Museu do Homem do Sambaqui
Museu do Homem do Sambaqui | |
---|---|
Informações gerais | |
Tipo | história natural e antropologia |
Inauguração | 1963 (61 anos) |
Website | www |
Geografia | |
País | Brasil |
Cidade | Florianópolis, Santa Catarina |
Localidade | Colégio Catarinense |
Coordenadas | 27° 35′ 20″ S, 48° 33′ 14″ O |
Geolocalização no mapa: Brasil | |
Localização em mapa dinâmico |
O Museu do Homem do Sambaqui é um museu brasileiro dedicado principalmente à preservação da história natural e cultural com exposições de animais nativos e artefatos humanos.
O Museu é resultados de anos de dedicação do padre e pesquisador jesuíta João Alfredo Rohr SJ.[1] Além dos artefatos arqueológicos, o Museu conta com itens históricos com uma carta assinada pelo presidente paraguaio Francisco Solano Lopez em 1864 (no mesmo ano, o Império do Brasil entraria em guerra contra o Paraguai).[2]
O fundador
[editar | editar código-fonte]Em 1941, o padre João Alfredo Rohr, natural de Arroio do Meio (RS), foi enviado para o Colégio Catarinense, em Florianópolis (Santa Catarina), onde lecionou física, química e ciências naturais. Consigo, trouxe o interesse por História Natural desenvolvido durante os anos de estudos no Colégio Anchieta de Porto Alegre (RS). Em Florianópolis, assumiu e ampliou o museu já existente no Colégio Catarinense.
Em 1948, Rohr apresentou no Primeiro Congresso de História Catarinense, realizado em Florianópolis, um longo trabalho intitulado “Contribuição para a etnologia indígena do Estado de Santa Catarina”, cuja maior parte (102 páginas) é a relação do material etnológico pré-colombiano até então recolhido ao museu do colégio sob sua direção.
Em 1958, Rohr realizou seu primeiro estudo arqueológico in situ: uma escavação de 200 m² em um sítio junto à Base Aérea de Florianópolis. Neste local chamado de Caicanga-Mirim, recolheu cinqüenta e quatro esqueletos humanos de povos originários, aparentados aos Xokleng, que haviam vivido ali no Século XII.[3]
Pe. Alfredo Rohr levantou mais de 400 sítios em Santa Catarina,através de minucioso trabalho de campo, promovendo uma verdadeira “varredura” de determinadas regiões, localizando e identificando sistematicamente os sítios. [4]
João Alfredo Rohr registrou grande parte dos sítio arqueológicos em Santa Catarina e o mesmo utilizava técnicas que somente anos mais tarde foram descritas, conceituadas e consagradas por grandes arqueólogos.
Os sambaquis
[editar | editar código-fonte]Umas principais fontes de artefatos do museu, os sambaquis são depósitos construídos pelo homem, constituídos por materiais orgânicos e calcários. A palavra em Tupis que significa “monte de conchas”.[5] Amplamente encontrados no litoral catarinense, esses materiais empilhados ao longo do tempo, sofrendo a ação do tempo, acabaram por sofrer uma fossilização química, já que a chuva deforma as estruturas dos moluscos e dos ossos enterrados, difundindo o cálcio em toda a estrutura e petrificando os detritos e ossadas porventura ali existentes. Alguns grupos indígenas os utilizavam como santuário, enterrando neles os seus mortos. Outros os escolhiam como locais especiais para construir suas malocas.
História
[editar | editar código-fonte]A primeira ação para criação do museu foi a aquisição devidamente referendada por autoridade nacional da coleção que Carlos Behrenheuser, um rico negociante de Florianópolis.[6]
O museu que, em 1963 se chamava "do Homem Americano", em 1964, "do Homem do Sambaqui", por ocasião de sua reinauguração recebeu o acréscimo "Padre João Alfredo Rohr, S.J.".
O acervo
[editar | editar código-fonte]A maioria das escavações foi realizada no Sul da Ilha: na Base Aérea, na Armação do Sul, no Pântano do Sul e na Praia da Tapera. Foram também realizadas escavações na Praia das Laranjeiras (Município de Camboriú) e no Município de Itapiranga. [7][8]
A coleção contém aproximadamente oito mil objetos dos sambaquis, inclusive bonitas esculturas animais em pedra (zoolitos), mas também uns 80.000 fragmentos e algumas vasilhas de cerâmica Guarani. Quase 200 esqueletos, em ótimo estado de conservação, com idade estimada entre 1.055 e 1.552 anos. O Museu conta com uma ala de zoologia na qual há animais de várias espécies conservados através da taxidermia. O acervo ainda apresenta arte sacra, numismática (moedas e cédulas), fósseis com até 225 milhões de anos, utensílios indígenas e outros materiais. [7]
Galeria de imagens do acervo
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ webadmin. «Home - Museu». Consultado em 17 de janeiro de 2019
- ↑ Kons, Tita. «O MHS e seu acervo de obras e documentos históricos». Consultado em 17 de janeiro de 2019
- ↑ «"Pai" da arqueologia catarinense recebe homenagem póstuma na Alesc». Moacir Pereira. Consultado em 17 de janeiro de 2019
- ↑ Arqueologia e Preservação do Patrimônio Cultural: A Contribuição do Pe. João Alfredo Rohr – Por Maria José Reis e Teresa Domitila Fossari – UFSC.
- ↑ «Homens do Sambaqui: os pre-historicos de SC». ndonline.com.br. Consultado em 17 de janeiro de 2019
- ↑ «Página - IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional». portal.iphan.gov.br. Consultado em 17 de janeiro de 2019
- ↑ a b «Secretaria Municipal de Turismo, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico». www.pmf.sc.gov.br. Consultado em 17 de janeiro de 2019
- ↑ Arqueoastronomia, Barra da Lagoa Trilha Arqueológica O. Centro de; IMMA, em parceria com o Instituto Multidisciplinar de Meio Ambiente e Arqueoastronomia-; Rupestre, reune uma coleção de painéis de arte; Arqueológicos, Artefatos; Fotográficos, Painéis; Galheta, além da trilha criada para dar acesso aos monumentos megalíticos do morro da; Souza, a Trilha da Oração Rua Laurindo José de. «Museu do Homem do Sambaqui». Guia Floripa. Consultado em 17 de janeiro de 2019