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Edição atual tal como às 03h19min de 4 de dezembro de 2024
1.º Grupo de Defesa Aérea | |
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Gripen do esquadrão em 2022
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Corporação | Força Aérea Brasileira |
Denominação | Esquadrão Jaguar |
Período de atividade | 1979 – presente |
Logística | |
Aeronaves | Mirage III, Mirage 2000, F-5 Tiger II, F-39 Gripen |
Sede | |
Guarnição | Base Aérea de Anápolis, Goiás |
O 1.º Grupo de Defesa Aérea (1.º GDA), ou Esquadrão Jaguar, é uma unidade de aviação de caça da Força Aérea Brasileira (FAB) sediada na Base Aérea de Anápolis (BAAN), em Goiás, e atualmente equipado com jatos Saab Gripen E.[1] Ele é responsável pela defesa aérea do Planalto Central[2] e especialmente da capital federal em Brasília, que está a poucos minutos de voo da BAAN.[3] Seus caças podem ser acionados contra qualquer voo não autorizado, seja criminoso ou por falta de plano de voo, e abatê-lo por decisão do comando.[4]
A unidade traça suas origens ao Núcleo da Primeira Ala de Defesa Aérea (NUALADA), criado em 1972 para operar o Dassault Mirage III (designado F-103 na FAB), e seria organizada com o atual nome em 1979.[1] A BAAN foi construída especificamente para sediar o Mirage III e só receberia outros esquadrões a partir de 2002.[5][6] A ativação desta unidade é indissociável da aquisição, no mesmo período, da infraestrutura de radares e meios de comunicação que viria a ser conhecida como Cindacta.[7][8] Seus caças, os primeiros jatos supersônicos em serviço brasileiro, seriam, portanto, o braço armado do Sistema de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Sisdacta), num novo modelo de manutenção da soberania nacional.[9][10] Desde então, a FAB mantém em Anápolis seus jatos de maior poder ofensivo.[3] O jornalista Alexandre Galante define o 1.º GDA como a "elite da FAB".[11]
A princípio, sua função era exclusivamente de interceptação[8] — distinta, portanto, dos esquadrões de caça então existentes, que também tinham atribuições de ataque ao solo e mais tarde receberiam o Northrop F-5.[12][13] A primeira interceptação real do 1.º GDA ocorreu na noite de 9 de abril de 1982, durante a Guerra das Malvinas. Uma aeronave cubana Ilyushin Il-62M, carregando um embaixador a caminho da Argentina, adentrou o espaço aéreo brasileiro sem permissão e ignorou os chamados dos controladores de voo. O CINDACTA acionou dois Mirage III e o piloto da aeronave cubana obedeceu à ordem de pousar em Brasília.[14] Em 29 de setembro de 1988, no voo VASP 375, um Mirage III perseguiu um Boeing 737 sequestrado pelo tratorista desempregado Raimundo Nonato, que pretendia arremessar o avião contra o Palácio do Planalto. O piloto do avião de passageiros conseguiu pousar em Goiânia.[15]
Nos anos 1990 os Mirage III foram modificados para poder realizar ataques ao solo, mas sua obsolescência já era visível.[10] Permaneceu a separação hierárquica do resto da aviação de caça. O 1.º GDA era a única unidade do Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (COMDABRA) e o único usuário do Mirage III.[16] Com a desativação dos Mirage III prevista por volta do ano de 2005, a FAB iniciou o Program F-X para substituir suas aeronaves de caça. Como o escolhido só entraria em serviço no final de 2007, a imprensa começou a discutir o iminente "apagão do sistema de defesa aéreo". O programa foi suspenso em 2003 e já se falava num "caça-tampão".[17] A solução temporária foi adquirir doze caças Dassault Mirage 2000, que entraram em serviço em 2006. Este modelo só interceptou uma vez, em março de 2009,[10] contra um homem que roubou um monomotor do aeroclube de Luziânia, Goiás, e seguia em direção a Brasília. O piloto tentou convencê-lo a pousar, mas o avião caiu num acidente em Goiânia.[4]
O Mirage 2000 seria um "tampão" até a aquisição de novos caças a ser definidos no Programa FX-2. A FAB desativou-o em 2013 e nenhum novo caça havia chegado,[18] apesar da definição do F-39 Gripen no FX-2. A nova solução de "tampão" foi transferir de outros esquadrões o F-5, menos veloz e capaz, ao 1.º GDA.[4][19] O esquadrão foi encarregado de implementar na FAB o novo caça.[1] O primeiro Gripen em serviço brasileiro pouso em Anápolis em 20 de outubro de 2021.[5]
Referências
- ↑ a b c Força Aérea Brasileira (11 de abril de 2022). «1º Grupo de Defesa Aérea, Esquadrão Jaguar, completa 43 anos». Poder Aéreo. Consultado em 26 de novembro de 2024
- ↑ Poggio, Guilherme (17 de junho de 2024). «F-16 como 'tampão'? As lições que o Mirage 2000 deixou para a FAB». Poder Aéreo. Consultado em 26 de novembro de 2024
- ↑ a b Souza, André de; Leali, Francisco (6 de fevereiro de 2020). «Coronavírus: base em Anápolis que vai receber brasileiros vindos da China já caçou OVNIs». O Globo. Cópia arquivada em 26 de setembro de 2021
- ↑ a b c Stochero, Tahiane (31 de dezembro de 2013). «Caça Mirage 2000 faz último voo e é aposentado pela FAB». G1. Consultado em 26 de novembro de 2024
- ↑ a b «Retrospectiva 2021: Base Aérea de Anápolis, sede dos novos caças da FAB» (PDF). DM Anápolis. 28 de dezembro de 2021
- ↑ Silva, Arlete Mendes; Ataides, Marcos Augusto Marques; Santos, Tânia Rocha dos (julho–dezembro de 2012). «Base aérea de Anápolis no contexto da geopolítica brasileira». Revista Territorial. 1 (1). p. 145.
- ↑ Jasper, Flavio Neri Hadmann (janeiro–junho de 2023). «El Sistema de Defensa Aeroespacial Brasileño y la Estrategia de Defensa Nacional» (PDF). Escuela de Postgrados de la Fuerza Aérea Colombiana. Ciencia y Poder Aéreo. 18 (1). p. 123.
- ↑ a b Wheeler, Barry C. (1979). Air Forces of the World. [S.l.]: Ian Allan Ltd. ISBN 0-684-16286-5. p. 16.
- ↑ Oliveira, Bruno de Melo (2022). «Força Aérea Brasileira». In: Silva, Francisco Carlos Teixeira da, et al. (org.). Dicionário de história militar do Brasil (1822-2022): volume I. Rio de Janeiro: Autografia. p. 564-565.
- ↑ a b c Oliver, Santiago; Vargas, André (30 de janeiro de 2014). «1º GDA espera seus novos moradores». AERO Magazine. Consultado em 26 de novembro de 2024
- ↑ Galante, Alexandre (24 de agosto de 2008). «F-2000, o 'gap filler' da defesa aérea do Brasil». Poder Aéreo. Consultado em 26 de novembro de 2024
- ↑ Galante, Alexandre (9 de julho de 2010). «A Aviação de Caça da Força Aérea Brasileira – Parte 2». Poder Aéreo. Consultado em 26 de novembro de 2024
- ↑ Galante, Alexandre (10 de julho de 2010). «A Aviação de Caça da Força Aérea Brasileira – Parte 3». Poder Aéreo. Consultado em 26 de novembro de 2024
- ↑ «Há 40 anos, o 1º Grupo de Defesa Aérea da FAB realizava sua primeira Interceptação real». Poder Aéreo. 11 de abril de 2022. Consultado em 26 de novembro de 2024
- ↑ Poggio, Guilherme (12 de março de 2009). «Em 1988 Boeing foi perseguido por Mirage». Poder Aéreo. Consultado em 26 de novembro de 2024
- ↑ Peacock, Lindsey (1991). The world's air forces: an illustrated review of world air power. Nova Iorque: Military Press. ISBN 0517-05242-3. p. 30.
- ↑ «Vida e morte do Programa F-X». Poder Aéreo. Consultado em 26 de novembro de 2024
- ↑ Godoy, Roberto (6 de agosto de 2013). «Senado quer explicações sobre os caças». Estadão via Poder Aéreo. Consultado em 26 de novembro de 2024
- ↑ Stochero, Tahiane (13 de agosto de 2013). «Sem novo avião, FAB 'canibaliza' 6 caças para manter voos em 2013». G1. Consultado em 26 de novembro de 2024