Saltar para o conteúdo

FAdeA

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Fábrica Argentina de Aviones
FAdeA
FAdeA
FMA IA-63 Pampa
Razão social Fabrica Argentina de Aviones SA
Fundação 10 de outubro de 1927 (97 anos)
Fundador(es) Argentina Governo da Argentina
Produtos Aviões e peças aeronáuticas
Website oficial Sítio oficial da FAdeA

A Fabrica Argentina de Aviones, antes Instituto Aerotécnico; Fábrica Militar de Aviones - FMA e Lockheed Martin Aircraft Argentina, é a mais antiga fabricante de aviões da América Latina, localizada em Córdova, na Argentina.[1]

Sua fundação ocorreu em 10 de outubro de 1927, tendo o governo argentino como sócio majoritário. Em 1995, durante o governo de Carlos Menem, foi concedida para a empresa norte-americana Lockheed Martin.

A concessão seria de 25 anos, mas no dia 24 de março de 2009, o Senado Argentino enviou um projeto de lei para a presidente Cristina Kirchner com a proposta de reestatizar a empresa, o que ocorreu em 17 de dezembro do mesmo ano, quando a empresa recebeu a denominação atual.[2][3]

A FAdeA desenvolveu inúmeros protótipos de aviões comerciais que nunca foram produzidos em larga escala, passando então a montar aviões sob licença.

Os prefixos utilizados para os aviões locais são:

  • Ae, para "Direccion General de Aerotecnica", no período de 1927 a 1936;
  • F.M.A., "para Fabrica Militar de Aviones", no período de 1938 a 1946;
  • I.Ae, para "Instituto Aerotécnico", no período de 1943 a 1952;
  • IA, no período de 1952 até 2007.

Aviões supersônicos

[editar | editar código-fonte]

Foi uma das primeiras indústrias aeronáuticas do mundo a trabalhar com um projeto de aviões supersônico, o FMA I.Ae. 37, construído em 1953.[4]

Aeronaves e projetos

[editar | editar código-fonte]
Ano Modelo Construídos Observações
Iniciou como Instituto Aerotecnico
1928 Avro 504K "Gosport" 31 Treinador biplano básico, sob licença. Primeira aeronave construída pela FMA.
1930 Dewoitine D.21 35 Biplano de combate, sob licença.
1931 Ae.C.1 1 Aeronave Civil de transporte (versão inicial); treinador básico (última versão). Primeiro design nacional.
1932 Ae C2 / Ae.M.E.1 2 Aeronave civil de transporte (C2); treinador básico militar (M.E.1)
1933 Ae.T.1 3 Aeronave de transporte comercial
1934 Ae.M.O.1 41 monplano de observação
1934 Ae.M.Oe.1 / Ae.M.Oe.2 6+14 Variante do Ae.M.O.1, observação e treinamento
1934 Ae.C.3 16 Aeronave civil
1935 Ae.M.B.1 / Ae.M.B.2 Bombi 1+14 Primeiro bombardeiro construído pela FMA
1935 Ae. M.S.1 1 Aeronave ambulância
1936 Ae.C.3G 1 Aeronave civil para passageiros.
1936 Ae.C. 4 1 Versão melhorada do protótipo C.3G
Nome alterado para Fabrica Militar de Aviones
1940 Curtiss Hawk 75 20 Fabricado sob licença do fabricante norte-americano do Curtiss Hawk 75
1940 Focke-Wulf Fw-44J "Stieglitz" 190 Fabricado sob licença do fabricante alemão Focke-Wulf Fw 44
1940 F.M.A. 20 "El Boyero" (I.Ae. 20) 130 Aeronave civil construída pelas "Industrias Petrolini"
1943 F.M.A. 21 1 Protótipo de treinador avançado, baseado no norte-americano NA-16-1P fuselage.
1943 I.Ae. 22 "DL" 206 Treinador avançado
1945 I.Ae. 23 1 Protótipo de treinador básico, baseado no Focke-Wulf Fw44J
1945 I.Ae. 25 Mañque 1 Assalto/transporte.
1946 I.Ae. 24 Calquín 100 Ataque e bombardeiro leve
1947 I.Ae. 27 Pulqui I 1 Protótipo de caça a jato, primeiro do tipo construído na América Latina.
1947 I.Ae. 31 Colibrí 3 Treinador de dois assentos.
1948 I.Ae. 30 Ñancú 1 Caça e ataque (protótipo)
1949 I.Ae. 32 Chingolo 1 Transporte e treinamento
1949 I.Ae. 34 Clen Antú 3+1+3 Planador, asa voadora. desenhado por Reimar Horten.
1950 I.Ae. 33 Pulqui II 5 Primeiro caça desenvolvido na América Latina.
1953 I.Ae. 35 Huanquero 2+3+20+9(+1+1) Avião de transporte; variantes "Constancia" e "Pandora", aviões executivos.
1953 I.Ae. 41 Urubú 4 Planador, desenhado por Reimar Horten.
1953 I.Ae. 43 Pulqui III 0 Projeto, caça supersônico.
I.Ae. 36 "Cóndor" 0 Projeto não realizado, transporte civil.
1954 I.Ae. 37 1 Interceptador supersônico com asas delta, desenhado por Reimar Horten. Apenas protótipo.
1960 I.Ae. 38 Naranjero 1 transporte e cargueiro, desenhado por Reimar Horten.
1953 I.Ae. 44 "DL" II 0 Treinador avançado (projetado e não construído)
1959 I.Ae. 45 Querandí 2 Transporte executivo
1957 I.Ae. 46 Ranquel 101+116 2 assentos.
1960 IA 35 Guaraní I 1 Transporte, derivado do I.Ae. 35 "Huanquero"
1963 FMA IA 50 Guaraní II 1+2+18+14 Transporte, derivado do IA 35 Guaraní I
Beechcraft T-34 Mentor 75 Treinador, sob licença
1960 Morane-Saulnier MS-760 Paris 48 Trainador, sob licença
1975 FMA IA 58 Pucará 120 Avião leve de ataque.
1990 Embraer/FMA CBA 123 Vector 2 Turbohélice regional de 19 passageiros, com conjunto com a Embraer, apenas protótipos.
FMA SAIA 90 Caça supersônico, apenas no projeto (meados dos anos 1980)
1984 FMA IA 63 Pampa 20+12 Treinador avançado AT-63, ainda em produção
1998 PA-25 "Puelche" 1 Monoposto para pulverização agrícola, fabricado sob licença da Piper (PA-25 Pawnee)
Nome alterado para Lockheed Martin Aircraft Argentina SA
1999 A-4AR Fightinghawk 18 Modernização. Outros 18 pela Lockheed Martin, em Pasadena, CA.
2003 T-34 Mentor Reforma para as forças aéreas da Argentina e Bolívia.
2006 C-130 Hercules Reforma para as forças aéreas da Argentina e Colômbia.
Nome alterado para FAdeA
2014 FAdeA IA-100 Malvina 1 Protótipo de aeronave de treinamento

Renacionalização

[editar | editar código-fonte]

Alegando graves violações do contrato pela concessionária, o governo argentinou justificou a rescisão unilateral por parte do Estado. Em 17 de dezembro de 2009, a lei número 26.501, aprovada pelo Congresso, autorizou a recompra das ações junto à Lockheed Martin. Foi divulgado que as metas de produção de aeronaves militares civis seriam mantidas.[5]

Em 2007 surgiu a notícia de que o governo argentino estaria buscando uma parceria com a brasileira Embraer. Apesar dos rumores a notícia não foi confirmada oficialmente.[6]

Sem novos projetos e com dificuldades de comercialização de suas aeronaves ainda em produção, o governo argentino cogitou o fechamento da FAdeA. Porém, a ideia não foi adiante.

A empresa tentou vender aeronaves de treinamento Pampa para alguns países, como Paraguai e Guatemala, sem sucesso.[7][8][9]

Aviões em produção

[editar | editar código-fonte]
  • IA 63 Pampa - avião de treinamento de motor a jato.
  • PA 25 "Puelche" - avião agrícola para pulverização, produzido sob licença da Piper Aircraft (PA-25 Pawnee).[10]

Galeria de imagens

[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Ltda, Inner Editora. «Mais antiga fábrica de aviões da América do Sul amplia demissões de funcionários · AERO Magazine». AERO Magazine. Consultado em 20 de junho de 2019 
  2. «FAdeA: A fábrica argentina que projetou alguns dos mais modernos aviões de guerra do mundo e hoje está na berlinda». Defesa Aérea & Naval. 8 de janeiro de 2018. Consultado em 20 de junho de 2019 
  3. «Argentina anuncia estatização de fábrica de aviões da Lockheed Martin». Terra. Consultado em 20 de junho de 2019 
  4. Vinholes, Thiago. «As flechas argentinas». Airway. Consultado em 20 de junho de 2019 
  5. «Histórico» (em espanhol). FAdeA. Consultado em 24 de Maio de 2013 
  6. «Embraer confirma negociação com governo da Argentina». UOL. 22 de Fevereiro de 2008. Consultado em 26 de Janeiro de 2016 
  7. «DefesaNet - Argentina - FAdeA está na berlinda e pode ser fechada». DefesaNet. Consultado em 20 de junho de 2019 
  8. Vinholes, Thiago Vinholes (13 de maio de 2019). «Argentina avança em negociações do jato Pampa para Guatemala e Paraguai». Airway. Airway. Consultado em 20 de junho de 2019 
  9. «ARGENTINA: Crise na FAdeA». Cavok Brasil - Notícias de Aviação em Primeira Mão. 7 de fevereiro de 2017. Consultado em 13 de setembro de 2023 
  10. «PA-25 Puelche | FAdeA» (em espanhol). Consultado em 20 de junho de 2019 

Ligações externas

[editar | editar código-fonte]