Museu a céu aberto
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Um museu a céu aberto[1] ou museu ao ar livre[2] é um museu ou centro de arte que exibe construções e artefatos de valor artístico que não estão abrigados por um edifício destinado a essa finalidade.
Definição
[editar | editar código-fonte]Céu aberto, segundo o dicionário Oxford de inglês, é “a atmosfera não confinada... fora de edifícios…”[3] No sentido mais amplo, um museu a céu aberto é qualquer instituição que inclua um ou mais edifícios em suas coleções, fazendo reconstituições históricas ou reunindo obras de arte não abrigadas em edifícios, sendo este último caso o do Instituto Inhotim.[1]
Origens
[editar | editar código-fonte]A ideia de realização de um museu a céu aberto data da década de 1790, tendo partido do pensador suíço Charles Victor de Bonstetten, baseada numa visita deste a uma exibição de cultura camponesa no parque do Castelo de Frederiksborg na Dinamarca.[4] Ele acreditava que as tradicionais que as tradicionais casas dos camponeses deveriam ser preservadas da modernidade, mas não obteve apoio para a sua ideia.[4]
O primeiro grande passo em direção à criação dos museus a céu aberto foi dado na Noruega em 1867, quando um particular transferiu construções históricas de uma fazenda a um lugar próximo à capital Oslo (à época denominada Christiania) para visitação pública.[4] Isto, por sua vez, inspirou o rei Oscar II da Suécia, a estabelecer sua própria coleção ali próxima, mais tarde herdada pelo Museu Norueguês de História Cultural.[4] O Museu Nórdico foi fundado em Estocolmo, na Suécia, logo em seguida.[4] Em 1891, o primeiro grande museu a céu aberto foi fundado em Skansen, próximo a Estocolmo, como parte do Museu Nórdico.[4] O museu de Skansen incluiu construções rurais de toda a Escandinávia, vestimentas folclóricas, animais vivos, música folclórica, e demonstrações de artesanato.[5] O sucesso obtido em Skansen fez com que a ideia se espalhasse por vários países.
A maioria dos museus a céu aberto concentra-se na cultura rural e/ou colonial. Entretanto há museus como o The Old Town em Aarhus, Dinamarca, fundado em 1914,[6] que também mostram a cultura urbana, enquanto em outros museus desse tipo quarteirões urbanos foram adicionados aos então existentes museus de cultura rural.
Na América do Norte
[editar | editar código-fonte]Os museus a céu aberto na América do Norte, também denominados "museu de história viva", têm uma origem diferente e um pouco mais tardia que a de seus congêneres europeus, oferecendo também uma experiência diferente a seus visitantes. A primeira foi Greenfield Village, criada por Henry Ford em Dearborn, Michigan, em 1928, no qual Ford pretendia que sua coleção representasse “uma edição em miniatura da América”.[7]:153
Na América do Norte, muitos museus a céu aberto incluem intérpretes trajados a caráter, com roupas de época, realizando os trabalhos do respectivo período histórico.[7]:154 O "museu vivo" é assim visto como uma tentativa de recriação mais fiel possível de uma cultura, de um ambiente natural ou de um período histórico. O objetivo é a imersão, de forma que os visitantes experimentem a cultura específica, ambiente e período histórico usando os sentidos. As performances as práticas historiográficas foram criticadas pelos estudiosos em antropologia e teatro por muitos anos por criarem uma falsa sensação de autenticidade e precisão, assim como pela negligência no trato de questões espinhosas do passado dos Estados Unidos da América (p.ex., a escravidão e outras formas de injustiça). Mesmo antes da publicação de tais críticas, lugares como Williamsburg e outros começara a adicionar interpretações dificultosas da história.[8]
No Brasil
[editar | editar código-fonte]O Instituto Inhotim exibe obras de arte contemporânea reunidas por Bernardo Paz a partir da década de 1980,[9] além de acervo botânico, tendo sido formado o instituto em 2002 e aberto ao público em definitivo em 2006.[10]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b Guia Viajar Melhor. «Inhotim, o maior museu a céu aberto do mundo». Consultado em 21 de dezembro de 2017
- ↑ «Museu ao Ar Livre Princesa Isabel». unibave.net. Consultado em 16 de fevereiro de 2018
- ↑ Oxford English Dictionary Second Edition on CD-ROM (v. 4.0) © Oxford University Press 2009
- ↑ a b c d e f Hurt 1978, p. 368.
- ↑ Hurt 1978, pp. 368-9.
- ↑ «Cópia arquivada». Consultado em 21 de dezembro de 2017. Arquivado do original em 18 de dezembro de 2010
- ↑ a b Kenneth Hudson, Museums of Influence, Cambridge University Press, 1987.
- ↑ MAGELSSEN, Scott, Living History Museums: Undoing History Through Performance, Scarecrow Press, 2007
- ↑ «Inhotim - Histórico». Instituto Inhotim. Consultado em 21 de dezembro de 2017
- ↑ «Inhotim - Linha do Tempo». Instituto Inhotim. Consultado em 21 de dezembro de 2017
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Hurt, R. Douglas (1978). «Agricultural Museums: A New Frontier for the Social Sciences». The History Teacher. 11 (3): 367–75. JSTOR 491627
Ligações externas (em inglês)
[editar | editar código-fonte]- Association for Living History, Farm and Agricultural Museums
- Revista Digital Nueva Museologia Latin American Theory
- Main open-air museums in Britain
- European Open-air Museums An extensive list of Open-air museums in Europe.
- America's Outdoor History Museums
- Photos from Museum of Folk Architecture and Life
Páginas web de museus a céu aberto
[editar | editar código-fonte]- Instituto Inhotim
- Open Air Museum Bokrijk Leading open-air museum of Belgium, Flanders.
- Přerov nad Labem open-air museum – photo gallery
- Valachian Ethnographic Museum in Rožnov pod Radhoštěm, Czech Republic
- Hjerl Hede, an open-air museum in Denmark showing life from the early days until about 100 years ago.
- The Old Town (Den Gamle By), Aa open-air museum in Denmark showing urban life.
- Jamtli – One of Sweden's largest and oldest regional open-air museums, in Östersund.