De que me vale a poesia
se estou sempre em solidão?
Quem poderá
consolar a aflição
de se perceber sem retorno
algum para devaneios
internos?
De que adianta tentar interagir
se quase em todos os momentos
a
resposta se transforma em frustração?
De que adianta falar também
aqui
se não terei resposta
nenhuma e provavelmente
nenhuma leitura?
E assim a
noite segue,
o final de semana se anuncia.
E o poeta permanece
pessimista,
dramático, exagerado?
Não sei, só sei da minha solidão!
Luiza Correia
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sexta-feira, 1 de maio de 2020
domingo, 26 de abril de 2020
Um Discurso solitário
O poeta não é bem vindo nas sinagogas,
na reunião de irmãos da Igreja santa
e acolhedora e nem nas Igrejas divididas.
O poeta sabe que sua sina
é conectar-se com a solidão
e ser chamado de narcisista,
é triste o olhar de quem não sabe sonhar.
O poeta não é bem vindo no templo
que queima e arde e nem no que
protesta e se perde,
sabendo que o consome apenas
a chama de sua poesia.
Mesmo quando está perto
está também distante e quando
se aproxima sente o incômodo
peso de sua missão.
E quem irá lhe conceder o perdão?
Luiza Correia
na reunião de irmãos da Igreja santa
e acolhedora e nem nas Igrejas divididas.
O poeta sabe que sua sina
é conectar-se com a solidão
e ser chamado de narcisista,
é triste o olhar de quem não sabe sonhar.
O poeta não é bem vindo no templo
que queima e arde e nem no que
protesta e se perde,
sabendo que o consome apenas
a chama de sua poesia.
Mesmo quando está perto
está também distante e quando
se aproxima sente o incômodo
peso de sua missão.
E quem irá lhe conceder o perdão?
Luiza Correia
quarta-feira, 22 de abril de 2020
A Sensibilidade do poema
A sensibilidade do poema
está no olho lacrimoso do poeta
Na palavra pura amplificada na emoção
Como não ser sensível a arte
captada pelo homem em comunhão
Com a divina forma do sentir profundo?
A sensibilidade do poema está
no limite de cada verso
Quando sentido de perto
É um bálsamo
Um refúgio
Um conforto
Para o sentimento
de quem lê com o coração
Luiza Correia
sábado, 18 de abril de 2020
Para maio
É maio que me revigora para a vida,
em maio tudo é tão pleno de poesia e de paz.
Maio é místico, suave, afetivo – em maio me
sinto vivo e com mais vontade ainda de sonhar.
É maio, é tempo de coroar a rosa mais
preciosa da Santa Igreja, admirar seu olhar
cheio de graça e de amor.
É maio e o cheiro de rosas inunda-me
por todos os meus sentidos,
não quero mais saber dos dissabores,
nem do impossível.
É tempo propício para o amor genuíno
por isso que eu amo, maio eu te amo, te amo.
Luiza Correia
em maio tudo é tão pleno de poesia e de paz.
Maio é místico, suave, afetivo – em maio me
sinto vivo e com mais vontade ainda de sonhar.
É maio, é tempo de coroar a rosa mais
preciosa da Santa Igreja, admirar seu olhar
cheio de graça e de amor.
É maio e o cheiro de rosas inunda-me
por todos os meus sentidos,
não quero mais saber dos dissabores,
nem do impossível.
É tempo propício para o amor genuíno
por isso que eu amo, maio eu te amo, te amo.
Luiza Correia
quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020
Para o Nietzsche
Tu não perdoaste os padres moralistas
Nem a suposta heresia de teus irmãos filósofos
Mas adubaste teu super ego elevadíssimo
Assim falava teu ser demasiado narcísico
Da fé cristã tudo rejeitaste
Doutrina, dogmas, ritos
Restando apenas o eu solitário, inacessível
Falível como o sopro dos anos
Em ti eternizou-se o pensador rígido
A máscara inflexível
Do Nietzsche humano
sexta-feira, 31 de janeiro de 2020
Quando penso em ti
O meu amor quando chegar
Fundirá no meu peito o sumo de amar
Tão doce como caminhar sobre a terra
E contemplar o entardecer a beira-mar
Ó meu amor, quando virá?
Apagará do meu ser tanto espanto?
Vamos velejar horas e horas a fio
O encanto de nossas almas solitárias
Ao som do tamborim e das flautas
Sentirei o desabrochar da alvorada
Serena e calma como as mãos do meu amor
sexta-feira, 24 de janeiro de 2020
A vida
O que seria a vida
Senão o anseio de adiar a partida
Senão uma porta com única saída
A despedir-se de todos
O que seria a vida
Senão a luz do sonho puro
Senão o amor em verso escuro
Tentando iluminar a humanidade
O que seria a vida
Senão o olhar bondoso da criança
Senão sua doce esperança
De reavivar em nós a chama do viver
sexta-feira, 17 de janeiro de 2020
Meu Consolo
Só a poesia me conforta
Ela é a única porta
Quando já não há saída
Só a poesia me conforta
Ela é meu único alento
Na calmaria e no tormento
Só a poesia me conforta
Ela não ri dos meus sonhos
E toma-me pela mão do verso
Ao seu lado o consolo é certo
Como brisa suave na manhã risonha
sexta-feira, 10 de janeiro de 2020
Revolucionando a si
Eu, tímida que sou
Ninguém vai acreditar
quando de posse do microfone
Eu silenciosamente gritar
o decreto contra a violência
Eu, tímida que sou
Ninguém vai acreditar
quando diante do tribunal
Eu calar todos os que fazem o mal
E oferecer-lhes amor
Eu, tímida que sou
Ninguém vai acreditar
Quando diante de cada esquina
Eu sair a declamar um poema
Que cale toda indiferença
E preencha as ruas de paz e de flor
sexta-feira, 3 de janeiro de 2020
A Enigmática Voz de Deus
Se queres ouvir a voz de Deus
Escuta a voz do poema
Escuta essa prece serena que vem pra acalmar
Se queres sentir a voz de Deus
Não se espantes com os auto-falantes
Ruminando a sua existência
E com os eleitos que surgem para dele se apossar
Se queres ouvir a voz de Deus
Comunga o ritmo do poema
E essa alma que não para de pulsar
Em em cada instante que declamares
Tudo o que é verso
Deus está contigo como o vento para o ar
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