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Acer pseudoplatanus

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Se procura a espécie de morfologia e nome similar, veja Acer platanoides.
Se procura o sicómoro (ou sicômoro) citado na Bíblia, veja Ficus sycomorus.

Acer pseudoplatanus
Acer pseudoplatanus em Bergpark Wilhelmshöhe, Kassel, Alemanha
Classificação científica edit
Reino: Plantae
Clado: Tracheophyta
Clado: Angiospermae
Clado: Eudicotyledoneae
Clado: Rosídeas
Ordem: Sapindales
Família: Sapindaceae
Gênero: Acer
Seção: Acer sect. Acer
Séries: Acer ser. Acer
Espécies:
A. pseudoplatanus
Nome binomial
Acer pseudoplatanus
Mapa de distribuição
Sinónimos[3]
  • Acer abchasicum Rupr. (1869)
  • Acer atropurpureum Dippel (1892)
  • Acer bohemicum C.Presl ex Opiz. (1852) (invalid name)
  • Acer dittrichii Ortm. (1831)
  • Acer erythrocarpum Dippel (1892)
  • Acer euchlorum Dippel (1892)
  • Acer fieberi Opiz (1852) (invalid name)
  • Acer hybridum Bosc (1821)
  • Acer majus Gray (1821)
  • Acer melliodorum Opiz (1852)
  • Acer montanum Garsault (1764) (invalid name)
  • Acer opizii Ortmann ex Opiz. (1852)
  • Acer opulifolium Thuill. (1790) (illegitimate name)
  • Acer procerum Salisb. (1796)
  • Acer purpureum Dippel (1892)
  • Acer quinquelobum Gilib. (1782) (invalid name)
  • Acer rafinesquianum Dippel (1892)
  • Acer villosum C. Presl (1822)
  • Acer wondracekii Opiz (1852)
  • Acer worleei Dippel (1892)
  • Acer latifolium Bubani[2]
Inflorescência (racemo) de A. pseudoplatanus.
Fuste de A. pseudoplatanus no Palmengarten (Jardim das Palmeiras) de Frankfurt.
Ramagens de A. pseudoplatanus.
Textura do ritidoma (casca do tronco) de um espécime maturo de A. pseudoplatanus.
Acer pseudoplatanus

Acer pseudoplatanus L., conhecida pelos nomes comuns de bordo, padreiro ou sicómoro[4] é uma espécie de árvore do género Acer (bordos), pertencente à família Sapindaceae,[5] embora tradicionalmente considerada como membro da família Aceraceae. Pertence ao tipo fisionómico dos Mesofanerófitos.[6]

A espécie é nativa da Europa Central e do sudoeste da Ásia, distribuindo-se por uma vasta região que vai da França à Ucrânia, estendendo-se para sul até à Cantábria e ao Centro de Portugal, ao norte da Turquia e ao Cáucaso.[7][8] É considerada uma espécie invasora nas regiões temperadas.

A semelhança das suas folhas com a folhagem típica do género Platanus deu origem ao epíteto específico pseudoplatanus, onde o prefixo pseudo deriva do vocábulo grego clássico para "falso".

Em Portugal, esta árvore recebe as designações de bordo,[9] falso-plátano,[4] padreiro[10] e plátano-bastardo.[11]

Os nomes comuns em português americano parecem derivar do francês sycomore, o que leva a confusão com o sicómoro (Ficus sycomorus), uma árvore comum no leste da região mediterrânica e citada na Bíblia, com a qual não tem qualquer parentesco mas apenas uma vaga semelhança na forma das folhas.

Na língua inglesa a árvore apresenta uma grande variedade de nomes comuns, tais como false plane-tree (falso-plátano),[12] great maple (grande-plátano),[12] Scottish maple (plátano-escocês),[12] mock-plane (pseudo-plátano),[13][14] sycamore (sicómoro)[12][14] ou celtic maple (plátano-celta).[15]

A. pseudoplatanus é uma árvore decídua que pode atingir grandes dimensões (megafanerófito), sendo comum apresentarem alturas entre 20–35 m na maturidade, com fustes direitos e copa largas, ampla, em forma de abóbada, com ramagens abertas. Quando cresce em lugares abertos, a copa apresenta-se por vezes mais larga do que alta, sendo nestes casos o diâmetro da copa superior à altura da árvore.

As árvores jovens apresentam o ritidoma liso de cor cinzenta, mas à medida que a árvore envelhece a casca escurece e assume um aspecto áspero, rompendo-se em forma de grandes escamas, deixando ver a camada interior de cor castanho-avermelhada.

As folhas são grandes e opostas, palmeadas, com 10–25 cm de comprimento e largura sensivelmente igual, de textura coreácea e com a face superior verde-escura e a inferior verde-acinzentada e com nervuras salientes. Quanto à forma, as folhas são palmatilobadas, divididas até cerca de metade da lâmina em cinco lóbulos abovados, com os bordos providos de grossos dentes, algo desiguais, curvados em forma de serra, inserindo-se em longos pecíolos com 5–15 cm de comprimento. Alguns cultivares apresentam folhas, em particular as mais novas, com coloração purpurescente, arroxeada ou amarelada.

É comum as folhas apresentarem marcas negras ou cinza-escuro, com a forma de manchas irregulares ou de pontos, causadas pelo ataque do fungo Rhytisma acerinum.[16]

A espécie floresce cedo na primavera, por vezes antes de recuperar totalmente a folhagem, produzindo flores monoécias ou hermafroditas, de cor amarelo-esverdeado, dispostas em racemos pendentes, com 10–20 cm de comprimento e 20–50 flores em cada inflorescência. As flores apresentam longos pedicelos, corola composta de 5 sépalas e 5 pétalas alargadas e livres, que se inserem, com os 8 estames, num disco anilar carnoso situado debaixo do ovário.

O fruto é formado por duas sâmaras unidas e algo intumescidas que se prolongam em asas membranosas que se alargam em direcção ao ápice e formam entre si um ângulo próximo de 90 graus. As sementes têm 5–10 mm de diâmetro, ocorrendo aos pares em dissemínulos formados por uma sâmara em que cada semente tem uma asa com 20–40 mm de comprimento que a faz rodar com o vento durante a queda. Este mecanismo de pterometeorocoria permite a dispersão das sementes a distâncias de até algumas centenas de metros. As sementes maturam no outono, cerca de 6 meses após a polinização.[8][17]

A espécie A. pseudoplatanus produz rebentos basais (rebenta de toiça) a partir das raízes expostas à luz solar após a árvore adulta ter sido cortada ou ter tombado.

Floresce em abril e maio; os frutos amadurecem no final do verão e mantêm-se durante muito tempo na planta. Várias espécies de lagartas de Lepidoptera usam as folhas de A. pseudoplatanus como alimento.

Existem nas regiões temperadas, em especial na Europa, muitas árvores com aspecto similar, em especial a espécie Acer platanoides. A tabela seguinte fornece os elementos mais conspícuos usados para distinguir aquelas duas espécies:

Espécies Acer platanoides Acer pseudoplatanus
Casca das árvores adultas Lisa, adquirindo sulcos verticais com a idade Parecida com a do plátano oriental; desprende-se em placas. Nos exemplares mais velhos, ganha uma cor parda rosada e separa-se facilmente da madeira.
Gemas De cor grená De cor verde
Folhas cultivares com folhas de cor roxa e púrpura

As folhas são simples e carecem de estípulas, grandes, de entre 10-15 centímetros de comprimento, opostas, caducas, de cor verde-escuro. Apresentam 5 lóbulos desiguais.

Flores Aparecem em simultâneo com o desabrochar das gemas Aparecem pouco depois das folhas
Frutos (sâmaras) As sâmaras encontram-se na base do ramo e têm a semente aplainada. As sâmaras encontram-se no ramo e têm a semente redonda.

Distribuição

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A espécie é nativa da Europa Central e do sudoeste da Ásia, distribuindo-se por uma vasta região que vai da França à Ucrânia, estendendo-se para sul até à Cantábria e chegando ao Norte e Centro de Portugal, ao norte da Turquia e ao Cáucaso.[7][8]

Devido à sua capacidade de se adaptar a uma grande diversidade de habitats e à sua plasticidade ecológica, a espécie é considerada uma espécie invasora nas regiões temperadas.

Está listada como planta invasora em algumas regiões da Austrália (Yarra Ranges, Victoria),[18] da Nova Zelândia,[19] em áreas ambentalmente sensíveis da Grã-Bretanha,[20] na Noruega[21] e nos Açores.[22]

Em Hamburgo no Hirschpark no Blankenese próximo de Elbschausee, um sícomoro de 274 anos, com altura de 22 m e diâmetro de 36 m foi classificada como património nacional.[23]

Trata-se de uma espécie presente no território português, nomeadamente em Portugal Continental, no arquipélago da Madeira e no arquipélago dos Açores.[6]

Mais concretamente, encontra-se presente nas zonas da Noroeste ocidental do Noroeste montanhoso, do Nordeste leonês, da Terra Quente e da Terra Fria.[4]

Em termos de naturalidade, é nativa em Portugal Continental e introduzida nos arquipélagos dos Açores e da Madeira.[6][4]

Ecologia e habitat

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Trata-se de uma espécie ruderal e de mato, que se tanto se dá bem em terrenos sáfaros, como em bosques.[6]

Referências

  1. Crowley, D., Rivers, M.C. & Barstow, M. 2017. Acer pseudoplatanus (errata version published in 2018). The IUCN Red List of Threatened Species 2017: e.T193856A125923004. https://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2017-3.RLTS.T193856A2286517.en. Accessed on 23 November 2022.
  2. «Acer pseudoplatanus». Real Jardín Botánico: Proyecto Anthos. Consultado em 24 de Novembro de 2009 
  3. «Acer pseudoplatanus L.». World Checklist of Selected Plant Families (WCSP). Royal Botanic Gardens, Kew. Consultado em 19 Maio 2016 – via The Plant List 
  4. a b c d «Jardim Botânico UTAD | Acer pseudoplatanus». webcache.googleusercontent.com. Consultado em 14 de maio de 2021 
  5. Stevens, P. F. (2001 e seguintes). Angiosperm Phylogeny Website. Version 9, June 2008 Ver Angiosperm Phylogeny Website.
  6. a b c d «Flora-On | Flora de Portugal interactiva». flora-on.pt. Consultado em 30 de dezembro de 2020 
  7. a b Flora Europaea: Acer pseudoplatanus
  8. a b c Rushforth, K. (1999). Trees of Britain and Europe. Collins ISBN 0-00-220013-9.
  9. Infopédia. «bordo | Definição ou significado de bordo no Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa». Infopédia - Dicionários Porto Editora. Consultado em 14 de maio de 2021 
  10. Infopédia. «padreiro | Definição ou significado de padreiro no Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa». Infopédia - Dicionários Porto Editora. Consultado em 14 de maio de 2021 
  11. Infopédia. «plátano-bastardo | Definição ou significado de plátano-bastardo no Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa». Infopédia - Dicionários Porto Editora. Consultado em 14 de maio de 2021 
  12. a b c d «USDA GRIN entry for Acer pseudoplatanus». Consultado em 15 de abril de 2012. Arquivado do original em 19 de novembro de 2015 
  13. Tropicos entry for Acer pseudoplatanus
  14. a b Bailey, L.H.; Bailey, E.Z.; the staff of the Liberty Hyde Bailey Hortorium (1976). Hortus third: A concise dictionary of plants cultivated in the United States and Canada. New York: Macmillan 
  15. Milner, Edward (2011). «Trees of Britain and Ireland». Flora. 134 páginas 
  16. http://www.garden-centre.org/Sycamore.htm Arquivado em 3 de março de 2016, no Wayback Machine. Sycamore profile
  17. Humphries, C. J., Press, J. R., & Sutton, D. A. (1992). Trees of Britain and Europe. Hamlyn Publishing Group Ltd. ISBN 0-600-57511-X.
  18. «Environmental weeds» (PDF). Consultado em 15 de abril de 2012. Arquivado do original (PDF) em 7 de abril de 2003 
  19. Howell, Clayston (maio de 2008). Consolidated list of environmental weeds in New Zealand. Col: 292. Wellington, NZ.: Department of Conservation. ISBN 978-0-478-14413-0 
  20. [1]
  21. Sycamore maple invasive species in Norway
  22. Secção H do Anexo IX ao Decreto Legislativo Regional n.º 15/2012/A, de 2 de Abril, que estabelece o regime jurídico da conservação da natureza e da biodiversidade.
  23. NDR. «Hamburger Berg-Ahorn wird "Nationalerbe-Baum"». www.ndr.de (em alemão). Consultado em 25 de outubro de 2020 
  • D. Grosser, W. Teetz: Ahorn. In: Einheimische Nutzhölzer (Loseblattsammlung). Informationsdienst Holz, Holzabsatzfond – Absatzförderungsfonds der deutschen Forst- und Holzwirtschaft, Bonn 1998, ISSN 0446-2114.
  • Helmut Pirc: Ahorne. Mit Zeichnungen von Michael Motamen'. Ulmer, Stuttgart 1994, ISBN 3-8001-6554-6
  • Geoff Nicholls; Tony Bacon (1 June 1997). The drum book. Hal Leonard Corporation. pp. 54–. ISBN 9780879304768
  • Huxley, A., ed. (1992). New RHS Dictionary of Gardening. Macmillan ISBN 0-333-47494-5.
  • Joseph Aronson (1965). The encyclopedia of furniture. Random House, Inc.. pp. 300–. ISBN 9780517037355.
  • Philips, Roger (1979). Trees of North America and Europe. New York: Random House, Inc.. ISBN 0-394-50259-0.
  • Phillips, D. H. & Burdekin, D. A. (1992). Diseases of Forest and Ornamental Trees. Macmillan. ISBN 0-333-49493-8.

Ligações externas

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