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Língua caro

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Karo
Outros nomes:Arára, Arára de Rondonia, Arára do Jiparaná, Arara-Karo, Itanga, Itogapuc, Itogapúk, Ntogapid, Ntogapig, Ramarama, Uruku, Urukú
Falado(a) em: Rondônia e Mato Grosso[1].
Total de falantes:
Família: Tronco tupi
 Ramarramas
  Karo
Códigos de língua
ISO 639-1: --
ISO 639-2: ---
ISO 639-3: arr

A língua caro[2] (pela ortografia etnonímica, língua karo[3]), anteriormente conhecida como língua arara-caro,[3] é uma língua da família ramarrama, pertencente ao tronco tupi,[1][4] falada pelo povo arara-caro, também conhecido como arara-de-rondônia.

Por muito tempo, pensou-se haver outras línguas irmãs pertencentes à mesma família: ntogapíd (ou itogapuque), ramarrama, urucu, urumi e itangá. De fato, todas essas supostas línguas são uma mesma e única língua, que recebeu diferentes nomes por diferentes etnólogos que coletaram listas de palavras com seus falantes em diferentes períodos.[3]

Alguns nomes de plantas e animais na língua caro:[5]

Português Karo (fonológica) Karo (fonética)
abacaxi anana anaˈnᵈa; anaˈnᵈa ~ anə̃ˈnᵈa; anaˈnᵈā
amendoim makap maˈkːap̚; maˈkːāp̚
anta naʔto naʔˈtɔ; naʔˈtɔ̄
aranha paramit; paramit + pap > paramit pap paɾaˈmit̚; paɾaˈmīt
arara karo kaɾo; ˈkaɾo; ˈkāɾō
arraia yaw + peʔ > yaw beʔ yaw
árvore ma'ʔɨp; maʔɨp ̪maˈʔɨp̚; maˈʔɨp̚
beija-flor kãram; kã́ram + pɨ́ʔ > kãram mɨ́ʔ; kã́ram kə̃ɾ̃ə̃m; ˈkə̃ɾ̃ə̃m; ˈkə̃́ɾ̃ə̃́m; ˈkə̃́ɾə̃́m
berne ʔõt; ʔõt + kap > ʔõt kap ʔõt̚; ˈʔõt̚
bicho-de-pé moca moˈcːa; moˈcːā
borboleta kɨrɨwep kɨɾɨˈwɛp̚
borrachudo mĩ.rup
cacau aɣaˈya; aɣaˈya ~ agaˈya
cachorro do mato magoyapan + peʔ > magoyapan meʔ
calango yaʔo yaˈʔɔ
camaleão yamomõ yamoˈmõ; yamoˈmõ ~ yamõˈmõ
capivara mãro mə̃ɾo; mə̃ɾ̃õ; ˈmə̃ɾ̃õ
caracol waro waɾo; ˈwaɾo; ˈwāɾō
caranguejo koya koˈya
carapanã tik tik̚; ˈtik
cipó napə naˈpːə; naˈpːə̄
cobra mãygãra mə̃yˈgə̃ɾa; mə̃ỹˈgə̃ɾa; mə̃ỹˈgə̃ɾ̃a
curimba (peixe) parat paɾat̚; ˈpaɾat̚
cutia wakãya; cago waˈkːə̃ya; waˈkːə̃ỹa; ˈcago
cutia-arara cago cago
fava maʔta maʔˈta
gato cə̃n
gavião kokõ koˈkːõ; koˈkːȭ
genipapo ɨ
irara ei ʰɛˈi; ɛˈi; eˈi
jabuti móa; mó.a mᵇóá; ˈmᵇóá
jacaré wayo waˈyɔ; waˈyɔ̄
jacu korét koˈɾét̚; koɾˈét̚
juriti koyo kɔˈyɔ
macaco naʔwəy naʔˈwəy; naʔˈwə̃y
macaco (esp.) cego; caʔkĩn caʔˈkīn; cɛgo; ˈcɛgo; ˈcɛ̄gō; caʔˈkĩ̄n
macaco guariba yaɨ yaˈɨ
macaco paroacu cap mãyhi (cap mə̃y) ˈhi; cap mə̃ỹˈhi
macaco preguiça aʔi aˈʔi
macaco zogue-zogue motogo mɔtːɔgɔ; mɔˈtːɔ̄gɔ̄
macaco-barrigudo cego capot cɛgo caˈpːɔt̚
macaxeira mani maˈni; maˈni ~ mə̃ˈni
mamão op ɔp̚; ˈɔp̚
marimbondo naʔmɨ naʔˈmᵇɨ
minhoca atĩŋ + pap > atĩŋ map aˈtːĩŋ
morcego i.yo; iyo + peʔ > iyo beʔ iˈyɔ; ʰiˈyɔ
mucura mocay moˈcːay; moˈcːāy
nambu mopɨk; pecía moˈpːtɨk̚; pɛˈcːíá; moˈpːɨk̚; moˈpː̚ɨk̚
nambu roxo pãpã pə̃ˈpːə̃; pə̃ˈpːə̃̄
nambu-galinha pecía + káʔ > pecía gáʔ pɛˈcːíá
onça ameko; a.me.ko amɛˈkːɔ; ameˈkːɔ; ʰamɛˈkːɔ
paca yaba yaba; yaβa; yaβa ~ ˈyaba; ˈyaba; ˈyābā
pacu pako paˈkːɔ; paˈkːɔ̄
pajé agóaʔpət ʰaˈgóáʔpət̚; aˈgóáʔpət̚
palmeira matek; matek + káʔ > matek káʔ maˈtːɛk̚
papagaio aoro aˈɔɾɔ; ʰaˈɔɾɔ
patuá (fruta) í.u
peixe-cachorro ip cah.yoy ip cahˈyɔy
piranha ihˈyə̃y; ihˈỹə̃ỹ
poraquê yogo yɔgɔ; ˈyɔgɔ; ˈyɔ̄gɔ̄
porco-espinho aˈt:ə̃ŋ
roxinho (madeira) pã́ram pə̃ˈpːə̃; ˈpə̃ɾ̃ə̃m; ˈpə̃́ɾ̃ə̃́m; ˈpə̃́ɾə̃́m
taboca kagãw + káʔ > kagãw gáʔ; kagã́w kaˈgə̃w̃; kaˈgã́w̃
tamanduá ɛɾɛˈpːɔ
tamanduá-mirim carapotĩya caɾapoˈtːĩỹa
tatu yayo yaˈyɔ
tatu canastra parato paɾaˈtːɔ̄
tucandera napía naˈpːíá; (naˈpːíá) ˈhayam pɨ́ʔ; naˈpːía
urubu ciβɛˈkːɔᵈn; cibɛˈkːɔᵈn; ciβɛˈkːɔᵈn ~ cibɛˈkːɔᵈn
veado itɨ; iti iˈtːɨ

Referências

  1. a b Simons, Gary F. & Charles D. Fennig (eds.)(2017). Ethnologue: Languages of the World, Twentieth edition. Dallas, Tex.: SIL International.
  2. Segundo o Dicionário Houaiss, adjetivo de dois gêneros e substantivo de dois gêneros.
  3. a b c Nilson Gabas Jr.: Povos Indígenas Brasil: Karo: Lingua, Instituto Socioambiental (ISA)
  4. «Línguas indígenas brasileiras - Tronco tupi». Consultado em 23 de março de 2009. Arquivado do original em 12 de março de 2009 
  5. Gabas, Jr., Nilson. 1998. Estudo fonológico da língua karo (Arara de Rondônia). LINCOM studies in Native American linguistics, 31. München: Lincom. 85pp.
  • MONSERRAT, Ruth Fonini. Vocabulário Amondawa-Português; Vocabulário e frases em Arara e Português; Vocabulário Gavião-Português; Vocabulário e frases em Karipúna e Português; Vocabulário e frases em Makurap e Português; Vocabulário e frases em Suruí e Português; Pequeno Dicionário e Frases em Tuparí e Português. Caxias do Sul, RS: Universidade de Caxias do Sul, 2000. 91 f.

Ligações externas

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