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Frei Domingos Teixeira (Celorico de Basto, c. 1675-1680 – Lisboa (?), 17 de fevereiro de 1726) foi um frade agostiniano e historiador, autor de textos de cariz histórico.
Vida e obra
Frei Domingos Teixeira é natural de Celorico de Basto, pertencente ao arcebispado de Braga. Sobre a sua vida pessoal muito pouco se sabe: tanto o ano do seu nascimento, como o local da sua morte estão ainda por provar; são apenas possibilidades resultantes do seu percurso de vida conhecido.
No entanto, de acordo com Inocêncio da Silva, José Agostinho de Macedo – padre e escritor português do século XVIII, autor de Os Frades, ou Reflexões Philosophicas, considera-o como um homem honrado, mas que morreu incapaz de arredar nem cinco réis dos mealheiros dos donatos (Inocêncio 1859: 199). O estado de pobreza em que terminou a sua vida deve-se, em grande parte, à polémica onde uma das suas obras esteve envolvida, como se verá abaixo.
Em 1695, professou a regra de Santo Agostinho, no Convento da Graça, em Lisboa. Contudo, o único cargo religioso de relevo que se lhe conhece é o de Sacristão-Mor do Convento da Penha de França.
Em Reflexões sobre a Língua Portuguesa (1842), da autoria de D. Thomás Caetano do Bem e de Francisco José Freire, Domingos Teixeira é considerado como um indivíduo de elocução puríssima e com potencial para ser um dos mestres da língua portuguesa, afirmando-se mesmo que ele terá lugar entre os clássicos de primeira ordem no que diz respeito à linguagem (Freire 1842: 13-14).
Obra
Além da vida religiosa, Domingos Teixeira dedicou-se também à escrita e à História, tendo duas obras conhecidas, dedicadas a duas personalidades históricas relevantes na sua época: Nuno Álvares Pereira e Gomes Freire de Andrade.
Vida de Nuno Álvares Pereira, segundo condestável de Portugal, conde de Ourem, Arrayolos, e Barcellos, etc foi publicada em 1723 e oferecida ao rei D. João V. Nela, o autor propõem-se a escrever a vida daquele excelente varão, superior à sua fama, maior ainda que o seu nome, a fim de que as memórias das suas proezas não caiam no esquecimento (Teixeira 1723:9), considerando que os seus feitos heroicos merecem desde o berço fama de singulares, depois de crecidas a palma de únicas (Ibid: p.10). A obra teve ainda uma segunda edição póstuma, graças ao livreiro Ignacio Nogueira Xisto, sofrendo algumas alterações, sobretudo no que diz respeito à dedicatória.
Esta obra está, no entanto, no centro de uma grande polémica que reduziu em larga a escala a popularidade de Domingos Teixeira, pois considera-se (e os sábios da época confirmaram) que plagiou A vida do condestável, de Jacinto Freire de Andrade – sacerdote católico, poeta e historiador do século XVII. Consta-se que terá roubado o manuscrito, o que, segundo Inocêncio da Silva, autor do Dicionário Bibliográfico Português, não poderá ser verdade, dado que todos os escritos deste autor foram destruídos por um incêndio nas Portas de Santo Antão, local onde morava.
Ainda assim, os intelectuais da época afirmaram que, mesmo não plagiada, a obra de Domingos Teixeira apresentava uma qualidade inferior à da original ao nível do estilo e acabou por deixar de estar incluída no cânone de textos da época, no pseudo Catálogo da Academia (Inocêncio 1859:200).
Já a sua segunda obra, Vida de Gomes Freyre de Andrade – General de Artilharia do Reyno do Algarve e Capitão General do Maranhão, Pará e Rio das Amazonas no Estado do Brazil, foi oferecida a Joseph Ferreyra de Abreu, mestre em artes, doutor nos sagrados cânones, protonotário apostólico e arcediago de Santa Cristina no Arcebispado de Braga. A primeira parte desta obra foi publicada em 1724 e a segunda a título póstumo, em 1727. O autor confessa que lhe foi mais difícil encontrar um patrono para esta segunda obra, devido à polémica em que a primeira se viu envolvida e é por isso que nela deixa um profundo agradecimento a Lucas da Sylva de Aguiar, que era mercador de livros e publicava várias obras, como terá sido o caso desta.
No prólogo da segunda parte desta obra, Domingos Teixeira justifica-se da acusação de plágio, afirmando que Jacinto Freire de Andrade não reconhece o mesmo espírito, glória de Lusitânia, do mundo da inveja. […] E se a causa para este atrevimento, que tomei de tão justa, espero que seja recebido para o patrocínio com aquela afabilidade que merece este órfão (Teixeira 1724:8).
Da sua obra, estes são os únicos manuscritos encontrados até ao momento, o que não elimina a possibilidade de Domingos Teixeira ter mais textos escritos, dado que a escrita e a História foram duas áreas de grande interesse para este frade agostiniano.
Bibliografia impressa:
- Teixeira, Domingos (1724), Vida de Gomes Freire de Andrade, General de Artilharia do Reino do Algarve, Governador e Capitão General no Estado do Brasil. Lisboa, Officina de Antonio Pedrozo Galram;
- Teixeira, Domingos (1723), Vida de D. Nuno Álvares Pereira, Segundo Condestável de Portugal. Lisboa, Officina de Francisco Luiz Ameno.
Referências:
- Freire, Francisco José (1842), Reflexões sobre a Língua Portugueza. Lisboa, Typographia da Sociedade Propagadora dos Conhecimentos Uteis;
- Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, Volume 31, pág. 32. (1936-1960), Lisboa / Rio de Janeiro, Editorial Enciclopédia;
- Macedo, José Agostinho (1830), Os Frades, ou Reflexões Philosophicas. Lisboa, Impressão Régia;
- Teixeira, Domingos (1723), Vida de D. Nuno Álvares Pereira , Segundo Condestável de Portugal. Lisboa, Officina de Francisco Luiz Ameno;
- Teixeira, Domingos (1724), Vida de Gomes Freire de Andrade, General de Artilharia do Reino do Algarve, Governador e Capitão General no Estado do Brasil. Lisboa, Officina de Antonio Pedrozo Galram;
- Silva, Innocencio Francisco da / Aranha, Brito (1859), Diccionario Bibliographico Portuguez, Tomo 2, págs. 199-200. Lisboa, Imprensa Nacional;
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