Dialeto da serra amazônica
Dialeto da serra amazônica Dialeto do arco do desflorestamento | ||
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Falado(a) em: | Pará Maranhão Mato Grosso Tocantins Rondônia | |
Região: | Parte da Região Norte do Brasil e áreas próximas | |
Total de falantes: | sem números exatos | |
Posição: | Não se encontra entre os 100 primeiros | |
Família: | Indo-europeia Língua portuguesa Português brasileiro Dialeto da serra amazônica | |
Estatuto oficial | ||
Língua oficial de: | sem reconhecimento oficial | |
Regulado por: | sem regulamentação oficial | |
Códigos de língua | ||
ISO 639-1: | --
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ISO 639-2: | ---
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O dialeto da serra amazônica,[1] ou como as vezes é chamado, dialeto do arco do desflorestamento, é um dialeto do português brasileiro. É erroneamente considerado como parte da amazofonia (dialeto nortista).[2][3]
Conhecido na sua região geográfica como "sotaque dos migrantes",[4] não é um dialeto coeso, justamente por sua peculiaridade de formação. Sua característica marcante é a forte pronúncia do "s", de forma semelhante ao paulista, e outras peculiaridades.[5] Diferencia-se do dialeto tradicional amazônida e nordestino, por ter uma pronuncia e vocalização mais próxima do caipira e do sertanejo.[2]
Esse dialeto existe no sudeste do Pará,[6] sudoeste do Maranhão, norte do Mato Grosso, centro e sul de Rondônia e no oeste, centro e norte do Tocantins[7] desde meados da década de 1970, quando houve uma imigração desordenada de nordestinos, goianos, sudestinos e sulistas[8] para a região, atraídos pelas ofertas de terras baratas e acessíveis em abundância.[9] O dialeto, inclusive, quase que sobrepõe sua área de influência na fronteira agrícola Amazônica.
O termo "Serra Amazônica" ou "Amazônico das Serras" foi cunhado pela primeira vez para identificar este dialeto nos trabalhos do I Colóquio de Letras da FPA em 2010.[10]
Léxico
[editar | editar código-fonte]Segue algumas palavras e expressões e o significado delas:[11]
Dialeto da serra amazônica | Significado |
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Broco | Sem equilíbrio |
Cê | Você |
Pão de sal | Pão francês |
Lapada, panada | Pancada ou batida muito forte |
Grafite | Lapiseira |
Ponta de grafite | Grafite |
Catiroba | Pessoa mal-cuidada consigo mesma |
Inãn! | Expressão de negação, usado no lugar "ah não!" |
Mérmã, mermão | Redução e junção de "minha irmã/meu irmão" |
Estribado, buiado |
Que tem muito dinheiro |
Azeite | Óleo de coco |
Ó | Expressão para afirmar ou chamar atenção para algo |
Beijú | Tapioca |
Geladinha | Sacolé, chope, din-din |
Gongo, matipó | Diplópode, Bicho-do-coco |
Apelar | Perder a paciência rapidamente |
Prego | Indivíduo inconveniente, indivíduo que aprende com muita dificuldade |
Milho da pipoca, bicho da pipoca, mí-dibuiado (milho debulhado) |
Algo muito bom, legal |
Patinha | Regador de plantas |
Fólio | Folia, alegria |
Muringa, moringa | Recipiente de armazenar água, Cantil |
Rabeta | Pequena embarcação motorizada |
Enfastiado | Sem fome, cansado |
Pila | Ladrão, assaltante |
Melado, mé | Cachaça |
Cobrão | Alguém que dorme muito |
Referências
- ↑ 10º Encontro Norte-Nordeste de estudantes de Pedagogia. Paper sobre as características do Pará e da cidade de Cametá. Fevereiro de 2012
- ↑ a b SILVA, Idelma Santiago da (2006). Fronteiras Culturais: alteridades de migrantes nordestinos e sulistas na região de Marabá. Marechal Cândido Rondon: Revista Espaço Plural - Unioeste
- ↑ SAGHIE, Najla Fouad (org.) (2010). Variedades da Língua Portuguesa no Brasil. Brasília: Centro Universitário Unieuro
- ↑ «Cultura Amazônica». XPG-UOL
- ↑ «Fala NORTE». Fala UNASP - Centro Universitário Adventista de São Paulo. Consultado em 25 de setembro de 2012. Arquivado do original em 22 de dezembro de 2012
- ↑ BATISTA, Marcos dos Reis. «Considerações acerca do intercultural no ensino do Português Brasileiro para falantes de outras línguas: Por Que e Para Quê?» (PDF). Faculdade Pan-Americana
- ↑ Gomes, Altair Martins. A escrita oralizada dos anúncios populares em Ceilândia : uma perspectiva ecolinguística (Tese de doutorado). Brasília: Universidade de Brasília Instituto de Letras, Departamento de Linguística, Português e Línguas Clássicas, Programa de Pós-Graduação em Linguística, 2015.
- ↑ BAHIA, Sônia Cristina Arias. Plano Estadual de Saúde do Pará: 2012-2015. Belém: Ministério Público do Estado do Pará, 2012. p. 22.
- ↑ «O que é Amazônia?». Associação de Defesa do Meio Ambiente Araucária (AMAR). Consultado em 27 de dezembro de 2011. Arquivado do original em 22 de dezembro de 2012
- ↑ BRITO, Heloíde Lima de; SANTOS, Mayra Suany Ferreira dos. (et. all.). Os Dialetos Paraenses. I Colóquio de Letras da FPA: Do Dialeto à Literatura Paraense: Conhecendo o Universo Linguístico-Literário Regional. Capanema: Faculdade Pan-Americana, 2010.
- ↑ ATZINGEN, Noé von (2004). Vocabulário regional de Marabá. [S.l.]: Fundação Casa da Cultura de Marabá. 127 páginas