Alexander Ball
Alexander John Ball | |
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Contra-almirante Alexander John Ball por Henry William Pickersgill, entre 1805 e 1809 | |
Nascimento | 1757 Stonehouse |
Morte | 20 de outubro de 1809 Attard |
Cidadania | Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda, Reino da Grã-Bretanha |
Progenitores |
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Cônjuge | Mary Smith Wilson |
Filho(a)(s) | William Keith Ball |
Irmão(ã)(s) | Harriott Mary Ball, Ingram Ball, Robert Ball, George Robert Ball, Charlotte Ball, Levi Ball |
Ocupação | oficial de marinha, político |
Título | baronete |
Alexander John Ball, 1.º Baronete (Sheepscombe, Gloucestershire, 22 de julho de 1757 – Palácio de San Anton, Malta, 20 de outubro de 1809) foi um almirante britânico e comissário civil de Malta. Nasceu em Ebworth Park, Sheepscombe, Gloucestershire. Era o quarto filho de Robert e Mary (Dickinson) Ball.
Experiência naval inicial
[editar | editar código-fonte]Ball ingressou na Marinha Real Britânica, e em 7 de agosto de 1778, foi promovido a tenente. Três anos depois, começou uma estreita amizade com o almirante George Brydges Rodney. Foi promovido a comandante em 14 de abril de 1782, dois dias após ter participado da Batalha de Saintes e assumiu o comando do HMS Germaine. Em 20 de março de 1783 recebeu a patente de capitão. Com a paz restaurada, Ball foi licenciado recebendo a metade do soldo. Passou então um ano na França, esperando aprender a língua e a não desperdiçar seus poucos recursos financeiros.[1]
Em 1790, Ball recebeu um comando e, a partir daí não mais foi dispensado. Em maio de 1798 comandou o HMS Alexander no mar Mediterrâneo. Uma vez, quando o HMS Vanguard de Horatio Nelson perdeu os mastros da proa, Ball rebocou o Vanguard até a Sardenha. Sob o comando de Nelson, Ball participou da Batalha do Nilo, e seu navio, o Alexander, foi o segundo navio britânico a disparar contra o navio-capitânia do almirante francês François-Paul Brueys d'Aigalliers, o L'Orient, que mais tarde explodiu durante a batalha.[1]
Malta
[editar | editar código-fonte]Alexander Ball foi uma figura importante nos eventos diplomáticos e militares que levaram Malta a se tornar um protetorado britânico. Admirado pelos malteses, Ball visitou as ilhas pela primeira vez em 12 de outubro de 1798. Sempre que aparecia em público, os transeuntes nas ruas se descobriam até ele passar; os clamores do mercado eram silenciados com sua chegada e depois trocados por gritos de alegria e de saudação. Sua missão era a de sustentar e continuar o cerco e bloqueio às forças francesas em Malta, auxiliado por certas forças navais portuguesas.[2]
Os líderes malteses do bloqueio foram imediatamente atraídos pelo carisma e simpatia de Ball. Além disso, eles puderam perceber que, após a rendição francesa, sua ilha teria que encontrar outro governante, já que nenhum maltês no século XVII considerava a possibilidade de independência. O medo do retorno da cada vez mais opressiva Ordem de São João de Jerusalém pode ter levado Malta, indiretamente, a se tornar um protetorado britânico. Em uma carta escrita por Vincenzo Borg, um dos líderes malteses, e enviada a Ball, os malteses expressam o desejo de ver as ilhas sob jurisdição britânica.[3][4]
O destino de Malta seria decidido pelos acontecimentos ocorridos na Europa durante este período. As tropas de Napoleão Bonaparte conseguiram entrar em Nápoles, forçando o rei Fernando IV a fugir da cidade com sua família. Para os malteses, isso significava que apenas o Reino Unido poderia garantir a segurança de Malta. Foi nessa fase que surgiram problemas entre os apoiadores dos napolitanos e aqueles que preferiam a Marinha Real Britânica. O capitão Alexander Ball conseguiu acalmar a situação, o que levou à sua posterior eleição como presidente da Assembleia Nacional que teve lugar no dia 9 de fevereiro de 1799. De acordo com os desejos de Ball, a Assembleia mudou seu nome para Congresso Nacional[5] para enfatizar a necessidade de um compromisso. No entanto, a situação cada vez mais precária enfrentada pelo rei Fernando IV fez com que Ball delegasse mais poderes para as forças britânicas estacionadas ao redor de Malta. Na verdade, foi a primeira vez que a Bandeira da União foi hasteada ao lado da napolitana.[2]
Nelson escreveu para Ball em janeiro de 1799:
"... Respeitando a situação de Malta com o Rei de Nápoles, é isto — ele é o Soberano legítimo da Ilha: portanto, sou de opinião que sua Bandeira deveria tremular. Ao mesmo tempo, uma guarnição napolitana a trairia ao primeiro homem que o subornasse. Estou certo de que o Rei não teria dificuldade em dar sua Soberania à Inglaterra; e ultimamente, com Sir William Hamilton, recebeu uma Nota de que Malta nunca deveria ser dada a qualquer Poder sem o consentimento da Inglaterra.... "P.S. – No caso da Rendição de Malta, imploro que você não faça nada que possa prejudicar os sentimentos de suas Majestades. Unir a Bandeira deles com a da Inglaterra, se não for da vontade dos Insulares, use apenas a nossa".[6]
As forças francesas sitiadas em Valeta passaram fome quando a marinha britânica interceptou uma força de ajuda francesa próximo da ilha de Lampedusa. Mais tarde, o general Vaubois, comandante das forças francesas, se rendeu às forças britânicas, representadas pelo capitão George Martin e pelo major-general Henry Pigot. Como representante do povo maltês, Ball não foi autorizado a participar das negociações, enquanto que os napolitanos foram excluídos por motivos diplomáticos. Os franceses foram autorizados a sair com honras militares completas, e depois de alguns dias Ball e os malteses puderam entrar na capital libertada.[2]
Em fevereiro de 1801, Ball foi nomeado comissário da marinha em Gibraltar e teve que deixar Malta. O controle passou para o major-geral Henry Pigot, cuja administração tirânica irritou os malteses, um fato observado em uma carta que Ball escreveu para Nelson em junho do mesmo ano. Ball informou que os malteses se rebelariam contra Pigot caso Ball não lhes prometesse que transmitiria suas queixas às autoridades.[2]
Os britânicos não estavam certos sobre sua política em relação a Malta, com a ascensão de Napoleão, eles não podiam criar atritos com seus aliados. A escolha de Charles Cameron como Comissário Civil em maio de 1801 não eliminou essas incertezas, mesmo que sua presença assegurasse aos malteses a proteção do Império. Quando o Tratado de Amiens colocou Malta novamente sob o domínio dos Cavaleiros Hospitalários, essa garantia foi interrompida.[2]
Ball recebeu o título de baronete em 24 de junho de 1801.[7] O governo britânico então o enviou de volta a Malta como "Ministro Plenipotenciário de Sua Majestade britânica pela Ordem de São João" para coordenar a saída dos britânicos de acordo com as disposições do Tratado de Amiens. A situação, contudo, mudou rapidamente à medida que aumentou a probabilidade de guerra entre a França napoleônica e o Reino Unido. Ball agora recebeu instruções para adiar a evacuação das tropas britânicas da ilha.
Napoleão estava ansioso para o momento de ver os britânicos fora do Grão-Porto, afirmando que ele preferiria ver os britânicos na posse de um subúrbio parisiense do que de Malta. Em maio de 1803, a guerra foi encorajada por causa da recusa britânica de evacuar as ilhas. Após as Guerras Napoleônicas, através do Tratado de Paris de 1814, ratificado pelo Congresso de Viena, Malta e todas as suas dependências passaram para a jurisdição dos britânicos.[6]
Alexander Ball foi possivelmente o líder britânico mais querido pela população maltesa. Samuel Taylor Coleridge tornou-se um assistente de Ball em 1804 e depois descreveu sua administração em The Friend, chegando até a descrever Ball como "um homem verdadeiramente grande". Ball morreu no Palácio de San Anton em 20 de outubro de 1809 e foi enterrado no Forte de Santo Elmo em Valeta.[8] Em 1810, os malteses construíram um monumento nos Lower Barrakka Gardens, dedicado à memória de Ball. Restaurado em 1884, este monumento neoclássico continua a ser um testemunho do amor e respeito do povo maltês. Após sua morte, o título de baronete passou para seu filho, William Keith Ball, mas agora está extinto.[2]
Notas
- ↑ a b Chisholm, Hugh;. «Ball, Sir Alexander John, Bart.». Encyclopædia Britannica (em inglês). 3 1911 ed. Cambridge: Cambridge University Press. p. 262
- ↑ a b c d e f Laughton, John Knox. «Ball, Alexander John». Dictionary of National Biography (em inglês). 3 1885-1900 ed. Nova Iorque: Smith, Elder & Co. pp. 70–72
- ↑ Grech, Jesmond (1 de janeiro de 1997). «2». Malta taht l-Ingliżi: ġrajjet il-poplu Malti fl-Imperu Ingliż (em maltês). Valletta: Klabb Kotba Maltin. p. 7. ISBN 9789990975185. OCLC 223394345
- ↑ Borg, Vicenzo (1811). The appeals of the nobility and people of Malta, to the justice, public faith, and policy, of the British government, for the fulfilment of the conditions upon which they gave up their island to the king, namely, their ancient rights, under a free constitution. [Followed by] Appendix: containing ... the character, public services, and persecutions of Vincenzo Borg (em inglês). Londres: [s.n.] OCLC 752686981
- ↑ Galea, Michael (1990). Sir Alexander John Ball and Malta: The beginning of an era (em inglês) 1 ed. Marsa, Malta: Publishers Enterprises Group Ltd. ASIN B0006F50NQ. OCLC 36363847
- ↑ a b «Sir Alexander Ball». Consultado em 22 de maio de 2007. Cópia arquivada em 7 de junho de 2007
- ↑ Londres: The GazetteThe London Gazette (15372): 619. 2 de junho de 1801
- ↑ «Conception Bastion - Valletta» (PDF). National Inventory of the Cultural Property of the Maltese Islands. 28 de junho de 2013. Consultado em 14 de setembro de 2015. Arquivado do original (PDF) em 13 de julho de 2015
Referências
- Chisholm, Hugh, ed. (1911). «Ball, Sir Alexander John, Bart.». Encyclopædia Britannica (em inglês) 11.ª ed. Encyclopædia Britannica, Inc. (atualmente em domínio público)
- Laughton, John Knox. «Ball, Alexander John». Dictionary of National Biography (em inglês). 3 1885-1900 ed. Nova Iorque: Smith, Elder & Co. pp. 70–72
Ligações externas
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