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Castelo de Cheverny

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A fachada do Château de Cheverny.

O Castelo de Cheverny (Château de Cheverny em francês) é um palácio francês do vale do Loire, localizado em Sologne, na comuna de Cheverny.

Abriga actualmente uma matilha e organiza regularmente caçadas de veneria (caça a cavalo com auxílio de cães). Este château inspirou Hergé na criação do Château de Moulinsart, de As Aventuras de Tintim, sendo o palácio ficcional uma réplica do real, mutilada dos seus dois pavilhões exteriores.

Fachada do Château de Cheverny.

As terras do château foram compradas por Henri Hurault, Conde de Cheverny, Tenente General dos Exércitos do Rei de França e Tesoureiro Militar do Rei Luís XI, do qual o proprietário actual, o Marquês de Vibraye, é descendente.

Depois de ter sido recuperado pela Coroa devido a fraude para com o estado, foi doado pelo Rei Henrique II à sua amante Diane de Poitiers. Todavia, esta preferia o Château de Chenonceau e vendeu a propriedade ao filho do primeiro proprietário, Philippe Hurault, que construiu o palácio entre 1624 e 1630.

Confiaram a realização do novo palácio ao arquitecto Jacques Bougier (dito Boyer de Blois), que havia assistido Salomon de La Brosse na construção do Château de Blois. A decoração foi acabada pela filha de Henri Hurault e de Marguerite, a Marquesa de Montglas, cerca de 1650, com a ajuda do escultor e marceneiro Hevras Hammerber e do pintor Jean Mosnier (1600-1656), originários de Blois.

Durante os cento e cinquenta anos seguintes, o palácio mudou muitas vezes de proprietário, tendo sido empreendidos grandes trabalhos de renovação em 1765. Em 1824, voltaria a ser comprado pela família Hurault.

Vista lateral do Château de Cheverny.

Em 1914, o proprietário abriu o palácio ao público. A família continua a habitar no Château de Cheverny, tendo-o tornado num incontornável château do Loire, famoso quer pelos seus magníficos interiores, quer pela sua colecção de objectos de arte e de tapeçarias.

O Château de Cheverny é um dos mais célebres châteaux do Loire, ficando muito próximo do Château de Blois e do Château de Chambord. Enquanto que Blois é uma construção que carrega os estratos de estilos arquitectónicos que se estendem por quatro séculos, Cheverny foi construído num estilo clássico homogéneo.

Blois e Chambord foram residências Reais, ao contrário de Cheverny que permaneceu uma propriedade privada. Além do mais, Cheverny conservou o seu mobiliário e a sua decoração do século XVII.

A residência comporta várias salas em dois andares.

Os apartamentos

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Sala de Jantar do Château de Cheverny.

O Grande Salão do rés-do-chão foi decorado segundo a vontade da Marquesa de Montglas. Podem admirar-se várias telas, entre as quais uma, da oficina de Rafael, representa Joana de Aragão. Vê-se igualmente o retrato, por Pierre Mignard, de Marie Johanne de Saumery, Condessa de Cheverny.

Uma galeria conduz ao Pequeno Salão e à biblioteca. Encontram-se pendurados retratos pintados por Jean Clouet e por Rigaud.

No Pequeno Salão são visíveis cinco tapeçarias da Flandres, assim como um retrato atribuído a Quentin de La Tour.

Uma escadaria de pedra em estilo clássico, de elevação direita (contrariamente às de Chambord ou de Blois que são em espiral), ornada por esculturas campestres e misturando motivos guerreiros com símbolos de arte, conduz aos apartamentos.

No primeiro andar, uma sala de armas expõe uma colecção de armas e de armaduras. Esta sala conduz ao Quarto do Rei (Chambre du Roi), o mais ricamente decorado, com cinco tapeçarias feitas a partir de cartões de Simon Vouet (1590-1649), representando os trabalhos de Ulisses; estas provêm da manufactura de Paris, a qual é anterior à de Gobelins. O tecto é apainelado com pinturas de temas mitológicos.

Os cães de caça de Cheverny na hora da refeição.
Cães de caça de Cheverny no canil.

No parque de cerca de 100 hectares que envolve o palácio, foi reconstruído um jardim à francesa. A alameda principal, face ao palácio, tem um comprimento de quase seis quilómetros. Encontra-se igualmente um curso de água, um jardim inglês e uma horta.

O conjunto comporta uma grande sala onde estão expostos 2.000 chifres de veados.

O canil, muito próximo, é ocupado por uma matilha de cinquenta cães, destinados à caça de vaneria, e cuja refeição constitui, por si só, um espectáculo.

O Château de Moulinsart

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O Château de Cheverny é célebre por ter servido de modelo a Hergé. Efectivamente, se apagarmos as alas laterais, seremos transportados das margens do Loire até Moulinsart, o château do Capitão Haddock. Mas Hergé não se inspirou somente na arquitectura exterior do palácio, ele foi igualmente influenciado pela decoração e pelo mobiliário de Cheverny, reproduzindo-os nas salas do Château de Moulinsart.

O Château de Moulinsart fez a sua primeira aparição em O Segredo do Licorne (Le Secret de la Licorne - 1943), no qual foi comprado pelo professor Tournesol enriquecido pela venda da patente do seu famoso submarino tubarão, construído para o Capitão Haddock e utilizado em O Tesouro de Rackham o Terrível (Le Trésor de Rackham le Rouge - 1944). Depois, o Château de Moulinsart tornou-se na porta de fecho de Tintim e dos seus companheiros de caminho.

Ligações externas

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