Caros amigos.
Entre os dias 24 de fevereiro e 16 de março de 2014 estarei viajando para comprar materiais de restauração.
Neste período a Oficina está aos cuidados de nossa querida amiga e colaboradora Leodarina (Leozinha).
Qualquer dúvida o contato é com ela pelo telefone 51-33484608.
Abraço e até a volta.
Sílvia
17 fevereiro 2014
13 fevereiro 2014
Reportagem G1 - Restauro de Livros
09/01/2014 10h05 - Atualizado em 09/01/2014 10h05
Mercado de restauração é alternativa para quem deseja trabalhar por conta.
Na capital gaúcha, a prática feita basicamente por dois tipos de profissionais: os que carregam décadas de experiência e os mais jovens, que estão apreendendo as técnicas e artimanhas do restauro em uma escola da capital criada por uma restauradora.
“Antes eu encadernava livros decorados com a capa em couro e com adereços que coincidiam com o assunto do livro. Depois, encadernei por muito tempo capas feitas de couro em diversos livros e restaurei muitos documentos antigos. Sempre trabalhei em casa. É um trabalho artesanal”, diz Eleonir.
O interesse pelo restauro de obras antigas começou aos 17 anos, na extinta Escola do Livro, do professor Jayme Castro, expoente da atividade no estado e no país. Depois de passar pelo básico, Eleonir fez vários outros cursos com profissionais da Europa que traziam novas técnicas ao Brasil.
O trabalho é extremamente minucioso e requer paciência e dedicação. O tempo da reforma depende de diversas variantes como a qualidade do papel do livro, do formato do livro e do estado em que ele se encontra.
“Trabalho com papel australiano ou japonês, que são papeis especiais para isso. No caso de encadernação com capa dura, desmonto todo o livro e refaço a costura de forma artesanal, a mão. Depois é passada uma camada de cola na lombada, colocamos uma folha de maculatura e a guarda, que é uma folha dobrada que fica na frente e nas costas do livro. E por aí vai”, detalha a restauradora.
Com tantos anos de mercado, Eleonir já perdeu as contas de quantos livros já restaurou. Ela fez trabalhos para o governo do Estado, para a Assembleia Legislativa e para muitas pessoas que a procuram para restaurar obras antigas ou documentos de importância pessoal. Outro exemplo de trabalho feito por Eleonir é o restauro de desenhos do artista plástico Joseph Lutzemberger que datam de 1916 a 1920.
“Foram mais de 60 estampas que eram os esboços de estudo dos atuais vitrais da Igreja São José. Foi um trabalho feito em equipe. Restaurei também jornais da federação de 1884 e de 1912”, relembra.
O trabalho de conserto de papéis e obras literárias, no entanto, não vai morrer com a geração de Eleonir. A oficina de restauro Livro e Arte, sediada na capital, é uma das poucas escolas de restauração e conservação de livros e documentos históricos do país , afirma a diretora Silvia Maria Jansson Breitsameter, 53 anos.
Atuando no mercado há 36 anos, Silvia vem treinando novos profissionais desde 1988 e resolveu montar a Livro e Arte em 2009. Hoje a escola possui 30 alunos no curso de conservação e restauração de bens culturais com suporte em papel, couro e pergaminho. Equivalente a uma graduação, o curso dura oito semestres e já formou mais de 200 profissionais.
“Somos a única escola de restauração de livros e documentos históricos com conteúdo programático do Brasil. A nossa profissão ainda não foi regulamentada. O nosso curso é de capacitação livre. E a pessoa que sai daqui está capacitada para fazer qualquer trabalho de restauração e conservação de livros e documentos históricos e atuais”, garante Silvia.
Uma das alunas do curso é Deborah Laner dos Santos, de 51 anos. A sua formação é em engenharia química, mas nos últimos cinco anos ela vem atuando como restauradora e encadernadora de livros. Desmotivada na empresa de tintas onde trabalhava, ela resolveu mudar de profissão e encontrou na atividade um novo rumo para a carreira.
O primeiro curso serviu de inspiração para seguir na área de restauro. Pouco tempo depois Deborah acabou se inscrevendo na Livro e Arte e fez parte da primeira turma da escola. Hoje, ela trabalha com restauro de livros e faz encadernações artísticas como álbuns de fotografia e diários de viagem para vender em feiras e lojas da capital.
“A minha renda vem do meu trabalho. O restauro é muito demorado, mas a confecção de livros é mais rápida e rende financeiramente. As pessoas acham que o livro em papel vai deixar de existir. Eu não acredito nisso. O prazer da leitura em papel é algo imensurável. A restauração é muito importante, pois existem livros de cunho histórico e livros que carregam um valor sentimental. E no lado da encadernação artística tem a questão de você incentivar as pessoas a escrever, pois eu faço diários em branco”, destaca Deborah.
De acordo com Silvia Breitsameter o valor do restauro de um livro histórico pode variar conforme o material e o estado em que a obra se encontra. “Estou restaurando três livros que foram feitos com pergaminho verdadeiro. Somente o restauro de um deles custou R$ 5 mil”.
A grande dificuldade para os profissionais de restauro e conservação de papel no Brasil é de encontrar materiais de qualidade, comenta a diretora da escola. “É muito difícil de encontrar materiais nacionais. E quando encontra a qualidade deixa a desejar. Mas mesmo assim, o mercado está cada vez mais em ascensão. E é um trabalho muito bom”, garante Silvia
Trabalho de restauro de livros vem ganhando novos adeptos no RS
Mercado de restauração é alternativa para quem deseja trabalhar por conta.
Escola técnica sediada em Porto Alegre ensina a arte para novas gerações.
Daniel Bittencourt Do G1 RS
Escola vem qualificando profissionais há cinco anos no RS (Foto: Silvia Breitsameter/Divulgação)
A arte de restaurar livros e documentos pode parecer uma técnica fadada ao esquecimento. O ofício, porém, ainda deve seguir vivo por muitos anos se depender de uma nova geração de restauradores de Porto Alegre. Facilidades como trabalhar em casa e ter flexibilidade na jornada de trabalho têm atraído cada vez mais pessoas para esse mercado, considerado uma boa opção para quem deseja trabalhar por conta própria ou empreender na área.Na capital gaúcha, a prática feita basicamente por dois tipos de profissionais: os que carregam décadas de experiência e os mais jovens, que estão apreendendo as técnicas e artimanhas do restauro em uma escola da capital criada por uma restauradora.
Há 50 anos no mercado, Eleonir restaurou ata de
fundação do Hospício São Pedro, de 1884, e outros
documentos históricos (Foto: Daniel Bittencourt/G1)
Eleonir Fróes, de 80 anos, é um exemplo do primeiro grupo. Em cinco décadas de trabalho, já passaram pelas mãos dela diversos livros e documentos históricos, como a ata de fundação do Hospício São Pedro de Porto Alegre, datada de 1884, e até um estojo com livros oferecido ao então governador do estado, Borges de Medeiros.fundação do Hospício São Pedro, de 1884, e outros
documentos históricos (Foto: Daniel Bittencourt/G1)
“Antes eu encadernava livros decorados com a capa em couro e com adereços que coincidiam com o assunto do livro. Depois, encadernei por muito tempo capas feitas de couro em diversos livros e restaurei muitos documentos antigos. Sempre trabalhei em casa. É um trabalho artesanal”, diz Eleonir.
O interesse pelo restauro de obras antigas começou aos 17 anos, na extinta Escola do Livro, do professor Jayme Castro, expoente da atividade no estado e no país. Depois de passar pelo básico, Eleonir fez vários outros cursos com profissionais da Europa que traziam novas técnicas ao Brasil.
O trabalho é extremamente minucioso e requer paciência e dedicação. O tempo da reforma depende de diversas variantes como a qualidade do papel do livro, do formato do livro e do estado em que ele se encontra.
“Trabalho com papel australiano ou japonês, que são papeis especiais para isso. No caso de encadernação com capa dura, desmonto todo o livro e refaço a costura de forma artesanal, a mão. Depois é passada uma camada de cola na lombada, colocamos uma folha de maculatura e a guarda, que é uma folha dobrada que fica na frente e nas costas do livro. E por aí vai”, detalha a restauradora.
Com tantos anos de mercado, Eleonir já perdeu as contas de quantos livros já restaurou. Ela fez trabalhos para o governo do Estado, para a Assembleia Legislativa e para muitas pessoas que a procuram para restaurar obras antigas ou documentos de importância pessoal. Outro exemplo de trabalho feito por Eleonir é o restauro de desenhos do artista plástico Joseph Lutzemberger que datam de 1916 a 1920.
“Foram mais de 60 estampas que eram os esboços de estudo dos atuais vitrais da Igreja São José. Foi um trabalho feito em equipe. Restaurei também jornais da federação de 1884 e de 1912”, relembra.
Escola Livro e Arte já formou mais de 200 novos profissionais em Porto Alegre
(Foto: Silvia Breitsameter/Divulgação)
Escola ensina técnicas a nova geração(Foto: Silvia Breitsameter/Divulgação)
O trabalho de conserto de papéis e obras literárias, no entanto, não vai morrer com a geração de Eleonir. A oficina de restauro Livro e Arte, sediada na capital, é uma das poucas escolas de restauração e conservação de livros e documentos históricos do país , afirma a diretora Silvia Maria Jansson Breitsameter, 53 anos.
Atuando no mercado há 36 anos, Silvia vem treinando novos profissionais desde 1988 e resolveu montar a Livro e Arte em 2009. Hoje a escola possui 30 alunos no curso de conservação e restauração de bens culturais com suporte em papel, couro e pergaminho. Equivalente a uma graduação, o curso dura oito semestres e já formou mais de 200 profissionais.
“Somos a única escola de restauração de livros e documentos históricos com conteúdo programático do Brasil. A nossa profissão ainda não foi regulamentada. O nosso curso é de capacitação livre. E a pessoa que sai daqui está capacitada para fazer qualquer trabalho de restauração e conservação de livros e documentos históricos e atuais”, garante Silvia.
Uma das alunas do curso é Deborah Laner dos Santos, de 51 anos. A sua formação é em engenharia química, mas nos últimos cinco anos ela vem atuando como restauradora e encadernadora de livros. Desmotivada na empresa de tintas onde trabalhava, ela resolveu mudar de profissão e encontrou na atividade um novo rumo para a carreira.
Exemplo do trabalho de encadernação artística
feito pela restauradora Eleonir Fróes
(Foto: Daniel Bittencourt/G1 RS)
“Eu trabalhei durante quase 20 anos como formuladora de tintas. Daí a empresa foi vendida para um multinacional americana, a coisa ficou muito difícil para mim e comecei a rever uma série de coisas na minha vida. Com a saída eu resolvi procurar uma ocupação diferente. E como eu sempre gostei da área de restauro de patrimônio histórico, procurei trabalho nessa área”, conta Deborah.feito pela restauradora Eleonir Fróes
(Foto: Daniel Bittencourt/G1 RS)
O primeiro curso serviu de inspiração para seguir na área de restauro. Pouco tempo depois Deborah acabou se inscrevendo na Livro e Arte e fez parte da primeira turma da escola. Hoje, ela trabalha com restauro de livros e faz encadernações artísticas como álbuns de fotografia e diários de viagem para vender em feiras e lojas da capital.
“A minha renda vem do meu trabalho. O restauro é muito demorado, mas a confecção de livros é mais rápida e rende financeiramente. As pessoas acham que o livro em papel vai deixar de existir. Eu não acredito nisso. O prazer da leitura em papel é algo imensurável. A restauração é muito importante, pois existem livros de cunho histórico e livros que carregam um valor sentimental. E no lado da encadernação artística tem a questão de você incentivar as pessoas a escrever, pois eu faço diários em branco”, destaca Deborah.
De acordo com Silvia Breitsameter o valor do restauro de um livro histórico pode variar conforme o material e o estado em que a obra se encontra. “Estou restaurando três livros que foram feitos com pergaminho verdadeiro. Somente o restauro de um deles custou R$ 5 mil”.
A grande dificuldade para os profissionais de restauro e conservação de papel no Brasil é de encontrar materiais de qualidade, comenta a diretora da escola. “É muito difícil de encontrar materiais nacionais. E quando encontra a qualidade deixa a desejar. Mas mesmo assim, o mercado está cada vez mais em ascensão. E é um trabalho muito bom”, garante Silvia
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