Quando era miúda e andava na escola, este dia era sempre sinónimo de muita diversão.
Estava a chegar o verão, as férias, com as férias vinham os emigrantes que só víamos uma vez por ano, e de algum modo era como um ritual de passagem, não porque se fazia mais um aniversário, mas porque se saboreava o verão e todas as emoções que vinham com ele.
As minhas duas amigas de infância fazem anos a 1 e 3 de Junho, ou seja era um corropio de emoções próprias da adolescência e o meu aniversário (embora eu seja a mais velha das 3), era como uma passagem, simbolizava que o verão tinha chegado.
Tenho saudades das tardes a andar de bicicleta, a fazer palhaçadas em casa da minha avó, a fazer filmagens em casa da amiga mais nova e de ir para a casa de praia da amiga do meio.
Tenho saudades do desprendimento natural daquela fase, e por isso ainda hoje me dou ao luxo de ser criança sempre que a vida me permite.
Para comemorar este dia com as amizades da blogosfera, para daqui a uns anos me lembrar das pessoas que conheci, das que hei-de conhecer e das que nunca conheci, mas que "conheço" como se sempre aqui tivessem pertencido, proponho-vos um bolinho, que fica muito fofo e é óptimo para beber um café, ou um chá enquanto se troca dois dedos de conversa e uma gargalhada farta.
Sentem-se e apreciem.
Ingredientes:
8 ovos
300g açúcar
1 dl óleo
2 dl coca-cola
280g farinha
1 c chá de fermento em pó
1 pitada de sal fino
Preparação:
Separe as claras das gemas dos ovos e bata as claras em castelo. Reserve.
Coloque as gemas numa taça.
Junte o açúcar, o óleo e a coca-cola.
Bata durante 20 minutos.
Adicione, mexendo delicadamente, a farinha peneirada misturada com o fermento, alternando com as claras batidas em castelo e uma pitada de sal fino.
Coloque numa forma com abertura no centro, sem ser untada (devo dizer que fiz em forma de silicone, pelo que não testei se a forma deve ser untada ou não) (fica um bolo grandinho, tem que se ter atenção e colocar numa forma grande).
Leve ao forno pré-aquecido a 180ºC até crescer e ficar firme (testar com o palito)
Tire do forno e coloque sob uma rede, dentro da forma, com a forma voltada para baixo, como se o fosse desenformar, mas deixe ficar assim, de preferência de um dia para o outro (no livro de onde saiu a receita diz para encaixar a forma no gargalo de uma garrafa cheia, não tive necessidade de fazer isso, porque os bolos nunca cresceram para fora da forma, mas caso isso aconteça com alguém, convém seguir a instrução da garrafa).
Este procedimento serve para o bolo arrefecer sem baixar, o que faz com que fique bem fofinho.
Passe uma faca à volta do bolo de modo a soltá-lo e desenforme. Se usar forma de silicone não é necessário, bastando desenformar como habitual.
Já fiz esta receita duas vezes, na primeira (como estava com receio que o bolo crescesse de mais e saísse da forma), coloquei alguma massa em formas de queque, levei a cozer 15 minutos, deixei arrefecer, derreti uma pouco de chocolate e barrei por cima.
Depois foi uma diversão com a filhota a colocar confettis por cima.
(Maria Ameixa - é assim que costumo fazer para não me perder com as fotos e com as receitas, só que estas fotos normalmente não vêm parar aqui, hoje vieram especialmente para ti)
A segunda vez que fiz o bolo aproveitei para "pagar uma dívida".
Uma senhora já de idade, vizinha da minha avó, com quem eu costumava brincar quando era miúda, tem por hábito escrever uma carta à minha filha no dia de anos dela e a carta trás sempre uma nota dentro.
Normalmente costumo guardar um bocadinho de bolo de aniversário da filhota para lhe levar, mas este ano acabei por não conseguir passar por lá a tempo e então decidi fazer este bolinho, dividi a massa em duas formas, e levei-lhe um bolinho.
Decorei-o com um moranguinho e lá foi a filhota toda contente, fazer uma menina de noventa e muitos anos toda feliz.
Esta receita saiu de um livrinho (dos muitos que tenho), das colecções da revista Activa e chama-se "Grandes Receitas de Bolos Inteiros", mas devo dizer que a receita é boa, mas o bolo não fica inteiro muito tempo, hahaha
Bjs