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White trash

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Esta família branca pobre do Alabama foi apresentada em 1913 como "celebridades" porque eles escaparam dos efeitos debilitantes da doença da ancilostomíase, que, junto com a pelagra, era endêmica entre os brancos pobres do Sul devido à falta de saneamento e ao fenômeno de "comer argila" ou "comer sujeira" (geofagia).

White trash (traduzido literalmente: "lixo branco") é um termo depreciativo originário dos Estados Unidos, para pessoas brancas de baixo estatuto social como operários, camponeses, lavradores, entre outros.[1]

O termo "lixo branco" surgiu pela primeira vez na década de 1830 de forma pejorativa usado por aristocratas brancos e escravos negros contra os brancos da classe trabalhadora e lavradores (isolados de outros grupos) das plantações do Sul ou pequenos agricultores brancos.[1] Em 1855, o termo tinha passado para uso comum por brancos de classe alta, e era de uso comum entre todos os sulistas. Na virada do século XIX para o século XX, a população branca de origem europeia representava cerca de 90% da população dos EUA e em estados como Virgínia Ocidental, Kentucky, Indiana, Ohio e outros 35 estados americanos, essa porcentagem chegava a cerca de 100% ou a totalidade da população. Sendo assim, esse grupo étnico-racial era e é maioria em todas as classes sociais nesse país.[2][3][4][5][6]

One-drop rule

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Ver artigo principal: One-drop rule

Alguns homens brancos aristocratas tinham relações sexuais com escravas negras ou com mulheres de outros grupos étnicos como os indígenas e os filhos mestiços aceitos como legítimos, já os brancos da classe operaria e agricultores que eram descendentes de camponeses pobres da Europa, viviam em comunidades isoladas, só se casavam entre si, e viviam em conflitos com outros grupos étnicos (antagonismo racial) mesmo antes da Guerra Civil Americana (18601865). O resultado disso, foi que enquanto algumas famílias aristocratas respeitáveis tinham alguma pequena herança genética africana ou indígena, os brancos da classe trabalhadora não tinham outra ancestralidade a não ser a europeia. Quando o One-drop rule (A regra da gota de sangue única) surgiu no século XIX, famílias respeitáveis de classe alta foram proibidos de se casar com pessoas de sangue puro europeu e proibidos de frequentar o mesmo espaço que os brancos. Pessoas com 1/32 (3,125%), 1/64 (1,56%), 1/128 (0,78%) ou até mesmo 1/256 (0,39%) e 1/512 (0,19%) de ancestralidade africana há várias gerações eram consideradas negras ou pelo menos mestiças. Foi nessa época que o termo "lixo branco" se popularizou mais ainda para atingir a classe trabalhadora branca, os Full-blood Whites (brancos puros). Em 1895, na Carolina do Sul, houve a primeira tentativa de transformar a Regra da Gota em Lei Oficial, o delegado George D. Tillman se opôs a essa lei e disse:

Se essa lei for aprovada, famílias respeitáveis ​​em Aiken, Barnwell, Colleton, e Orangeburg será negado o direito de casar entre as pessoas com quem eles estão agora associados e identificados. Pelo menos cem famílias seriam afetadas ao meu conhecimento. Eles enviaram bons soldados para o Exército Confederado, e agora são proprietários de terras e contribuintes. Para aqueles homens honrados, seria injusto e vergonhoso para constrangê-los dessa maneira. Seria uma injustiça cruel e fonte de litígios intermináveis, de escândalo, horror e contenda, se comprometerem a anular ou proibir o casamento por um controle remoto por causa de rastreamento de sangue não-branco. As portas estariam abertas ao escândalo, malícia e avareza.[7][8]

A regra da gota de sangue foi adota como lei pela primeira vez em 1908 e 1910, na Louisiana e no Tennessee.

Referências

  1. a b Matt Wray, Not Quite White: White Trash and the Boundaries of Whiteness (2006) p. 2
  2. John Hartigan Jr, "Who are these white people?: 'Rednecks,' 'Hillbillies,' and 'White Trash' as marked racial subjects." in Ashley W. Doane and Eduardo Bonilla-Silva, eds. (2003). White Out: The Continuing Significance of Racism. [S.l.]: Psychology Press. pp. 95–111 
  3. Lamar, Michelle and Wendland, Molly (2008). The White Trash Mom Handbook: Embrace Your Inner Trailerpark, Forget Perfection, Resist Assimilation into the PTA, Stay Sane, and Keep Your Sense of Humor. [S.l.: s.n.] 
  4. Mickler, Ernest (1986). White Trash Cooking. [S.l.: s.n.] 
  5. Morris, Kendra (2006). White Trash Gatherings: From-Scratch Cooking for down-Home Entertaining. [S.l.: s.n.] 
  6. Marbry, Bill (2011). Talkin' White Trash. [S.l.: s.n.] 
  7. "All Niggers, More or Less!", The News and Courier, October 17, 1895.
  8. Joel Williamson, New People: Miscegenation and Mulattoes in the United States (New York, 1980), p. 93.

Ligações externas

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