Scylla Médici
Scylla Médici | |
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29.ª Primeira-dama do Brasil | |
Período | 30 de outubro de 1969 até 15 de março de 1974 |
Presidente | Emílio Garrastazu Médici |
Antecessor(a) | Yolanda Costa e Silva |
Sucessor(a) | Lucy Geisel |
Dados pessoais | |
Nome completo | Scylla Gaffrée Nogueira |
Nascimento | 4 de outubro de 1907 Bagé, Rio Grande do Sul |
Morte | 25 de janeiro de 2003 (95 anos) Rio de Janeiro, Rio de Janeiro |
Nacionalidade | Brasileira |
Progenitores | Mãe: Maria das Mercês Lucas Gaffrée Pai: Inocente Martins Nogueira |
Cônjuge | Emílio Garrastazu Médici (c. 1931; v. 1985) |
Filhos(as) | Sérgio Nogueira Médici Roberto Nogueira Médici |
Scylla Nogueira Médici GCB (Bagé, 4 de outubro de 1907 — Rio de Janeiro, 25 de janeiro de 2003) foi a esposa de Emílio Garrastazu Médici, 28.º presidente do Brasil, e a primeira-dama do país de 1969 a 1974.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Nasceu em Bagé, interior do Rio Grande do Sul, filha de Inocente Martins Nogueira (1872–falecido) e Maria das Mercês Lucas Gaffrée (1875–falecida). Foi a terceira mulher das quatro irmãs Juliana Gaffrée Nogueira (1902–1955), Irene Gaffrée Nogueira (1906–1991) e Scyla Gaffrée Nogueira (1910–1931).
Aos 23 anos, casou-se com o militar Emílio Garrastazu Médici e tiveram dois filhos: o agropecuarista Sérgio Nogueira Médici (1935–2008)[1] e o engenheiro e professor universitário Roberto Nogueira Médici (–2015).[2] Ambos nasceram em Bagé, no Rio Grande do Sul, e foram Comendadores (20 de julho de 1972) e Grandes-Oficiais (26 de julho de 1973) da Ordem Militar de Cristo.[3]
Durante a década de 30, ela e seu marido aderiram ao Integralismo, fazendo parte do núcleo de Bagé da Ação Integralista Brasileira.[4]
Primeira-dama do Brasil
[editar | editar código-fonte]Scylla Médici tornou-se primeira-dama do Brasil com um pouco mais de sessenta anos de idade. Foi discreta e se limitou aos afazeres de dona de casa.
Em dezembro de 1969, no transcurso do Dia Nacional da Família, ela dirigiu a seguinte mensagem às mulheres do país através da revista Brasil Jovem:[5]
Desde que o nome de meu marido foi escolhido para o exercício da Presidência da República, em substituição ao grande Costa e Silva, formou-se ao meu redor intenso e compreensível movimento de curiosidade. Aqui estou, mas para trazer uma palavra, fazer um aceno a todas as mulheres como eu. Sou e serei sempre o que fui: a esposa de meu marido, duas vezes mãe. Ao longo de minha vida, não me tem feito maior diferença a função que ele exerce desde que permitido me seja estar ao seu lado. Minha valia é tão pouca, minha missão é tão fácil e tão suave. A mim toca fazer-lhe a casa amiga e serena, fazê-lo sentir-se o homem simples e confiante que sempre foi, fazer o presente encontrar-se com as raízes de si mesma no amor de nosso lar. Desejaria dizer a todas as esposas, neste Dia Nacional da Família, às outras avós, mães e filhas que com elas me identifico, me associo e me integro na silenciosa tarefa de fazer o Brasil crescer dentro de casa. E, voltando meu coração para o coração da mulher brasileira, peço a todas e a cada uma que lhe deem a sua fé. Peço que ajudem outras pessoas a acreditarem e confiarem nele também. Mas peço que vejam no novo presidente um homem que não traz milagres na palma da mão, mas um homem de quem sempre podemos esperar lealdade e trabalho, austeridade e justiça.
Scylla decorou a granja de Riacho Fundo com móveis retirados dos depósitos públicos de Brasília, sem gastar nenhum dinheiro público.
Viagem oficial
[editar | editar código-fonte]Scylla e o Presidente Médici fizeram viagem oficial aos Estados Unidos entre os dias 6 e 10 de dezembro de 1971, onde foram recebidos pelo Presidente Richard Nixon e pela primeira-dama Pat Nixon.[6]
Moda e elegância
[editar | editar código-fonte]Enquanto primeira-dama do país, tinha um estilista pessoal: o gaúcho Rui Spohr. Com um estilo discreto, porém elegante, usou dezenas de vestidos de Spohr, que combinava com as quatro estações do ano, nas solenidades, os vestidos de gala e os todas as peças usadas em suas viagens oficiais.[7][8]
Últimos anos
[editar | editar código-fonte]No dia 1 de julho de 1986, quase um ano após a morte de Médici, Scylla afirmou ao Jornal do Brasil que seu marido desejara iniciar a abertura política antes do fim do seu mandato, mas que Ernesto Geisel, seu sucessor, ameaçou renunciar a sua candidatura se o presidente pusesse em prática aquela iniciativa.[9]
Em 5 de janeiro de 2003, Scylla Médici foi internada no Hospital Samaritano, em razão de um acidente vascular cerebral. Acabou sendo transferida para o Hospital Central do Exército (HCE), onde morreu de causas naturais, aos noventa e cinco anos. Seu corpo foi sepultado no Cemitério São João Batista, em Botafogo.[10]
Honra
[editar | editar código-fonte]Insígma | País | Honra | Data |
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Portugal | Grã-Cruz da Ordem de Benemerência, concedida pelo Presidente Américo de Deus Rodrigues Thomaz | 24 de abril de 1972.[11] |
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ Obituário - Zero Hora
- ↑ «Forense Universitária». Consultado em 11 de janeiro de 2009. Arquivado do original em 3 de março de 2016
- ↑ «Cidadãos Estrangeiros Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Sérgio Nogueira Médici". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 24 de março de 2016
- ↑ OLIVEIRA GOMES, Rodrigo (2011). «OLHOS VERDES: O OLHAR DE EX-DIRIGENTES INTEGRALISTAS SOBRE O GOVERNO MILITAR BRASILEIRO DE 1964 A 1970.» (PDF). Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Consultado em 20 de maio de 2024
- ↑ «Carta de Scila Médici». Consultado em 11 de janeiro de 2009
- ↑ Carlos Sviatowski, (1971) PRESIDENTE MEDICI DO BRASIL, VISITA OS ESTADOS UNIDOS, consultado em 26 de julho de 2019
- ↑ Ribeiro, Márcia. «CAFÉ NA CASA DA ZUZU: CONHEÇA A HISTÓRIA DE RUI SPOHR – Hilneth Correia». Consultado em 2 de agosto de 2019
- ↑ «Morre estilista Rui Spohr aos 89 anos». www.uol.com.br. Consultado em 2 de agosto de 2019
- ↑ «Muda Brasil: o marketing político que levou Tancredo Neves à presidência da República» (PDF). Consultado em 11 de janeiro de 2009. Arquivado do original (PDF) em 20 de julho de 2014
- ↑ «Corpo da viúva de Médici é sepultado no Rio - Política». Estadão. Consultado em 2 de agosto de 2019
- ↑ «Cidadãos Estrangeiros Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Marly Sarney". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 24 de março de 2016
Precedido por Yolanda Costa e Silva |
29.ª Primeira-dama do Brasil 1969 — 1974 |
Sucedido por Lucy Geisel |