Decote
Decote (do francês décolletage ou décolleté) é o recorte ou abertura em uma roupa que deixa à mostra os ombros, parte dos seios ou as costas. A versão vitoriana deixava os ombros à mostra. O decote é um componente tradicional de vestidos toalete e vestidos de baile. A IFFA (International Federation of Associations of Anatomists), associação que dá nomes as partes do corpo, chama a região exposta pelo decote de “sulco intermamário ou fissura intermamária”.
Em muitas sociedades europeias entre o Renascimento e o século XIX, usar vestidos decotados que expunham os seios era mais aceitável do que no início do século 20; Pernas, tornozelos e ombros nus femininos foram considerados mais ousados do que seios expostos. Nos círculos aristocráticos e da classe alta, a exibição de seios era às vezes considerada um símbolo de status; um sinal de beleza, riqueza e posição social. O peito nu invocava associações com esculturas de nus artísticos da Grécia clássica que influenciaram a arte, escultura e arquitetura do período.[1] A popularização do sutiã na década de 1950 tornou mais comum o uso de decotes e a busca por implantes de silicone nos seios.
Interesse pelo decote
[editar | editar código-fonte]Psicologistas evolutivos teorizam que ao contrário dos humanos, que têm seios permanentemente largos, nos primatas as mamas aumentam somente no período da ovulação para chamar a atenção do macho, mesmo que essa fêmea não esteja realmente fértil.[2]
O zoologista e etologista inglês Desmond Morris teoriza em seu livro O Macaco Nu que o decote expressivo mostra os seios de forma semelhante à fenda ou ao cofrinho em sua exposição parcial, formada entre as nádegas, o que pode resultar na atração masculina.[3]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ Gent, Lucy; Llewellyn, Nigel, eds. (1990). Corpos renascentistas: a figura humana na cultura inglesa c. 1540-1660. Londres: Reaktion Book
- ↑ Charles B. Crawford & Dennis Krebs (eds.), "How Mate Choice Shaped Human Nature", Handbook of Evolutionary Psychology: Ideas, Issues, and Applications, Lawrence Erlbaum Associates (1998).
- ↑ Desmond Morris, Manwatching. A Field Guide to Human Behavior.. New York: Harry N. Abrams, Inc., 1977. ISBN 0-8109-1310-0