A Carta (1940)
A Carta | |
---|---|
The Letter | |
Cartaz promocional do filme. | |
Estados Unidos 1940 • p&b • 95 min | |
Gênero | drama criminal |
Direção | William Wyler |
Produção | Robert Lord |
Produção executiva | Hal B. Wallis |
Roteiro | Howard Koch |
Baseado em | The Letter peça teatral de 1927 de W. Somerset Maugham[1] |
Elenco | Bette Davis Herbert Marshall James Stephenson |
Música | Leo F. Forbstein Max Steiner Hugo Friedhofer |
Cinematografia | Tony Gaudio |
Direção de arte | Carl Jules Weyl |
Figurino | Orry-Kelly |
Edição | George Amy Warren Low |
Companhia(s) produtora(s) | Warner Bros. |
Distribuição | Warner Bros. |
Lançamento |
|
Idioma | inglês |
The Letter (bra/prt: A Carta)[3][4] é um filme estadunidense de 1940, do gênero drama criminal, dirigido por William Wyler, estrelado por Bette Davis, e coestrelado por Herbert Marshall e James Stephenson.[2] O roteiro de Howard Koch foi baseado na peça teatral homônima de 1927, de W. Somerset Maugham, derivada de sua própria historieta.[1]
A peça teatral que baseou o roteiro do filme foi exibida de 26 de setembro a dezembro de 1927, no Teatro Morosco, em Nova Iorque, com 104 apresentações.[1] A história foi adaptada para o cinema anteriormente em 1929, dirigida por Jean de Limur, e estrelada por Jeanne Eagels.[5] Em 1947, a Warner Bros. adaptou a história novamente, dessa vez distribuída como "The Unfaithful", dirigida por Vincent Sherman, e estrelada por Ann Sheridan e Lew Ayres.[6]
A história foi inspirada por um escândalo da vida real envolvendo Ethel Proudlock, a esposa do diretor de uma escola em Kuala Lumpur, que foi condenada por assassinar a tiros um amigo em abril de 1911. Ela acabou sendo absolvida.
Sinopse
Numa noite tropical em uma plantação de borracha na Malásia, trabalhadores nativos são surpreendidos por disparos de revólver. Ao correr para ver o que aconteceu, encontram Leslie Crosbie (Bette Davis), esposa de Robert Crosbie (Herbert Marshall), o homem inglês proprietário da plantação, segurando a arma diante do corpo caído de Geoff Hammond (David Newell), outro membro da comunidade europeia que residia no local. Ela pede para chamarem a polícia e o marido, e explica que atirara em Hammond para se defender de um estupro. Leslie é levada para a cadeia em Singapura e aguarda o julgamento por assassinato enquanto seu advogado, Howard Joyce (James Stephenson) prepara a defesa, confiante que a mulher será inocentada. O caso parece simples, mas a presença de uma carta muda o rumo dos acontecimentos.
Elenco
- Bette Davis como Leslie Crosbie
- Herbert Marshall como Robert Crosbie
- James Stephenson como Howard Joyce
- Frieda Inescort como Dorothy Joyce
- Gale Sondergaard como Sra. Hammond
- Bruce Lester como John Withers
- Elizabeth Earl como Adele Ainsworth
- Cecil Kellaway como Prescott
- Sen Yung como Ong Chi Seng
- Doris Lloyd como Sra. Cooper
- Willie Fung como Chung Hi
- Tetsu Komai como Carteiro
- Não-creditados
- David Newell como Geoff Hammond
- Holmes Herbert como Amigo de Robert
- Leo White como Homem em Julgamento
Produção
A administração do Código de Produção rejeitou a adaptação original da história apresentada pela Warner Bros. alegando que continha adultério e assassinato impune. Assim, foi realizado um final alternativo devidamente autorizado pelos censores. A personagem de Sra. Hammond foi alterada de amante chinesa de Geoff para sua esposa eurasiana, assim contornando os censores de interferir na história.[7]
O diretor William Wyler e a atriz Bette Davis, que haviam trabalhado antes em "Jezebel" (1938), discordaram sobre a cena chave em que Leslie admite ao marido que ainda ama o homem que ela assassinou. Davis achava que nenhuma mulher poderia olhar nos olhos do marido ao admitir esse tipo de coisa. Wyler discordou, o que fez Davis abandonar o set de filmagens. Mais tarde, ela voltou e fez a cena do jeito que Wyler queria, mas insistiu que sua versão teria ficado melhor.[8]
Wyler também discutiu com o chefe da Warner Bros., Jack L. Warner, sobre a escolha do ator britânico James Stephenson para interpretar o advogado Howard Joyce. Warner foi quem originalmente sugeriu Stephenson para o papel, mas depois que Wyler o escalou, Jack percebeu que o papel era importante demais para dá-lo a um ator desconhecido. Wyler insistiu até conseguir mantê-lo na produção, e a performance de Stephenson recebeu uma indicação ao Oscar.[8]
Herbert Marshall também apareceu na versão de 1929 do filme, no qual ele interpreta o amante que é morto por Leslie. O filme de 1940 começa com o tiroteio, já a versão de 1929 começa com o confronto entre Leslie e Geoff.
Recepção
Bosley Crowther, em sua crítica para o The New York Times, observou: "Todo o crédito final para um melodrama tão tenso e insinuante quanto o que veio este ano – um filme que atenua a tensão como a cruel tortura de um inquisidor – deve ser dado ao Sr. Wyler. Sua mão é patente por toda parte ... A senhorita Davis é uma assassina estranhamente fria e calculista que se comporta com reserva e ainda implica uma profunda confusão de emoções ... Apenas o final de The Letter é fraco – e isso é por causa do pós-escrito que o Código de Produção compeliu".[9]
A revista Variety escreveu: "Nunca [a peça de W. Somerset Maugham] foi feita com maiores valores de produção, um elenco geral melhor ou direção mais precisa. Seu defeito é sua severidade. O diretor William Wyler, no entanto, estabelece um tempo que está no ritmo do local malaio ... Às vezes, a frigidez de Davis parece ir além da caracterização. Por outro lado, Marshall nunca vacila. Praticamente roubando essas honras no filme, no entanto, está Stephenson como o advogado, enquanto Sondergaard é a ameaça perfeita".[10]
A revista Time Out declarou: "Um melodrama soberbamente elaborado, mesmo que nunca consiga superar a montagem melancólica com a qual começa – lua correndo atrás das nuvens, borracha pingando de uma árvore, coolies cochilando no complexo, uma cacatua assustada – quando um tiro ressoa, um homem cambaleia para a varanda e Davis o segue para esvaziar sua arma severamente em seu corpo ... [O] trabalho das câmeras, quase digno de Sternberg em sua evocação de noites sensuais na Singapura e gin slings geladas, não é igualado por sons naturais".[11]
No Rotten Tomatoes, site agregador de críticas, 100% das 15 críticas do filme são positivas, com uma classificação média de 8,4/10.[12]
Adaptações para a rádio
Em 1938, o filme foi adaptado em uma apresentação de uma hora no Lux Radio Theatre, com Merle Oberon e Walter Hudson nos papéis principais.[2]
Prêmios e homenagens
Ano | Cerimônia | Categoria | Indicado | Resultado | Ref. |
---|---|---|---|---|---|
1940 | Prêmio da Associação de Críticos de Nova Iorque | Melhor diretor | William Wyler | Indicado | |
Melhor ator | James Stephenson | ||||
1941 | Oscar | Melhor filme | Hal B. Wallis | [13][14] | |
Melhor diretor | William Wyler | ||||
Melhor atriz | Bette Davis | Indicada | |||
Melhor ator coadjuvante | James Stephenson | Indicado | |||
Melhor fotografia em preto e branco | Tony Gaudio | ||||
Melhor montagem | Warren Low | ||||
Melhor trilha sonora | Max Steiner | ||||
National Board of Review | Melhor atuação | James Stephenson (também por "Shining Victory") | Venceu |
O filme é reconhecido pelo Instituto Americano de Cinema na seguinte lista:
- 2003: 100 Anos...100 Heróis & Vilões:
- Leslie Crosbie – Vilã Indicada[15]
Ver também
- "A Carta" (1929), filme dirigido por Jean de Limur, e estrelado por Jeanne Eagels. A primeira adaptação da peça teatral de W. Somerset Maugham.[5]
Referências
- ↑ a b c «The Letter (1927)». Internet Broadway Database. Consultado em 29 de março de 2024
- ↑ a b c «The First 100 Years 1893–1993: The Letter (1940)». American Film Institute Catalog. Consultado em 27 de fevereiro de 2023
- ↑ «A Carta». Brasil: AdoroCinema. Consultado em 27 de fevereiro de 2023
- ↑ «A Carta». Portugal: Público. Consultado em 27 de fevereiro de 2023
- ↑ a b «The First 100 Years 1893–1993: The Letter (1929)». American Film Institute Catalog. Consultado em 29 de março de 2024
- ↑ «The First 100 Years 1893–1993: The Unfaithful (1947)». American Film Institute Catalog. Consultado em 29 de março de 2024
- ↑ «The Letter (1940) – Notes». Turner Classic Movies. Atlanta: Turner Broadcasting System (Time Warner). Consultado em 3 de janeiro de 2024
- ↑ a b LoBianco, Lorraine. «The Letter (1940) – Articles». Turner Classic Movies. Atlanta: Turner Broadcasting System (Time Warner). Consultado em 3 de janeiro de 2024
- ↑ Crowther, Bosley (23 de novembro de 1940). «THE SCREEN; 'The Letter,' With Bette Davis and James Stephenson, a Communication of Brooding Evil, at the Strand». The New York Times. Cópia arquivada em 23 de setembro de 2020
- ↑ Variety Staff (31 de dezembro de 1939). «The Letter». Variety
- ↑ «The Letter film review». Time Out. 10 de setembro de 2012. Consultado em 27 de fevereiro de 2023
- ↑ «The Letter (1940)». Rotten Tomatoes. Fandango Media. Consultado em 29 de março de 2024
- ↑ «13.º Oscar – 1941». CinePlayers. Consultado em 1 de novembro de 2019
- ↑ «The 13th Academy Awards (1941) | Nominees and Winners». Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. Consultado em 27 de fevereiro de 2023
- ↑ «AFI's 100 Years...100 Heroes & Villains Nominees» (PDF). Consultado em 27 de fevereiro de 2023
Ligações externas
- Media relacionados com A Carta no Wikimedia Commons
- A Carta site informativo e revisão do DVD em DVD Beaver (includes images)
- A Carta – trailer original do filme no YouTube
- Áudio de streaming
- Filmes dos Estados Unidos de 1940
- Filmes dirigidos por William Wyler
- Filmes com trilha sonora de Max Steiner
- Filmes noir
- Filmes de suspense dos Estados Unidos
- Filmes de suspense da década de 1940
- Filmes baseados em peças de teatro
- Filmes baseados em obras de W. Somerset Maugham
- Filmes ambientados em Singapura
- Filmes ambientados na Malásia
- Regravações de filmes
- Adultério em filmes
- Filmes sobre assassinatos
- Filmes sobre estupro
- Filmes em preto e branco
- Filmes em língua inglesa
- Filmes da Warner Bros.