Eleições estaduais no Acre em 1974
As eleições estaduais em Acre em 1974 ocorreram conforme prescrito na legislação vigente: a etapa indireta aconteceu em 3 de outubro e nela a ARENA elegeu o governador Geraldo Mesquita e o vice-governador Omar Sabino e em 15 de novembro foram eleitos senador Adalberto Sena, três deputados federais e nove estaduais num ritual válido para os 22 estados brasileiros.[1][2][3][nota 1][nota 2][nota 3]
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Eleições estaduais no Acre em 1974 | ||||
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3 de outubro de 1974 (Eleição indireta) 15 de novembro de 1974 (Eleição direta) | ||||
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Candidato | Geraldo Mesquita
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Partido | ARENA
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Natural de | Feijó, AC
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Vice | Omar Sabino | |||
Votos | 05 | |||
Porcentagem | 100% | |||
Titular Eleito | ||||
Natural de Feijó, o contabilista Geraldo Mesquita ocupou os primeiros cargos públicos a partir de 1942 quando o Acre era território federal. Secretário do Departamento de Geografia e Estatística, assumiu no ano seguinte a direção do Departamento de Imprensa e Radiodifusão, cargo ao qual voltaria em 1954. Fundador e diretor do jornal Revolução, assumiu o Departamento de Educação e Cultura. Professor do Colégio Acriano e da Escola Normal Lourenço Filho, sua carreira política começou nas hostes do Movimento Autonomista: nomeado prefeito de Rio Branco em 1958 pelo governador Manuel Fontenele de Castro, foi escolhido secretário-geral do território em 1961 pelo governador José Altino Machado. Com a elevação do Acre a estado elegeu-se deputado federal via PSD em 1962. Após a vitória do Regime Militar de 1964, renovou o mandato pela ARENA em 1966 e no ano seguinte assumiu o cargo de secretário de Educação no governo Jorge Kalume. Eleito senador em 1970, foi escolhido governador pelo presidente Ernesto Geisel em 1974.[4][5][6][7][nota 4]
O vice-governador o escolhido foi o advogado e professor Omar Sabino que integrou o corpo docente da Universidade Federal do Acre, instituição onde foi reitor.[8]
Médico nascido em Cruzeiro do Sul, Adalberto Sena graduou-se na Universidade Federal do Rio de Janeiro em 1925. Após se formar ocupou o cargo de delegado de Higiene e Saúde Pública em sua cidade natal e prestou serviços ao Ministério da Educação como inspetor do ensino secundário e depois técnico em educação. No decorrer dos anos 1950 ocupou diferentes cargos na Diretoria do Ensino Secundário e chegou a secretário-geral do território do Acre. Fundador do jornal A Voz do Acre, ingressou no PTB e alcançou uma suplência de deputado federal em 1958 e com a inauguração de Brasília em 1960 tornou-se assessor técnico e professor da Fundação Educacional do Distrito Federal, presidente do Conselho de Educação do Distrito Federal e chefe de gabinete do ministro da Educação em 1961. Eleito senador em 1962, recebeu um mandato de quatro anos por ter sido o menos votado, mas foi reeleito em 1966 e 1974 sob a condição de adversário do Regime Militar de 1964.[9]
Resultado das eleições para governador
editarA eleição foi realizada pelos nove integrantes da Assembleia Legislativa do Acre em votação nominal na qual absteve-se a bancada do MDB.
Candidatos a governador do estado |
Candidatos a vice-governador | Número | Coligação | Votação | Percentual |
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Geraldo Mesquita ARENA |
Omar Sabino ARENA |
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Fontes:[10] |
Suplente efetivada
editarLaélia de Alcântara
editarNascida em Salvador, formou-se em Medicina pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro em 1949 e ao migrar para o Acre dedicou-se à obstetrícia e pediatria e ensinou puericultura na Escola Normal de Rio Branco. Suplente de deputado federal pelo PTB em 1962, tornou-se suplente do senador Adalberto Sena em 1974 e durante o mandato migrou do MDB para o PMDB, sendo efetivada em 1982 após a morte do titular.[11]
Resultado da eleição para senador
editarSegundo o Tribunal Superior Eleitoral foram apurados 43.985 votos nominais (94,21%), 1.915 votos em branco (4,10%) e 791 votos nulos (1,69%) resultando no comparecimento de 46.691 eleitores.
Candidatos a senador da República |
Candidatos a suplente de senador | Número | Coligação | Votação | Percentual |
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Adalberto Sena MDB |
Laélia de Alcântara MDB |
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Jorge Kalume ARENA |
Moacir Rodrigues de Souza ARENA |
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Fontes:[1] |
Deputados federais eleitos
editarSão relacionados os candidatos eleitos com informações complementares da Câmara dos Deputados.
Deputados federais eleitos | Partido | Votação | Percentual | Cidade onde nasceu | Unidade federativa |
Nosser Almeida | ARENA | 9.057 | 19,39% | Sena Madureira | Acre |
Nabor Júnior | MDB | 8.026 | 17,18% | Tarauacá | Acre |
Rui Lino | MDB | 7.037 | 15,07% | Tarauacá | Acre |
Fontes:[1][12][13] |
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Deputados estaduais eleitos
editarForam eleitos nove deputados estaduais para a Assembleia Legislativa do Acre.
Deputados estaduais eleitos | Partido | Votação | Percentual | Cidade onde nasceu | Unidade federativa |
Geraldo Fleming | MDB | 3.003 | 6,43% | Campanha | Minas Gerais |
Alberto Zaire | MDB | 2.966 | 6,35% | Plácido de Castro | Acre |
Wildy Viana | ARENA | 2.932 | 6,27% | Brasileia | Acre |
Edison Cadaxo | MDB | 2.634 | 5,64% | Boca do Acre | Amazonas |
Raimundo Herminio de Melo | MDB | 2.236 | 4,78% | Rio Branco | Acre |
Carlos Meixeira Afonso | ARENA | 2.174 | 4,65% | Tarauacá | Acre |
Geraldo Pereira Maia | ARENA | 1.979 | 4,23% | Senador Guiomard | Acre |
Francisco Teixeira de Oliveira | MDB | 1.821 | 3,90% | Xapuri | Acre |
Alcimar Nunes Leitão | ARENA | 1.408 | 3,01% | Senador Guiomard | Acre |
Fontes:[1][13] |
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Notas
- ↑ Os eleitores dos territórios federais do Amapá, Rondônia e Roraima votariam apenas para deputado federal enquanto em Fernando de Noronha não houve eleições. Já os acrianos residentes no Distrito Federal escolheram seus representantes no Congresso Nacional graças à Lei n.º 6.091 de 15 de agosto de 1974.
- ↑ A fusão entre a Guanabara e o Rio de Janeiro a partir de 15 de março de 1975 não impediu que cada estado elegesse suas próprias bancadas ao Congresso Nacional, mas por conta disso seu governador não foi escolhido diretamente e sim nomeado pelo Governo Federal.
- ↑ Originalmente a Lei n.º 6.091 não previa a eleição para deputados estaduais, algo que ocorreria anos depois.
- ↑ Durante o período que Geraldo Mesquita foi secretário de Educação, sua cadeira parlamentar foi ocupada por Joaquim Macedo e após a renúncia de Mesquita para assumir o governo acriano foi efetivado Altevir Leal.
Referências
- ↑ a b c d BRASIL. Tribunal Superior Eleitoral. «Eleições de 1974». Consultado em 1º de abril de 2024
- ↑ BRASIL. Presidência da República. «Ato Institucional Número Três». Consultado em 5 de julho de 2021
- ↑ BRASIL. Presidência da República. «Lei n.º 6.091 de 15/08/1974». Consultado em 8 de setembro de 2015
- ↑ BRASIL. Presidência da República. «Lei n.º 4.070 de 15/06/1962». Consultado em 2 de junho de 2018
- ↑ BRASIL. Câmara dos Deputados. «Biografia do deputado Geraldo Mesquita». Consultado em 30 de março de 2018
- ↑ BRASIL. Senado Federal. «Biografia do senador Geraldo Mesquita». Consultado em 30 de março de 2018
- ↑ Redação (17 de junho de 1974). «Missão de Petrônio termina e prefere políticos. Primeiro Caderno – Política e Governo, p. 07». bndigital.bn.gov.br. Jornal do Brasil. Consultado em 5 de julho de 2021
- ↑ Redação (23 de julho de 2011). «Morre Omar Sabino, ex-vice-governador». agazetadoacre.com. A Gazeta. Consultado em 5 de julho de 2021
- ↑ BRASIL. Senado Federal. «Biografia do senador Adalberto Sena». Consultado em 30 de março de 2018
- ↑ Redação (4 de outubro de 1974). «De Norte a Sul, espetáculo igual. Geral, p. 05». acervo.estadao.com.br. O Estado de S. Paulo. Consultado em 5 de julho de 2021
- ↑ BRASIL. Senado Federal. «Biografia da senadora Laélia de Alcântara». Consultado em 30 de março de 2018
- ↑ BRASIL. Câmara dos Deputados. «Página oficial». Consultado em 1º de abril de 2024
- ↑ a b BRASIL. Presidência da República. «Lei n.º 9.504 de 30/09/1997». Consultado em 30 de março de 2018