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Benedictus

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Zacarias escreve o nome de seu filho.
Domenico Ghirlandaio. Fresco Cappella Tornabuoni, Santa Maria Novella, Florence.

O Benedictus (também conhecido como Canção de Zacarias ou Cântico de Zacarias) é um dos três cânticos - juntamente com o Magnificat e o Nunc dimittis - que aparecem no capítulo inicial do Evangelho de Lucas (Lucas 1:68–79). É uma canção de agradecimento a Deus proferida por Zacarias por ocasião do nascimento de seu filho, João Batista[1].

Juntamente com o Magnificat e o Nunc dimittis, e diversos outros cânticos do Antigo Testamento, o Benedictus foi incluído no Livro de Odes, uma antiga coletânea litúrgica encontrada em alguns manuscritos da Septuaginta.

O cântico todo pode ser dividido em duas partes. A primeira (versículos 68 a 75) é uma canção de agradecimento pelo cumprimento das esperanças messiânicas da nação judaica, mas com um tom cristão característico. Como há muito, na família de David nasceria o poder para defender a nação contra seus inimigos e agora, novamente, aquele que há tanto lhes havia sido privado e há tanto esperavam, lhes fora restaurado, mas num sentido mais elevado e espiritual. O corno é um sinal de poder e o "corno da salvação"[nota a] significava o poder de libertação. Ao mesmo tempo que os judeus impacientemente suportaram o fardo do domínio romano, eles continuaram esperando pela época em que a Casa de David seria seu libertador. Esta libertação agora estaria próxima e Zacarias notou que esta seria o cumprimento do juramente do de Deus a Abraão, mas ela é descrita como uma libertação não em termos de poderes terrenos, mas "em santidade e justiça diante dele por todos os nossos dias".

A segunda parte do cântico é um discurso de Zacarias ao seu próprio filho, que teria um importante papel no esquema da Redenção, pois ele seria um profeta e pregaria a remissão dos pecados antes da "vida da Aurora lá do alto". A profecia de que "…irás ante a face do Senhor preparar os seus caminhos" era uma alusão às já muito conhecidas palavras do profeta Isaías («Preparai no deserto o caminho do Senhor, endireitai no ermo uma estrada para o nosso Deus» (Isaías 40:3)), que depois João irá assumir como sua própria missão («Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías» (João 1:23)), e que todos os três evangelhos sinóticos adotaram («Pois é a João que se refere o que foi dito pelo profeta Isaías: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, Endireitai as suas veredas» (Mateus 3:3), «Conforme está escrito no profeta Isaías: Eis aí envio eu ante a tua face o meu anjo, Que há de preparar o teu caminho;» (Marcos 1:2) e «Como está escrito no livro das palavras do profeta Isaías: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, Endireitai as suas veredas;» (Lucas 3:4)).

Na Igreja Católica, o Benedictus é parte das Laudes, provavelmente por que é uma canção de agradecimento pela vinda do Redentor na primeira parte do cântico. Acredita-se que tenha sido introduzida pela primeira vez por São Bento.[2] De acordo com Durandus, as alusões à vida de Cristo na forma de um "sol nascente" ("aurora") também teve influência nesta decisão. Ele também aparece em vários outros serviços litúrgicos, principalmente no funeral, no momento do enterro, quando as palavras de agradecimento pela Redenção tem um lugar especial na crença cristã.

O cântico aparece também no Livro de Oração Comum da Comunhão Anglicana e aparece em diversos serviços. É também utilizado pela Igreja Luterana nas Matinas.

[nota a] ^ Na tradução de João Ferreira de Almeida, ainda aparece o "corno da salvação". Já na Tradução Brasileira, o original grego foi traduzido como "libertador poderoso" - vide #Texto.

Referências

Ligações externas

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