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sexta-feira, 1 de maio de 2020

Rascunho de uma sexta-feira

De que me vale a poesia
se estou sempre em solidão?
Quem poderá consolar a aflição
de se perceber sem retorno
algum para devaneios internos?
De que adianta tentar interagir
se quase em todos os momentos
a resposta se transforma em frustração?
De que adianta falar também
aqui se não terei resposta
nenhuma e provavelmente
nenhuma leitura?
E assim a noite segue,
o final de semana se anuncia.
E o poeta permanece pessimista,
dramático, exagerado?
Não sei, só sei da minha solidão!

Luiza Correia

domingo, 26 de abril de 2020

Um Discurso solitário

O poeta não é bem vindo nas sinagogas,
na reunião de irmãos da Igreja santa
e acolhedora e nem nas Igrejas divididas.
O poeta sabe que sua sina
é conectar-se com a solidão
e ser chamado de narcisista,
é triste o olhar de quem não sabe sonhar.
O poeta não é bem vindo no templo
que queima e arde e nem no que
protesta e se perde,
sabendo que o consome apenas
a chama de sua poesia.
Mesmo quando está perto
está também distante e quando
se aproxima sente o incômodo
peso de sua missão.
E quem irá lhe conceder o perdão?

Luiza Correia 
 

quarta-feira, 22 de abril de 2020

A Sensibilidade do poema

A sensibilidade do poema 
está no olho lacrimoso do poeta
Na palavra pura amplificada na emoção
Como não ser sensível a arte 
captada pelo homem em comunhão
Com a divina forma do sentir profundo?

A sensibilidade do poema está 
no limite de cada verso
Quando sentido de perto
É um bálsamo
Um refúgio
Um conforto
Para o sentimento 
de quem lê com o coração

Luiza Correia

sábado, 18 de abril de 2020

Para maio

É maio que me revigora para a vida,
em maio tudo é tão pleno de poesia e de paz.
Maio é místico, suave, afetivo – em maio me
sinto vivo e com mais vontade ainda de sonhar.
É maio, é tempo de coroar a rosa mais
preciosa da Santa Igreja, admirar seu olhar
cheio de graça e de amor.
É maio e o cheiro de rosas inunda-me
por todos os meus sentidos,
não quero mais saber dos dissabores,
nem do impossível.
É tempo propício para o amor genuíno
por isso que eu amo, maio eu te amo, te amo.

Luiza Correia

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Para o Nietzsche

Tu não perdoaste os padres moralistas
Nem a suposta heresia de teus irmãos filósofos
Mas adubaste teu super ego elevadíssimo
Assim falava teu ser demasiado narcísico

Da fé cristã tudo rejeitaste
Doutrina, dogmas, ritos
Restando apenas o eu solitário, inacessível
Falível como o sopro dos anos

Em ti eternizou-se o pensador rígido
A máscara inflexível
Do Nietzsche humano



sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

Quando penso em ti

O meu amor quando chegar
Fundirá no meu peito o sumo de amar
Tão doce como caminhar sobre a terra
E contemplar o entardecer a beira-mar
Ó meu amor, quando virá?
Apagará do meu ser tanto espanto?
Vamos velejar horas e horas a fio
O encanto de nossas almas solitárias

Ao som do tamborim e das flautas
Sentirei o desabrochar da alvorada
Serena e calma como as mãos do meu amor

sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

A vida

O que seria a vida
Senão o anseio de adiar a partida
Senão uma porta com única saída
A despedir-se de todos

O que seria a vida
Senão a luz do sonho puro
Senão o amor em verso escuro
Tentando iluminar a humanidade

O que seria a vida
Senão o olhar bondoso da criança
Senão sua doce esperança
De reavivar em nós a chama do viver


sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

Meu Consolo

Só a poesia me conforta
Ela é a única porta
Quando já não há saída

Só a poesia me conforta
Ela é meu único alento
Na calmaria e no tormento

Só a poesia me conforta
Ela não ri dos meus sonhos
E toma-me pela mão do verso
Ao seu lado o consolo é certo
Como brisa suave na manhã risonha



sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

Revolucionando a si

Eu, tímida que sou
Ninguém vai acreditar
quando de posse do microfone
 Eu silenciosamente gritar
o decreto contra a violência

Eu, tímida que sou
Ninguém vai acreditar
quando diante do tribunal
Eu calar todos os que fazem o mal
E oferecer-lhes amor

Eu, tímida que sou
Ninguém vai acreditar
Quando diante de cada esquina
Eu sair a declamar um poema
Que cale toda indiferença
E preencha as ruas de paz e de flor

sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

A Enigmática Voz de Deus

Se queres ouvir a voz de Deus
Escuta a voz do poema
Escuta essa prece serena que vem pra acalmar

Se queres sentir a voz de Deus
Não se espantes com os auto-falantes
Ruminando a sua existência
E com os eleitos que surgem para dele se apossar

Se queres ouvir a voz de Deus
Comunga o ritmo do poema
E essa alma que não para de pulsar
Em em cada instante que declamares
Tudo o que é verso
Deus está contigo como o vento para o ar