil, nas décadas de 1840 e 1850.[4]
O conjunto de aquarelas pintadas em solo brasileiro recebeu o nome de Tropical sketches from Brazil. Em 1963 o então embaixador brasileiro na França, Walter Moreira Salles adquiriu as 24 estampas de Harro-Harring, comprando de um colecionador italiano radicado em Buenos Aires chamado Don José Corradini.[3]
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Ellen Burditt McKey: Reescrevendo Arcadia. Uma análise da literatura alemã filelenica. Nova Brunswick: Univ. Diss. 1994.
- Walter Grab: Radikale Lebensläufe. Von der bürgerlichen zur proletarischen Emanzipationsbewegung. Berlim: Verl. Ästhetik u. Comunicação de 1980. (= Estética e Comunicação; 5)
- Hans-Ulrich Hamer: Die schleswig-holsteinische Erhebung na vida de Harro Harring. Heide: Boyens 1998 ( ISBN
- Thusnelda Kuehl: Harro Harring, der Friese. Glückstadt: Hansen 1906.
- Thomas Thode: Harro Harring. Eine kommentierte Bibliografia seiner Werke. Eutin: Eutiner Landesbibliothek 2005. ( ISBN
- Kurt Koszyk: Harring, Harro Paul. Em: Neue Deutsche Biography (NDB). Banda 7, Duncker & Humblot, Berlim 1966, S. 702 f.
- Karl Ernst Hermann Krause: Harring, Harro Paul. Em: Allgemeine Deutsche Biography (ADB). Band 10, Duncker & Humblot, Leipzig 1879, S. 641-643.
Referências
- ↑ Creese, Mary R. S.; Creese, Thomas M. (2004). Ladies in the Laboratory II: West European Women in Science, 1800-1900 : a Survey of Their Contributions to Research (em inglês). [S.l.]: Scarecrow Press. ISBN 9780810849792
- ↑ Historische Commission bei der königl. Akademie der Wissenschaften (1879). «Harring, Harro Paul». München/Leipzig: Duncker & Humblot. Allgemeine Deutsche Biographie. 641 páginas
- ↑ a b c d Emerson Dionisio Gomes de Oliveira. «Esboços tropicais do Brasil: arte e política antiescravagista». ArtCultura. Consultado em 5 de junho de 2024
- ↑ a b c d Equipe Brasiliana Iconográfica. «Paul Harro-Harring, um viajante abolicionista». Brasiliana Iconográfica. Consultado em 5 de junho de 2024
- ↑ «Paul Harro-Harring». Instituto Moreira Salles. Consultado em 5 de junho de 2024