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Controvérsia Essjay

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Histórico
  • 31 de Julho de 2006: The New Yorker publica matéria sobre a Wikipedia feita por Schiff, a qual apresenta uma entrevista com Essjay.
  • Janeiro de 2007: Essjay é contratado pela Wikia.
  • 7 de Janeiro de 2007: Essjay posta detalhes autobiográficos em sua página de usuário na Wikia, informando nome, idade, histórico de empregos anteriores desde a idade de 19 anos e cargos dentro dos vários projetos da Wikimedia Foundation. Estes detalhes são muito diferentes das declarações anteriores feitas na página de usuário de Essjay na Wikipedia, sobre suas credenciais acadêmicas e profissionais.
  • 23 de Fevereiro de 2007: Wales anuncia a nomeação de Essjay para o Wikipedia's Arbitration Committee (Comitê de Arbitragem da Wikipedia).
  • 28 de Fevereiro de 2007: Radar Online faz uma verificação sobre a correção dos dados apresentados no artigo do The New Yorker.
  • 3 de Março de 2007:
    • Wales faz uma declaração em sua página de discussão na Wikipedia.
    • Essjay anuncia sua saída da Wikipedia em sua página de discussão na Wikipedia.
  • 5 de Março de 2007: A matéria recebe cobertura do New York Times.
  • 6 de Março de 2007: O assunto é abordado no World News with Charles Gibson.
  • 7 de Março de 2007: A matéria é tratada num artigo da Associated Press reproduzida por mais de 100 órgãos da mídia listados no cache de notícias do Google.
  • 19 de Março de 2007: O The New Yorker publica as desculpas formais de Wales.

A controvérsia Essjay surgiu em Fevereiro de 2007 logo após a revista The New Yorker ter observado que Essjay, proeminente editor e administrador da Wikipédia anglófona, mais tarde auto-identificado como Ryan Jordan, havia feito afirmações falsas em sua página de usuário na Wikipedia[1][2][3][4] e numa entrevista telefônica[5] relativas à sua idade, trabalho, atividades, carreira e certificação acadêmica.[6][7] Embora Essjay, que trabalhou na Wikia durante um curto período, afirmasse que possuía doutorado em teologia e lei canônica e que era professor titular numa universidade particular,[8] ele era de facto um desistente de uma escola politécnica no estado norte-americano de Kentucky. A discrepância na titulação foi trazida à atenção do público em fins de Fevereiro de 2007 quando o The New Yorker acrescentou uma nota editorial ao artigo de Julho de 2006 sobre a Wikipedia, pelo qual Essjay havia sido entrevistado[5].

A reação à divulgação foi bastante ampla, abrangendo comentários e artigos na mídia eletrônica e impressa. A comunidade da Wikipedia vistoriou as edições de artigos de Essjay no sítio para verificar sua exatidão, ao mesmo tempo em que eram criadas e debatidas várias propostas para aperfeiçoar o tratamento do projeto quanto a identificação e credenciais.

Jimmy Wales, fundador da Wikipedia e presidente da Wikia,[9] inicialmente defendeu o uso de credenciais falsas por parte de Essjay, declarando que "eu considero [Essjay] como um pseudônimo e não tenho qualquer problema quanto a isso."[5] Todavia, posteriormente, quando percebeu que as credenciais falsas haviam sido utilizadas em "disputas de conteúdo","[8] Wales retirou seu apoio e pediu que Essjay renunciasse aos seus cargos voluntários na Wikipedia e ao seu emprego pago como Community Manager na Wikia.[1] Em Março de 2007, Essjay anunciou sua saída da Wikipedia.

O The Courier-Journal de Louisville, Kentucky informou que Jordan havia frequentado, mas jamais se formado, pelo Centre College e pelo Bluegrass Community and Technical College (anteriormente conhecido como Lexington Community College). O jornal também declarou que apesar da afirmação de Jordan de haver sido administrador de massa falida por um período de três meses, a empresa mencionada negou que ele sequer hovesse trabalhado lá.[8]

A entrevista ao The New Yorker

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Imagem de Essjay de seu perfil na Wikia.

Stacy Schiff, uma jornalista do The New Yorker e vencedora do Prêmio Pulitzer, entrevistou Essjay como fonte para um artigo sobre a Wikipedia ("Know It All" 31 de Julho de 2006), para o qual ele lhe havia sido recomendado por um membro da Wikimedia Foundation. De acordo com The New Yorker, Essjay "estava ansioso por descrever seu trabalho como administrador da Wikipedia mas não gostaria de identificar-se além da confirmação dos dados biográficos que apareciam em sua página de usuário."[5] Descrevendo entre suas credenciais acadêmicas dois doutorados, o artigo dizia que Essjay gastava quatorze ou mais horas por dia na Wikipedia, mas que acautelava-se mantendo sua vida online em segredo para seus colegas e amigos. Essjay foi representado como levando seu laptop para a sala de aula, para poder ficar disponível aos outros wikipedianos enquanto aplicava provas.[5] Posteriormente, Essjay comentou em sua página de usuário na Wikipedia que havia enganado Schiff ao "fazer um bom trabalho interpretando o papel."[7]

Identidade revelada

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Quando Ryan Jordan foi contratado pela Wikia em Janeiro de 2007, comprovadamente fez mudanças em seu perfil na Wikia e "deixou claro quem ele realmente era". O ativista da World Wide Web e crítico da Wikipédia Daniel Brandt relatou então a discrepância de identidade de Essjay/Ryan Jordan ao The New Yorker.[10] Em fins de Fevereiro de 2007, The New Yorker atualizou seu artigo com uma correção indicando que "Essjay" tinha subsequentemente identificado-se como Ryan Jordan[8] e, além disso, declarava que "ele havia sido descrito no artigo como um 'um professor titular de religião numa universidade privada' com 'um Ph.D. em teologia e especialista em lei canônica.' Essjay agora diz que seu verdadeiro nome é Ryan Jordan, que tem 24 anos, não possui qualquer título acadêmico e nunca lecionou."[5] De acordo com Essjay, estas credenciais eram parte de uma persona online que ele havia criado, em parte para evitar bisbilhoteiros.[2] De facto, o conhecimento dele resumia-se em livros tais como Catholicism for Dummies ("Catolicismo para Dummies")[11] ao editar seus artigos.[12][13][14]

Notas

  1. a b Ratcliffe, Mitch (5 de Março de 2007), Wikipedia: Why does Essjay need to “protect himself”? Arquivado em 9 de março de 2007, no Wayback Machine., Zdnet.com. Recuperado em 7 de Março, 2007
  2. a b Zaharov-Reutt, Alex (2 de Março de 2007). «Wikipedia: did one of its admins lie?». iTWire. Consultado em 6 de março de 2007. Arquivado do original em 4 de março de 2007 
  3. Farrell, Nick (1 de Março de 2007). «Wikipedia 'expert' lied about qualifications». The Inquirer. Consultado em 6 de março de 2007 
  4. Claburn, Thomas (8 de Março de 2007). «Wikipedia Mulls Proof Of Credentials». InformationWeek. Consultado em 18 de março de 2007 
  5. a b c d e f Schiff, Stacy (24 de Julho de 2006). «Can Wikipedia conquer expertise?». Know It All. The New Yorker. Consultado em 6 de março de 2007 
  6. Cohen, Noam (12 de Março de 2007). «After False Claim, Wikipedia to Check Degrees». Technology. The New York Times. Consultado em 12 de março de 2007 
  7. a b Finkelstein, Seth (8 de Março de 2007). «Read me first». Technology. The Guardian. Consultado em 18 de março de 2007 
  8. a b c d Wolfson, Andrew (6 de Março de 2007). «Wikipedia editor who posed as professor is Ky. dropout». Local News. The Courier-Journal. Consultado em 6 de março de 2007 [ligação inativa]
  9. McNichol, Tom (27 de Fevereiro de 2007). «Wikipedia founder hunts for gold». CNN. Consultado em 13 de março de 2007 
  10. King, Ian (2 de Março de 2007). «A Wiki web they've woven». King’s Corner. 24 Hours. Consultado em 6 de março de 2007 
  11. Trigilio, John; Brighenti, Kenneth (28 de Abril de 2003). Catholicism for Dummies. Indianapolis: Wiley Publishing. ISBN 0-7645-5391-7 
  12. Goldman, Russell (6 de Março de 2007). «Wikiscandal: A Prominent Editor at the Popular Online Encyclopedia Is a Fraud». ABC News. Consultado em 6 de março de 2007 
  13. Elsworth, Catherine (8 de Março de 2007). «Wikipedia 'expert' admits: I made it up». The Age. Consultado em 16 de março de 2007 
  14. «Fake professor in Wikipedia storm». BBC News. 6 de Março de 2007. Consultado em 16 de março de 2007 

Ligações externas

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