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Greco-budismo

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O greco-budismo consiste no sincretismo cultural entre a cultura grega e o budismo. Desenvolveu-se durante 800 anos, entre o século IV a.C. e o século V d.C. na Ásia do Sul, no território que atualmente constitui os estados do Afeganistão e Paquistão. O greco-budismo influenciou o desenvolvimento artístico (e possivelmente também conceitual) do budismo - em especial da escola Mahayana - antes de sua adoção no centro e no nordeste da Ásia a partir do século I d.C., e posterior chegada à China, a Coreia e o Japão.[1][2]

Representação de Vajrapani com Héracles (à direita), como protetor de Buda, século II.

Nas regiões a ocidente do subcontinente indiano existiam reinos gregos na Báctria (norte do Afeganistão) desde o tempo da conquista de Alexandre Magno em 326 a.C.. Cronologicamente surgiria primeiro o Império Selêucida e mais tarde o Reino Greco-Bactriano (a partir de 250 a.C.).

O rei greco-bactriano Demétrio I invadiu a Índia até Pataliputra em 180 a.C., tendo estabelecido um Reino Indo-Grego que duraria em partes do norte da Índia até o século I a.C..

O rei indo-greco Menandro I (rei entre 160-135 a.C.) teria se convertido ao budismo. As moedas deste rei apresentam a referência "Rei Salvador" em grego e por vezes desenhos da "roda do dharma". Após a sua morte, a honra de partilhar os seus restos mortais foi disputada pelas cidades que governou, tendo sido os seus restos colocados em stupas. Os sucessores de Menandro inscreveram a fórmula "Seguidor do Dharma" em várias moedas e retrataram-se realizando a mudra vitarka.

Influência no budismo maaiana

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A interacção entre a cultura helenística e budista pode ter tido alguma influência sobre a evolução do Mahayana, pois esta tradição apresenta uma perspectiva filosófica e um tratamento do Buda como um deus que faz lembrar os deuses gregos. É também por esta altura que surgem as primeiras representações antropomórficas de Buda.

Referências

  1. Vassiliades, Demetrios Th. 2016. Greeks and Buddhism. Athens, Indo-Hellenic Society for Culture & Development ELINEPA.
  2. Baums, Stefan, and Andrew Glass. 2002– . Catalog of Gāndhārī Texts, no. CKI 32 Arquivado em 2018-08-21 no Wayback Machine
  • Jerry H. Bentley. Old World Encounters: Cross-cultural Contacts and Exchanges in Pre-modern Times. Oxford–NY: Oxford University Press, 1993. ISBN 0-19-507639-7
  • John Boardman. The Diffusion of Classical Art in Antiquity. Princeton, NJ: Princeton University Press, 1994. ISBN 0-691-03680-2
  • Shravasti Dhammika, trans. The Edicts of King Asoka: An English Rendering. Kandy, Sri Lanka: Buddhist Publication Society, 1993. ISBN 955-24-0104-6
  • Richard Foltz. Religions of the Silk Road, 2nd edition, New York: Palgrave Macmillan, 2010 ISBN 978-0-230-62125-1
  • Georgios T. Halkias, “When the Greeks Converted the Buddha: Asymmetrical Transfers of Knowledge in Indo-Greek Cultures”, in Trade and Religions: Religious Formation, Transformation and Cross-Cultural Exchange between East and West, ed. Volker Rabens. Leiden: Brill, 2013, p. 65–115.
  • Kubica, Olga (2023). Greco-Buddhist relations in the Hellenistic Far East : sources and contexts. New York: Routledge. ISBN 9781003258575 
  • Robert Linssen. Living Zen. NY: Grove Press, 1958. ISBN 0-8021-3136-0
  • Lowenstein, Tom (1996). The vision of the Buddha. [S.l.]: Duncan Baird Publishers. ISBN 1-903296-91-9 
  • Thomas McEvilley. The Shape of Ancient Thought: Comparative Studies in Greek and Indian Philosophies. NY: Allworth Press and the School of Visual Arts, 2002. ISBN 1-58115-203-5
  • William Woodthorpe Tarn. The Greeks in Bactria and India. Cambridge: Cambridge University Press, 1951, ISBN 81-215-0220-9
  • Marian Wenzel. Echoes of Alexander the Great: Silk Route Portraits from Gandhara, foreword by the Dalai Lama. Eklisa Anstalt, 2000. ISBN 1-58886-014-0
  • Paul Williams. Mahāyāna Buddhism: the Doctrinal Foundations. London–NY: Routledge, 1989. ISBN 0-415-02537-0
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