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Wild at Heart

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Wild at Heart
Um Coração Selvagem[1] (prt)
Coração Selvagem[2] (bra)
Wild at Heart
 Estados Unidos
1990 •  cor •  124 min 
Gênero drama
estrada
romance
Direção David Lynch
Produção Steve Golin
Monty Montgomery
Sigurjón Sighvatsson
Roteiro David Lynch
Baseado em Wild at Heart de Barry Gifford
Elenco Nicolas Cage
Laura Dern
Willem Dafoe
Crispin Glover
Diane Ladd
Isabella Rossellini
Harry Dean Stanton
Música Angelo Badalamenti
Cinematografia Frederick Elmes
Edição Duwayne Dunham
Companhia(s) produtora(s) PolyGram Filmed Entertainment
Propaganda Films
Distribuição The Samuel Goldwyn Company
Lançamento França 25 de maio de 1990 (Festival de Cannes)
Estados Unidos 17 de agosto de 1990
Idioma inglês
Orçamento US$ 9,5 milhões[3]
Receita US$ 14,560,247 (América do Norte)[4]

Wild at Heart (br: Coração Selvagem; pt: Um Coração Selvagem) é um filme de longa-metragem estadunidense do gênero drama romântico neo-noir,[5] realizado por David Lynch em 1990. O roteiro, escrito pelo próprio diretor, é baseado em novela de Barry Gifford.[6] É estrelado por Nicolas Cage, Laura Dern, Diane Ladd, Willem Dafoe, Harry Dean Stanton e Isabella Rossellini. Tanto o livro quanto o filme giram em torno de Sailor Ripley (Cage) e Lula Pace Fortune (Dern), um jovem casal de Cabo Fear, Carolina do Norte, que fogem de sua mãe dominadora e dos bandidos que ela contrata para matar Sailor.

Lynch originalmente iria produzir, mas depois de ler o livro de Gifford, ele decidiu também escrever e dirigir o filme. Ele não gostou do final do romance e decidiu mudá-lo para se adequar à sua visão dos personagens principais. Wild at Heart é um filme de estrada e inclui várias alusões ao O Mágico de Oz, além de Elvis Presley e seus filmes.[7] A trilha sonora original é de Angelo Badalamenti, parceiro de Lynch em outros trabalhos.

As primeiras sessões de teste não foram bem, com a forte violência em algumas cenas sendo demais. Na primeira triagem de teste, oitenta pessoas saíram durante uma cena de tortura gráfica envolvendo Johnnie Farragut.[8] Lynch decidiu não cortar nada do filme e na segunda exibição cem pessoas saíram durante esta cena.[8] Em retrospecto, o cineasta disse: "Mas isso era parte do que Wild at Heart tratava: coisas realmente insanas, doentes e distorcidas acontecendo".[9] O filme ganhou a Palma de Ouro no Festival de Cannes,[6][10] em que recebeu tanto a atenção negativa e positiva do seu público. O filme foi concluído um dia antes de estrear no Festival de Cannes de 1990, no grande auditório de 2,400 lugares. Após a exibição, recebeu "aplausos selvagens" da platéia.[11] Quando o presidente do júri, Bernardo Bertolucci, anunciou Wild at Heart como vencedor da Palma de Ouro na cerimônia de premiação,[10] as vaias quase abafaram os aplausos, com o crítico de cinema Roger Ebert liderando os detratores vocais.[11][12] Barry Gifford lembra que havia um clima predominante de que a mídia esperava que Lynch falhasse. "Todos os tipos de jornalistas estavam tentando causar controvérsia e me disseram algo como 'Isso não é nada parecido com o livro' ou 'Ele arruinou meu livro'. Acho que todo mundo da revista Time até o What's On In London ficou desapontado quando eu disse 'É fantástico. Isso é maravilhoso. É como uma grande e sombria comédia musical'".[9]

Na época de seu lançamento, o filme foi um sucesso moderado nas bilheterias dos EUA, Wild at Heart estreou nos Estados Unidos em 17 de agosto de 1990, em um lançamento limitado de apenas 532 cinemas, arrecadando US $2,913,764 em seu primeiro final de semana.[13] Foi lançado em 31 de agosto com 618 cinemas e arrecadou US$1,858,379. O filme finalmente arrecadou US$14,560,247 na América do Norte.[4] Diane Ladd foi nomeada para Melhor Atriz Coadjuvante pelo Oscar e Globo de Ouro de melhor atriz coadjuvante em cinema. Desde então, recebeu algumas reavaliações positivas dos críticos.

Dois jovens namorados, Sailor e Lula, fogem da perseguição da mãe dela, numa viagem pelo sul dos Estados Unidos. Ele tem fixação por Elvis Presley, enquanto Lula tem obsessão por O Mágico de Oz.[6]

  • Nicolas Cage... Sailor Ripley: O ator descreveu seu personagem como "uma espécie de fora-da-lei romântico do sul".[14] Cage disse em uma entrevista que ele "estava sempre atraído por personagens românticos apaixonados, quase desenfreados, e Sailor tinha esse mais do que qualquer outro papel que eu desempenhei".[14] Antes de ser escalado para o filme, ele conheceu Lynch várias vezes no Musso & Frank Grill, que ambos frequentavam. Quando Lynch leu o romance de Gifford, ele imediatamente quis que Cage interpretasse Sailor.[15]
  • Laura Dern.... Lula Fortune: Dern havia desempenhado um papel de apoio no filme anterior de Lynch, Blue Velvet. Para Dern, essa foi a primeira oportunidade que ela teve "de interpretar não apenas uma pessoa muito sexual, mas também alguém que também era, à sua maneira, incrivelmente confortável consigo mesma".[14] Quando Lynch leu o romance de Gifford, ele imediatamente pensou em Dern como Lula.[16]
  • Diane Ladd.... Marietta Fortune: Marietta Fortune, a mãe dominadora de Lula, que proíbe o relacionamento de Lula e Marinheiro; ela forma um rancor contra Sailor depois que ele rejeita seus avanços. Ladd e Dern são mãe e filha na vida real.[17]
  • Willem Dafoe.... Bobby Peru
  • Harry Dean Stanton.... Johnnie Farragut
  • Isabella Rossellini.... Perdita Durango
  • J. E. Freeman.... Marcelles Santos
  • W. Morgan Sheppard.... Mr. Reindeer
  • Crispin Glover.... primo Dell
  • Grace Zabriskie.... Juana Durango
  • Sherilyn Fenn.... moça no acidente
  • Calvin Lockhart.... Reggie
  • Sheryl Lee.... bruxa boa
  • Jack Nance.... 00 Spool
  • Sally Boyle.... tia Rootie

Resposta da crítica

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Wild at Heart recebeu críticas mistas. O filme tem uma classificação de 65% no Rotten Tomatoes com base em 48 críticas, com uma média ponderada de 6,07/10. O consenso do site diz: "Um dos esforços mais desiguais do diretor David Lynch, Wild at Heart é mantido unido por suas distintas sensibilidades e trabalho convincente de Nicolas Cage e Laura Dern".[18] Metacritic mostra uma pontuação de 52/100 com base em 18 críticos.[19]

Roger Ebert escreveu em sua resenha para o Chicago Sun-Times: "Ele é um bom diretor, sim. Se ele seguir em frente e fizer um filme sobre o que realmente está em sua mente, em vez de se esconder atrás do humor sofórico e da fuga de 'paródia', ele poderá realizar a promessa inicial de seu Eraserhead. Mas ele gosta dos prêmios de bilheteria que acompanham suas sátiras pop, então ele faz filmes desonestos como este".[20]

Em sua crítica para a revista Sight & Sound, Jonathan Rosenbaum escreveu: "Talvez o grande problema seja que, apesar dos melhores esforços de Cage e Dern, Lynch esteja interessado apenas em iconografia, e não em personagens. No que diz respeito a imagens de maldade, corrupção, desarranjo, paixão crua e mutilação (mais ou menos nessa ordem), Wild at Heart é uma verdadeira cornucópia".[21] Richard Combs, em sua resenha para a Time, escreveu: "O resultado é uma acumulação de inocência, maldade e até de acidentes de trânsito reais, sem um contexto para dar significado às vítimas ou sobreviventes".[22]

Apesar dessas análises iniciais, Wild at Heart passou a ser visto favoravelmente nos anos seguintes. Ele foi classificado como o 47º melhor filme da década de 1990 em um ranking do site indieWire,[23] o 26º melhor filme do mesmo período em uma sondagem da revista Complex,[24] e o 53º melhor em uma lista da revista Rolling Stone.[25]

Principais prêmios e indicações

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Oscar 1991 (EUA)

Globo de Ouro 1991 (EUA)

BAFTA 1991 (Reino Unido)

Independent Spirit Awards 1991 (EUA)

Festival de Cannes 1990 (França)

Fantasporto 1991 (Portugal)

  • Indicado na categoria de melhor filme.

American Film Institute (EUA)

Referências

  1. «Wild at Heart». no CineCartaz (Portugal) 
  2. Wild at Heart no AdoroCinema
  3. a b Coração Selvagem AdoroCinema
  4. a b Wild at Heart (em inglês). no Box Office Mojo.
  5. Spicer, Andrew (2010). Historical Dictionary of Film Noir. [S.l.]: Lanham, MD: Scarecrow Press. p. 437. ISBN 978-0-8108-5960-9 
  6. a b c «Mostra David Lynch continua com a exibição do filme Coração Selvagem». G1. 11 de abril de 2017 
  7. Pearson, Matt (1997). «Wild at Heart». The British Film Resource. Consultado em 26 de janeiro de 2008 
  8. a b Burkett, Michael (15–21 de agosto de 1990). «The Weird According to Lynch». New Times. pp. 39, 41 
  9. a b Rodley, Chris (1997). «Lynch on Lynch». Faber and Faber 
  10. a b «Festival de Cannes: Wild at Heart». festival-cannes.com. Consultado em 7 de agosto de 2009 
  11. a b Ansen, David (4 de junho de 1990). «David Lynch's New Peak». Newsweek 
  12. Mathieson, Kenny (1990). «Wild at Heart». Empire 
  13. «Wild at Heart». Box Office Mojo. Consultado em 15 de junho de 2007 
  14. a b c Van Gelder, Lawrence (17 de agosto de 1990). «At the Movies». The New York Times. Consultado em 10 de março de 2010 
  15. Rowland, Mark (junho de 1990). «The Beasts Within». American Film 
  16. Campbell, Virginia (1990). «Something Really Wild». Movieline 
  17. Hoffman, Jan (21 de agosto de 1990). «Wild Child». Village Voice 
  18. «Wild at Heart» (em inglês)  no Rotten Tomatoes
  19. «Wild at Heart» (em inglês). no Metacritic 
  20. Ebert, Roger (17 de agosto de 1990). «Wild at Heart». Chicago Sun-Times. Consultado em 15 de junho de 2007 
  21. Rosenbaum, Jonathan (outono de 1990). «The Good, The Bad & The Ugly». Sight & Sound 
  22. Combs, Richard (20 de agosto de 1990). «Wild at Heart». Time 
  23. «The 50 Best Films of the '90s, From 'Pulp Fiction' to 'Groundhog Day'». IndieWire. 14 de julho de 2017. Consultado em 8 de outubro de 2017 
  24. «The 50 Best Movies of the '90s». Complex. 22 de junho de 2013. Consultado em 8 de outubro de 2017 
  25. «The 100 Greatest Movies of the Nineties». Rolling Stone. 12 de julho de 2017. Consultado em 8 de outubro de 2017 
  26. «Academy of Motion Picture Arts and Sciences». Academy of Motion Picture Arts and Sciences. Consultado em 14 de fevereiro de 2008. Arquivado do original em 15 de abril de 2013 
  27. «Hollywood Foreign Press Association». Hollywood Foreign Press Association. Consultado em 14 de fevereiro de 2008 
  28. a b «Film Independent's Spirit Awards». Film Independent. Consultado em 14 de fevereiro de 2008. Cópia arquivada em 10 de fevereiro de 2008 
  29. AFI's 100 Years...100 Laughs Nominees

Ligações externas

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