Saltar para o conteúdo

Supercopa Sul-Americana

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de Supercopa da Libertadores)
Supercopa João Havelange
Supercopa Sul-Americana
Dados gerais
Organização CONMEBOL
Edições 10
Outros nomes Supercopa Libertadores
Supercopa dos Campeões da Libertadores
Local de disputa América do Sul
Número de equipes 13 a 17
Sistema Eliminatórias
editar

A Supercopa Sul-Americana, oficialmente Supercopa João Havelange,[1] mas também conhecida por Supercopa dos Campeões da Libertadores ou Supercopa Libertadores, foi uma competição de futebol oficial da CONMEBOL, que reunia todos os campeões da Copa Libertadores da América.[2]

Correspondia ao segundo torneio do continente, quando foi substituída pelas copas Mercosul e Merconorte, em 1998.[3] Durante o período em que foi realizada, o campeão da competição disputava o título da Recopa Sul-Americana contra o campeão da Copa Libertadores no ano seguinte.[4][5]

A CONMEBOL pretendia o retorno do torneio em 2020, que reuniria as 25 equipes que venceram a Copa Libertadores até 2019.[6] O projeto não se concretizou.

Disputada entre 1988 e 1997, a partir de 1998 foi substituída pelas copas Mercosul e Merconorte (que posteriormente seriam substituídas pela Copa Sul-Americana em 2002). Além da Copa Libertadores e da Supercopa, existia outra competição sul-americana, a Copa CONMEBOL.[3]

O seu campeão jogava no ano seguinte a Recopa Sul-Americana, contra o campeão da Copa Libertadores, sendo que em 1993 coincidiu do mesmo time vencer ambas, o São Paulo. O time paulista enfrentou então o Botafogo, vencedor da Copa CONMEBOL de 1993.[7]

Jogada por 13 times em sua primeira edição, em 1988, quatro times foram inclusos por se agregarem ao rol de campeões da Libertadores: Atlético Nacional (1989), Colo-Colo (1991), São Paulo (1992) e Vélez Sarsfield (1995). Os três primeiros entraram na Supercopa no mesmo ano, enquanto o time argentino, que venceu sua primeira Libertadores uma semana antes do início da Supercopa de 1994, estreou apenas no ano seguinte. Em 1997, o Vasco da Gama também foi adicionado, em função do seu título no Campeonato Sul-Americano de Campeões de 1948.[8]

O seu critério classificatório permitia o abrigo de times no segundo nível nacional, como Grêmio e Estudiantes, os quais, já campeões do continente, vivenciaram rebaixamento nos anos 1990.[3]

As sete primeiras edições, até 1994, foram feitas apenas em sistema eliminatório, sendo que de 1988 a 1991, antes de formar-se 16 participantes, alguns pulavam de fase, via sorteio. Em 1995 e 1996, teve-se um triangular, definido por sorteio, cujo líder ganhava vaga para as quartas. Em 1997, após um triangular preliminar que classificava os dois primeiros, houve uma fase de grupos, formados por quatro clubes cada um, que dava acesso às semifinais aos primeiros colocados (demais estavam eliminados). Com a inclusão do Vasco, a última edição contou, assim como as duas anteriores, com 17 times.[9]

Visando diminuir o número de participantes, criou-se um "rebaixamento" que, conforme a Placar, tratava-se de uma "lista de espera" a ser acionada caso algum clube desistisse da disputa.[9] Em 1996, o Argentino Juniors foi o terceiro do triangular, não jogando no ano seguinte. Em 1997, Boca Juniors, Racing, Vélez Sarsfield e Grêmio, quartos colocados, seriam os afetados pela regra, mas a penalidade nunca foi colocada em prática, em razão do fim do certame.[9]

Em 1992 e 1995 foi realizada a Copa Master da Supercopa, que visava reunir todos os vencedores da Supercopa, o que foi atingido na primeira edição (quatros times), enquanto a segunda foi disputada por apenas dois dos seis campeões de então; Boca Juniors (1992) e Cruzeiro (1995) foram os campeões.[10] Rendia vaga ainda na Copa de Ouro Nicolás Leoz (torneio jogado em 1993, 1995 e 1996, pelos campeões continentais da temporada passada), embora esta presença tenha sido dispensada pelo Independiente (vencedor da Supercopa de 1994 e 1995) em 1995 e 1996, apenas neste último caso com substituição pelo vice (o Flamengo, o qual viria a ser campeão da Copa de Ouro de 1996).[11]

Em 2019, o presidente da CONMEBOL, Alejandro Domínguez, afirmou a possibilidade de recriar a Supercopa em 2020, para classificar seu campeão e vice ao Mundial de Clubes de 2021, que seria a primeira edição do torneio quadrienal da FIFA.[12][13] A estreia do "Super Mundial" acabou adiada para 2025, tendo a CONMEBOL 6 vagas (dentre as 32), as quais são definidas por título da Copa Libertadores ou ranking continental. Assim, a volta da Supercopa não foi mais cogitada.

Lista de campeões

[editar | editar código-fonte]
Ano Final
Vencedor Placar Vice
1988
Detalhes
Argentina Racing 2 - 1
1 - 1
Agr: 3 - 2
Brasil Cruzeiro
1989
Detalhes
Argentina Boca Juniors 0 - 0
0 - 0
Agr: 0 - 0
Pen: 5 - 3
Argentina Independiente
1990
Detalhes
Paraguai Olimpia 3 - 0
3 - 3
Agr: 6 - 3
Uruguai Nacional
1991
Detalhes
Brasil Cruzeiro 0 - 2
3 - 0
Agr: 3 - 2
Argentina River Plate
1992
Detalhes
Brasil Cruzeiro 4 - 0
0 - 1
Agr: 4 - 1
Argentina Racing
1993
Detalhes
Brasil São Paulo 2 - 2
2 - 2
Agr: 4 - 4
Pen: 5 - 3
Brasil Flamengo
1994
Detalhes
Argentina Independiente 1 - 1
1 - 0
Agr: 2 - 1
Argentina Boca Juniors
1995
Detalhes
Argentina Independiente 2 - 0
0 - 1
Agr: 2 - 1
Brasil Flamengo
1996
Detalhes
Argentina Vélez Sársfield 1 - 0
2 - 0
Agr: 3 - 0
Brasil Cruzeiro
1997
Detalhes
Argentina River Plate 0 - 0
2 - 1
Agr: 2 - 1
Brasil São Paulo

Títulos por equipe

[editar | editar código-fonte]
Clube País Títulos Vices Aproveitamento em finais
Cruzeiro  Brasil 2 (1991 e 1992) 2 (1988 e 1996) 50%
Independiente  Argentina 2 (1994 e 1995) 1 (1989) 66,6%
Racing  Argentina 1 (1988) 1 (1992) 50%
Boca Juniors  Argentina 1 (1989) 1 (1994) 50%
River Plate  Argentina 1 (1997) 1 (1991) 50%
São Paulo  Brasil 1 (1993) 1 (1997) 50%
Olimpia  Paraguai 1 (1990) 0 100%
Vélez Sarsfield  Argentina 1 (1996) 0 100%

Títulos por país

[editar | editar código-fonte]
País Títulos Vices Aproveitamento em finais
Argentina Argentina 6 4 60%
Brasil Brasil 3 5 37,5%
Uruguai Paraguai 1 0 100%
Uruguai Uruguai 0 1 0%
Ano Artilheiro Clube Gols
1988 Antonio Alzamendi
Sergio Oliveira
Argentina River Plate
Uruguai Nacional
4
1989 Mauro Airez
Rubén Insúa
John Jairo Trellez
Argentina Argentinos Juniors
Argentina Independiente
Colômbia Atlético Nacional
3
1990 Raúl Amarilla Paraguai Olimpia 7
1991 Juan José Borrelli
Charles
Gaúcho
Sergio Martínez
Argentina River Plate
Brasil Cruzeiro
Brasil Flamengo
Uruguai Peñarol
3
1992 Renato Gaúcho Brasil Cruzeiro 7
1993 Ronaldo Brasil Cruzeiro 8
1994 Sebastián Rambert Argentina Independiente 5
1995 Enzo Francescoli Argentina River Plate 7
1996 Patricio Camps Argentina Vélez Sársfield 4
1997 Ivo Basay Chile Colo-Colo 8

Competições semelhantes

[editar | editar código-fonte]

Em 1968, disputou-se a primeira edição da Recopa dos Campeões Intercontinentais, contando com todos os sul-americanos campeões da Copa Intercontinental até 1967, Santos, Racing e Peñarol, além do Inter de Milão. No ano seguinte, na segunda e última edição, foi agregado o Estudiantes; jogaram apenas sul-americanos. Assim, o torneio contou com 4 dos 5 campeões de então da Copa Libertadores, ausente apenas o Independiente, que só viria a ser campeão mundial na década de 1970.

No Brasil, foi disputada de 1995 a 1997 a Copa dos Campeões Mundiais, que reunia os 4 campeões mundiais brasileiros da época: Flamengo, Grêmio, São Paulo e Santos. O único brasileiro ganhador da Copa Libertadores à época que não jogou a CCM foi o Cruzeiro.

A Copa Master da CONMEBOL e a Copa Master da Supercopa também possuíam como critério a lista de clubes campeões de uma competição. A primeira, considerava o rol dos campeões da Copa CONMEBOL, a segunda, o da Supercopa Libertadores.

Referências

  1. «Competições oficiais da CONMEBOL - CONMEBOL». www.conmebol.com. 20 de agosto de 2015. Consultado em 27 de setembro de 2023 
  2. «BOLA N@ ÁREA - Supercopa Campeões da Libertadores». www.bolanaarea.com. Consultado em 14 de maio de 2024 
  3. a b c Bueno, Rodrigo. «Conmebol e cartolas opositores colocam suas Superligas na gaveta | Blogs». ESPN. Consultado em 16 de agosto de 2022 
  4. «Supercopa Sul-Americana». Site da Conmenbol. Consultado em 11 de Janeiro de 2015 
  5. Stein, Leandro (19 de novembro de 2021). «Um mapa com todos os finalistas da Copa Sul-Americana e dos outros antigos torneios secundários da Conmebol». Trivela. Consultado em 13 de agosto de 2022 
  6. «Clubes brasileiros aprovam volta da Supercopa da Libertadores, mas fazem ressalva sobre calendário». ge. Consultado em 3 de março de 2023 
  7. «Folha de S.Paulo - Entenda o que é a Recopa - 2/4/1994». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 3 de março de 2023 
  8. Ceconello, Douglas. «O clube exclusivo dos campeões: uma competição chamada Supercopa». ge. Consultado em 11 de abril de 2023 
  9. a b c Abril, Editora (agosto de 1997). Placar Magazine. [S.l.]: Editora Abril 
  10. «Copa Master da Supercopa». Bola na Área. Consultado em 11 de abril de 2023 
  11. «Copa Ouro Nicolás Leoz - Conmebol». Bola na Área. Consultado em 2 de março de 2023 
  12. «Com volta da Supercopa dos Campeões, Conmebol elabora critérios de classificação ao Mundial de 2021». Globoesporte. Consultado em 5 de dezembro de 2019 
  13. Prosperi, Luiz Antonio (17 de outubro de 2019). «Mundial de Clubes 2021: Conmebol recria Supercopa dos Campeões da Libertadores valendo vaga ao torneio da Fifa». Chuteira FC. Consultado em 5 de dezembro de 2019 

Ligação externa

[editar | editar código-fonte]