A Divina Comédia ou Ando Meio Desligado
A Divina Comédia ou Ando Meio Desligado | |||||||
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Álbum de estúdio de Os Mutantes | |||||||
Lançamento | Março de 1970[1][2] | ||||||
Gravação | Outubro de 1969 | ||||||
Estúdio(s) | Scatena, São Paulo | ||||||
Gênero(s) | |||||||
Duração | 41:48 | ||||||
Idioma(s) | Português, Inglês (5) | ||||||
Formato(s) | |||||||
Gravadora(s) | Polydor | ||||||
Produção | Arnaldo Saccomani | ||||||
Cronologia de Os Mutantes | |||||||
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A Divina Comédia ou Ando Meio Desligado é o terceiro álbum de estúdio da banda brasileira de rock Os Mutantes, lançado em março de 1970 pela gravadora Polydor. O disco marca a estreia do grupo como um quinteto, com a entrada do baixista Liminha e do baterista Dinho Leme.[3] Lançado originalmente em LP, foi reeditado em CD em 1992 e lançado nos Estados Unidos pela Omplatten Records.
O terceiro lançamento da banda apresenta um movimento distinto no rock psicodélico puro, abandonando os elementos mais brasileiros e tropicalistas dos seus álbuns anteriores.[4] O guitarrista Sérgio Dias segue a experiência e distorções de Jimi Hendrix na faixa de abertura “Ando Meio Desligado”,[4] enquanto a canção de seis minutos “Meu Refrigerador Não Funciona” é um trabalho estendido para órgão elétrico e para a voz selvagem e livre de Rita Lee, no qual podemos notar uma grande influência de Janis Joplin.[4] A música “Quem Tem Medo de Brincar de Amor” está cheia de ganchos notáveis e “Desculpe, Babe” é uma das melodias mais cativantes d'Os Mutantes.[4]
A faixa-título "Ando Meio Desligado" foi a 75ª mais tocada no Brasil em 1970.[5] Em outubro de 2007, a revista Rolling Stone Brasil divulgou uma lista dos "100 Maiores Discos da Música Brasileira", na qual A Divina Comédia ou Ando Meio Desligado ocupou a 22ª posição.[6]
Arte da capa
[editar | editar código-fonte]A capa apresenta uma reprodução de uma pintura de Gustave Doré para a obra A Divina Comédia de Dante Alighieri, feita no jardim da casa dos irmãos Sérgio e Arnaldo Baptista. A contracapa mostra o trio na cama de Clarisse, mãe dos irmãos, ao estilo de Dona Flor e Seus Dois Maridos, com Dinho Leme fantasiado de oficial nazista.[7]
Recepção crítica
[editar | editar código-fonte]Avaliações retrospectivas
[editar | editar código-fonte]Críticas profissionais | |
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Avaliações da crítica | |
Fonte | Avaliação |
All Music Guide | [8] |
O AllMusic dá ao disco uma avaliação de quatro de cinco estrelas,[9] e em revisão ao site, o crítico Ari Wiznitzer escreve: "Esses três adolescentes, ao tentarem imitar seus heróis dos Estados Unidos, conseguiram superá-los. (...) Este álbum é um dos melhores e mostra a capacidade da banda de transformar gêneros em sua própria originalidade distorcida",[9] e completa: "A cada audição, A Divina Comédia no Ando Meio Desligado revela novos segredos, fazendo valer o preço ao acesso."[9]
Lista de faixas
[editar | editar código-fonte]Lado A | ||||||||||
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N.º | Título | Compositor(es) | Duração | |||||||
1. | "Ando Meio Desligado" | Arnaldo Baptista/Rita Lee/Sérgio Dias | 3:02 | |||||||
2. | "Quem Tem Medo de Brincar de Amor" | Baptista/Lee | 2:20 | |||||||
3. | "Ave, Lúcifer" | Élcio Decário/Baptista/Lee | 3:36 | |||||||
4. | "Desculpe, Babe" | Baptista/Lee | 2:49 | |||||||
5. | "Meu Refrigerador Não Funciona" | Baptista/Lee/Dias | 6:23 |
Lado B | ||||||||||
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N.º | Título | Compositor(es) | Duração | |||||||
6. | "Hey Boy" | Decário/Baptista | 2:47 | |||||||
7. | "Preciso Urgentemente Encontrar Um Amigo" | Roberto Carlos/Erasmo Carlos | 3:52 | |||||||
8. | "Chão de Estrelas" | Orestes Barbosa/Sílvio Caldas | 3:13 | |||||||
9. | "Jogo de Calçada" | Ilton Oliveira/Wandler Cunha/Baptista | 4:08 | |||||||
10. | "Haleluia" | Baptista | 3:42 | |||||||
11. | "Oh! Mulher Infiel" | Baptista | 4:20 | |||||||
Duração total: |
41:48 |
Ficha técnica
[editar | editar código-fonte]Os Mutantes
- Arnaldo Baptista – vocais, teclados, baixo
- Rita Lee – vocais, percussão, efeitos
- Sérgio Dias – vocais, guitarra, baixo
- Liminha – baixo elétrico
- Dinho Leme – bateria
Músicos adicionais
- Raphael Villardi – violão, vocais
- Naná Vasconcelos – percussão
Produção musical
- Arnaldo Saccomani – produção
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- A Divina Comédia ou Ando Meio Desligado no Discogs (lista de lançamentos)
Referências
- ↑ PAIVA, 2012, p. 3
- ↑ WITZEL e COSTA, 2013, p. 2.
- ↑ Santos, Robson (18 de janeiro de 2019). «Os Mutantes - A Divina Comédia ou Ando Meio Desligado». CBN Campinas 99,1 FM. Consultado em 6 de julho de 2023
- ↑ a b c d «A Divina Comédia Ou Ando Meio Desligado, Os Mutantes: Dante Ficaria Orgulhoso • OBarrete». obarrete.com. 3 de outubro de 2020. Consultado em 6 de julho de 2023
- ↑ Tocadas, Mais (10 de março de 2018). «Top 100 Músicas Mais Tocadas em 1970». Mais Tocadas. Consultado em 6 de julho de 2023
- ↑ «"Os 100 Maiores Discos da Música Brasileira" - A Divina Comédia ou Ando Meio Desligado (1970) - Os Mutantes». Rolling Stone Brasil. 18 de fevereiro de 2017. Consultado em 6 de julho de 2023. Arquivado do original em 18 de fevereiro de 2017
- ↑ Machado, Bruno (6 de novembro de 2014). «Os Mutantes – A Divina Comédia ou Ando Meio Desligado (1970)». A História do Disco. Consultado em 6 de julho de 2023
- ↑ Avaliação no All Music Guide
- ↑ a b c Os Mutantes - A Divina Comédia Ou Ando Meio Desligado Album Reviews, Songs & More | AllMusic (em inglês), consultado em 6 de julho de 2023
- ↑ «A Divina Comédia ou Ando Meio Desligado - Discos do Brasil». discografia.discosdobrasil.com.br. Consultado em 6 de julho de 2023
Fontes
- PAIVA, José Eduardo Ribeiro de. Os Mutantes: hibridismo tecnológico na música popular brasileira dos anos 60/70. Revista Sonora, nº 7, v. 4, 2012, pp. 1–7. ISSN 1809-1652.
- WITZEL, Ludmilla Kujat e COSTA, José Carlos. Os Mutantes: o mito que permeia a história ou a contracultura que salva, amém-te!. Anais do I Congresso Internacional de Estudos do Rock, UNIOESTE, 2013.