Castelo de Castelo Bom

castelo medieval em Castelo Bom, Portugal

Castelo de Castelo Bom
Apresentação
Tipo
Fundação
Estatuto patrimonial
Monumento Nacional (d)Visualizar e editar dados no Wikidata
Localização
Localização
Coordenadas
Mapa

O Castelo de Castelo Bom localiza-se na aldeia e na freguesia de Castelo Bom, no Município de Almeida, Distrito da Guarda, em Portugal.[1]

Castelo de Castelo Bom
Castelo de Castelo Bom
Castelo Bom, Portugal: vista tirada da banda do Oeste (Duarte de Armas, c. 1509)
Informações gerais
Estilo dominante Gótico
Construção 1297
Promotor D. Dinis
Aberto ao público Sim
Estado de conservação Mau
Património de Portugal
Classificação  Monumento Nacional [♦]
DGPC 70267
SIPA 1367
Geografia
País Portugal
Localização Castelo Bom
Coordenadas 40° 37′ 18″ N, 6° 54′ 06″ O
Mapa
Localização em mapa dinâmico
[♦] ^ DL DG 1 de 2 de Janeiro de 1946

Ergue-se em posição dominante num cabeço rochoso, sobranceiro ao rio Côa, cuja travessia defendia. Integrante das terras de Ribacôa, é vizinho do Castelo de Almeida e do Castelo Mendo.

O Castelo de Castelo Bom está classificado como Monumento Nacional desde 1946.[2]

História

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Antecedentes

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De acordo com os testemunhos arqueológicos, a primitiva ocupação humana de seu sítio remonta a um castro pré-histórico, da Idade do Bronze. Acredita-se que por sua posição estratégica sobre o rio, tenha sido ocupado continuamente desde então.

O castelo medieval

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À época da Reconquista cristã da Península Ibérica, a região foi inicialmente conquistada por forças do reino de Leão.

Os domínios de Castelo Bom e seu castelo passaram para a Coroa portuguesa como dote da Rainha Santa quando de seu casamento com D. Dinis, em 1282, tendo o soberano lhe outorgado foral em 1296. Integrante do território de Ribacôa, disputado a Leão por D. Dinis (1279-1325), a sua posse definitiva para Portugal foi assegurada pelo Tratado de Alcanices (1297). O soberano, a partir de então, procurou consolidar-lhe as fronteiras, fazendo reedificar o Castelo de Alfaiates, o Castelo de Almeida, o Castelo Bom, o Castelo Melhor, o Castelo Mendo, o Castelo Rodrigo, o Castelo de Pinhel, o Castelo do Sabugal e o Castelo de Vilar Maior. Nesse contexto foram iniciados os trabalhos de reedificação do castelo e da cerca da vila de Castelo Bom, que se estenderam pelo início do século XIV.

De acordo com iconografia de Duarte de Armas no seu Livro das Fortalezas (c. 1509), sob o reinado de D. Manuel (1495-1521), os muros do castelo apresentavam duas torres de planta quadrangular, dominados pela Torre de Menagem, com uma barbacã, também com duas torres, a sul, a norte. O muro da vila era duplo, com uma torre a noroeste. O soberano renovou o foral da vila (Foral Novo) em 1510, determinando a reparação do castelo e da cerca da vila, trabalhos iniciados a partir de 1512, a cargo do mestre de obras João Ortega e do pedreiro Pero Fernandes.

Da Guerra da Restauração aos nossos dias

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No contexto da Guerra da Restauração, era alcaide-mor da vila o Visconde de Vila Nova de Cerveira e Marquês de Ponte de Lima. O castelo contava com uma torre abaluartada (onde se situava a cadeia) e era defendido por duas peças de artilharia, constituindo importante posto de defesa da fronteira, tendo sido utilizado como refúgio pelos governadores da Beira. Acredita-se que datam deste período o Poço d’El Rei e o Poço da Escada.

Referenciado nas "Memórias Paroquiais de 1758", no contexto da Guerra dos Sete Anos, quando da invasão de Portugal em 1762, foi cercada e conquistada. Posteriormente, à época da Guerra Peninsular, invadido pelas tropas napoleônicas, o castelo foi destruído.

No século XIX, diante da extinção do Concelho de Castelo Bom (1834), inicou-se um período de decadência, que culminou com a degradação das defesas remanescentes da vila.

Em meados do século XX, o castelo foi classificado como Monumento Nacional, por Decreto publicado em 2 de Janeiro de 1946. Por esta época, a torre de menagem ainda se encontrava de pé, quando foi demolida por um particular que ali pretendia construir um abrigo para o seu burro. Entre 1987 e 1988, com os remanescentes do castelo parcialmente soterrados, foi elaborado um estudo para a recuperação do castelo por parte da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN).

Atualmente podem ser vistos entre os remanescentes os panos da muralha, a Porta da Vila, uma torre em ruínas, a pedra de armas com o antigo brasão da vila, a cisterna (Poço do Rei), um paiol, uma guarita e dois poços.

Características

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Poço d'El-Rei

Na cota de 725 metros acima do nível do mar, o castelo, em alvenaria de granito, apresenta planta de formato irregular, quase rectangular, orgânico, envolvido externamente por uma barbacã também de planta irregular na qual se rasga a Porta da Vila, a leste. Esta porta, com pavimento desnivelado, apresenta-se em arco quebrado pelo exterior e em arco pleno pelo interior, com cobertura em abóbada de berço e gonzos de cantaria. Pela face interna dos muros, uma escada de pedra acedia ao adarve e à torre de menagem, de planta quadrada, hoje em ruínas. Ainda num pano dos muros, a sul, destaca-se a pedra de armas com o brasão da antiga vila.

No setor sul, localiza-se a cisterna, denominada localmente como Poço do Rei, com planta retangular; a sul, o paiol, de planta circular, também conhecido como Rebolim ou Polvorim; dois poços serviam os defensores: o Poço da Escada, de planta quadrangular, e o Poço d’El Rei, de planta retangular.

Um dos castelos da bandeira

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Brasão da Vila: um dos sete castelos representados será Castelo Bom

Uma das teorias explicativas para a origem dos sete castelos dourados representados no escudo e na bandeira nacional coloca Castelo Bom como sendo uma das praças representadas. A referida teoria identifica os sete castelos como sendo as sete praças raianas consagradas pelos portugueses no Tratado de Alcanices (Castelo Bom, Castelo Mendo, Almeida, Alfaiates, Sabugal, Vilar Maior, Castelo Rodrigo e Castelo Melhor). Este facto enche de orgulho as gentes de Castelo Bom, e atesta bem a importância secular deste castelo na defesa da integridade e da identidade de Portugal.[carece de fontes?]

Referências

 
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Ligações externas

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