Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS
Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS | |
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Informações gerais | |
Tipo | Ciência e tecnologia. |
Inauguração | 9 de dezembro de 1998 (26 anos) |
Curadora | Marco Brandalise de Andrade |
Website | www.pucrs.br/mct |
Geografia | |
País | Brasil |
Localidade | Av. Ipiranga, 6681, prédio 40,. Porto Alegre, Rio Grande do Sul. ![]() |
Coordenadas | 30° 03′ 30″ S, 51° 10′ 34″ O |
Localização em mapa dinâmico |
O Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS é um museu universitário da cidade brasileira de Porto Alegre. É um órgão de pesquisa e educação da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS, e está localizado na Avenida Ipiranga nº 6681, no bairro Partenon. O museu é um dos principais pontos turísticos de Porto Alegre e uma referência internacional em sua área de atuação.[1][2] É um dos museus interativos de ciências naturais de destaque na América Latina.[3]
História
[editar | editar código-fonte]A história do Museu de Ciências e Tecnologia inicia na década de 1960 com os esforços do professor Jéter Jorge Bertoletti para criar um Museu de História Natural. Duas solicitações formais feitas em 1961 e 1964 não deram em nada, mas em 1967 o terceiro pedido foi acolhido e em março era fundado o Museu de História Natural, que foi instalado em um pequeno espaço de 100 m2 no térreo do prédio do Instituto de Física, e já em maio mudava sua denominação para Museu de Ciências. A fundação oficial ocorreu em 4 de julho, tendo Bertoletti como primeiro diretor. Inicialmente funcionou mais como uma galeria de exposições temporárias, mas em 1969 já tinha cinco departamentos em atividade — Zoologia, Botânica, Geologia-Paleontologia, Mineralogia e Biologia — e começava a organizar os programas de cursos e pesquisa aplicada, firmando-se diversos convênios com outras instituições.[4]
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A constante expansão das atividades e aquisição de acervo em pouco tempo colocou o problema do espaço disponível, e em 1978 foram requisitados espaços em três outros prédios, só liberados em 1985, possibilitando acomodar melhor os laboratórios para a pesquisa aplicada. Em 1989 iniciou um projeto de aproximação da prática das ciências com o ensino escolar, com a construção de espaços interativos para experimentos nas áreas de Física e Matemática, vinculados a um roteiro de visitas guiadas. Alguns anos depois iniciou a construção de uma sede nova, e em 1993 a Capes financiou 112 mil dólares para a continuidade dos projetos educativos.[4]
O museu foi transferido para a nova sede no dia 11 de novembro de 1994, e foi aberto para o público em 9 de dezembro de 1998 com o nome de Museu de Ciências e Tecnologia. A mudança, que reuniu setores antes separados no espaço e pôs à sua disposição uma área muito maior, foi um grande passo para a consolidação da sua estrutura de funcionamento e do seu perfil como museu interativo, bem como para a expansão das atividades. No grande edifício que divide com o Centro de Ciências e Cultura, de 17,5 mil m², com dois subsolos e três pavimentos, 10 mil m² são destinados ao museu.[4]
Em 2002 o museu contava com 265 funcionários, já havia lançado mais de mil publicações, sua biblioteca continha mais de 21 mil títulos e o acervo chegava aos 5 milhões de itens.[4] Em 2003 era o maior museu de ciências do Brasil,[5] e em 2019 foi fundada uma Associação de Amigos para dar apoio às suas atividades.[1] Em 2019 era o museu mais visitado do estado e estava entre os cem mais visitados do Brasil.[6]
Em 2020 recebeu 180 mil visitantes,[7] e em 2022 foi visitado por mais de 240 mil pessoas.[2] Em 2023 lançou um projeto para acentuar a interatividade das exposições, buscando desenvolver ambientes imersivos para os frequentadores. Segundo o diretor Marcus Klein, "haverá mais telas, tecnologias e técnicas de imersão sem abandonar nosso propósito básico de preservar nossos acervos e popularizar a ciência de uma forma instigante".[2]
Acervo e atividades
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Sua missão oficial é "gerar, preservar e difundir o conhecimento por meio de seus acervos e exposições, contribuindo para o desenvolvimento da ciência, da educação e da cultura".[8]
O acervo tem mais de 5 milhões de peças, cobrindo uma extensa gama de áreas de estudo, incluindo equipamentos, instrumental, amostras de minerais, fósseis, exemplares de animais e plantas, artefatos arqueológicos e outros.[8][9] Seus laboratórios produzem pesquisa nas áreas de Aquacultura, Arqueologia, Botânica, Ciências da Terra, Entomologia, Herpetologia, Paleontologia, Ictiologia, Mastozoologia e Ornitologia. O museu presta consultorias, organiza encontros científicos e seminários, atividades didáticas, apresentações de teatro e exposições itinerantes, e apoia a realização de feiras de ciências em escolas.[7][10]
O visitante encontra seções de exposição convencional e outras com cerca de 700 experimentos interativos, além de dioramas, multimeios, jogos virtuais, que abordam temas de 22 áreas do conhecimento.[7] As exposições, que são renovadas periodicamente, são organizadas em torno de temas, como Mamíferos Aquáticos, Biocombustíveis, Anfíbios, Biodiversidade, Corpo Humano, Planeta Terra, Universo, Paleontologia, Minerais, Matéria e Energia, Eletricidade e Magnetismo, e outros.[9]
Nos espaços interativos, com o auxílio de mediadores o visitante é convidado a intervir em objetos, mecanismos e painéis eletrônicos para produzir determinados efeitos e ações, dos quais se tiram conclusões e aprendizados. Há uma área específica para o público infantil.[7][10] Como exemplo, o visitante pode manipular modelos de animais e plantas para estudar suas estruturas, pedalar uma bicicleta para medir sua capacidade de esforço, observar amostras em microscópios, testar a ação de painéis solares para geração de energia, acionar experimentos que demonstram a conversão de energia luminosa em ondas de som ou a ação do magnetismo sobre os objetos, obter informações sobre doenças selecionando áreas de um modelo de corpo humano, e outros.[11]
Segundo Roberta Giglio,
- "A partir da cientificidade de seus conteúdos e interatividade dos experimentos, alia teoria e prática, propicia a construção de conhecimentos acerca dos temas abordados, promovendo, também, o que se denomina de alfabetização científica. [...] São evidentes os processos e as apropriações do sujeito em relação ao conteúdo científico, pois se constitui como um ambiente que possibilita, por meio de contextos diversificados, vivências motivadoras que envolvem o indivíduo no processo de investigação científica e de compreensão da ciência como possibilidade para a prática social".[12]
Referências
- ↑ a b "Associação dos Amigos do Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS foi lançada oficialmente". Correio do Povo, 22 de janeiro de 2019
- ↑ a b c Nakamura, Pedro. "Museu da PUCRS investirá em dinossauros e universos interativos para renovar interesse jovem em ciência". Zero Hora, 21 de março de 2023
- ↑ «Museu de Ciência e Tecnologia da PUCRS». Secretaria da Cultura, Turismo, Esporte e Lazer do Rio Grande do Sul
- ↑ a b c d Schwantes, Lavínia. Educação e lazer: a produtividade do Museu de Ciência e Tecnologia da PUCRS. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2002, pp. 37-39
- ↑ "Maior museu é de Porto Alegre". Folha de S.Paulo, 30 de agosto de 2003
- ↑ Wenzel, Fernanda. "Os três museus mais populares do Rio Grande do Sul planejam reabertura". Matinal Jornalismo, 11 de fevereiro de 2021
- ↑ a b c d Massarani, L. et al. "A experiência interativa de famílias em um museu de ciências: um estudo no Museu de Ciência e Tecnologia de Porto Alegre". In: Investigações em Ensino de Ciências, 2021; 26 (1): 261–284
- ↑ a b "Institucional". Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS
- ↑ a b Giglio, Roberta. O processo de formação de mediadores no Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS: entre saberes e fazeres, o ser da mediação. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, 2016, pp. 20-21
- ↑ a b "Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS". Fundação Osvaldo Cruz
- ↑ Schwantes, pp. 48-55
- ↑ Giglio, pp. 15-16