Elisa Dias Veloso
Elisa Dias Veloso | |
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Nome completo | Elisa Dias Veloso |
Nascimento | 16 de fevereiro de 1914 (110 anos) Minas Gerais, Brasil |
Nacionalidade | Brasil brasileira |
Ocupação | psicóloga, professora |
Elisa Dias Veloso, nasceu no dia 16 de fevereiro de 1914. Psicóloga mineira, professora do Instituto de Educação de Minas Gerais entre 1938 e 1941.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Nasceu em Minas Gerais. Estudou na Escola de Aperfeiçoamento de Professores de Minas Gerais, em Belo Horizonte, no período entre 1936 e 1941. Nessa época, teve grande contato com Helena Antipoff, na sua formação profissional. No Departamento Administrativo do Serviço Público – DASP -, em um curso sobre seleção, orientação e readaptação profissional, entre 1945 e 1948, e no Instituto de Seleção e Orientação Profissional – ISOP - , em curso sobre Psicoterapia do Menor, em 1948, trabalhou com Mira y Lopes. Em busca de intercâmbio e treinamento avançado, fez estágios em clínicas da Grã-Bretanha (1952) e dos Estados Unidos (1965-1966) e participou de Seminário sobre Saúde Mental Infantil, em Montevidéu (1955), na condição de bolsista da ONU, da Comissão Fulbright e do Conselho Britânico.
Atuou como pesquisadora e psicóloga clínica, tendo sido muito importante para consolidação da área. Ministrou aulas de Psicologia no Instituto de Educação de Belo Horizonte entre 1938 e 1941. No Rio de Janeiro, trabalhou no Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos, onde permaneceu de 1941 a 1944. De 1944 a 1969, trabalhou no Departamento Nacional da Criança, onde contribuiu para questões relacionadas ao Centro de Orientação Juvenil – COJ, órgão fundado por Helena Antipoff e incorporado à Seção de Orientação Social da Divisão de Proteção Social do Departamento Nacional da Criança.[1] Elisa Dias Velloso, em 1952, realizou, como diretora do COJ visitas de estudos em escolas para "excepcionais" na Inglaterra e na Escócia, divulgando a estruturação do trabalho realizado nessas instituições no Boletim da Sociedade Pestalozzi do Brasil. Defendia a importância da observação de outros centros da mesma área para o crescimento do próprio COJ.
No campo da assistência psicológica ao adolescente, desenvolveu atividades de treinamento profissional e pesquisa, realizadas com equipes multi-disciplinares e através de clínicas de orientação, importantes nos serviços ambulatórios médicos, oferecerendo assistência ao adolescente e ao seu meio familiar e social. Elisa fazia atendimentos psicológicos de crianças e adolescentes, oferecia supervisões à equipe de Psicologia e realizava reuniões clínicas com discussões de casos. Além disso, foi diretora no período de 1960 a 1964. No COJ trabalhou com Leme Lopes e conheceu Padre Bankö.[1]
Participou de cursos e estágios na Inglaterra nos Estados Unidos e no Uruguai, nas décadas de 1950 e 1960. Ministrou aulas na pós-graduação médica da Escola Nacional de Saúde Pública, entre 1960 e 1964, na graduação e na pós-graduação da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC-RJ -, entre 1960 e 1969, e cursos e conferências em diversos estados brasileiros.
Foi membro da Associação Brasileira de Psicologia Aplicada, da Sociedade Interamericana de Psicologia, da Associação Internacional de Psicologia Aplicada e da Internacional Couincil of Psychologists e Comissão Interministral, na qual foi uma das responsáveis pela elaboração de um anteprojeto de lei que criava os Conselhos de Psicologia.
Entre 1974 e 1976, teve participação ativa no Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro eentre 1976 e 1979, no Conselho Federal de Psicologia, do qual foi presidente da comissão de ética. Participu de pesquisas sobre recreação infantil em abrigos para menores desamparados. Publicou cerca de cinquenta artigos, ganhou o Prêmio Dante Moreira Leite, pelo Conselho Federal de Psicologia e foi homenageada no Seminário Interdisciplinar da Associação Brasileira de Psicologia Aplicada.[1]
Citações
[editar | editar código-fonte]- “Um dos aspectos importantes que o psicólogo precisa considerar nessa escolha se refere às suas próprias limitações, quanto à experiência e treino, em relação a uma nova prova. Antes de familiarizar-se com um determinado teste, não deve utilizá-lo, evidentemente, como bases para diagnóstico. No COJ, as novas provas a serem introduzidas são sempre antes ensaiadas (...).” (VELLOSO et al., 1956b, p. 128)
- “As técnicas de trabalho foram evoluindo num sentido de maior profundidade. Com o decorrer dos anos, toda a equipe — incluindo os estagiários — sentiu a necessidade de se submeter a uma análise pessoal. A formação regular de psicanalista foi o caminho dos médicos, que naquela época era facultada somente a eles. Hoje, a formação psicanalítica é acessível também aos psicólogos.”
Referências
- ↑ a b c CAMPOS, R. H. F. (2001). Dicionário biográfico da psicologia no Brasil: Pioneiros. Rio de Janeiro: Imago/CFP. ISBN 9788531207600
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- ANTUNES, M. A. M. (Org.) ; CAMPOS, R. H. F. (Org.) ; CONDE, H. (Org.) ; GUEDES, Maria Do Carmo (Org.) ; MASSIMI, Marina (Org.) ; PACHECO FILHO, R. A. (Org.) ; GOMES, W. B. (Org.) . Dicionário Biográfico da Psicologia no Brasil - Pioneiros (Edição Virtual). 2. ed. São Paulo, SP: BVS-PSI - Ministério da Saúde, 2007. v. 1. 300p .
- CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, Biografia: Elisa Dias Veloso. Psicologia: Ciência e Profissão, v.18, n.2, 1998.
- GUEDES, Neide. Entrevista. Rio de Janeiro, 29 jan. 2001. Entrevista concedida a Karina Pereira Pinto.
- Scielo - Psicologia: ciência e profissão - http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98931998000200010 http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1414-98931986000100012&script=sci_arttext
- Periódicos eletrônicos em psicologia: Psicologia da educação - http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S1414-69752010000100003&script=sci_arttext
- FGV Aspectos da fobia escolar http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/abpa/article/view/16992