Saltar para o conteúdo

Jean-Bertrand Aristide

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Jean-Bertrand Aristide
Jean-Bertrand Aristide
39.º Presidente do Haiti
Período 7 de fevereiro de 2001
a 29 de fevereiro de 2004
Antecessor(a) René Préval
Sucessor(a) Boniface Alexandre
37º Presidente do Haiti
Período 7 de fevereiro de 1991
a 29 de setembro de 1991
Antecessor(a) Ertha Pascal-Trouillot
Sucessor(a) Raoul Cédras
Período 15 de junho de 1993
a 7 de fevereiro de 1996
Antecessor(a) Marc Bazin
Sucessor(a) René Préval
Dados pessoais
Nascimento 15 de julho de 1953 (71 anos)
Port-Salut, Haiti
Nacionalidade haitiano
Cônjuge Mildred Trouillot-Aristide
Filhos(as) Christine Aristide
Michaelle Aristide
Partido Fanmi Lavalas
Religião Católico
Profissão Político e padre
Residência Pretória, África do Sul

Jean-Bertrand Aristide (Port-Salut, 15 de Julho de 1953) é um político haitiano e ex-padre católico salesiano, ligado à teologia da libertação, que foi presidente do Haiti em três períodos: em 1991, de 1994 a 1996, e novamente de 2001 a 2004.

Os apoiadores de Aristide o consideram "o primeiro líder democraticamente eleito do Haiti" e também um "amigo dos pobres". Já seus críticos dizem que ele se tornou ditatorial e corrupto. Dentre as várias acusações de corrupção contra Aristide,[1][2][3][4] a mais famosa foi feita por Christopher Caldwell em julho de 1994. Caldwell reportou que Aristide ordenou a receita do tráfego de chamada internacional de telefone do Haiti, manipulados pela divisão latino-americana da AT&T, ser transferida para uma conta bancária offshore no Panamá.[5] Uma vez tendo chegado ao poder, e que atingiu por duas vezes uma impopularidade tal que teve que ser afastado do governo: primeiramente através de um golpe militar (em setembro de 1991) e novamente em 2004, numa situação mal explicada na qual foi retirado do país por militares norte-americanos com apoio de militares brasileiros[6] em um momento de quase iminência de um confronto entre integrantes de um levante armado do qual tomavam parte principalmente ex-militares haitianos e tontons macoutes e apoiantes de Aristide em Porto Príncipe.

Golpe militar em 2004

[editar | editar código-fonte]

No fim de setembro de 2004, são divulgados em Santo Domingo (República Dominicana) os resultados preliminares de uma Comissão de pesquisa sobre o Haiti, liderada pelo antigo procurador geral dos Estados Unidos, Ramsey Clark. A comissão revela que "os governos dos Estados Unidos e da República Dominicana teriam participado do fornecimento de armas e do treinamento, neste país, dos ’rebeldes’ haitianos". Ela constata que 200 soldados das Forças Especiais norte-americanas chegaram à República Dominicana para participar de exercícios militares, em fevereiro de 2003. Com uma autorização do presidente Hipólito Mejía, eles realizam "nas proximidades da fronteira, numa zona em que, precisamente, os ex-militares haitianos lançam regularmente ataques contra instalações do Estado haitiano".[7]

O avanço destes bandos armados permitiria ao embaixador dos Estados Unidos, James Foley, no dia 29 de agosto de 2004, empurrar o presidente para a porta de saída, auxiliado por Paris nesta tarefa e no estabelecimento de uma Força de Paz. Buscando uma reconciliação depois da crise iraquiana, a França não pretende deixar que Washington cavalgue sozinha, sob risco de perder a influência sobre uma ilha à qual é ligada por laços históricos. Pedindo indenizações de mais de 21 bilhões de dólares, Aristide a irritou fortemente, inclusive.[7]

Depois de sofrer esta segunda deposição, Aristide refugiou-se na África do Sul. De lá, afirmou que ainda era o legítimo presidente do Haiti, pois não renunciara, e que forças dos Estados Unidos o haviam sequestrado para tirá-lo do poder.[8] Em março de 2017, quando saía de um tribunal em Porto Príncipe, a caravana de Aristide sofreu um atentado a tiros, mas o ex-presidente saiu ileso.[9]

Referências

  1. O'Grady, Mary Anastasia (28 de julho de 2008). «Aristide's American Profiteers». Opinion. Wall Street Journal. Consultado em 14 de fevereiro de 2010 
  2. O'Grady, Mary Anastasia (3 de junho de 2005). «Aristide's Past Deserves More Intense Scrutiny». Opinion. Wall Street Journal. Consultado em 14 de fevereiro de 2010 
  3. O'Grady, Mary Anastania (12 de fevereiro de 2007). «The Haiti File». Opinion. Wall Street Journal. Consultado em 14 de fevereiro de 2010 
  4. Vardi, Nathan (10 de dezembro de 2009). «Will Bribery Probe Hit IDT? Company dealt with indicted Haitian telco official». Forbes.com. Consultado em 14 de fevereiro de 2010 
  5. "Aristide Development". American Spectator Vol. 027 Issue 007 (1 July 1994)
  6. «Estratégia brasileira para o Haiti passava por manter Aristide fora do país; leia». Wikileaks. Folha de S.Paulo. 12 de fevereiro de 2007. Consultado em 6 de outubro de 2005 
  7. a b «Aristide, víctima y verdugo | El Dipló». www.insumisos.com. Consultado em 12 de janeiro de 2019 
  8. «BBC Brasil». www.bbc.com. Consultado em 28 de fevereiro de 2022 
  9. «Ex-presidente haitiano Aristide escapa ileso de atentado a tiros». Exame. 20 de março de 2017. Consultado em 28 de setembro de 2017 

Ligações externas

[editar | editar código-fonte]

Precedido por
Ertha Pascal-Trouillot

Presidente do
Haiti

1991
Sucedido por
Raoul Cédras
Precedido por
Raoul Cédras

Presidente do
Haiti

1993 - 1994
Sucedido por
Émile Jonassaint
Precedido por
René Préval

Presidente do
Haiti

2001 - 2004
Sucedido por
Boniface Alexandre
Ícone de esboço Este artigo sobre um(a) político(a) é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.