Mosteiro de São Miguel de Refojos de Basto
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O Mosteiro de São Miguel de Refojos de Basto, também referido como Convento de Refóios, localiza-se na freguesia de Refojos de Basto, Outeiro e Painzela, município de Cabeceiras de Basto, distrito de Braga, em Portugal.[1][2]
É classificado como "A Jóia do Barroco Português em Terras de Basto".[carece de fontes]
Atualmente, nele está instalada a Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto.
A Igreja e Sacristia, assim como o tecto de uma das salas do antigo mosteiro que funcionou como sala de audiências do tribunal da comarca estão classificados como Imóvel de Interesse Público desde 1933.[2]
História
[editar | editar código-fonte]O primeiro documento relativo ao Mosteiro data de 1122. Pouco mais tarde, em 1131, D. Afonso Henriques concedeu carta de couto ao mosteiro.[1]
As obras do atual edifício tiveram início em 1755, sendo acordadas entre o arquiteto bracarense André Soares e o então abade, Frei Francisco de São José. Na fase final das obras registou-se a chegada ao mosteiro de Frei José de Santo António Vilaça, que ali trabalhou de 1764 a 1770.[1]
Com a extinção das ordens religiosas (1834), o Estado alienou o imóvel.
O conjunto da igreja e sacristia encontra-se classificado como Imóvel de Interesse Público desde 31 de Agosto de 1933.[1]
Em 17 de setembro de 2022 foi inaugurado o Espaço Ilídio dos Santos – Acolhimento ao Visitante[3].
Características
[editar | editar código-fonte]A Igreja do Mosteiro é toda de estilo Barroco. São de realçar as seguintes partes da Igreja:
- Na fachada dos lados direito e esquerdo estão colocadas as estátuas em tamanho natural do fundador da Ordem de S. Bento – São Bento de Núrcia, e de Santa Escolástica.[1]
- Ala exterior em forma de varandim, tendo ao fundo, em nicho, a imagem de S. Miguel, e onde se celebrava missa campal no dia do padroeiro, S. Miguel, dia 29 de Setembro, em que o povo enchia toda a Alameda do Convento, hoje Praça da República.
- Figuras demoníacas, máscaras e também conhecidas por carrancas colocadas dos dois lados interiores logo a seguir à entrada da Igreja.
- Órgão duplo nas duas laterais, sendo um mudo. O órgão de tubos é da autoria de Francisco António Solha, mestre organeiro galego, radicado em Portugal na segunda metade XVII. Foi restaurado em 2009, por Pedro Guimarães da Oficina e Escola de Organaria[4].
- Dois púlpitos em castanho, pintados, em imitação de mármores e parcialmente dourados (data: 1777/1780). Pintados e dourados em 1786/1789. Gradeamento em pau ébano.
- Capela do Santíssimo Sacramento em castanho pintado e dourado (data: 1780/1789) – com dois anjos tocheiros de madeira estofada, e o Santo Cristo da Capela do SS. Sacramento em castanho estofado (data: 1783/1786?).
- Altar-Mor com credencia. Do esplendor da talha são de salientar alguns efeitos especiais, como a orla de “chamas” do pináculo da obra, as fitas de folhas cingindo as molduras convexas e o formoso festão de margaridas e rosas no remate da portada. A Capela do Altar-Mor é em castanho dourado (1764/1767). Dourada em 1780/1783, a Capela e o Altar-Mor foram concebidos por Frei José de Santo António.
- A Sacristia seiscentista, hoje Núcleo Museológico, possui, além de outros elementos de interesse, um arco inclinado, único nos monumentos do país, quatro espelhos em castanho (1767/1770) e dois contadores da mesma data. Os espelhos foram baseados num modelo inglês.
- Claustros com elegantes colunas de pedra e ao centro com uma taça também de granito.
- Zimbório em circunferência e rodeado por uma varanda interior e exterior e tendo ainda as esbeltas estátuas dos doze apóstolos, em tamanho natural e no remate, a do arcanjo São Miguel, rodeada por outra varanda.
- As cadeiras do Coro são em castanho (1767/1770) do qual consta o cadeiral, as sanefas e as portas das portadas, assim como, três sanefas dos janelões. O grande cadeiral foi composto em dois andares com 45 assentos em forma de U com cadeira do D. Abade no centro, segundo a tradição beneditina.
- A igreja possui ainda uma mísula com a imagem de S. Miguel Arcanjo (data: 1767/1770).
O Zimbório
[editar | editar código-fonte]É o único dos 29 mosteiros da Ordem Beneditina existentes em Portugal que possui um zimbório.
Este singular monumento arquitectónico eleva-se a 36 metros sobre o transepto. Obra notável de engenharia tem no exterior um varandim-balaustrada de granito, intersecionado por plintos que servem de base a 12 bustos de bispos e pontífices. A cúpula do lanternim serve de pedestal a uma grandiosa estátua do padroeiro, o Arcanjo S. Miguel.
Quando o Mosteiro se candidatou a Património da Humanidade, em 2014, o zimbório tornou-se símbolo turístico de Cabeceiras de Basto, estando o logótipo presente nas lojas de lembranças até nos transportes beneficiados pelo município.
Referências
- ↑ a b c d e «Igreja e sacristia do Convento de Refóios». IGESPAR. Consultado em 14 de Outubro de 2013
- ↑ a b Ficha na base de dados SIPA
- ↑ «Cabeceiras de Basto inaugura Centro de Estudos Beneditinos e Espaço de Acolhimento ao Visitante»
- ↑ «Histórico órgão de tubos de Cabeceiras de Basto celebra 250 anos»