Saltar para o conteúdo

Guerreiros Unidos

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Guerreros Unidos
Assassinatos

Guerreros Unidos (em inglês: United Warriors) é uma organização criminosa mexicana ativa principalmente nos estados do sul do México.

Em dezembro de 2009, o líder da Organização Beltrán-Leyva, Arturo Beltrán Leyva, foi morto pela Marinha Mexicana, fragmentando a organização em grupos menores.[1] O cartel Guerreros Unidos foi fundado em 2010 como uma aliança entre duas facções da La Familia Michoacana e outros cartéis. Uma facção se aliou aos cartéis de Tijuana, Beltrán-Leyva, Juárez e Los Zetas, enquanto a outra se aliou aos cartéis do Golfo e Sinaloa.

Expansão Territorial

[editar | editar código-fonte]

Desde sua fundação, o Guerreros Unidos expandiu suas operações em vários estados mexicanos, principalmente em Guerrero, onde mantém uma forte presença. O grupo também se estabeleceu em regiões vizinhas, como Oaxaca, Puebla, Morelos e Estado do México. Além disso, há registros de atividades nos Estados Unidos, especialmente em cidades como Nova Iorque, Chicago e Miami.[2]

Estrutura e Liderança

[editar | editar código-fonte]

O cartel mantém uma estrutura descentralizada, com líderes locais controlando áreas específicas. Esther Yadira Huitrón Vázquez é identificada como uma das principais líderes do grupo.[3] Essa estrutura permite maior flexibilidade e dificulta a atuação das autoridades na desarticulação do cartel. A organização também mantém conexões com autoridades corruptas e forças de segurança em nível local.

Modo de Operação

[editar | editar código-fonte]

De acordo com a revista The New Yorker, a especialidade do Guerreros Unidos era o tráfico de drogas utilizando compartimentos ocultos em ônibus de passageiros que viajavam para Chicago, Estados Unidos.[1] O grupo mantinha policiais sob seu controle e utilizava vigias para monitorar os movimentos do exército mexicano. Além disso, usava métodos tradicionais de lavagem de dinheiro, como a compra de imóveis.

Relações com Autoridades e Corrupção

[editar | editar código-fonte]

O Guerreros Unidos tem sido associado a casos de corrupção policial, especialmente em Guerrero. Investigações sugerem que policiais municipais colaboraram com o cartel em atividades criminosas, incluindo o sequestro de opositores.[4] Essas alegações levantam preocupações sobre o nível de envolvimento das autoridades mexicanas em crimes de alto perfil.

Sequestro de Iguala em 2014

[editar | editar código-fonte]

Em 26 de setembro de 2014, 43 estudantes da Escuela Normal Rural de Ayotzinapa desapareceram após serem detidos pela polícia municipal de Iguala, sob ordens do então prefeito José Luis Abarca.[5] Investigações indicam que os estudantes foram entregues ao Guerreros Unidos, que os teria assassinado e incinerado em um aterro sanitário.[6] O caso gerou comoção nacional e internacional, levando à prisão do prefeito e de sua esposa em 4 de novembro de 2014.[7]

Ações Governamentais e Investigações

[editar | editar código-fonte]

O governo mexicano, em conjunto com agências internacionais, tem realizado operações para combater o Guerreros Unidos. A prisão de líderes e membros influentes enfraqueceu temporariamente o grupo, mas o cartel continua ativo. Investigações sobre o envolvimento de forças militares e policiais nas atividades do cartel estão em andamento, especialmente após o caso de Iguala.[8]

Conflitos com Grupos Rivais

[editar | editar código-fonte]

O Guerreros Unidos enfrenta oposição de outros cartéis, como Los Rojos e o Cartel de Sinaloa. Esses conflitos resultam em confrontos violentos, especialmente em Guerrero, onde a disputa por rotas de tráfico é mais intensa.[9] A violência entre os cartéis contribui para o aumento da insegurança na região.

Impacto Social e Humanitário

[editar | editar código-fonte]

As atividades do Guerreros Unidos têm um impacto significativo nas comunidades locais. O controle territorial e os conflitos com grupos rivais levam ao deslocamento de famílias, assassinatos e sequestros.[10] Organizações de direitos humanos criticam a resposta do governo mexicano à crise de segurança e à impunidade dos cartéis.

Referências

  1. a b John Gibler (11 de março de 2024). «What Really Happened to the Forty-three». The New Yorker. Consultado em 7 de setembro de 2024 
  2. «National Drug Threat Assessment 2013» (PDF). DEA. Consultado em 7 de setembro de 2024 
  3. «Cae líder de Guerreros Unidos en Morelos; era empresaria agrícola». Excélsior. 24 de outubro de 2018. Consultado em 7 de setembro de 2024 
  4. «Mexico students disappear after police clash leaves six dead». The Guardian. 28 de setembro de 2014. Consultado em 7 de setembro de 2024 
  5. «Mexico missing students: Timeline of events». BBC News. 26 de setembro de 2015. Consultado em 7 de setembro de 2024 
  6. «Recomendación No. 1VG/2015» (PDF). Comisión Nacional de los Derechos Humanos. Consultado em 7 de setembro de 2024 
  7. «Detienen a José Luis Abarca, ex edil de Iguala, y su esposa, en Iztapalapa, DF». Aristegui Noticias. 4 de novembro de 2014. Consultado em 7 de setembro de 2024 
  8. «Mexican president confirms witness implicated soldiers in kidnapping of 43 college students». NBC News. 19 de janeiro de 2021. Consultado em 7 de setembro de 2024 
  9. «Guerrero Profile». InSight Crime. Consultado em 7 de setembro de 2024 
  10. [https://www.hrw.org/world -report/2019/country-chapters/mexico «World Report 2019: Mexico»] Verifique valor |url= (ajuda). Human Rights Watch. Consultado em 7 de setembro de 2024  line feed character character in |url= at position 26 (ajuda)

Ligações externas

[editar | editar código-fonte]