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Bertholletia excelsa

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(Redirecionado de Castanha do Pará)

Bertholletia excelsa
Classificação científica edit
Reino: Plantae
Clado: Tracheophyta
Clado: Angiospermae
Clado: Eudicotyledoneae
Clado: Asterídeas
Ordem: Ericales
Família: Lecythidaceae
Subfamília: Lecythidoideae
Gênero: Bertholletia
Bonpl.
Espécies:
B. excelsa
Nome binomial
Bertholletia excelsa
Humb. & Bonpl.
Castanha-do-Pará, seca, não beneficiada, com casca
Valor nutricional por 100 g (3,53 oz)
Energia 2743 kJ (660 kcal)
Carboidratos
Carboidratos totais 12.27 g
 • Amido 0.25 g
 • Açúcares 2.33 g
 • Fibra dietética 7.5 g
Gorduras
Gorduras totais 66.43 g
 • saturada 15.137 g
 • monoinsaturada 24.548 g
 • poli-insaturada 20.577 g
Proteínas
Proteínas totais 14.32 g
 • Triptófano 0.141 g
 • Treonina 0.362 g
 • Isoleucina 0.516 g
 • Leucina 1.155 g
 • Lisina 0.492 g
 • Metionina 1.008 g
 • Cistina 0.367 g
 • Fenilalanina 0.630 g
 • Tirosina 0.420 g
 • Valina 0.756 g
 • Arginina 2.148 g
 • Histidina 0.386 g
 • Alanina 0.577 g
 • Ácido aspártico 1.346 g
 • Ácido glutâmico 3.147 g
 • Glicina 0.718 g
 • Prolina 0.657 g
 • Serina 0.683 g
Água 3.48 g
Vitaminas
Tiamina (vit. B1) 0.617 mg (54%)
Riboflavina (vit. B2) 0.035 mg (3%)
Niacina (vit. B3) 0.295 mg (2%)
Vitamina B6 0.101 mg (8%)
Ácido fólico (vit. B9) 22 µg (6%)
Vitamina C 0.7 mg (1%)
Vitamina E 5.73 mg (38%)
Minerais
Cálcio 160 mg (16%)
Ferro 2.43 mg (19%)
Magnésio 376 mg (106%)
Manganês 1.223 mg (58%)
Fósforo 725 mg (104%)
Potássio 659 mg (14%)
Sódio 3 mg (0%)
Zinco 4.06 mg (43%)
Selenium 1917 μg
Link to USDA Database entry
Percentuais são relativos ao nível de ingestão diária recomendada para adultos.
Fonte: USDA Nutrient Database

A castanheira (Bertholletia excelsa),[1] popularmente conhecida como castanha-do-Pará,[2][3][4](e as variações regionais castanha-da-amazônia,[5][6] castanha-do-acre,[6][7] castanha-do-Brasil)[8][9] noz amazônica, noz boliviana, tocari[6] ou tururi,[6][9] é uma árvore de grande porte da família Lecitidácea,[10] originária da floresta de terra firme, muito abundante no norte do Brasil e na Bolívia (endêmica na floresta amazônica),[1] cujo fruto contém a castanha, que é sua semente.[11]

Etimologia e nomes

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"Castanha" vem do grego kástanon, por meio do latim castanea.[11] "Tocari" vem do caribe.[12] "Tururi" vem do termo tupi turu'ri.[13]

Apesar do seu nome em inglês ("Brazil nut"), atualmente o maior exportador do fruto da Bertholletia excelsa amazônica não é o Brasil, mas sim a Bolívia,[14] onde são chamadas de almendras, ou ainda nuez amazónica e nuez boliviana. Isto se deve à drástica diminuição da espécie no Brasil, devida ao desmatamento.[15] O nome "castanha-do-pará" se refere a Capitania do Grão-Pará (1621–1821) que incluía toda a Amazônia brasileira. Atualmente muitos acreanos - por serem os maiores produtores nacionais de castanha[14] - referem-se a elas como "castanhas-do-acre". Alguns nomes indígenas são juvia, na região do rio Orinoco na Venezuela e Colômbia, e em outras regiões do Brasil. Como as castanhas são encontrados em todos os estados amazônicos brasileiros - e não apenas estes, mas também nos demais países amazônicos, como a Bolívia, maior produtora mundial[14] -, a espécie também é chamada castanha-da-amazônia.[16]

Embora seja classificada pelos cozinheiros como uma castanha, os botanistas consideram a Bertholletia excelsa como uma semente, e não uma castanha, já que, nas castanhas e nozes, a casca se divide em duas metades, com a carne separando-se da casca.

Castanha com casca

É um fruto com alto teor calórico e proteico, além disso contém o elemento selênio que combate os radicais livres e muitos estudos o recomendam para a prevenção do câncer.

É a única espécie do gênero Bertholletia. Nativa das Guianas, Venezuela, Brasil (Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará e Rondônia), leste da Colômbia, leste do Peru e leste da Bolívia, ela ocorre em árvores espalhadas pelas grandes florestas às margens do Rio Amazonas, Rio Negro,Rio Orinoco, Rio Araguaia e Rio Tocantins. O gênero foi batizado em homenagem ao químico francês Claude Louis Berthollet

Atualmente, é abundante apenas no Estado do Acre, no norte da Bolívia e,[14] no Suriname. Incluída na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais como vulnerável, a castanheira tem experimentado grandes declínios em sua população por causa do desmatamento da floresta amazônica.[15] Uma das maiores concentrações de árvores existe no vale do Tocantins, onde diversas atividades, desde a construção das ferrovias Tocantins e Carajás até a construção do reservatório da Usina Hidrelétrica de Tucuruí, provocaram um encolhimento no conjunto genético. Uma área de 200 mil hectares no sul do Pará foi comprada pelo governo com o objetivo de instalar agricultores. As árvores que permanecem nas vastas fazendas de gado do Pará e do Acre são negligenciadas e morrem. A produção de castanha caiu mais da metade entre 1970 e 1980 por causa do desmatamento e,[15] quase todas as castanhas consumidas no mundo ainda vêm de árvores selvagens.[17]

É altamente consumida pela população local in natura, torrada, ou na forma de farinhas, doces e sorvetes. Sua casca é muito resistente e requer grande esforço para ser extraída manualmente.

Características morfológicas

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A Bertholletia excelsa é uma grande árvore, chegando a medir entre 30 e 50 metros de altura e 1 ou 2 metros de diâmetro no tronco; está entre as maiores árvores da Amazônia. Há registros de exemplares com mais de 50 metros de altura e diâmetro maior que 5 metros, no Pará.[18] Pode viver mais de 500 anos, e, de acordo com algumas autoridades frequentemente chega a viver 1 000[19] ou 1 600 anos.[18]

Castanheira nas redondezas de Marabá.

Seu tronco é reto e permanece sem galhos por mais da metade do comprimento da árvore, com uma grande coroa emergindo sobre a folhagem das árvores vizinhas. Sua casca é acinzentada e suave.

A árvore é caducifólia, suas folhas, que medem de 20 centímetros a 35 cm de comprimento e 10 cm a 15 cm de largura, caem na estação seca.

Suas flores são pequenas, de uma coloração verde-esbranquiçada, em panículas de 5 centímetros a 10 cm de comprimento; cada flor tem um cálice caducifólio dividido em duas partes, com seis pétalas desiguais e diversos estames reunidos numa massa ampla em forma de capuz.

Floresce na passagem da estação seca para a chuvosa, o que no leste da Bacia Amazônica ocorre de setembro a fevereiro, com pico de outubro a dezembro. Perto de julho suas folhas caem, algumas ficam completamente sem folhas na estação seca. As flores são em grande número, e duram apenas um dia. Os frutos demoram de 12 a 15 meses para amadurecer, e caem principalmente em janeiro e fevereiro. As sementes, quando não tratadas, demoram de 12 a 18 meses para germinar, devido a sua casca espessa.[20]

A Bertholletia excelsa produz fruto exclusivamente em matas virgens, já que florestas "não virgens" quase sempre carecem de orquidáceas, que são, indiretamente, responsáveis pela polinização das suas flores.[carece de fontes?] A Bertholletia excelsa têm sido colhidas em plantações (na Malásia e em Gana), porém a sua produção é baixa e, atualmente, não são viáveis economicamente.[21][22][23]

As flores amarelas da Bertholletia excelsa só podem ser polinizadas por um inseto suficientemente forte para levantar o "capuz" da flor e que tenha uma língua comprida o bastante para passar pela complexa espiral da flor, como é o caso das abelhas dos gêneros Bombus, Centris, Epicharis, Eulaema e Xylocopa. As orquídeas produzem um odor que atrai pequenas abelhas-da-orquídea (espécie Euglossa), de língua muito comprida, já que as abelhas-macho desta espécie precisam deste odor para atrair as fêmeas. A grande abelha-da-orquídea fêmea poliniza a Bertholletia excelsa. Sem a orquídea, as abelhas não cruzariam, e portanto a falta de abelhas significa que o fruto não é polinizado.

Fruto

Se tanto as orquídeas como as abelhas estiverem presentes, o fruto leva 14 meses para amadurecer após a polinização das flores. O fruto em si é uma grande cápsula de 10 centímetros a 15 centímetros de diâmetro que se assemelha ao endocarpo do côco no tamanho e pesa até dois quilogramas. Possui uma casca dura, semelhante à madeira, com uma espessura de 8 milímetros a 12 milímetros, e dentro estão de 8 a 24 sementes com cerca de cinco centímetros de comprimento dispostas como os gomos de uma laranja; não é, portanto, uma castanha no sentido biológico da palavra.

A cápsula contém um pequeno buraco em uma das pontas, que permite a grandes roedores como a cutia e, com menos frequência, os esquilos, roerem até abrir a cápsula. Eles comem, então, algumas das castanhas que encontram ali dentro e enterram as outras para uso posterior; algumas destas que foram enterradas acabam por germinar e produzem novas Bertholletia excelsa.

Fruto aberto

A maioria das sementes são "plantadas" pelas cutias em lugares escuros, e as jovens árvores acabam esperando por anos, em estado de hibernação, até que alguma árvore caia e a luz do sol possa alcançá-las. Micos já foram vistos abrindo os frutos da Bertholletia excelsa utilizando-se de uma pedra como uma bigorna.

Vive preferencialmente nas florestas de terra firme, e cresce apenas onde a estação seca é de 3 a 5 meses.

A densidade da espécie varia muito ao longo de toda a Amazônia, indo de 26 árvores reprodutivas por hectare a apenas um exemplar em 100 hectares. Cogita-se que alguns grupos de árvores devam sua existência a indígenas pré-colombianos.[24]

Em 2020, a produção global de castanhas-do-brasil (em casca) foi de 69 658 toneladas, a maior parte das quais provém de colheitas selvagens em florestas tropicais, especialmente nas regiões da Amazônia do Brasil e da Bolívia, que produziram 92% do total mundial (ver tabela).

Produção mundial

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Produção de castanhas-do-brasil – 2020
País (toneladas)
 Brasil 33 118
 Bolívia 30 843
 Peru 5 697
World 69 658
Fonte: FAOSTAT das Nações Unidas[25]

Efeitos da colheita

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As Bertholletia excelsa destinadas ao comércio internacional vêm inteiramente da colheita selvagem, e não de plantações. Este modelo vem sendo estimulado como uma maneira de se gerar renda a partir de uma floresta tropical sem destruí-la. As castanhas são colhidas por trabalhadores migrantes conhecidos como "castanheiros".

A análise da idade das árvores nas áreas onde houve extração mostram que a colheita de moderada a intensa coleta tantas sementes que não resta um número suficiente para substituir as árvores mais antigas à medida que elas morrem. Sítios com menos atividades de colheita possuem mais árvores jovens, enquanto sítios com atividade intensa de colheita praticamente não as possuem.[26]

Experimentos estatísticos foram feitos para se determinar quais fatores ambientais podem estar contribuindo para a falta de árvores mais jovens. O fator mais consistente foi o nível de atividade de colheita em determinado sítio. Uma simulação por computador que previa o tamanho das árvores em que pessoas pegavam todas as castanhas coincidiu com o tamanho das árvores encontradas nos sítios onde havia uma colheita intensa das castanhas.

Iniciativas de preservação

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Segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais, a preservação em áreas protegidas, governamentais ou corporativas, é insuficiente, e a tentativa de estabelecer populações novas tem fracassado.

As atividades mais bem sucedidas são as empreendidas por populações nativas, nas reservas extrativistas.[carece de fontes?]

Alimentação

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Semente da Bertholletia excelsa após a remoção da casca

As Bertholletia excelsa possuem 18% de proteína, 13% de carboidratos e 69% de gordura. A proporção de gorduras é de, aproximadamente, 25% de gorduras saturadas, 41% de monoinsaturadas e 34% de poliinsaturadas.[27] Possuem um gosto um tanto terroso, muito apreciado em vários países. O conteúdo de gordura saturada das Bertholletia excelsa está entre o mais alto de todas as castanhas e nozes, superando até mesmo o da macadâmia. Devido ao gosto forte resultante, as Bertholletia excelsa podem substituir frequentemente macadâmias ou mesmo o coco em receitas. Bertholletia excelsa retiradas de suas cascas tornam-se rançosas rapidamente. As castanhas também podem ser esmagadas para se obter óleo.

Nutricionalmente, as Bertholletia excelsa são ricas em selênio, embora a quantidade de selênio varie consideravelmente.[28] São também uma boa fonte de magnésio e tiamina. Algumas pesquisas indicaram que o consumo de selênio está relacionado com uma redução no risco de câncer de próstata.[29] Isto levou alguns analistas a recomendarem o consumo de Bertholletia excelsa como uma medida preventiva.[30] Estudos subsequentes sobre o efeito do selênio no câncer de próstata foram inconclusivos.[31]

Óleo da Castanha

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A castanha contem 70 a 72% de óleo doce, de perfume agradável e com gosto semelhante ao óleo de oliveira da Europa. O óleo quando envelhece tem uma cor amarelo-escuro e um cheiro desagradável de ranço.[32] O óleo de castanha é altamente nutritvo, contendo 75% ácidos graxos insaturados compostos principalmente por ácido palmítico, olêico e linolêico, além de fitoesteróides sistosterol e as vitaminas lipossolúveis A e E. Extraído da primeira prensagem, pode se obter um azeite extra-virgem podendo substituir o azeite da oliva por seu sabor suave e agradável.[33] A castanha é uma rica fonte de magnésio, tiamina e possui as mais altas concentrações conhecidas de selênio (126 ppm²), com propriedades antioxidantes. Algumas pesquisas indicaram que o consumo de selênio está relacionado com a redução do risco de câncer de próstata e recomendam o consumo da Bertholletia excelsa como uma medida preventiva.[34] As proteínas encontradas na castanha-do-brasil são muito ricas em aminoácidos sulfurados como a cisteína (8%) e a metionina (18%). A presença desses aminoacidos (methionine) melhora a adsorção de seleninum e outros minerais.[34] O óleo de Bertholletia excelsa é extraído das sementes secas, geralmente por prensagem à frio. O óleo de Bertholletia excelsa prensado a frio tem um odor agradável, amarelo. A composição de ácido graxos é constituído por ácido palmítico (14-16%), ácido esteárico (6-10%), ácido oleico (29-48%), ácido linoleico (30 - 47). As características físicas são densidade (0,914-0,917), ponto de fusão (0-4 °C), o valor de saponificação (193-202), o valor de iodo (94-106) e insaponificável (0,5 a 1%).

Composição fisico-quimico do óleo virgem

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Característica Unidade Apresentação
Aparência --- Líquido
Cor --- Amarelo translucido
Odor --- característico
Índice de acidez mgKOH/g < 20,0
Índice de peróxido 10 meq O2/kg < 10,0
Índice de Iodo gI2/100g 90 - 110
Indice de saponificação mgKOH/g 180 - 210
Densidade 25 °C g/ml 0,910 - 0,925
Indice de refração (40 °C) --- 1,4600 - 1,4800
Ponto de fusão °C 4
Óleo virgem da castanha-do-brasil

Composição dos ácidos graxos

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Ácido palmitico % Peso 16,00 - 20,2
Ácido palmitoléico % Peso 0,5 - 1,2
Ácido esteárico % Peso 9 - 13,0
Ácido oléico (cis 9) % Peso 36 - 45,0
Ácido linoléico % Peso 33,0 - 38,0
Saturado % 25
Insaturado % 75

O chá da casca da Bertholletia excelsa é usado na Amazônia para tratamento do fígado, e a infusão de suas sementes para problemas estomacais.

Por seu conteúdo em selênio, a castanha é antioxidante.

Seu óleo é usado como umidificador da pele.[35]

Uso cosméticos e alimentícios

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O óleo da sementes são muito ricos em proteínas por isso constitui um produto de grande valor alimentício. Além disso, o óleo da castanha-do-brasil também é usado para a confecção de cosméticos como shampoos, sabonetes e condicionador de cabelo porque seu uso proporciona maciez, brilho e sedosidade. É usado também como creme de pele que lubrifica e hidrata, deixando a pele macia.[36]

Assim como no uso alimentar, o óleo extraído da Bertholletia excelsa também é usado como lubrificante em relógios, para se fazer tintas para artistas plásticos e na indústria de cosméticos.

A indústria cosmética emprega o óleo de castanha por suas propriedades anti-radicais livres, antioxidantes e hidratantes nas formulações anti-aging prevenindo o envelhecimento cutâneo e é considerado um dos melhores condicionadores para cabelos danificados e desidratados.[37]

A madeira das Bertholletia excelsa é de excelente qualidade, porém a sua extração está proibida por lei nos três países produtores (Brasil, Bolívia e Peru). A extração ilegal de madeira e a abertura de clareiras representa uma ameaça contínua.[38]

O efeito castanha-do-brasil, no qual itens maiores misturados em um mesmo recipiente com itens menores (por exemplo, Bertholletia excelsa misturadas com amendoins) tendem a subir ao topo, recebeu o nome desta espécie.

Radioactividade

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As Bertholletia excelsa podem conter significativas quantidades de rádio, um material radioativo.[39] Embora a quantidade seja relativamente pequena, cerca de 1–7 pCi/g (40–260 Bq/kg), e a maior parte não fique retida no corpo, ela é mil vezes mais alta do que a maior parte dos outros alimentos.[40] De acordo com as Universidades Associadas de Oak Ridge, isto não se deve a níveis elevados de rádio no solo, mas sim ao extremamente extenso sistema de raízes da árvore.[41]

Economia no Brasil

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Em 1945 no Brasil, o fim do ciclo da borracha na Amazônia abalou a economia da região, então a venda de castanhas (amêndoas) auxiliou na manutenção da economia de exportação nos estados do Amazonas e Pará.[15] Este último liderava a extração devido possuir o polígono das castanheiras (castanhal), concentrado no município de Marabá (no sudeste do Pará), tornando o Brasil o então maior exportador mundial, que era apreciada na Europa desde o século XVII.[15] Porém, na década de 1960 com a chegada da nova política de incentivos fiscais do governo federal brasileiro para a criação de pastagens com uso de fogo para à agropecuária, resultou no desmatamento e destruição de boa parte do polígono das castanheiras, que foi transformado no cemitério de castanheiras.[15]

Referências

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  3. COSTA, J. R. (et. all.).Uma das espécies nativas mais valiosas da floresta amazônica de terra firme é a castanha-do-brasil ou castanha-da-amazônia (Bertholletia excelsa), - Acta Amazônica vol. 39(4) 2009: 843 - 850
  4. «CASTANHA DO PARÁ». Associação Brasileira de Nozes e Castanhas - ABNC. 31 de julho de 2023. Consultado em 1 de agosto de 2023 
  5. Filho, João Carlos Meireles (2004). O livro de ouro da Amazônia: mitos e verdades sobre a região mais cobiçada do planeta. [S.l.]: Ediouro. ISBN 9788500013577 
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  7. «Negócios para Amazônia sustentável» (PDF)  - Ministério do Meio Ambiente. Rio de Janeiro, 2003. p. 50.
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  12. FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.1 685
  13. FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.1 729
  14. a b c d «Castanheira - uma das espécies de árvores mais longevas da Amazônia». Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG). Consultado em 1 de agosto de 2023. Atualmente, o maior exportador de castanha amazônica é a Bolívia. No Brasil, o estado que mais produz o fruto hoje em dia é o Acre, porém, o estado do Amazonas lidera a implantação de castanhais plantados em sistemas de manejo. 
  15. a b c d e f «A Castanheira é a estrela da Festa Anual da Árvore no Museu Goeldi». Museu Paraense Emílio Goeldi. Consultado em 1 de agosto de 2023. O Pará liderava a extração das amêndoas em função do polígono dos castanhais (...). E o Brasil era o maior exportador da iguaria amazônica, que era apreciada na Europa desde o século XVII. Contudo, a política de incentivos fiscais do governo brasileiro na década de 1960 para a criação de pastagens destinadas à pecuária culminou com o desmatamento e destruição de boa parte do polígono das castanheiras. 
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Ligações externas

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