António Vitoriano Rosa
António Vitoriano Rosa | |
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Nome completo | António Maria Vitoriano Rosa |
Nascimento | 23 de dezembro de 1932 Olhão, Algarve |
Morte | 15 de janeiro de 2008 (75 anos) Lisboa |
Nacionalidade | Portugal |
Ocupação | Escritor e jornalista |
António Maria Vitoriano Rosa, mais conhecido apenas como Vitoriano Rosa (Olhão, Algarve, 23 de Dezembro de 1932 - Lisboa, 15 de Janeiro de 2008), foi um escritor e jornalista português.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Nascimento e formação
[editar | editar código-fonte]António Maria Vitoriano Rosa nasceu na vila de Olhão, na região do Algarve, em 23 de Dezembro de 1932.[1] Frequentou a escola primária, onde se revelou desde logo como uma criança de inteligência excepcional, tanto nas letras como nas ciências.[1] No entanto, devido à recursos não conseguiu continuar os seus estudos, tendo em vez disso aprendido como autodidacta.[1]
Carreira profissional e literária
[editar | editar código-fonte]Começou a sua carreira profissional durante a juventude, numa padaria.[1] Nessa altura, fazia parte de um grupo de amigos de espírito artístico e democrático, e colaborou com membros do Movimento de Unidade Democrática Juvenil.[1] Ao mesmo tempo, também ensinava adultos a ler e escrever, especialmente operários, na sua própria casa, tendo sido por estes motivos perseguido pela Polícia Internacional e de Defesa do Estado.[1] Esteve preso em três ocasiões, embora nunca chegado a ir a tribunal.[1] Também leu várias obras sobre ciência e filosofia, o que contribuiu para a formação do seu anticlericalismo.[1]
Um dos seu principais interesses desde a juventude foi o cinema, especialmente o neorealismo italiano, tendo ajudado a desenvolver o cineclubismo no Algarve.[1] Foi um dos fundadores do primeiro cineclube no Algarve, na vila de Olhão, e estava associado aos cineclubes de Porto, Santarém e Lisboa.[2] Colaborou igualmente com o Cineclube de Estremoz, na primeira publicação sobre o realizador Manoel de Oliveira.[2]
Em 1953 publicou o livro O Moderno Cinema Italiano, pela editora Livros Horizonte.[1]
Depois de ter cumprido o serviço militar,[1] foi para Lisboa em 1954, tendo começado a trabalhar na empresa Sonoro Filmes,[2] que fazia importação e exportação de filmes.[1] Trabalhou depois na Agência Portuguesa de Revistas, onde esteve à frente da revista Plateia, embora sem o seu nome aparecer como director, devido a ter cumprido apenas o ensino primário.[1] Fez várias entrevistas a actores do rádio, teatro e cinema, foi crítico de cinema,[1] e esteve em festivais nacionais e internacionais, onde participou como enviado e como membro do júri.[2] Também foi um dos fundadores da revista Algarve Ilustrado e dos jornais Sporting Clube Olhanense e O Malho.[1] Também trabalhou na revista Algarve Mais.[1] Fez igualmente parte da Casa do Algarve, tendo ajudado na organização de um espectáculo musical, no âmbito do 50º aniversário daquela organização.[1]
Após a Revolução de 25 de Abril de 1974, que repôs a democracia em Portugal, escreveu as obras As Mentiras de Marcelo Caetano e Dossier PIDE, com o pseudónimo Repórter Sombra, em parceria com António Cruz.[1] Dirigiu igualmente o periódico Revista do Povo, e foi um dos fundadores e accionistas do jornal Correio da Manhã, em 1979, onde colaborou como crítico de cinema.[3] Também nos anos 70, fundou e trabalhou como redactor na revista Cinema 15.[2]
Participou em vários congressos do Racal Clube de Silves, tendo a sua última presença sido no XII Congresso, em 2004, com a comunicação O Algarve na Estaca Zero, onde criticou a cultura e a comunicação social da região, e a conduta dos deputados do Algarve na Assembleia da República.[1]
Frequentou a Faculdade de Letras, no curso de Filologia Românica, que não chegou a concluir, devido à falta de tempo.[1]
Falecimento
[editar | editar código-fonte]António Vitoriano Rosa morreu em 15 de Janeiro de 2008, na cidade de Lisboa, aos 76 anos de idade.[3]
Homenagens
[editar | editar código-fonte]Ao longo da sua vida, Vitoriano Rosa juntou um importante acervo sobre a arte do cinema, incluindo fotografias de filmes, livros, periódicos e material promocional.[2]
O espólio de Vitoriano Rosa foi doado pelos seus filhos à Câmara Municipal de Olhão e em Maio de 2012 à Cinemateca de Lisboa.[1] Foi homenageado pela autarquia de Olhão, que colocou o seu nome numa rua do concelho, em 16 de Junho de 2013.[1]
Referências
- ↑ a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v MARREIROS, 2015:419-422
- ↑ a b c d e f «Doação do espólio do jornalista e editor Vitoriano Rosa à Cinemateca». Cinemateca Portuguesa. 25 de Maio de 2012. Consultado em 28 de Fevereiro de 2019
- ↑ a b «Família de Vitoriano Rosa doa espólio de fundador do Correio da Manhã ao Município de Olhão». Barlavento. 26 de Março de 2011. Consultado em 27 de Fevereiro de 2019
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- MARREIROS, Glória Maria (2015). Algarvios pelo coração, algarvios por nascimento. Lisboa: Edições Colibri. 432 páginas. ISBN 978-989-689-519-8