Marcelo Bretas: diferenças entre revisões
m |
m corrigindo ortografia, ajuste(s), typos fixed: inicio → início |
||
Linha 17: | Linha 17: | ||
'''Marcelo da Costa Bretas''' ([[Nilópolis]], [[7 de julho]] de [[1970]])<ref>{{citar web|url=https://twitter.com/mcbretas |título= Mc Bretas |publicado= Twitter |acessodata=22 de março de 2019}}</ref> é um [[jurista]] e [[magistrado]] [[brasileiro]], [[juiz federal]] da [[Tribunal Regional Federal da 2ª Região|2ª Região]] desde 1997, atualmente afastado do cargo pelo [[Conselho Nacional de Justiça]].<ref name="bbc">{{citar web|url= http://www.bbc.com/portuguese/brasil-38803229 |título =Quem é Marcelo Bretas, juiz que mandou Cabral e Eike para Bangu |data= 2017-1-30 |acessodata= 2018-1-29|publicado=BBC|ultimo=Carneiro|primeiro=Júlia}}</ref><ref name="elpais">{{citar web |url= http://brasil.elpais.com/brasil/2016/02/23/politica/1456182791_651085.html |título=Marcelo Bretas, o juiz Moro carioca |data= 2016-2-26 |acessodata= 2018-1-29| obra =El País|ultimo=Martín|primeiro= María}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://g1.globo.com/politica/noticia/2023/02/28/cnj-decide-afastar-o-juiz-marcelo-bretas.ghtml|titulo=CNJ abre investigação e decide afastar o juiz Marcelo Bretas por desvio de conduta|acessodata=2023-05-01|website=G1|lingua=pt-br}}</ref> |
'''Marcelo da Costa Bretas''' ([[Nilópolis]], [[7 de julho]] de [[1970]])<ref>{{citar web|url=https://twitter.com/mcbretas |título= Mc Bretas |publicado= Twitter |acessodata=22 de março de 2019}}</ref> é um [[jurista]] e [[magistrado]] [[brasileiro]], [[juiz federal]] da [[Tribunal Regional Federal da 2ª Região|2ª Região]] desde 1997, atualmente afastado do cargo pelo [[Conselho Nacional de Justiça]].<ref name="bbc">{{citar web|url= http://www.bbc.com/portuguese/brasil-38803229 |título =Quem é Marcelo Bretas, juiz que mandou Cabral e Eike para Bangu |data= 2017-1-30 |acessodata= 2018-1-29|publicado=BBC|ultimo=Carneiro|primeiro=Júlia}}</ref><ref name="elpais">{{citar web |url= http://brasil.elpais.com/brasil/2016/02/23/politica/1456182791_651085.html |título=Marcelo Bretas, o juiz Moro carioca |data= 2016-2-26 |acessodata= 2018-1-29| obra =El País|ultimo=Martín|primeiro= María}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://g1.globo.com/politica/noticia/2023/02/28/cnj-decide-afastar-o-juiz-marcelo-bretas.ghtml|titulo=CNJ abre investigação e decide afastar o juiz Marcelo Bretas por desvio de conduta|acessodata=2023-05-01|website=G1|lingua=pt-br}}</ref> |
||
Atuou entre 2015 e 2023 na 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro,<ref>{{citar web|url=https://www10.trf2.jus.br/corregedoria/wp-content/uploads/sites/41/2015/11/lista-completa-lotacoes-juizes-federais-2a-regiao.pdf|título=Relação de juízes|data=8 de fevereiro de 2017|acessodata=4 de março de 2017|publicado=Tribunal Regional Federal da 2ª Região|urlmorta=y}}</ref><ref name=":1">{{Citar web|url=https://www.conjur.com.br/2023-fev-28/cnj-afasta-marcelo-bretas-atuacao-lava-jato-rio|titulo=CNJ afasta Marcelo Bretas por atuação na "lava jato" do Rio e abre procedimento|data=2023-02-28|acessodata=2023-03-06|website=Conjur – Consultor Jurídico|lingua=pt-BR}}</ref><ref name=":2">{{Citar web|url=https://www.cnnbrasil.com.br/politica/cnj-decide-afastar-marcelo-bretas-juiz-da-lava-jato-no-rio-de-janeiro/|titulo=CNJ decide afastar Marcelo Bretas, juiz da Lava Jato no Rio de Janeiro|data=2023-02-28|acessodata=2023-03-06|website=CNN Brasil|lingua=pt-BR}}</ref> que possui competência para julgar casos envolvendo crimes contra o sistema financeiro nacional e lavagem ou ocultação de bens, e ganhou notoriedade ao julgar casos relacionados à [[Operação Lava Jato]] no [[Rio de Janeiro (estado)|Rio de Janeiro]].<ref name=":0" /><ref>{{Citar web|url=https://www.gazetadopovo.com.br/republica/afastamento-de-bretas-pelo-cnj-abre-portas-para-stf-demolir-lava-jato-do-rio/|titulo=Afastamento de Bretas pelo CNJ abre portas para STF demolir Lava Jato do Rio|data=2023-03-05|acessodata=2023-03-06|website=Gazeta do Povo|lingua=pt-BR}}</ref> |
Atuou entre 2015 e 2023 na 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro,<ref>{{citar web|url=https://www10.trf2.jus.br/corregedoria/wp-content/uploads/sites/41/2015/11/lista-completa-lotacoes-juizes-federais-2a-regiao.pdf|título=Relação de juízes|data=8 de fevereiro de 2017|acessodata=4 de março de 2017|publicado=Tribunal Regional Federal da 2ª Região|urlmorta=y}}</ref><ref name=":1">{{Citar web|url=https://www.conjur.com.br/2023-fev-28/cnj-afasta-marcelo-bretas-atuacao-lava-jato-rio|titulo=CNJ afasta Marcelo Bretas por atuação na "lava jato" do Rio e abre procedimento|data=2023-02-28|acessodata=2023-03-06|website=Conjur – Consultor Jurídico|lingua=pt-BR}}</ref><ref name=":2">{{Citar web|url=https://www.cnnbrasil.com.br/politica/cnj-decide-afastar-marcelo-bretas-juiz-da-lava-jato-no-rio-de-janeiro/|titulo=CNJ decide afastar Marcelo Bretas, juiz da Lava Jato no Rio de Janeiro|data=2023-02-28|acessodata=2023-03-06|website=CNN Brasil|lingua=pt-BR}}</ref> que possui competência para julgar casos envolvendo crimes contra o sistema financeiro nacional e lavagem ou ocultação de bens, e ganhou notoriedade ao julgar casos relacionados à [[Operação Lava Jato]] no [[Rio de Janeiro (estado)|Rio de Janeiro]].<ref name=":0" /><ref>{{Citar web|url=https://www.gazetadopovo.com.br/republica/afastamento-de-bretas-pelo-cnj-abre-portas-para-stf-demolir-lava-jato-do-rio/|titulo=Afastamento de Bretas pelo CNJ abre portas para STF demolir Lava Jato do Rio|data=2023-03-05|acessodata=2023-03-06|website=Gazeta do Povo|lingua=pt-BR}}</ref> |
||
== Biografia == |
== Biografia == |
||
Nascido em [[Nilópolis]], município da [[Baixada Fluminense]] na região metropolitana do Rio de Janeiro, passou a maior parte da infância e adolescência em [[Queimados]], trabalhando com os pais em uma loja de bijuterias do Saara, mercado popular carioca.<ref name= ":0">{{Citar periódico|ultimo1 = Nogueira|primeiro1 = Ítalo |ultimo2=Canônico|primeiro2= Marco Aurélio|data= 2017-2-15 |titulo= Juiz da Lava Jato no RJ se destaca por penas duras e religiosidade |url= http://www1.folha.uol.com.br/poder/2017/02/1858829-juiz-da-lava-jato-no-rj-se-destaca-por-penas-duras-e-religiosidade.shtml |jornal= Folha de S. |
Nascido em [[Nilópolis]], município da [[Baixada Fluminense]] na região metropolitana do Rio de Janeiro, passou a maior parte da infância e adolescência em [[Queimados]], trabalhando com os pais em uma loja de bijuterias do Saara, mercado popular carioca.<ref name= ":0">{{Citar periódico|ultimo1 = Nogueira|primeiro1 = Ítalo |ultimo2=Canônico|primeiro2= Marco Aurélio|data= 2017-2-15 |titulo= Juiz da Lava Jato no RJ se destaca por penas duras e religiosidade |url= http://www1.folha.uol.com.br/poder/2017/02/1858829-juiz-da-lava-jato-no-rj-se-destaca-por-penas-duras-e-religiosidade.shtml |jornal= Folha de S.Paulo |acessodata= 2018-1-29}}</ref> |
||
Em 1994, formou-se pela [[Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro |
Em 1994, formou-se pela [[Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro|Faculdade de Direito]] da [[Universidade Federal do Rio de Janeiro]] (UFRJ), onde, aos 19, conheceu sua futura esposa, a também juíza federal Simone de Fátima Diniz Bretas, com quem tem dois filhos.<ref name= "elpais" /> |
||
Criado em família evangélica, frequenta a [[Comunidade Evangélica Internacional da Zona Sul]] e tem dois irmãos, Adenir Bretas e Márcio Bretas.<ref name= ":0" /> Citou um [[versículo]] da [[Bíblia]] na decisão que autorizou a prisão de [[Sérgio Cabral Filho|Sérgio Cabral]] pela [[operação Calicute]], em novembro de 2016. Acusado de julgar sob égide religiosa,<ref name=":0" /> diz separar trabalho e religião, mas com a Bíblia sempre a mão para consultas.<ref name="bbc"/> |
Criado em família evangélica, frequenta a [[Comunidade Evangélica Internacional da Zona Sul]] e tem dois irmãos, Adenir Bretas e Márcio Bretas.<ref name= ":0" /> Citou um [[versículo]] da [[Bíblia]] na decisão que autorizou a prisão de [[Sérgio Cabral Filho|Sérgio Cabral]] pela [[operação Calicute]], em novembro de 2016. Acusado de julgar sob égide religiosa,<ref name=":0" /> diz separar trabalho e religião, mas com a Bíblia sempre a mão para consultas.<ref name="bbc"/> |
||
Linha 29: | Linha 29: | ||
Em 1997, Bretas tomou posse como juiz federal da 2ª Região, passando quinze anos por varas federais fluminenses em [[Volta Redonda]], [[Três Rios]] e [[Petrópolis]], cidade na qual permaneceu por doze anos e obteve seu [[mestrado]] pela [[Universidade Católica de Petrópolis]].<ref>{{citar web | url = http://extra.globo.com/noticias/rio/marcelo-bretas-juiz-que-mandou-prender-cabral-e-chamado-de-moro-carioca-20664778.html |publicado= Globo |obra= Extra|data= 18/12/2016|acessodata= 4/3/2017 |título= Marcelo Bretas, juiz que mandou prender Cabral, é chamado de ‘Moro carioca’}}</ref> |
Em 1997, Bretas tomou posse como juiz federal da 2ª Região, passando quinze anos por varas federais fluminenses em [[Volta Redonda]], [[Três Rios]] e [[Petrópolis]], cidade na qual permaneceu por doze anos e obteve seu [[mestrado]] pela [[Universidade Católica de Petrópolis]].<ref>{{citar web | url = http://extra.globo.com/noticias/rio/marcelo-bretas-juiz-que-mandou-prender-cabral-e-chamado-de-moro-carioca-20664778.html |publicado= Globo |obra= Extra|data= 18/12/2016|acessodata= 4/3/2017 |título= Marcelo Bretas, juiz que mandou prender Cabral, é chamado de ‘Moro carioca’}}</ref> |
||
Antes de ganhar notoriedade, Bretas permaneceu quatro meses em [[Washington, D.C.|Washington]], capital dos [[EUA]], onde estudou o funcionamento da Justiça federal [[norte-americana|estadunidense]].<ref name= "elpais" /> |
Antes de ganhar notoriedade, Bretas permaneceu quatro meses em [[Washington, D.C.|Washington]], capital dos [[EUA]], onde estudou o funcionamento da Justiça federal [[norte-americana|estadunidense]].<ref name= "elpais" /> |
||
Bretas ganhou notoriedade ao final de 2015, quando [[Teori Zavascki]], relator da Operação Lava Jato no [[Supremo Tribunal Federal]], determinou o desmembramento das investigações da [[Operação Lava Jato]] em [[Curitiba]] e enviou o caso da estatal [[Eletronuclear]] para a Justiça Federal do Rio de Janeiro,<ref name= "bbc" /> onde o caso foi sorteado para a 7ª Vara Federal Criminal, que Bretas assumira 8 meses antes.<ref name=":0" /> |
Bretas ganhou notoriedade ao final de 2015, quando [[Teori Zavascki]], relator da Operação Lava Jato no [[Supremo Tribunal Federal]], determinou o desmembramento das investigações da [[Operação Lava Jato]] em [[Curitiba]] e enviou o caso da estatal [[Eletronuclear]] para a Justiça Federal do Rio de Janeiro,<ref name= "bbc" /> onde o caso foi sorteado para a 7ª Vara Federal Criminal, que Bretas assumira 8 meses antes.<ref name=":0" /> |
||
Linha 35: | Linha 35: | ||
Com a morte de [[Teori Zavascki]], foi um dos trinta magistrados relacionados em uma pré-lista da [[Associação dos Juízes Federais do Brasil|Associação de Juízes do Brasil]] para assumir sua vaga no Supremo Tribunal Federal.<ref name= "bbc" /> |
Com a morte de [[Teori Zavascki]], foi um dos trinta magistrados relacionados em uma pré-lista da [[Associação dos Juízes Federais do Brasil|Associação de Juízes do Brasil]] para assumir sua vaga no Supremo Tribunal Federal.<ref name= "bbc" /> |
||
Em 26 de janeiro de 2017, Bretas autorizou uma [[Operação Eficiência |
Em 26 de janeiro de 2017, Bretas autorizou uma [[Operação Eficiência|operação da Polícia Federal]] que prendeu o empresário [[Eike Batista]]. A operação investigava crimes de [[lavagem de dinheiro]], que consistiriam na ocultação no exterior de aproximadamente 100 milhões de dólares (cerca de 340 milhões de reais). Entre os alvos também estava o ex-governador [[Sérgio Cabral Filho|Sérgio Cabral]].<ref>{{citar web|url= http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/operacao-eficiencia-veja-de-que-cabral-eike-e-outros-sao-acusados-na-lava-jato.ghtml|publicado=Globo |obra=G1|data=26/1/2017|acessodata= 4/3/2017|título= Operação Eficiência: veja de que Cabral, Eike e outros são acusados na Lava Jato}}</ref><ref>{{citar web|url= http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2017-02/pf-indicia-eike-batista-cabral-e-mais-dez-pessoas-na-operacao-eficiencia |título=PF indicia Eike Batista, Cabral e mais dez pessoas na Operação Eficiência|data= 2017-2-8 |acessodata=2018-1-30|obra= Agência Brasil|publicado= EBC |ultimo= Vieira|primeiro= Isabela}}</ref><ref>{{citar web |url= http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/operacao-eficiencia-mira-eike-batista-sergio-cabral-e-lavagem-de-us-100-mihoes-no-exterior/ |título= Operação Eficiência mira Eike Batista, Sérgio Cabral e lavagem de US$ 100 milhões no exterior |data= 2017-1-26|acessodata= 2018-1-30 |publicado = O Estado de São Paulo | obra =Estadão |ultimo1 = Serapião |primeiro1 = Fabio |ultimo2= Macedo |primeiro2= Fausto}}</ref> |
||
Em abril de 2017, autorizou a [[Operação Fatura Exposta]] que investiga um desvio de 300 milhões de reais da pasta de saúde do Rio de Janeiro e fraudes em [[licitações]] para o fornecimento de [[próteses]] para o [[Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia]] (Into) e para a Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro.<ref>{{citar web |url= http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/pf-prende-ex-secretario-de-saude-de-cabral-e-dois-empresarios-da-iskin-na-operacao-fratura-exposta/|publicado = UOL | obra = Congresso em Foco|acessodata= 12 abril de 2017|título= PF prende ex-secretário de Saúde de Cabral e mais dois empresários na Operação Fatura Exposta}}</ref> |
Em abril de 2017, autorizou a [[Operação Fatura Exposta]] que investiga um desvio de 300 milhões de reais da pasta de saúde do Rio de Janeiro e fraudes em [[licitações]] para o fornecimento de [[próteses]] para o [[Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia]] (Into) e para a Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro.<ref>{{citar web |url= http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/pf-prende-ex-secretario-de-saude-de-cabral-e-dois-empresarios-da-iskin-na-operacao-fratura-exposta/|publicado = UOL | obra = Congresso em Foco|acessodata= 12 abril de 2017|título= PF prende ex-secretário de Saúde de Cabral e mais dois empresários na Operação Fatura Exposta}}</ref> |
||
Em 29 de janeiro de 2018, a imprensa divulgou que pedido de informações feito à ouvidoria do TRF2<ref>{{Citar periódico |ultimo= Matais |primeiro= Andreza |data= 2018-1-30 |titulo= Procurador da AGU é autor do pedido que revelou auxílio-moradia de Bretas|url= http://politica.estadao.com.br/blogs/coluna-do-estadao/procurador-da-agu-e-autor-do-pedido-que-revelou-auxilio-moradia-de-bretas/|jornal=Estadão}}</ref> revelou que Marcelo Bretas acionara com sucesso o Judiciário para receber o auxílio-moradia mesmo sendo casado e residindo com magistrada que também aufere o benefício,<ref>{{Citar periódico |data=2018-1-29 |titulo= Casado com juíza, Marcelo Bretas foi à Justiça para que ambos pudessem receber auxílio-moradia |url= http://painel.blogfolha.uol.com.br/2018/01/29/casado-com-juiza-marcelo-bretas-foi-a-justica-para-que-ambos-pudessem-receber-auxilio-moradia/ |jornal= Folha de S. |
Em 29 de janeiro de 2018, a imprensa divulgou que pedido de informações feito à ouvidoria do TRF2<ref>{{Citar periódico |ultimo= Matais |primeiro= Andreza |data= 2018-1-30 |titulo= Procurador da AGU é autor do pedido que revelou auxílio-moradia de Bretas|url= http://politica.estadao.com.br/blogs/coluna-do-estadao/procurador-da-agu-e-autor-do-pedido-que-revelou-auxilio-moradia-de-bretas/|jornal=Estadão}}</ref> revelou que Marcelo Bretas acionara com sucesso o Judiciário para receber o auxílio-moradia mesmo sendo casado e residindo com magistrada que também aufere o benefício,<ref>{{Citar periódico |data=2018-1-29 |titulo= Casado com juíza, Marcelo Bretas foi à Justiça para que ambos pudessem receber auxílio-moradia |url= http://painel.blogfolha.uol.com.br/2018/01/29/casado-com-juiza-marcelo-bretas-foi-a-justica-para-que-ambos-pudessem-receber-auxilio-moradia/ |jornal= Folha de S.Paulo |acessodata= 2018-1-29}}</ref> situação proibida por regulação do [[Conselho Nacional de Justiça]] (CNJ).<ref>{{Citar periódico |ultimo1 =Brito|primeiro1 = Carlos|ultimo2=Martins |primeiro2= Marcos Antônio|data= 2018-1-29 |titulo= Juiz Marcelo Bretas recorre à Justiça para receber auxílio-moradia|url= https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/juiz-marcelo-bretas-recorre-a-justica-para-receber-auxilio-moradia.ghtml|jornal=G1 |acessodata= 2018-1-29}}</ref> |
||
Em 21 de março de 2019, decretou a prisão preventiva do ex-presidente da República [[Michel Temer]] por suspeitas de [[corrupção]] na [[Operação Lava Jato]]; Temer foi o segundo ex-presidente a ter a prisão decretada por crime comum na história do Brasil.<ref>{{citar web|url= https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/03/21/temer-e-o-segundo-ex-presidente-do-brasil-preso-lula-foi-o-primeiro.ghtml/ |publicado= Globo | obra = G1|acessodata=21 de março de 2019|título=Temer é o segundo ex-presidente do Brasil preso por crime comum; Lula foi o primeiro}}</ref> A decisão de Bretas foi criticada por juristas, que apontaram inconsistências, sendo revertida monocraticamente em 25 de março de 2019 pelo desembargador Antônio Ivan Athié, do TRF-2, que afirmou que a razão principal alegada por Bretas para prender Temer "simplesmente não existe."<ref>{{Citar web |url= https://gauchazh.clicrbs.com.br/politica/noticia/2019/03/alegacao-antiga-nao-pode-justificar-detencao-diz-jurista-sobre-prisao-de-temer-cjtjyka1900nk01nw2hjwnrbk.html |título=Alegação antiga não pode justificar detenção, diz jurista sobre prisão de Temer |publicado= RBS | obra =GaúchaZH | via =O Estado de S. Paulo |data=22 de março de 2019 |acessodata=26 de março de 2019}}</ref><ref>{{Citar web |url= https://www1.folha.uol.com.br/poder/2019/03/bretas-ignora-3-fatos-recentes-listados-pela-lava-jato-para-a-prisao-de-temer.shtml |título=Bretas ignora 3 fatos recentes listados pela Lava Jato para a prisão de Temer | obra =Folha de S. |
Em 21 de março de 2019, decretou a prisão preventiva do ex-presidente da República [[Michel Temer]] por suspeitas de [[corrupção]] na [[Operação Lava Jato]]; Temer foi o segundo ex-presidente a ter a prisão decretada por crime comum na história do Brasil.<ref>{{citar web|url= https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/03/21/temer-e-o-segundo-ex-presidente-do-brasil-preso-lula-foi-o-primeiro.ghtml/ |publicado= Globo | obra = G1|acessodata=21 de março de 2019|título=Temer é o segundo ex-presidente do Brasil preso por crime comum; Lula foi o primeiro}}</ref> A decisão de Bretas foi criticada por juristas, que apontaram inconsistências, sendo revertida monocraticamente em 25 de março de 2019 pelo desembargador Antônio Ivan Athié, do TRF-2, que afirmou que a razão principal alegada por Bretas para prender Temer "simplesmente não existe."<ref>{{Citar web |url= https://gauchazh.clicrbs.com.br/politica/noticia/2019/03/alegacao-antiga-nao-pode-justificar-detencao-diz-jurista-sobre-prisao-de-temer-cjtjyka1900nk01nw2hjwnrbk.html |título=Alegação antiga não pode justificar detenção, diz jurista sobre prisão de Temer |publicado= RBS | obra =GaúchaZH | via =O Estado de S. Paulo |data=22 de março de 2019 |acessodata=26 de março de 2019}}</ref><ref>{{Citar web |url= https://www1.folha.uol.com.br/poder/2019/03/bretas-ignora-3-fatos-recentes-listados-pela-lava-jato-para-a-prisao-de-temer.shtml |título=Bretas ignora 3 fatos recentes listados pela Lava Jato para a prisão de Temer | obra =Folha de S.Paulo | prenome1 =Mario César | sobrenome1 = Carvalho | prenome2 = Felipe | sobrenome2 = Bächtold |data=23 de março de 2019 |acessodata= 26 de março de 2019}}</ref><ref>{{Citar web |url=https://www1.folha.uol.com.br/poder/2019/03/soltura-de-temer-decorre-de-decisao-fragil-nao-de-sabotagem-a-lava-jato.shtml |título=Soltura de Temer decorre de decisão frágil, não de sabotagem à Lava Jato |publicado=Folha de S.Paulo | prenome1 =Mario César | sobrenome1 = Carvalho |data=26 de março de 2019 |acessodata=26 de março de 2019}}</ref><ref>{{Citar web |url= https://g1.globo.com/politica/blog/matheus-leitao/post/2019/03/25/motivo-principal-da-decisao-pela-prisao-de-temer-simplesmente-nao-existe-diz-desembargador.ghtml |título=Motivo principal da decisão pela prisão de Temer 'simplesmente não existe', diz desembargador |publicado = Globo | obra =G1 | prenome =Matheus | sobrenome = Leitão |data= 25 de março de 2019 |acessodata=26 de março de 2019}}</ref> |
||
Desde o |
Desde o de 2019 atraiu curiosidade a relação próxima exemplificada por meio de fotos e elogios públicos entre Bretas e o governador do Rio de Janeiro [[Wilson Witzel]],<ref>{{Citar periódico |titulo=Recebo advogados e procuradores, mas obviamente não darei conselhos a ninguém, diz juiz Marcelo Bretas |url=https://www.bbc.com/portuguese/brasil-48907226 |jornal=BBC News Brasil |acessodata= 2020-11-25 |lingua=pt-BR}}</ref> sendo sua irmã Marcilene Cristina Bretas Santana nomeada para cargo comissionado na Controladoria-Geral do Estado. Em meados do mesmo ano, Bretas apagou todas as fotos com Witzel de suas redes sociais.<ref>{{Citar web |url= https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2020/05/19/de-apoio-em-eleicao-a-operacao-da-pf-o-rompimento-de-witzel-e-bretas.htm |titulo=De nomeação de irmã à operação da PF: o rompimento de Witzel e Bretas |acessodata=2020-11-25 |website= Notícias UOL |lingua=pt-br}}</ref> Ainda no mesmo ano gerou controvérsia uma suposta declaração de apoio ao jogador [[Neymar]] com relação a um suposto caso de estupro e agressão tendo que posteriormente prestar esclarecimentos à Corregedoria Nacional de Justiça.<ref>{{Citar web |url=https://www.poder360.com.br/justica/nem-sempre-a-vitima-e-a-parte-mais-fraca-diz-bretas-sobre-caso-neymar/ |titulo= 'Nem sempre a vítima é a parte mais fraca', diz Bretas sobre caso Neymar |data= 2019-06-06 |acessodata= 2020-11-25 |website= Poder 360 |lingua=pt-br}}</ref><ref>{{Citar web |url= https://www.terra.com.br/noticias/brasil/politica/corregedor-cobra-explicacoes-de-bretas-sobre-comentario-do-caso-neymar-no-twitter,b94623e02633f82a099c45834499c30ejl9r9ojk.html |titulo=Bretas terá que explicar comentário sobre caso Neymar |acessodata=2020-11-25 |website=Terra |lingua= pt-BR}}</ref> |
||
Em maio de 2020, foi internado com sintomas de [[COVID-19]], e posteriormente após melhora do quadro foi para a semi-UTI.<ref>{{citar web |url= https://veja.abril.com.br/blog/radar/internado-com-coronavirus-marcelo-bretas-deve-receber-alta-em-breve/ |publicado= Abril | obra = Veja|titulo=Internado com coronavírus, Marcelo Bretas deve receber alta em breve| prenome =Mariana | sobrenome = Muniz |data=12 de maio de 2020 |acessodata=13 de maio de 2020}}</ref> |
Em maio de 2020, foi internado com sintomas de [[COVID-19]], e posteriormente após melhora do quadro foi para a semi-UTI.<ref>{{citar web |url= https://veja.abril.com.br/blog/radar/internado-com-coronavirus-marcelo-bretas-deve-receber-alta-em-breve/ |publicado= Abril | obra = Veja|titulo=Internado com coronavírus, Marcelo Bretas deve receber alta em breve| prenome =Mariana | sobrenome = Muniz |data=12 de maio de 2020 |acessodata=13 de maio de 2020}}</ref> |
||
Linha 49: | Linha 49: | ||
Em setembro de 2020, o [[Tribunal Regional Federal da 2ª Região]] (TRF-2) aplicou, por 12 votos a 1, pena de censura a Bretas pela participação em eventos públicos ao lado do presidente [[Jair Bolsonaro]] e do prefeito do Rio de Janeiro [[Marcelo Crivella]] no dia 15 de fevereiro do mesmo ano. Os magistrados classificaram as atitudes de Bretas como "autopromoção" e "superexposição". Como resultado Bretas estaria fora das listas de promoção por um ano.<ref>{{Citar web |url = https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2020/09/17/trf2-adverte-o-juiz-marcelo-bretas-por-participar-de-eventos-no-rio-com-bolsonaro-e-crivella-processo-e-arquivado.ghtml |titulo= TRF2 aplica pena de censura ao juiz Marcelo Bretas por participar de eventos no Rio com Bolsonaro e Crivella |acessodata= 2020-11-25 |website=G1 |lingua= pt-br}}</ref> |
Em setembro de 2020, o [[Tribunal Regional Federal da 2ª Região]] (TRF-2) aplicou, por 12 votos a 1, pena de censura a Bretas pela participação em eventos públicos ao lado do presidente [[Jair Bolsonaro]] e do prefeito do Rio de Janeiro [[Marcelo Crivella]] no dia 15 de fevereiro do mesmo ano. Os magistrados classificaram as atitudes de Bretas como "autopromoção" e "superexposição". Como resultado Bretas estaria fora das listas de promoção por um ano.<ref>{{Citar web |url = https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2020/09/17/trf2-adverte-o-juiz-marcelo-bretas-por-participar-de-eventos-no-rio-com-bolsonaro-e-crivella-processo-e-arquivado.ghtml |titulo= TRF2 aplica pena de censura ao juiz Marcelo Bretas por participar de eventos no Rio com Bolsonaro e Crivella |acessodata= 2020-11-25 |website=G1 |lingua= pt-br}}</ref> |
||
Em 28 de fevereiro de 2023, o CNJ acatou o recurso feito pela [[Ordem dos Advogados do Brasil]] (OAB) punindo o magistrado com o afastamento de suas funções. Bretas era acusado de favorecimento ilícito, ao negociar acordos de delação premiada junto com o [[Ministério Público Federal]] (MPF) para negociar sentenças, combinar estratégias e orientar advogados.<ref>{{Citar web|url=https://g1.globo.com/politica/noticia/2023/02/28/cnj-decide-afastar-o-juiz-marcelo-bretas.ghtml|titulo=CNJ abre investigação e decide afastar o juiz Marcelo Bretas por desvio de conduta|data=2023-02-28|acessodata=2023-03-06|website=G1|lingua=pt-br}}</ref> Além disso, o ministro do [[Superior Tribunal de Justiça]] (STJ) [[Luís Felipe Salomão]] fez uma reclamação disciplinar. Segundo o ministro, que também é corregedor do CNJ, computadores corporativos do juiz tinham supostas deficiências graves de serviços judiciais, administrativos, serventias e de registros.<ref>{{Citar web|url=https://www.em.com.br/app/noticia/politica/2023/02/28/interna_politica,1462937/marcelo-bretas-juiz-da-lava-jato-do-rio-e-afastado-por-irregularidades.shtml|titulo=Marcelo Bretas, juiz da Lava-Jato do Rio, afastado por irregularidades|data=2023-02-28|acessodata=2023-03-06|website=Estado de Minas|lingua=pt-BR}}</ref> Outra reclamação feita contra ele foi pelo prefeito do [[Rio de Janeiro]] [[Eduardo Paes]]. O político acusou Bretas de atrapalhar a sua campanha nas [[Eleições estaduais no Rio de Janeiro em 2018|Eleições no Rio de Janeiro em 2018]], já que no período eleitoral uma delação premiada feita por Alexandre Pinto, ex-secretário de obras na segunda gestão de Paes, acusara o prefeito de corrupção e lavagem de dinheiro durante as obras para a realização dos [[Jogos Olímpicos Rio 2016]]. Além disso, segundo o prefeito, Bretas tinha ligações próximas com o então candidato Wilson Witzel. O juiz foi condenado por 12 votos à favor e 3 contrários. Ainda cabe recurso, pois o relator do processo irá ainda julgar o possível afastamento definitivo de Bretas do cargo de juiz com [[aposentadoria compulsória]].<ref name=":1" /><ref name=":2" /><ref |
Em 28 de fevereiro de 2023, o CNJ acatou o recurso feito pela [[Ordem dos Advogados do Brasil]] (OAB) punindo o magistrado com o afastamento de suas funções. Bretas era acusado de favorecimento ilícito, ao negociar acordos de delação premiada junto com o [[Ministério Público Federal]] (MPF) para negociar sentenças, combinar estratégias e orientar advogados.<ref>{{Citar web|url=https://g1.globo.com/politica/noticia/2023/02/28/cnj-decide-afastar-o-juiz-marcelo-bretas.ghtml|titulo=CNJ abre investigação e decide afastar o juiz Marcelo Bretas por desvio de conduta|data=2023-02-28|acessodata=2023-03-06|website=G1|lingua=pt-br}}</ref> Além disso, o ministro do [[Superior Tribunal de Justiça]] (STJ) [[Luís Felipe Salomão]] fez uma reclamação disciplinar. Segundo o ministro, que também é corregedor do CNJ, computadores corporativos do juiz tinham supostas deficiências graves de serviços judiciais, administrativos, serventias e de registros.<ref>{{Citar web|url=https://www.em.com.br/app/noticia/politica/2023/02/28/interna_politica,1462937/marcelo-bretas-juiz-da-lava-jato-do-rio-e-afastado-por-irregularidades.shtml|titulo=Marcelo Bretas, juiz da Lava-Jato do Rio, afastado por irregularidades|data=2023-02-28|acessodata=2023-03-06|website=Estado de Minas|lingua=pt-BR}}</ref> Outra reclamação feita contra ele foi pelo prefeito do [[Rio de Janeiro]] [[Eduardo Paes]]. O político acusou Bretas de atrapalhar a sua campanha nas [[Eleições estaduais no Rio de Janeiro em 2018|Eleições no Rio de Janeiro em 2018]], já que no período eleitoral uma delação premiada feita por Alexandre Pinto, ex-secretário de obras na segunda gestão de Paes, acusara o prefeito de corrupção e lavagem de dinheiro durante as obras para a realização dos [[Jogos Olímpicos Rio 2016]]. Além disso, segundo o prefeito, Bretas tinha ligações próximas com o então candidato Wilson Witzel. O juiz foi condenado por 12 votos à favor e 3 contrários. Ainda cabe recurso, pois o relator do processo irá ainda julgar o possível afastamento definitivo de Bretas do cargo de juiz com [[aposentadoria compulsória]].<ref name=":1" /><ref name=":2" /><ref =gazetadopovo.com.br/><ref>{{Citar web|url=https://gauchazh.clicrbs.com.br/politica/noticia/2023/02/cnj-abre-processo-disciplinar-e-afasta-juiz-marcelo-bretas-cleor7nue00cu017lgtnsrfuy.html|titulo=CNJ abre processo disciplinar e afasta juiz Marcelo Bretas|data=2023-02-28|acessodata=2023-03-06|website=GZH|lingua=pt-BR}}</ref> |
||
Após seu afastamento, tornou-se ''[[Coaching|coach]]'' jurídico e passou a ministrar cursos sobre prática jurídica e dar palestras, simpósios e conferências.<ref>{{Citar web|url=https://www1.folha.uol.com.br/poder/2024/01/bretas-juiz-afastado-da-lava-jato-agora-tenta-ser-coach-juridico-nas-redes.shtml|titulo=Bretas, juiz afastado da Lava Jato, agora tenta ser coach jurídico nas redes|data=2024-01-02|acessodata=2024-01-03|website=[[Folha de S.Paulo]]|autor=Ana Gabriela Oliveira Lima|lingua=pt-BR|arquivourl=https://web.archive.org/web/20240103024245/https://www1.folha.uol.com.br/poder/2024/01/bretas-juiz-afastado-da-lava-jato-agora-tenta-ser-coach-juridico-nas-redes.shtml|arquivodata=2024-01-03}}</ref> |
Após seu afastamento, tornou-se ''[[Coaching|coach]]'' jurídico e passou a ministrar cursos sobre prática jurídica e dar palestras, simpósios e conferências.<ref>{{Citar web|url=https://www1.folha.uol.com.br/poder/2024/01/bretas-juiz-afastado-da-lava-jato-agora-tenta-ser-coach-juridico-nas-redes.shtml|titulo=Bretas, juiz afastado da Lava Jato, agora tenta ser coach jurídico nas redes|data=2024-01-02|acessodata=2024-01-03|website=[[Folha de S.Paulo]]|autor=Ana Gabriela Oliveira Lima|lingua=pt-BR|arquivourl=https://web.archive.org/web/20240103024245/https://www1.folha.uol.com.br/poder/2024/01/bretas-juiz-afastado-da-lava-jato-agora-tenta-ser-coach-juridico-nas-redes.shtml|arquivodata=2024-01-03}}</ref> |
Edição atual tal como às 22h56min de 11 de novembro de 2024
Marcelo Bretas | |
Juiz federal da 2ª Região | |
Período | 1997 - atualidade[nota 1] |
Dados pessoais | |
Nascimento | 7 de julho de 1970 (54 anos) Nilópolis, RJ |
Cônjuge | Simone de Fátima Diniz Bretas |
Alma mater | Universidade Federal do Rio de Janeiro Universidade Católica de Petrópolis |
Nacionalidade | brasileiro |
Religião | evangélico |
Marcelo da Costa Bretas (Nilópolis, 7 de julho de 1970)[2] é um jurista e magistrado brasileiro, juiz federal da 2ª Região desde 1997, atualmente afastado do cargo pelo Conselho Nacional de Justiça.[3][4][5]
Atuou entre 2015 e 2023 na 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro,[6][7][8] que possui competência para julgar casos envolvendo crimes contra o sistema financeiro nacional e lavagem ou ocultação de bens, e ganhou notoriedade ao julgar casos relacionados à Operação Lava Jato no Rio de Janeiro.[9][10]
Biografia
[editar | editar código-fonte]Nascido em Nilópolis, município da Baixada Fluminense na região metropolitana do Rio de Janeiro, passou a maior parte da infância e adolescência em Queimados, trabalhando com os pais em uma loja de bijuterias do Saara, mercado popular carioca.[9]
Em 1994, formou-se pela Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde, aos 19, conheceu sua futura esposa, a também juíza federal Simone de Fátima Diniz Bretas, com quem tem dois filhos.[4]
Criado em família evangélica, frequenta a Comunidade Evangélica Internacional da Zona Sul e tem dois irmãos, Adenir Bretas e Márcio Bretas.[9] Citou um versículo da Bíblia na decisão que autorizou a prisão de Sérgio Cabral pela operação Calicute, em novembro de 2016. Acusado de julgar sob égide religiosa,[9] diz separar trabalho e religião, mas com a Bíblia sempre a mão para consultas.[3]
Carreira
[editar | editar código-fonte]Em 1997, Bretas tomou posse como juiz federal da 2ª Região, passando quinze anos por varas federais fluminenses em Volta Redonda, Três Rios e Petrópolis, cidade na qual permaneceu por doze anos e obteve seu mestrado pela Universidade Católica de Petrópolis.[11]
Antes de ganhar notoriedade, Bretas permaneceu quatro meses em Washington, capital dos EUA, onde estudou o funcionamento da Justiça federal estadunidense.[4]
Bretas ganhou notoriedade ao final de 2015, quando Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, determinou o desmembramento das investigações da Operação Lava Jato em Curitiba e enviou o caso da estatal Eletronuclear para a Justiça Federal do Rio de Janeiro,[3] onde o caso foi sorteado para a 7ª Vara Federal Criminal, que Bretas assumira 8 meses antes.[9]
Com a morte de Teori Zavascki, foi um dos trinta magistrados relacionados em uma pré-lista da Associação de Juízes do Brasil para assumir sua vaga no Supremo Tribunal Federal.[3]
Em 26 de janeiro de 2017, Bretas autorizou uma operação da Polícia Federal que prendeu o empresário Eike Batista. A operação investigava crimes de lavagem de dinheiro, que consistiriam na ocultação no exterior de aproximadamente 100 milhões de dólares (cerca de 340 milhões de reais). Entre os alvos também estava o ex-governador Sérgio Cabral.[12][13][14]
Em abril de 2017, autorizou a Operação Fatura Exposta que investiga um desvio de 300 milhões de reais da pasta de saúde do Rio de Janeiro e fraudes em licitações para o fornecimento de próteses para o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into) e para a Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro.[15]
Em 29 de janeiro de 2018, a imprensa divulgou que pedido de informações feito à ouvidoria do TRF2[16] revelou que Marcelo Bretas acionara com sucesso o Judiciário para receber o auxílio-moradia mesmo sendo casado e residindo com magistrada que também aufere o benefício,[17] situação proibida por regulação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).[18]
Em 21 de março de 2019, decretou a prisão preventiva do ex-presidente da República Michel Temer por suspeitas de corrupção na Operação Lava Jato; Temer foi o segundo ex-presidente a ter a prisão decretada por crime comum na história do Brasil.[19] A decisão de Bretas foi criticada por juristas, que apontaram inconsistências, sendo revertida monocraticamente em 25 de março de 2019 pelo desembargador Antônio Ivan Athié, do TRF-2, que afirmou que a razão principal alegada por Bretas para prender Temer "simplesmente não existe."[20][21][22][23]
Desde o início de 2019 atraiu curiosidade a relação próxima exemplificada por meio de fotos e elogios públicos entre Bretas e o governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel,[24] sendo sua irmã Marcilene Cristina Bretas Santana nomeada para cargo comissionado na Controladoria-Geral do Estado. Em meados do mesmo ano, Bretas apagou todas as fotos com Witzel de suas redes sociais.[25] Ainda no mesmo ano gerou controvérsia uma suposta declaração de apoio ao jogador Neymar com relação a um suposto caso de estupro e agressão tendo que posteriormente prestar esclarecimentos à Corregedoria Nacional de Justiça.[26][27]
Em maio de 2020, foi internado com sintomas de COVID-19, e posteriormente após melhora do quadro foi para a semi-UTI.[28]
Em setembro de 2020, o Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) aplicou, por 12 votos a 1, pena de censura a Bretas pela participação em eventos públicos ao lado do presidente Jair Bolsonaro e do prefeito do Rio de Janeiro Marcelo Crivella no dia 15 de fevereiro do mesmo ano. Os magistrados classificaram as atitudes de Bretas como "autopromoção" e "superexposição". Como resultado Bretas estaria fora das listas de promoção por um ano.[29]
Em 28 de fevereiro de 2023, o CNJ acatou o recurso feito pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) punindo o magistrado com o afastamento de suas funções. Bretas era acusado de favorecimento ilícito, ao negociar acordos de delação premiada junto com o Ministério Público Federal (MPF) para negociar sentenças, combinar estratégias e orientar advogados.[30] Além disso, o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Luís Felipe Salomão fez uma reclamação disciplinar. Segundo o ministro, que também é corregedor do CNJ, computadores corporativos do juiz tinham supostas deficiências graves de serviços judiciais, administrativos, serventias e de registros.[31] Outra reclamação feita contra ele foi pelo prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes. O político acusou Bretas de atrapalhar a sua campanha nas Eleições no Rio de Janeiro em 2018, já que no período eleitoral uma delação premiada feita por Alexandre Pinto, ex-secretário de obras na segunda gestão de Paes, acusara o prefeito de corrupção e lavagem de dinheiro durante as obras para a realização dos Jogos Olímpicos Rio 2016. Além disso, segundo o prefeito, Bretas tinha ligações próximas com o então candidato Wilson Witzel. O juiz foi condenado por 12 votos à favor e 3 contrários. Ainda cabe recurso, pois o relator do processo irá ainda julgar o possível afastamento definitivo de Bretas do cargo de juiz com aposentadoria compulsória.[7][8][10][32]
Após seu afastamento, tornou-se coach jurídico e passou a ministrar cursos sobre prática jurídica e dar palestras, simpósios e conferências.[33]
Livros
[editar | editar código-fonte]- A Privacidade e o Poder Investigatório: o limite entre o arbítrio e o respeito aos direitos fundamentais na hipótese de interceptação telefônica. [S.l.]: Editora Dialética. 2021. ISBN 9786559567676
Notas
- ↑ Afastado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) desde 28 de fevereiro de 2023.[1]
Referências
- ↑ «CNJ afasta o juiz federal Marcelo Bretas para investigar condução de processos no RJ». CNJ. 2023. Consultado em 12 de abril de 2023
- ↑ «Mc Bretas». Twitter. Consultado em 22 de março de 2019
- ↑ a b c d Carneiro, Júlia (30 de janeiro de 2017). «Quem é Marcelo Bretas, juiz que mandou Cabral e Eike para Bangu». BBC. Consultado em 29 de janeiro de 2018
- ↑ a b c Martín, María (26 de fevereiro de 2016). «Marcelo Bretas, o juiz Moro carioca». El País. Consultado em 29 de janeiro de 2018
- ↑ «CNJ abre investigação e decide afastar o juiz Marcelo Bretas por desvio de conduta». G1. Consultado em 1 de maio de 2023
- ↑ «Relação de juízes» (PDF). Tribunal Regional Federal da 2ª Região. 8 de fevereiro de 2017. Consultado em 4 de março de 2017 [ligação inativa]
- ↑ a b «CNJ afasta Marcelo Bretas por atuação na "lava jato" do Rio e abre procedimento». Conjur – Consultor Jurídico. 28 de fevereiro de 2023. Consultado em 6 de março de 2023
- ↑ a b «CNJ decide afastar Marcelo Bretas, juiz da Lava Jato no Rio de Janeiro». CNN Brasil. 28 de fevereiro de 2023. Consultado em 6 de março de 2023
- ↑ a b c d e Nogueira, Ítalo; Canônico, Marco Aurélio (15 de fevereiro de 2017). «Juiz da Lava Jato no RJ se destaca por penas duras e religiosidade». Folha de S.Paulo. Consultado em 29 de janeiro de 2018
- ↑ a b «Afastamento de Bretas pelo CNJ abre portas para STF demolir Lava Jato do Rio». Gazeta do Povo. 5 de março de 2023. Consultado em 6 de março de 2023
- ↑ «Marcelo Bretas, juiz que mandou prender Cabral, é chamado de 'Moro carioca'». Extra. Globo. 18 de dezembro de 2016. Consultado em 4 de março de 2017
- ↑ «Operação Eficiência: veja de que Cabral, Eike e outros são acusados na Lava Jato». G1. Globo. 26 de janeiro de 2017. Consultado em 4 de março de 2017
- ↑ Vieira, Isabela (8 de fevereiro de 2017). «PF indicia Eike Batista, Cabral e mais dez pessoas na Operação Eficiência». Agência Brasil. EBC. Consultado em 30 de janeiro de 2018
- ↑ Serapião, Fabio; Macedo, Fausto (26 de janeiro de 2017). «Operação Eficiência mira Eike Batista, Sérgio Cabral e lavagem de US$ 100 milhões no exterior». Estadão. O Estado de São Paulo. Consultado em 30 de janeiro de 2018
- ↑ «PF prende ex-secretário de Saúde de Cabral e mais dois empresários na Operação Fatura Exposta». Congresso em Foco. UOL. Consultado em 12 abril de 2017
- ↑ Matais, Andreza (30 de janeiro de 2018). «Procurador da AGU é autor do pedido que revelou auxílio-moradia de Bretas». Estadão
- ↑ «Casado com juíza, Marcelo Bretas foi à Justiça para que ambos pudessem receber auxílio-moradia». Folha de S.Paulo. 29 de janeiro de 2018. Consultado em 29 de janeiro de 2018
- ↑ Brito, Carlos; Martins, Marcos Antônio (29 de janeiro de 2018). «Juiz Marcelo Bretas recorre à Justiça para receber auxílio-moradia». G1. Consultado em 29 de janeiro de 2018
- ↑ «Temer é o segundo ex-presidente do Brasil preso por crime comum; Lula foi o primeiro». G1. Globo. Consultado em 21 de março de 2019
- ↑ «Alegação antiga não pode justificar detenção, diz jurista sobre prisão de Temer». GaúchaZH. RBS. 22 de março de 2019. Consultado em 26 de março de 2019 – via O Estado de S. Paulo
- ↑ Carvalho, Mario César; Bächtold, Felipe (23 de março de 2019). «Bretas ignora 3 fatos recentes listados pela Lava Jato para a prisão de Temer». Folha de S.Paulo. Consultado em 26 de março de 2019
- ↑ Carvalho, Mario César (26 de março de 2019). «Soltura de Temer decorre de decisão frágil, não de sabotagem à Lava Jato». Folha de S.Paulo. Consultado em 26 de março de 2019
- ↑ Leitão, Matheus (25 de março de 2019). «Motivo principal da decisão pela prisão de Temer 'simplesmente não existe', diz desembargador». G1. Globo. Consultado em 26 de março de 2019
- ↑ «Recebo advogados e procuradores, mas obviamente não darei conselhos a ninguém, diz juiz Marcelo Bretas». BBC News Brasil. Consultado em 25 de novembro de 2020
- ↑ «De nomeação de irmã à operação da PF: o rompimento de Witzel e Bretas». Notícias UOL. Consultado em 25 de novembro de 2020
- ↑ «'Nem sempre a vítima é a parte mais fraca', diz Bretas sobre caso Neymar». Poder 360. 6 de junho de 2019. Consultado em 25 de novembro de 2020
- ↑ «Bretas terá que explicar comentário sobre caso Neymar». Terra. Consultado em 25 de novembro de 2020
- ↑ Muniz, Mariana (12 de maio de 2020). «Internado com coronavírus, Marcelo Bretas deve receber alta em breve». Veja. Abril. Consultado em 13 de maio de 2020
- ↑ «TRF2 aplica pena de censura ao juiz Marcelo Bretas por participar de eventos no Rio com Bolsonaro e Crivella». G1. Consultado em 25 de novembro de 2020
- ↑ «CNJ abre investigação e decide afastar o juiz Marcelo Bretas por desvio de conduta». G1. 28 de fevereiro de 2023. Consultado em 6 de março de 2023
- ↑ «Marcelo Bretas, juiz da Lava-Jato do Rio, afastado por irregularidades». Estado de Minas. 28 de fevereiro de 2023. Consultado em 6 de março de 2023
- ↑ «CNJ abre processo disciplinar e afasta juiz Marcelo Bretas». GZH. 28 de fevereiro de 2023. Consultado em 6 de março de 2023
- ↑ Ana Gabriela Oliveira Lima (2 de janeiro de 2024). «Bretas, juiz afastado da Lava Jato, agora tenta ser coach jurídico nas redes». Folha de S.Paulo. Consultado em 3 de janeiro de 2024. Cópia arquivada em 3 de janeiro de 2024