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Artoces

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Artoces da Ibéria
Mepe do Reino da Ibéria
Reinado 78 a.C. - 64 a.C.
Antecessor(a) Artaxias I
Sucessor(a) Farnabazo II
 
Morte 64 a.C.
Pai Artaxias I
Mãe filha de Meribanes I

Artoces foi um rei da Ibéria entre 78−64 a.C.[1] Apresentado nos registros clássicos da Terceira Guerra Mitridática (Apiano, Bell. Mithr. 103, 117; Dião Cássio 37.1-2; Eutrópio [Artaces]; Festo 16; Paulo Orósio 6.4.8), é identificado com Artag (em georgiano: არტაგ), Arik (არიკ), Rok (როკ) ou Aderk (ადერკ) das crônicas georgianas medievais.[2][3]

Artaces ou Artoces é a forma latina[4] do armênio Artaque (Արտակ, Artak), que é formado por Arta, "verdade", e o sufixo diminutivo "-aque" (-ակ, -ak).[5][6] Esse nome derivou do não atestado iraniano médio Artaque (*Artak), que por sua vez derivou do não atestado iraniano antigo Artaca (*R̥ta-ka-; um diminutivo de Arta, "verdade"). Foi registrado em persa médio como Ardague (𐭠𐭫𐭲𐭪𐭩, ʾltky),[7] em georgiano como Artague (არტაგ, Artag), em siríaco como Ardaque (ܐܪܕܩ, ʾArdaq),[6] em grego como Ártaco (em grego: Ἄρτακος, Ártakos) e em elamita como Irtuca (Ir-tuk-ka4).[8]

O pai de Artoces era Artaxias I, filho do rei da Armênia Artavasdes I. Artaxias I da Ibéria havia se casado com uma filha de Meribanes I; Varbaces, rei da Armênia, havia derrotado Farnajom, filho e sucessor de Meribanes, em batalha, e colocado Artaxias I como rei.[1]

Alarmado pela ocupação romana da vizinha Albânia, Artoces prometeu paz e amizade; mas o comandante romano Pompeu, informado que ele estava secretamente armando de modo a cair sobre os romanos na marcha deles nas passagens do Cáucaso, avançou em março de 65 a.C., antes de retomar a busca de Mitrídates VI do Ponto (r. 120−65 a.C.), para as fortalezas ibéricas de Harmózica e Seusamora. Artoces, pego de surpresa, às pressas queimou a ponte sobre o rio Ciro e recuou ainda mais para seu arborizado país. Pompeu ocupou as fortalezas e cruzou o rio, mas encontrou uma residência feroz por parte do exército ibérico.[9]

No fim, os romanos prevaleceram e, quando Artoces viu Pompeu também cruzar o Peloro, rendeu-se, e enviou seus filhos como reféns.[9] Após sua derrota teve que entregar vários territórios aos romanos: a Armênia Menor, entregue a Deiotário, rei da Galácia, a Paflagônia, devolvida a Átalo I e Pilâmenes, e a Cólquida, onde Aristarco foi apontado como rei.[10] Durante o seu reinado, os iranianos invadiram a Ibéria, para vingar o sangue de Farnajom; Artoces se protegeu, e os iranianos se retiraram. Ele foi sucedido por seu filho Farnabazo II da Ibéria.[1]

Referências

  1. a b c Leôncio de Ruissi século XI, cap. IV.
  2. Toumanoff 1969, p. 11.
  3. Rapp 2003, p. 282-283.
  4. Justi 1895, p. 33.
  5. J̌ahukyan 1998, -ակ.
  6. a b Ačaṙyan 1942–1962, p. 303.
  7. Martirosyan 2021, p. 16.
  8. Tavernier 2007, p. 296.
  9. a b Dião Cássio século III, XXXVII.99-101.
  10. Eutrópio século IV, VI.14.
  • Ačaṙyan, Hračʻya (1942–1962). «Վարազ». Hayocʻ anjnanunneri baṙaran [Dictionary of Personal Names of Armenians]. Erevã: Imprensa da Universidade de Erevã 
  • J̌ahukyan, Geworg (1998). «-ք». Hin hayereni verǰacancʻneri cagumə [The Origin of Old Armenian Suffixes]. Erevã: Anania Širakacʻi 
  • Justi, Ferdinand (1895). Iranisches Namenbuch. Marburgo: N. G. Elwertsche Verlagsbuchhandlung 
  • Martirosyan, Hrach (2021). «Faszikel 3: Iranian Personal Names in Armenian Collateral Tradition». In: Schmitt, Rudiger; Eichner, Heiner; Fragner, Bert G.; Sadovski, Velizar. Iranisches Personennamenbuch. Iranische namen in nebenüberlieferungen indogermanischer sprachen. Viena: Academia Austríaca de Ciências 
  • Rapp, Stephen H. (2003). Studies In Medieval Georgian Historiography: Early Texts And Eurasian Contexts. Lovaina: Peeters Publishers. ISBN 90-429-1318-5 
  • Tavernier, Jan (2007). «§4.2.1474 *R̥ta-ka-». Iranica in the Achaemenid Period (ca. 550–330 B.C.): Lexicon of Old Iranian Proper Names and Loanwords, Attested in Non-Iranian Texts. Lovaina e Paris: Peeters Publishers 
  • Toumanoff, Cyril (1969). «Chronology of the Early Kings of Iberia». Traditio. 25