Mostrar código-fonte de Protestantismo

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[[Ficheiro:Lutherstadt_Wittenberg_09-2016_photo06.jpg|upright=1.2|miniaturadaimagem|Porta exibindo as ''[[95 Teses|95 teses]]'' na [[Igreja do Castelo de Vitemberga]]. Segundo a tradição, em 1517 [[Martinho Lutero]] pregou suas ''teses'' nesta porta, dando início à [[Reforma Protestante]]]]
{{Cristianismo}}
'''Protestantismo''' é uma forma de [[cristianismo]] que se originou com a [[Reforma Protestante]] do século XVI, um movimento contra o que seus seguidores consideravam [[Críticas à Igreja Católica|erros]] da [[Igreja Católica]].<ref>{{Citar web |url=http://www.oxforddictionaries.com/definition/english/Protestant |titulo=Protestant – Definition of Protestant in English by Oxford Dictionaries |website=Oxford Dictionaries – English}}</ref> Os protestantes rejeitam a doutrina católica romana da [[supremacia papal]] e dos [[Sacramentos católicos|sacramentos]], mas discordam entre si quanto à [[Presença real de Cristo na Eucaristia|presença real]] de [[Jesus]] na [[Eucaristia]] e em questões de [[Governo eclesiástico|política eclesiástica]] e [[sucessão apostólica]].<ref name="Não-nomeado-xXFx-1">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=xLBa5aO7fgQC|título=Protestants: A History from Wittenberg to Pennsylvania 1517–1740|ultimo=Dixon|primeiro=C. Scott|data=2010|editora=John Wiley & Sons|isbn=9781444328110|via=Google Books}}</ref> Eles enfatizam o [[sacerdócio de todos os crentes]]; a [[Sola fide|justificação somente pela fé]] (''{{Lang|la|[[sola fide]]}}'') em vez de [[boas obras]]; o ensino de que a [[salvação]] vem pela [[Graça|graça divina]] ou "favor imerecido" apenas, não como algo merecido (''{{Lang|la|[[sola gratia]]}}''); e afirmar a [[Bíblia]] como sendo a única autoridade máxima (''{{Lang|la|[[sola scriptura]]}}'' ou apenas a escritura), em vez de também com a [[Tradição católica|tradição sagrada]].<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=YGqVAwAAQBAJ&pg=PA159|título=Mothering the Fatherland: A Protestant Sisterhood Repents for the Holocaust|ultimo=Faithful|primeiro=George|data=2014|editora=Oxford University Press|isbn=9780199363476|via=Google Books}}</ref> Os [[Cinco Solas|cinco ''solae'']] resumem as diferenças teológicas básicas em oposição à Igreja Católica.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=QDGaORL-BQ4C&pg=PA75|título=The Trouble with Christianity|ultimo=Voerding|primeiro=Philip|data=2009|editora=AuthorHouse|isbn=9781438989440|via=Google Books}}</ref>

O protestantismo começou na [[Alemanha]] em 1517, quando [[Martinho Lutero]] publicou suas ''[[95 Teses|Noventa e cinco teses]]'' como uma reação contra os abusos na venda de [[indulgência]]s pela Igreja Católica, que pretendia oferecer a remissão da [[Purgatório|pena temporal]] de pecados para seus compradores.<ref name="Não-nomeado-xXFx-1"/> O termo, entretanto, deriva da [[Protesto de Espira|carta de protesto]] dos [[Fürst|príncipes]] luteranos alemães em 1529 contra um [[édito]] da [[Dieta de Speyer (1529)|Dieta de Speyer]] condenando os ensinamentos de Martinho Lutero como [[Disputas cristológicas|heréticos]].<ref>''Oxford Dictionary of the Christian Church'' (1974) art. "Speyer (Spires), Diets of"</ref> Embora tenha havido rupturas anteriores e tentativas de reformar a Igreja Católica — notadamente por [[Pedro Valdo]], [[John Wycliffe]] e [[Jan Hus]] —, apenas Lutero conseguiu desencadear um movimento mais amplo, duradouro e moderno.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=uw78AwAAQBAJ&pg=PA98|título=Religious Thoughts|ultimo=Watson|primeiro=James|data=2014|editora=iUniverse|isbn=9781491737590|via=Google Books}}</ref> No século XVI, o [[luteranismo]] se espalhou da Alemanha para a [[Dinamarca]], [[Noruega]], [[Suécia]], [[Finlândia]], [[Letónia|Letônia]], [[Estónia|Estônia]] e [[Islândia]].<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=Htz8M1Xlqi4C&pg=PA9|título=Historical Dictionary of Lutheranism|ultimo=Gassmann|primeiro=Günther|ultimo2=Larson|primeiro2=Duane H.|ultimo3=Oldenburg|primeiro3=Mark W.|data=2001|editora=Scarecrow Press|isbn=9780810866201|via=Google Books}}</ref> As igrejas [[calvinistas]] se espalharam na Alemanha, [[Hungria]], [[Países Baixos]], [[Escócia]], [[Suíça]] e [[França]] por reformadores protestantes como [[João Calvino]], [[Ulrico Zuínglio|Huldrych Zwingli]] e [[John Knox]].<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=1asvyE-1DUkC&pg=PT19|título=Calvinism|ultimo=Kuyper|primeiro=Abraham|data=1899|editora=Primedia E-launch LLC|isbn=9781622090457|via=Google Books}}</ref> A separação política da [[Igreja Anglicana|Igreja da Inglaterra]] do [[papa]] sob o reinado de [[Henrique VIII de Inglaterra|Henrique VIII]] deu início ao [[anglicanismo]], trazendo a [[Inglaterra]] e o [[País de Gales]] para este amplo movimento de reforma.<ref>Neill, Stephen. ''Anglicanism'' Pelican 1960, pp. 170; 259–60)</ref>

Hoje, o protestantismo constitui a [[Lista de denominações cristãs por número de membros|segunda maior forma]] de cristianismo (depois do [[catolicismo]]), com um total de 800 milhões até 1 bilhão de adeptos em todo o mundo ou cerca de 37% de todos os [[cristão]]s.<ref name="pewforum1">{{Citar web |url=http://www.pewforum.org/files/2011/12/Christianity-fullreport-web.pdf |titulo=Pewforum: Grobal Christianity |acessodata=14 de maio de 2014 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20131101114257/http://www.pewforum.org/files/2011/12/Christianity-fullreport-web.pdf |arquivodata=1 de novembro de 2013}}</ref><ref name="gordonconwell.edu">{{Citar web |url=http://www.gordonconwell.edu/resources/documents/1IBMR2015.pdf |titulo=Christianity 2015: Religious Diversity and Personal Contact |data=Janeiro de 2015 |acessodata=29 de maio de 2015 |publicado=gordonconwell.edu |arquivourl=https://web.archive.org/web/20170525141543/http://www.gordonconwell.edu/resources/documents/1IBMR2015.pdf |arquivodata=25 de maio de 2017}}</ref> Os protestantes desenvolveram sua própria cultura, com grandes contribuições na educação, nas humanidades e nas ciências, na ordem política e social, na economia e nas artes e em muitos outros campos.<ref name="Karl Heussi 1956 pp. 317–319">Karl Heussi, ''Kompendium der Kirchengeschichte'', 11. Auflage (1956), Tübingen (Germany), pp. 317–319, 325–326</ref> O protestantismo é diverso, estando mais dividido [[Teologia cristã|teológica]] e eclesiasticamente do que a Igreja Católica, a [[Igreja Ortodoxa]] ou a [[Ortodoxia Oriental]].<ref name="Hillerbrand">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=PMSTAgAAQBAJ&pg=PP59|título=Encyclopedia of Protestantism: 4-volume Set|ultimo=Hillerbrand|primeiro=Hans J.|data=2004|editora=Routledge|isbn=9781135960285|via=Google Books}}</ref> Sem unidade estrutural ou autoridade humana central, protestantes desenvolveram o conceito de uma [[Igreja invisível|igreja invisível]], em contraste com a Igreja Católica, a Igreja Ortodoxa Oriental, as Igrejas Ortodoxas Orientais, a [[Igreja Assíria do Oriente]] e a Igreja Antiga do Oriente, que todos se entendem como a única igreja original — a "[[única igreja verdadeira]]" —fundada por Jesus Cristo. Algumas [[Denominação cristã|denominações]] têm alcance e distribuição mundial, enquanto outras estão confinadas a um único país. A maioria dos protestantes são membros de um punhado de famílias denominacionais: [[Adventismo|adventistas]], [[anabatista]]s, [[Anglicanismo|anglicanos]]/[[Anglicanismo|episcopais]], [[Igreja Batista|batistas]], [[Calvinismo|calvinistas]]/[[Calvinismo|reformados]],<ref name="Hägglund 2007">{{citar livro|último =Hägglund|primeiro =Bengt|título=Teologins Historia|língua=de|títulotrad=History of Theology|others=Translated by Gene J. Lund|edição=Fourth Revised|ano=2007|local=Saint Louis|publicado=Concordia Publishing House}}</ref> [[Luteranismo|luteranos]], [[Metodismo|metodistas]], [[Igreja dos Irmãos Morávios|morávios]]/[[hussitas]], [[Pentecostalismo|pentecostais]], [[quaker]]s e [[valdenses]]. [[Cristianismo não denominacional|Igrejas não denominacionais]], [[Movimento Carismático|carismáticas]], [[Evangelicalismo|evangélicas]], independentes e outras estão em ascensão e constituem uma parte significativa do protestantismo.<ref>[http://www.oikoumene.org/en/church-families/evangelical-churches World Council of Churches: Evangelical churches]</ref><ref name="books.google.com">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=Ic5pyiIkTxAC&pg=PA16|título=Religion in Global Civil Society|ultimo=Juergensmeyer|primeiro=Mark|data=2005|editora=Oxford University Press|isbn=9780198040699|via=Google Books}}</ref>

== Terminologia ==
Seis príncipes do [[Sacro Império Romano-Germânico|Sacro Império Romano]] e governantes de quatorze [[Cidade imperial livre|Cidades Livres Imperiais]] emitiram [[Protesto de Espira|um protesto]] (ou dissidência) contra o édito da [[Dieta de Speyer (1529)]], foram os primeiros indivíduos a serem chamados de "protestantes".<ref name="etymonline.com">{{Citar web |url=http://www.etymonline.com/index.php?term=protestant |titulo=protestant – Origin and meaning of protestant by Online Etymology Dictionary |website=www.etymonline.com|acessodata=11 de julho de 2021}}</ref> O édito reverteu as concessões feitas aos [[Luteranismo|luteranos]] com a aprovação do [[Imperador Romano-Germânico|Sacro Imperador Romano]] [[Carlos V do Sacro Império Romano-Germânico|Carlos V]] [[Dieta de Speyer (1526)|três anos antes]]. O termo ''protestante'', embora inicialmente de natureza puramente política, mais tarde adquiriu um sentido mais amplo, referindo-se a um membro de qualquer igreja ocidental que aderisse aos principais princípios protestantes. Qualquer cristão ocidental que não seja adepto da Igreja Católica ou da [[Igreja Ortodoxa Oriental]] é um protestante.<ref name="auto">{{Citar web |url=https://www.dictionary.com/browse/protestant |titulo=Definition of Protestant |website=Dictionary.com|acessodata=11 de julho de 2021}}</ref> Um protestante é um adepto de qualquer um dos corpos cristãos que se separaram da Igreja de Roma durante a Reforma, ou de qualquer grupo descendente deles.

A palavra ''evangélico'' ({{Lang-de|evangelisch}}), que se refere ao [[evangelho]], foi amplamente usado por aqueles envolvidos no movimento religioso na Europa de [[língua alemã]] a partir de 1517.<ref>{{Citar livro|título=The Reformation: A History|ultimo=MacCulloch|primeiro=Diarmaid|editora=Penguin|ano=2003|localização=New York|autorlink=Diarmaid MacCulloch|acessodata=11 de julho de 2021}}</ref>

Martinho Lutero nunca gostou do termo ''luterano'', preferindo o termo ''evangélico'', que era derivado de ''euangelion'', uma palavra grega que significa "boas novas", ou seja, "evangelho".<ref name="OOE796">Espín, Orlando O. and Nickoloff, James B. ''An introductory dictionary of theology and religious studies''. Collegeville, Minnesota: Liturgical Press, p. 796.</ref>

== Teologia ==

=== Princípios principais ===
{{multiple image
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|image1=Mikolow protestant church pulpit.jpg
|caption1=Figuras-chave da Reforma Protestante: Martinho Lutero e João Calvino retratados em um [[púlpito]]. Esses reformadores enfatizaram a pregação e fizeram dela uma peça central de adoração.
|image2=Lutherbibel.jpg
|caption2=A Bíblia traduzida para o [[vernáculo]] por Martinho Lutero. A autoridade suprema da [[texto religioso | escritura]] é um princípio fundamental do protestantismo. }}

Vários especialistas no assunto tentaram determinar o que torna uma denominação cristã parte do protestantismo. Um consenso comum aprovado pela maioria deles é que se uma denominação cristã deve ser considerada protestante, deve reconhecer os seguintes três princípios fundamentais do protestantismo.<ref name="Encyclopedia of Protestantism">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=bW3sXBjnokkC&pg=PR11|título=Encyclopedia of Protestantism|ultimo=Melton|primeiro=J. Gordon|data=2018|editora=Infobase Publishing|isbn=9780816069835|via=Google Books}}</ref>

;''Sola scriptura''
{{AP|Sola scriptura}}
A crença, enfatizada por Lutero, na Bíblia como a [[Sola scriptura|maior fonte de autoridade]] para a igreja. As primeiras igrejas da Reforma acreditavam em uma leitura crítica, embora séria, das escrituras e consideravam a Bíblia uma fonte de autoridade mais elevada do que a [[Tradição católica|tradição]] da igreja. Os muitos abusos que ocorreram na Igreja Ocidental antes da Reforma Protestante levaram os reformadores a rejeitar muito de sua tradição, embora alguns a mantivessem. No início do século XX, uma leitura menos crítica da Bíblia se desenvolveu nos Estados Unidos, levando a uma leitura "[[Fundamentalismo cristão|fundamentalista]]" das Escrituras. Os fundamentalistas cristãos leem a Bíblia como a Palavra de Deus "[[Infalibilidade bíblica|inerrante e infalível]]", assim como as igrejas católica, ortodoxa oriental, anglicana e luterana, mas a interpretam de maneira literal, sem usar o [[método histórico-crítico]]. Metodistas e anglicanos diferem dos luteranos e reformados nesta doutrina porque ensinam ''[[prima scriptura]]'', o que sugere que a Escritura é a fonte primária para a doutrina cristã, mas que "tradição, experiência e razão" podem nutrir a religião cristã, desde que existam em harmonia com a [[Bíblia]].<ref name="WELS2014">{{Citar web |url=http://www.wels.net/what-we-believe/questions-answers/christian/methodist-beliefs |titulo=Methodist Beliefs: In what ways are Lutherans different from United Methodists? |acessodata=22 de maio de 2014 |publicado=Wisconsin Evangelical Lutheran Synod |ano=2014 |lingua=en |arquivourl=https://web.archive.org/web/20140522105449/http://www.wels.net/what-we-believe/questions-answers/christian/methodist-beliefs |arquivodata=22 de maio de 2014}}</ref><ref name="Humphrey2013">{{Citar livro|título=Scripture and Tradition|ultimo=Humphrey|primeiro=Edith M.|data=15 de abril de 2013|editora=Baker Books|língua=en|isbn=978-1-4412-4048-4}}</ref>

O “cristianismo bíblico” focado em um estudo profundo da Bíblia é característico da maioria dos protestantes em oposição ao “cristianismo da Igreja”, focado na realização de rituais e [[boas obras]], representado pelas tradições católica e ortodoxa. No entanto, os [[quakers]] e os [[pentecostais]] enfatizam o [[Espírito Santo]] e a proximidade pessoal com Deus.<ref>Woodhead, Linda. ''Christianity: A Very Short Introduction'' (Oxford University Press, 2014) pp. 57–70</ref>

;Justificação
{{AP|Sola Fide}}
A crença de que os crentes são [[Justificação (teologia)|justificados]] ou perdoados pelo pecado, somente com a condição da fé em [[Jesus|Cristo,]] ao invés de uma combinação de fé e [[boas obras]]. Para os protestantes, as boas obras são uma consequência necessária, e não uma causa de justificação.<ref name="SchaffHerzog">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=AmYAAAAAMAAJ&pg=PA419|título=The New Schaff-Herzog Encyclopedia of Religious Knowledge|ultimo=Herzog|primeiro=Johann Jakob|ultimo2=Philip Schaff|primeiro2=Albert|ano=1911}}</ref> No entanto, embora a justificação seja apenas pela fé, existe a posição de que a fé não é ''nuda fides''.<ref name=":0">{{Citar livro|título=Justification by Faith in Catholic-Protestant Dialogue|ultimo=Lane|primeiro=Anthony|editora=t & t clark|ano=2006|localização=London|isbn=0567040046}}</ref> [[João Calvino]] explicou que "somente a fé que justifica, mas a fé que justifica não está sozinha: assim como é o calor do sol que aquece a terra, mas no sol não está só." Os cristãos luteranos e reformados diferem dos metodistas em seu entendimento desta doutrina.<ref name="Bucher2014">{{Citar web |ultimo=Bucher |primeiro=Richard P. |url=http://www.orlutheran.com/html/methodism.html |titulo=Methodism |publicado=Lutheran Church Missouri Synod |ano=2014 |local=Lexington |arquivourl=https://web.archive.org/web/20140725061927/http://www.orlutheran.com/html/methodism.html |arquivodata=25 de julho de 2014}}</ref>

;Sacerdócio universal dos crentes

O [[Sacerdócio de todos os crentes|sacerdócio universal dos crentes]] implica o direito e o dever dos leigos cristãos não apenas de ler a Bíblia em [[Vernáculo|língua vernácula]], mas também de participar na administração e em todos os negócios públicos da Igreja. Opõe-se ao sistema hierárquico que coloca a essência e a autoridade da Igreja em um sacerdócio exclusivo e que faz dos sacerdotes ordenados os mediadores necessários entre Deus e o povo.<ref name="SchaffHerzog">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=AmYAAAAAMAAJ&pg=PA419|título=The New Schaff-Herzog Encyclopedia of Religious Knowledge|ultimo=Herzog|primeiro=Johann Jakob|ultimo2=Philip Schaff|primeiro2=Albert|ano=1911}}</ref> Distingue-se do conceito de sacerdócio de todos os crentes, que não concedia aos indivíduos o direito de interpretar a Bíblia fora da comunidade cristã em geral, porque o sacerdócio universal abriu a porta para tal possibilidade.<ref>{{Citar livro|título=American Unitarianism and the Protestant Dilemma: The Conundrum of Biblical Authority|ultimo=Willsky-Ciollo|primeiro=Lydia|editora=Lexington Books|ano=2015|localização=Lanham, MD|páginas=9–10|isbn=9780739188927}}</ref> Há estudiosos que citam que esta doutrina tende a incluir todas as distinções na igreja sob uma única entidade espiritual.<ref>{{Citar livro|título=Spiritual Theology: A Systematic Study of the Christian Life|ultimo=Chan|primeiro=Simon|editora=IVP Academic|ano=1998|localização=Downers Grove, IL|páginas=105|isbn=9780830815425}}</ref> Calvino se referiu ao sacerdócio universal como uma expressão da relação entre o crente e seu Deus, incluindo a liberdade de um cristão vir a Deus por meio de Cristo sem mediação humana.<ref name=":1">{{Citar livro|título=The Church in the Theology of the Reformers|ultimo=Avis|primeiro=Paul|editora=Wipf and Stock Publishers|ano=2002|localização=Eugene, OR|páginas=95|isbn=1592441009}}</ref> Ele também afirmou que esse princípio reconhece Cristo como [[profeta]], sacerdote e rei e que seu sacerdócio é compartilhado com seu povo.

=== Trindade ===
{{AP|Trindade (cristianismo)|Antitrinitarismo}}
[[Ficheiro:Shield-Trinity-Scutum-Fidei-English.svg|miniaturadaimagem| A [[Trindade (cristianismo)|Trindade]] é a crença de que Deus é tripartite: [[Deus, o Pai|Deus Pai]], [[Deus, o Filho|Deus Filho]] ([[Jesus]]) e [[Espírito Santo]]]]
Os protestantes que aderem ao [[Credo Niceno]] acreditam em três [[Pessoa (filosofia)|pessoas]] ([[Deus, o Pai|Deus Pai]], [[Deus, o Filho|Deus Filho]] e [[Espírito Santo]]) como um Deus. Alguns movimentos que emergiram na época da Reforma Protestante, mas não eram parte do protestantismo, por exemplo o [[unitarismo]], também rejeitam a Trindade. Isso geralmente serve como uma razão para a exclusão do [[unitário-universalismo]], do [[Pentecostais do Nome de Jesus|pentecostalismo unitário]] e de outros movimentos do protestantismo por vários observadores. O unitarismo continua marcando presença principalmente na [[Transilvânia]], na [[Inglaterra]] e nos [[Estados Unidos]], bem como em outros lugares.

=== Cinco solas ===
{{AP|Cinco solas}}
{{Cinco solas}}
As [[cinco solas]] são cinco frases em [[latim]] que surgiram durante a [[Reforma Protestante]] e resumem as diferenças básicas dos reformadores nas crenças teológicas em oposição ao ensino da [[Igreja Católica]] da época. A palavra latina ''{{Lang|la|sola}}'' significa "sozinho".

O uso das frases como resumos de ensino emergiu ao longo do tempo durante a Reforma, com base no princípio luterano e reformado abrangente de ''{{Lang|la|[[sola scriptura]]}}'' (somente pela Escritura).<ref name="WELS2014">{{Citar web |url=http://www.wels.net/what-we-believe/questions-answers/christian/methodist-beliefs |titulo=Methodist Beliefs: In what ways are Lutherans different from United Methodists? |acessodata=22 de maio de 2014 |publicado=Wisconsin Evangelical Lutheran Synod |ano=2014 |lingua=en |arquivourl=https://web.archive.org/web/20140522105449/http://www.wels.net/what-we-believe/questions-answers/christian/methodist-beliefs |arquivodata=22 de maio de 2014}}</ref> Essa ideia contém as quatro doutrinas principais da Bíblia: que seu ensino é preciso para a salvação (necessidade); que toda a doutrina necessária para a salvação vem somente da Bíblia (suficiência); que tudo o que é ensinado na Bíblia é correto (inerrância); e que, pelo Espírito Santo superando o pecado, os crentes podem ler e entender a verdade da própria Bíblia, embora o entendimento seja difícil, então o meio usado para guiar os crentes individuais para o verdadeiro ensino é frequentemente a discussão mútua dentro da igreja (clareza).

A necessidade e a inerrância eram ideias bem estabelecidas, recebendo poucas críticas, embora mais tarde tenham sido debatidas de fora durante o [[Iluminismo]]. A ideia mais controversa na época, porém, era a noção de que qualquer um poderia simplesmente pegar a Bíblia e aprender o suficiente para ganhar a [[salvação]]. Embora os reformadores estivessem preocupados com a [[eclesiologia]] (a doutrina de como a igreja funciona como um corpo), eles tinham uma compreensão diferente do processo em que as verdades das [[Escrituras]] eram aplicadas à vida dos crentes, em comparação com a ideia dos católicos de que certas pessoas dentro da igreja, ou ideias que eram antigas o suficiente, tinham um ''status'' especial em dar compreensão do texto.

O segundo princípio principal, ''{{Lang|la|[[sola fide]]}}'' (somente pela fé), afirma que a fé em Cristo é suficiente somente para a salvação e justificação eternas. Embora argumentado a partir das escrituras e, portanto, logicamente consequente ao ''{{Lang|la|sola scriptura}}'', este é o princípio orientador da obra de Lutero e dos reformadores posteriores. Enquanto a ''{{Lang|la|sola scriptura}}'' colocou a Bíblia como a única fonte de ensino, a ''{{Lang|la|sola fide}}'' resume o impulso principal do ensino aos quais os reformadores queriam voltar, a saber, a conexão direta, íntima e pessoal entre Cristo e o crente, daí a contenção dos reformadores de que seu trabalho era cristocêntrico.

Os outros solas, como declarações, surgiram mais tarde, mas o pensamento que elas representam também fez parte do início da Reforma.

*''{{Lang|la|[[Solus Christus]]}}''

: Os protestantes caracterizam o [[dogma]] a respeito do [[Papa]] como o representante de Cristo da Igreja na terra, o conceito de obras tornadas meritórias por Cristo e a ideia católica de um tesouro dos méritos de Cristo e seus santos como uma negação de que Cristo é o ''único'' mediador entre [[Deus]] e o homem. Os católicos, por outro lado, mantiveram o entendimento tradicional do [[judaísmo]] sobre essas questões e apelaram para o consenso universal da [[tradição cristã]].<ref>{{Bibleref2|Matt.|16:18}}, {{Bibleref2|1Cor.|3:11||1 Cor. 3:11}}, {{Bibleref2|Eph.|2:20}}, {{Bibleref2|1Pet.|2:5–6||1 Pet. 2:5–6}}, {{Bibleref2|Rev.|21:14}}</ref>

*''{{Lang|la|[[Sola Gratia]]}}''

: Os protestantes perceberam que a salvação católica depende da graça de Deus e dos méritos de suas próprias obras. Os reformadores postularam que a salvação é um dom de Deus (isto é, o ato da graça gratuita de Deus), dispensado pelo Espírito Santo devido somente à obra redentora de Jesus Cristo. Consequentemente, eles argumentaram que um pecador não é aceito por Deus por causa da mudança operada no crente pela graça de Deus e que o crente é aceito sem consideração pelo mérito de suas obras, pois ninguém ''merece a'' salvação. [Matt. 7:21]

*''{{Lang|la|[[Soli Deo Gloria]]}}''

: Toda a glória é devida somente a Deus, uma vez que a salvação é realizada unicamente por meio de sua vontade e ação — não apenas o dom da [[expiação]] todo-suficiente de [[Jesus]] na [[Cruz cristã|cruz,]] mas também o dom da fé nessa expiação, criada no coração do crente pelo [[Espírito Santo]]. Os reformadores acreditavam que os [[seres humanos]] — mesmo os santos [[Canonização|canonizados]] pela Igreja Católica, pelos papas e pela hierarquia eclesiástica — não são dignos da glória.

=== Presença de Cristo na Eucaristia ===
[[Ficheiro:Abendmahl-1547-LC.jpg|miniaturadaimagem| Uma representação luterana da [[Última Ceia]] por [[Lucas Cranach, o Velho]], 1547]]
O movimento protestante começou a divergir em vários ramos distintos em meados do século XVI. Um dos pontos centrais de divergência foi a controvérsia sobre a [[Eucaristia]]. Os primeiros protestantes rejeitaram o [[dogma]] católico da [[transubstanciação]], que ensina que o pão e o vinho usados no rito sacrificial da missa perdem sua substância natural ao serem transformados no corpo, sangue, alma e divindade de Cristo. Eles discordaram um do outro sobre a presença de Cristo e seu corpo e sangue na [[sagrada comunhão]].

* Os [[luteranos]] afirmam que na [[Eucaristia|Ceia do Senhor]] os elementos consagrados do pão e do vinho são o verdadeiro corpo e sangue de Cristo "na, com e sob a forma" de pão e vinho para todos aqueles que os comem e bebem,<ref>Engelder, T.E.W., [[iarchive:MN41551ucmf_1|''Popular Symbolics'']]. St. Louis: Concordia Publishing House, 1934. p. 95, Part XXIV. "The Lord's Supper", paragraph 131.</ref> uma doutrina que a [[Fórmula de Concórdia|Fórmula de Concord]] chama de [[união sacramental]].<ref>{{Citar web |url=http://www.bookofconcord.com/fc-sd/supper.html |titulo=The Solid Declaration of the Formula of Concord, Article 8, The Holy Supper |acessodata=19 de novembro de 2010 |publicado=Bookofconcord.com}}</ref> Deus oferece sinceramente a todos os que recebem o sacramento,<ref>{{Citar livro|url=http://www.ctsfw.edu/etext/graebneral/soteriology.txt|título=Outlines of Doctrinal Theology|ultimo=Graebner|primeiro=Augustus Lawrence|editora=Concordia Publishing House|ano=1910|localização=Saint Louis, MO|arquivourl=https://web.archive.org/web/20090415004724/http://www.ctsfw.edu/etext/graebneral/soteriology.txt|arquivodata=15 de abril de 2009}}</ref> perdão dos pecados<ref>{{Citar livro|url=http://www.ctsfw.edu/etext/graebneral/soteriology.txt|título=Outlines of Doctrinal Theology|ultimo=Graebner|primeiro=Augustus Lawrence|editora=Concordia Publishing House|ano=1910|localização=Saint Louis, MO|arquivourl=https://web.archive.org/web/20110528150447/http://www.ctsfw.edu/etext/graebneral/soteriology.txt|arquivodata=28 de maio de 2011}}</ref> e a salvação eterna.<ref>{{Citar livro|url=http://www.ctsfw.edu/etext/graebneral/soteriology.txt|título=Outlines of Doctrinal Theology|ultimo=Graebner|primeiro=Augustus Lawrence|editora=Concordia Publishing House|ano=1910|localização=St. Louis, MO|arquivourl=https://web.archive.org/web/20090415004724/http://www.ctsfw.edu/etext/graebneral/soteriology.txt|arquivodata=15 de abril de  2009}}</ref>
* As [[Calvinismo|igrejas reformadas]] enfatizam a [[Presença real de Cristo na Eucaristia|presença ''espiritual'' real]], ou ''presença sacramental'', de Cristo, dizendo que o sacramento é uma graça santificadora por meio da qual o crente eleito não participa realmente de Cristo, mas apenas ''com'' o pão e o vinho ao invés dos elementos. Os [[calvinistas]] negam a afirmação luterana de que todos os comungantes, tanto crentes quanto não crentes, recebem oralmente o corpo e o [[sangue de Cristo]] nos elementos do [[sacramento]], mas, em vez disso, afirmam que Cristo está unido ao crente por meio da fé — para a qual a ceia é uma ajuda externa e visível. Isso geralmente é conhecido como ''presença dinâmica''.
* Os [[anglicanos]] e os [[metodistas]] se recusam a definir a Presença, preferindo deixar um mistério.<ref name="Neal2014">{{Citar livro|título=Sacramental Theology and the Christian Life|ultimo=Neal|primeiro=Gregory S.|editora=WestBow Press|ano=2014|isbn=9781490860077}}</ref>
* Os [[anabatistas]] sustentam uma simplificação popular da [[Zwinglianismo|visão zwingliana]], sem se preocupar com as complexidades teológicas conforme sugerido acima, podem ver a Ceia do Senhor meramente como um símbolo da fé compartilhada pelos participantes, uma comemoração dos fatos da crucificação e um lembrete de sua posição conjunta como o corpo de Cristo (uma visão conhecida como ''memorialismo'').<ref name="Balmer2002">{{Citar livro|url=https://archive.org/details/protestantismame00balm_593|título=Protestantism in America|ultimo=Balmer|primeiro=Randall Herbert|ultimo2=Winner|primeiro2=Lauren F.|editora=[[Columbia University Press]]|ano=2002|localização=[[Nova York]]|isbn=9780231111300}}</ref>

== História ==

=== Pré-Reforma ===
{{AP|Girolamo Savonarola}}
[[Ficheiro:Muttich,_Kamil_Vladislav_-_Mistr_Jan_Hus_na_hranici_v_Kostnici_1415.jpg|esquerda|upright|miniaturadaimagem| Execução de [[Jan Hus]] em 1415]]
[[Ficheiro:Girolamo_Savonarola.jpg|thumb|esquerda|upright|Frade dominicano italiano [[Girolamo Savonarola]]]]
No final da década de 1130, [[Arnaldo de Bréscia]], um [[Cônego regular|cânone regular]] italiano, tornou-se um dos primeiros teólogos a tentar reformar a Igreja Católica. Após sua morte, seus ensinamentos sobre a pobreza apostólica ganharam aceitação entre os [[arnoldistas]] e, mais tarde, mais amplamente entre os [[valdenses]] e os [[Fraticelli|franciscanos espirituais]], embora nenhuma palavra escrita sua tenha sobrevivido à condenação oficial. No início dos anos 1170, [[Pedro Valdo]] fundou os valdenses. Ele defendeu uma interpretação do Evangelho que levou a conflitos com a Igreja Católica. Em 1215, os valdenses foram declarados heréticos e sujeitos à perseguição. Apesar disso, o movimento continua existindo até hoje na [[Itália]], como parte da tradição reformada mais ampla .

Na década de 1370, [[John Wycliffe]] — posteriormente apelidado de "Estrela da Manhã da Reforma" — iniciou sua atividade como reformador inglês. Ele rejeitou a [[autoridade papal]] sobre o poder secular, [[Bíblia de Wycliffe|traduziu a Bíblia]] para o [[Língua inglesa|inglês]] [[vernáculo]] e pregou reformas anticlericais e centradas na Bíblia.

Começando na primeira década do século XV, [[Jan Hus]] — um padre católico, reformista e professor [[tcheco]] — influenciado pelos escritos de John Wycliffe, fundou o movimento [[hussita]]. Ele defendeu fortemente sua denominação religiosa [[Boémia|reformista da Boêmia.]] Ele foi [[Excomunhão|excomungado]] e [[Morte na fogueira|queimado na fogueira]] em [[Constança (Alemanha)|Constança]], em 1415, por autoridades seculares por heresia impenitente e persistente. Após sua execução, uma revolta eclodiu. Os hussitas derrotaram cinco cruzadas contínuas proclamadas contra eles pelo [[Papa]].

Mais tarde, as disputas teológicas causaram uma cisão dentro do movimento hussita. Os [[utraquistas]] afirmavam que tanto o pão quanto o vinho deveriam ser administrados ao povo durante a Eucaristia. Outra facção importante foram os [[taboritas]], que se opuseram aos utraquistas na [[Batalha de Lipany]] durante as [[Guerras Hussitas]] . Havia dois partidos separados entre os hussitas: movimentos moderados e radicais. Outros ramoshHussitas regionais menores na [[Boémia|Boêmia]] incluíam os [[adamitas]] e outros.

As Guerras Hussitas terminaram com a vitória do [[Imperador Romano-Germânico|sacro imperador romano-germânico]] [[Sigismundo do Sacro Império Romano-Germânico|Sigismundo]], seus aliados católicos e hussitas moderados e a derrota dos hussitas radicais. As tensões surgiram quando a [[Guerra dos Trinta Anos]] alcançou a Boêmia em 1620. O hussitismo moderado e radical foi cada vez mais perseguido pelos católicos e pelos exércitos do sacro imperador roman-germânico.

A partir de 1475, um frade dominicano italiano chamado [[Girolamo Savonarola]] passou a clamar por uma renovação cristã. Mais tarde, o próprio Martinho Lutero leu alguns dos escritos do frade e o elogiou como um mártir e precursor cujas ideias sobre fé e graça anteciparam a própria doutrina de Lutero da justificação pela fé somente.

Alguns dos seguidores de Hus fundaram a [[Igreja dos Irmãos Morávios|''Unitas Fratrum'']] — "Unidade dos Irmãos" — que foi renovada sob a liderança do [[Nicolas Zinzendorf|Conde Nicolaus von Zinzendorf]] em [[Herrnhut]], [[Saxônia]] em 1722, após sua destruição quase total na [[Guerra dos Trinta Anos]] e na [[Contrarreforma]].

=== Reforma ===
{{AP|Reforma Protestante}}
{{Reforma sidebar}}
[[Ficheiro:HolyRomanEmpire_1618.png|miniaturadaimagem|upright=1.3|Distribuição do protestantismo e do [[catolicismo]] na [[Europa Central]] na véspera da [[Guerra dos Trinta Anos]] (1618)]]
[[Imagem:The Protestant Reformation.svg|thumb|upright=1.3|[[Reforma Protestante]] em seu auge (1545-1620)]]
[[Imagem:The Counterreformation.svg|thumb|upright=1.3|Após a [[Guerra dos Trinta Anos]] e a [[Contrarreforma]]]]
A [[Reforma Protestante]] começou como uma tentativa de reformar a Igreja Católica. Em 31 de outubro de 1517, dia de [[Halloween]], [[Martinho Lutero]] supostamente pregou suas [[95 Teses|''Noventa e cinco teses'']] (''Disputa sobre o poder das indulgências'') na porta da [[Igreja do Castelo de Vitemberga|Igreja de Todos os Santos]] em [[Vitemberga|Wittenberg]], Alemanha, detalhando os abusos doutrinários e práticos da Igreja Católica, especialmente a venda de [[indulgência]]s. As teses debateram e criticaram muitos aspectos da Igreja e do papado, incluindo a prática do [[purgatório]], [[Juízo particular|julgamento particular]] e a [[autoridade papal]]. Lutero mais tarde escreveria obras contra a devoção católica à [[Maria (mãe de Jesus)|Virgem Maria]], a intercessão e devoção aos santos, o celibato clerical obrigatório, o [[monaquismo]], a autoridade do Papa, a lei eclesiástica, a censura e a [[excomunhão]], o papel dos governantes seculares em questões religiosas, a relação entre o cristianismo e a lei, as [[boas obras]] e os sacramentos.<ref name="Schofield122">Schofield ''Martin Luther'' p. 122</ref>

A [[Reforma Protestante|Reforma]] foi um triunfo da [[alfabetização]] e da nova [[Prensa móvel|imprensa]] inventada por [[Johannes Gutenberg]].<ref name=Pettegree543>Pettegree ''Reformation World'' p. 543</ref> A tradução de Lutero da Bíblia para o alemão foi um momento decisivo na disseminação da alfabetização e também estimulou a impressão e distribuição de livros e panfletos religiosos. De 1517 em diante, panfletos religiosos inundaram grande parte da Europa.<ref name=PettegreeHall786>Pettegree and Hall "Reformation and the Book ''Historical Journal'' p. 786</ref>

Após a excomunhão de Lutero e a condenação da Reforma pelo Papa, a obra e os escritos de [[João Calvino]] foram influentes no estabelecimento de um consenso frouxo entre vários grupos na Suíça, Escócia, Hungria, Alemanha e em outros lugares. Após a expulsão de seu bispo em 1526 e as tentativas malsucedidas do reformador de [[Berna]], [[Guilherme Farel|William Farel]], Calvino foi solicitado a usar a habilidade organizacional que adquirira como estudante de direito para disciplinar a cidade de [[Genebra]]. Suas ''ordenanças de 1541'' envolviam uma colaboração dos assuntos da Igreja com o conselho da cidade e um [[consistório]] para levar moralidade a todas as áreas da vida. Após o estabelecimento da academia de Genebra em 1559, a cidade se tornou a capital não oficial do movimento protestante, fornecendo refúgio para exilados protestantes de toda a Europa e educando-os como missionários [[calvinistas]]. A fé continuou a se espalhar após a morte de Calvino em 1563.

O protestantismo também se espalhou das terras alemãs para a [[França]], onde os protestantes foram apelidados de [[huguenote]]s. Calvino continuou a se interessar pelos assuntos religiosos franceses de sua base em Genebra. Ele regularmente treinava pastores para liderar congregações ali. Apesar da forte perseguição, a tradição reformada fez progresso constante em grandes seções da nação, apelando para as pessoas alienadas pela obstinação e complacência do domínio católico. O protestantismo francês veio a adquirir um caráter nitidamente político, tornado ainda mais evidente pelas conversões de nobres durante a década de 1550. Isso estabeleceu as pré-condições para uma série de conflitos, conhecidos como as [[Guerras religiosas na França|Guerras Religiosas]], guerras civis que ganharam ímpeto com a morte repentina de [[Henrique II de França|Henrique II]] em 1559. Atrocidade e indignação se tornaram as características definidoras da época, ilustradas em sua forma mais intensa no [[massacre da noite de São Bartolomeu]] em agosto de 1572, quando o partido católico aniquilou entre 30 mil e 100 mil huguenotes em toda a França. As guerras só terminaram quando [[Henrique IV de França|Henrique IV]] emitiu o [[Edito de Nantes|Édito de Nantes]], prometendo tolerância oficial à minoria protestante, mas sob condições altamente restritas. O catolicismo permaneceu a [[religião oficial]] do Estado e a sorte dos protestantes franceses declinou gradualmente ao longo do século seguinte, culminando no [[Édito de Fontainebleau]] de [[Luís XIV de França|Luís XIV,]] que revogou o Édito de Nantes e tornou o catolicismo a única religião legal novamente. Em resposta ao Édito de Fontainebleau, [[Frederico Guilherme, Eleitor de Brandemburgo|Frederico Guilherme I, Eleitor de Brandemburgo]] declarou o [[Édito de Potsdam]], dando passagem gratuita aos refugiados huguenotes. No final do século XVII, muitos huguenotes fugiram para a Inglaterra, Holanda, [[Prússia]], Suíça e para as colônias ultramarinas inglesas e holandesas. Uma comunidade significativa na França permaneceu na região de [[Cevenas]].

Paralelamente aos eventos na Alemanha, um movimento começou na Suíça sob a liderança de [[Huldrych Zwingli]], um estudioso e pregador que em 1518 mudou-se para [[Zurique]]. Embora os dois movimentos concordassem em muitas questões de teologia, algumas diferenças não resolvidas os mantiveram separados. Um ressentimento de longa data entre os Estados alemães e a [[Suíça|Confederação Suíça]] levou a um acalorado debate sobre o quanto Zwingli devia suas ideias ao [[luteranismo]]. O príncipe alemão [[Filipe I de Hesse|Filipe de Hesse]] viu potencial na criação de uma aliança entre Zwínglio e Lutero. Uma reunião foi realizada em seu castelo em 1529, agora conhecido como o [[Disputa de Marburgo|Colóquio de Marburg]], que se tornou famoso por seu fracasso. Os dois homens não chegaram a um acordo devido à disputa sobre uma doutrina chave.

Em 1534, o rei [[Henrique VIII de Inglaterra|Henrique VIII]] pôs fim a toda jurisdição papal na [[Inglaterra]], depois que o Papa não anulou seu casamento com [[Catarina de Aragão]];<ref>William P. Haugaard "The History of Anglicanism I" in ''The Study of Anglicanism'' Stephen Sykes and John Booty (eds) (SPCK 1987) pp. 6–7</ref> isso abriu a porta para ideias reformacionais. Os reformadores na Igreja da Inglaterra alternavam simpatias pela tradição católica antiga e princípios mais reformados, gradualmente desenvolvendo-se em uma tradição considerada um meio-termo (''{{Lang|la|via media}}'') entre as tradições católica e protestante. A [[Reforma Inglesa]] seguiu um curso particular, seu caráter distinto veio principalmente do fato de que ela foi impulsionada inicialmente pelas necessidades políticas de Henrique VIII, que decidiu remover a Igreja da Inglaterra da autoridade de Roma. Em 1534, o Ato de Supremacia reconheceu Henrique como ''o Único Chefe Supremo na Terra da Igreja da Inglaterra''. Entre 1535 e 1540, sob a liderança de [[Thomas Cromwell]], a política conhecida como [[Dissolução dos Mosteiros|Dissolução dos Monastérios]] foi posta em prática. Após uma breve restauração católica durante o reinado de Maria I, um consenso vago desenvolvido durante o reinado de [[Isabel I de Inglaterra|Isabel I.]] O Acordo Religioso Elisabetano em grande parte transformou o [[anglicanismo]] em uma tradição eclesiástica distinta. O compromisso era difícil e era capaz de oscilar entre o calvinismo extremo, por um lado, e o catolicismo, por outro. Foi relativamente bem-sucedido até a Revolução Puritana ou [[Guerra Civil Inglesa]] no século XVII.

O sucesso da [[Contrarreforma]] no continente e o crescimento de um [[Puritanismo|partido puritano]] dedicado a novas reformas protestantes polarizaram a [[Período elisabetano|era elisabetana]]. O movimento puritano inicial foi um movimento de reforma na Igreja da Inglaterra. O desejo era que a Igreja da Inglaterra se parecesse mais com as igrejas protestantes da Europa, especialmente de Genebra. O movimento puritano posterior, frequentemente referido como [[não conformista]], acabou levando à formação de várias denominações reformadas.

A [[Reforma Escocesa]] de 1560 moldou decisivamente a [[Igreja da Escócia]]<ref>Article 1, of the [[Articles Declaratory of the Constitution of the Church of Scotland]] 1921 states 'The Church of Scotland adheres to the Scottish Reformation'.</ref> e culminou eclesiasticamente no estabelecimento de uma igreja segundo as linhas reformadas e, politicamente, no triunfo da influência inglesa sobre a da França. [[John Knox]] é considerado o líder da Reforma Escocesa. O Parlamento da Reforma da Escócia de 1560 repudiou a autoridade do papa pelo Ato de Jurisdição Papal de 1560, proibiu a celebração da Missa e aprovou uma Confissão de Fé Protestante. Isso foi possível graças a uma revolução contra a hegemonia francesa sob o regime da regente [[Maria de Guise]], que governou a Escócia em nome de sua [[Maria da Escócia|filha]] ausente.

Alguns dos ativistas mais importantes da Reforma Protestante incluíram [[Jacó Armínio|Jacobus Arminius]], [[Teodoro de Beza|Theodore Beza]], [[Martin Bucer]], [[Andreas Karlstadt|Andreas von Carlstadt]], [[Heinrich Bullinger]], [[Balthasar Hubmaier]], [[Tomás Cranmer|Thomas Cranmer]], [[Guilherme Farel|William Farel]], [[Thomas Müntzer]], [[Laurentius Petri]], [[Olaus Petri]], [[Filipe Melâncton|Philipp Melanchthon]], [[Menno Simons]], [[Louis de Berquin]], [[Primož Trubar]] e [[John Smyth]] .

No decorrer dessa convulsão religiosa, a [[Guerra dos Camponeses|Guerra dos Camponeses Alemães]] de 1524–25 varreu os principados da [[Baviera]], da [[Turíngia]] e da [[Suábia]] . Depois da [[Guerra dos Oitenta Anos]] nos [[Países Baixos (região)|Países Baixos]] e das [[Guerras religiosas na França|Guerras Religiosas]] da França, a divisão confessional dos estados do [[Sacro Império Romano-Germânico]] acabou eclodindo na [[Guerra dos Trinta Anos]] entre 1618 e 1648. Ele devastou grande parte da Alemanha, matando entre 25% e 40% de sua população.<ref>"[http://www.britannica.com/EBchecked/topic/195896/history-of-Europe/58335/Demographics#ref=ref310375 History of Europe – Demographics]". Encyclopædia Britannica.</ref> Os principais princípios da [[Paz de Vestfália|Paz de Westfália]], que encerrou a Guerra dos Trinta Anos, foram:

* Todas as partes agora reconheceriam a [[Paz de Augsburgo]] de 1555, pela qual cada príncipe teria o direito de determinar a religião de seu próprio estado, as opções sendo o catolicismo, o luteranismo e agora o calvinismo. (o princípio de ''[[cuius regio, eius religio]]'')
* Os cristãos que viviam em principados onde sua denominação ''não'' era a igreja estabelecida tinham garantido o direito de praticar sua fé em público durante as horas designadas e em particular à sua vontade.
* O tratado também acabou com o poder político pan-europeu do papado. O [[Papa Inocêncio X]] declarou o tratado "nulo, inválido, inválido, iníquo, injusto, condenável, réprobo, fútil, vazio de significado e efeito por toda a eternidade" em sua bula ''{{Lang|la|Zelo Domus Dei}}''. Soberanos europeus, católicos e protestantes, ignoraram seu veredicto.<ref name="ODCCWestphalia">Cross, (ed.) "Westphalia, Peace of" ''Oxford Dictionary of the Christian Church''</ref>

=== Pós-Reforma ===
{{AP|Grande Despertamento|Reavivamento da Rua Azusa}}
{{Grandes Despertamentos}}
O [[Grande Despertamento|Grande Despertar]] foi um período de renascimento religioso rápido e dramático na história religiosa anglo-americana. O [[Primeiro Grande Despertamento|Primeiro Grande Despertar]] foi um movimento evangélico e de revitalização que varreu a Europa protestante e a [[América Britânica|América britânica]], especialmente as [[Treze Colônias|colônias americanas]] nas décadas de 1730 e 1740, deixando um impacto permanente no [[Protestantismo nos Estados Unidos|protestantismo americano]]. Resultou de uma pregação poderosa que deu aos ouvintes um senso de profunda revelação pessoal de sua necessidade de salvação por Jesus Cristo. Afastando-se do ritual, da cerimônia, do sacramentalismo e da hierarquia, tornou o cristianismo intensamente pessoal para a pessoa média, promovendo um profundo senso de convicção espiritual e redenção e encorajando a introspecção e um compromisso com um novo padrão de moralidade pessoal.<ref>Thomas S. Kidd, ''The Great Awakening: The Roots of Evangelical Christianity in Colonial America'' (2009)</ref>
[[Ficheiro:1839-meth.jpg|miniaturadaimagem|esquerda|Reunião campal [[metodista]] de 1839 durante o Segundo Grande Despertar nos EUA]]

O [[Segundo Grande Despertar]] começou por volta de 1790. Ele ganhou impulso em 1800. Depois de 1820, o número de membros aumentou rapidamente entre as [[Igreja Batista|congregações batistas]] e [[Metodismo|metodistas]], cujos pregadores lideraram o movimento. Já havia passado de seu pico no final da década de 1840. Foi descrito como uma reação contra o [[ceticismo]], o [[deísmo]] e o [[racionalismo]], embora não seja totalmente compreendido por que essas forças se tornaram suficientemente urgentes na época para provocar avivamentos.<ref>[[Nancy Cott]], "Young Women in the Great Awakening in New England," Feminist Studies 3, no. 1/2 (Autumn 1975): 15.</ref> Ele conseguiu milhões de novos membros em [[Evangelicalismo|denominações evangélicas]] existentes e levou à formação de novas denominações.

O [[Terceiro Grande Despertamento|Terceiro Grande Despertar]] se refere a um período histórico hipotético que foi marcado pelo ativismo religioso na [[História dos Estados Unidos|história americana]] e se estende do final da década de 1850 ao início do século XX.<ref>William G. McLoughlin, ''Revivals Awakenings and Reform'' (1980)</ref> Afetou denominações protestantes [[pietistas]] e teve um forte elemento de ativismo social.<ref>[[Mark A. Noll]], ''A History of Christianity in the United States and Canada'' (1992) pp. 286–310</ref> Ela ganhou força com a crença [[Pós-milenarismo|pós-milenista]] de que a [[Segunda vinda de Cristo|Segunda Vinda]] de Cristo ocorreria depois que a humanidade reformasse toda a terra. Era filiado ao movimento [[evangelho social]], que aplicou o cristianismo às questões sociais e ganhou força com o despertar, assim como o movimento missionário mundial. Novos agrupamentos surgiram, como os movimentos de [[Movimento de Santidade|santidade]], [[Igreja do Nazareno|nazareno]] e [[Ciência cristã|ciência Cristã]].<ref name="Fogel">Robert William Fogel, ''The Fourth Great Awakening and the Future of Egalitarianism'' (2000)</ref>

O [[Quarto Grande Despertamento|Quarto Grande Despertar]] foi um despertar religioso cristão que alguns estudiosos—mais notavelmente, [[Robert Fogel]]—dizem que ocorreu nos Estados Unidos no final dos anos 1960 e início dos anos 1970, enquanto outros observam a era após a [[Segunda Guerra Mundial]]. A terminologia é controversa. Sendo assim, a ideia de um Quarto Grande Despertar em si não foi geralmente aceita.<ref>Robert William Fogel (2000), ''The Fourth Great Awakening & the Future of Egalitarianism''; see the review by Randall Balmer, ''Journal of Interdisciplinary History'' 2002 33(2): 322–325</ref>

Um desenvolvimento notável no cristianismo protestante do século XX foi a ascensão do [[Pentecostalismo|movimento pentecostal]] moderno. Vindo de raízes metodistas e [[John Wesley|wesleyanas]], surgiu de reuniões em uma missão urbana na [[Reavivamento da Rua Azusa|Rua Azusa]] em Los Angeles. De lá, ele se espalhou pelo mundo, levado por aqueles que ali vivenciaram o que acreditavam ser movimentos milagrosos de Deus. Essas manifestações semelhantes ao pentecostes têm estado constantemente em evidência ao longo da história, como visto nos dois Grandes Despertares. O pentecostalismo, que por sua vez deu origem ao [[Movimento Carismático|movimento carismático]] dentro de denominações já estabelecidas, continua a ser uma força importante no [[cristianismo ocidental]].

Nos [[Estados Unidos]] e em outras partes do mundo, tem havido um aumento marcante na [[Evangelicalismo|ala evangélica]] das denominações protestantes e um declínio correspondente nas [[Protestantismo histórico|igrejas liberais convencionais]]. Na era pós-[[Primeira Guerra Mundial]], o [[Teologia liberal|cristianismo liberal]] estava em ascensão e um número considerável de seminários ensinava também de uma perspectiva liberal. Na era pós-[[Segunda Guerra Mundial]], a tendência começou a voltar ao campo conservador nos seminários e estruturas eclesiásticas dos Estados Unidos.

Na Europa, tem havido um movimento geral de afastamento da observância religiosa e da crença nos ensinamentos cristãos e um movimento em direção ao [[secularismo]]. O [[Iluminismo]] é o grande responsável pela disseminação do secularismo. Vários estudiosos têm defendido uma ligação entre o surgimento do secularismo e do protestantismo, atribuindo-o à ampla liberdade nos países de maioria protestante.<ref>{{Citar web |ultimo=Cranach |url=http://www.patheos.com/blogs/geneveith/2012/03/has-lutheranism-caused-secularism/ |titulo=Has Lutheranism caused secularism? |data=22 de março de 2012}}</ref> Na [[América do Norte]], [[América do Sul]] e [[Austrália]] a observância religiosa cristã é muito maior do que na Europa. Os Estados Unidos permanecem particularmente religiosos em comparação com outros [[País desenvolvido|países desenvolvidos]]. A América do Sul, historicamente católica, experimentou uma grande [[Evangelicalismo|infusão evangélica]] e [[Pentecostalismo|pentecostal]] nos séculos XX e XXI.

== Reforma Radical ==
{{AP|Reforma Radical}}
[[Ficheiro:Täuferdisputation_1525.jpg|miniaturadaimagem| A insatisfação com o resultado de uma disputa em 1525 levou os irmãos suíços a se separarem de [[Huldrych Zwingli]]]]
Ao contrário dos movimentos [[Luteranismo|luteranos]], [[Calvinismo|calvinistas]] e zwinglianos, a [[Reforma Radical]], que não teve patrocínio estatal, geralmente abandonou a ideia da "[[igreja visível]]" como distinta da "igreja invisível". Foi uma extensão racional da dissidência protestante aprovada pelo Estado, que levou o valor da independência da autoridade constituída um passo adiante, argumentando o mesmo para a esfera cívica. A Reforma Radical não era a corrente principal, embora em partes da Alemanha, Suíça e Áustria, a maioria simpatizasse com a Reforma Radical, apesar da intensa perseguição que enfrentou tanto de católicos quanto de protestantes magisteriais.<ref name="horsch">{{Citar livro|título=Mennonites in Europe|ultimo=Horsch|primeiro=John|data=1995|editora=Herald Press|isbn=978-0836113952|autorlink=John Horsch}}</ref>

Os primeiros [[anabatista]]s acreditavam que sua reforma deve purificar não apenas a teologia, mas também a vida real dos cristãos, especialmente suas relações políticas e sociais.<ref name="ReferenceA">Gonzalez, ''A History of Christian Thought'', 88.</ref> Portanto, a igreja não deve ser sustentada pelo Estado, nem por dízimos e impostos, nem pelo uso da espada; o cristianismo era uma questão de convicção individual, que não podia ser imposta a ninguém, mas requeria uma decisão pessoal para isso. Líderes eclesiais protestantes como [[Balthasar Hubmaier|Hubmaier]] e [[Melchior Hofman|Hofmann]] pregaram a invalidade do [[batismo infantil]], defendendo o batismo como uma conversão posterior ([[batismo do crente]]). Esta não era uma doutrina nova para os reformadores, mas foi ensinada por grupos anteriores, como os [[Catarismo|albigenses]] em 1147. Embora a maioria dos reformadores radicais fosse anabatista, alguns não se identificavam com a tradição anabatista dominante. [[Thomas Müntzer]] esteve envolvido na [[Guerra dos Camponeses|Guerra dos Camponeses Alemães]]. [[Andreas Karlstadt]] discordou teologicamente de [[Huldrych Zwingli]] e Martinho Lutero, ensinando a não violência e recusando-se a batizar crianças, embora não rebatizasse crentes adultos.<ref name="GAMEO-Karlstadt">{{Citar web |ultimo=Hein |primeiro=Gerhard |url=http://gameo.org/index.php?title=Karlstadt,_Andreas_Rudolff-Bodenstein_von_(1486-1541) |titulo=Karlstadt, Andreas Rudolff-Bodenstein von (1486–1541) |acessodata=19 de abril de 2014 |website=Global Anabaptist Mennonite Encyclopedia Online}}</ref> [[Kaspar Schwenckfeld|Kaspar Schwenkfeld]] e [[Sebastian Franck]] foram influenciados pelo [[Os amigos de Deus|misticismo]] e [[espiritualismo]] alemão.

Na opinião de muitos associados à Reforma Radical, a [[Reforma Magisterial]] não foi longe o suficiente. O reformador radical, [[Andreas Karlstadt|Andreas von Bodenstein Karlstadt]], por exemplo, referiu-se aos teólogos luteranos em [[Vitemberga|Wittenberg]] como os "novos papistas".<ref>[http://www.reformationhappens.com/movements/magisterial/ The Magisterial Reformation].</ref> Visto que o termo "magister" também significa "professor", a Reforma Magisterial também é caracterizada por uma ênfase na autoridade de um professor. Isso fica evidente na proeminência de Lutero, Calvino e Zwínglio como líderes dos movimentos de reforma em suas respectivas áreas de ministério. Por causa de sua autoridade, eles eram frequentemente criticados pelos reformadores radicais como sendo muito parecidos com os papas romanos. Um lado mais político da Reforma Radical pode ser visto no pensamento e na prática de [[Hans Hut]], embora o anabatismo seja tipicamente associado ao [[pacifismo]].

O anabatismo em forma de sua diversificação variada, como os [[amish]], [[menonitas]] e [[huteritas]], surgiu da Reforma Radical. Mais tarde na história, os [[dunkers]] e a [[Igreja Cristã Apostólica]] surgiram nos círculos anabatistas.

== Denominações ==
{{AP|Lista de denominações cristãs}}
[[Ficheiro:Map of state religions (detailed).svg|thumb|esquerda|upright=1.45|Protestantismo como [[religião oficial]]:
{{legenda|#062A87|[[Luteranismo]]}}
{{legenda|#FF2400|[[Anglicanismo]]}}
{{legenda|#FF7F00|[[Calvinismo]]}}
{{legenda|#FC0FC0|[[Metodismo]]}}]]
Os protestantes se referem a grupos específicos de congregações ou igrejas que compartilham doutrinas fundamentais comuns e os nomes de seus grupos como [[Lista de denominações cristãs|denominações]].<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=QkhVtAEwZckC&pg=PA135|título=Occupational Outlook Handbook, 1996–1997|data=1996|editora=Diane Publishing|isbn=9780788129056|via=Google Books}}</ref> O termo denominação (corpo nacional) deve ser distinguido de ramo (família denominacional; tradição), comunhão (corpo internacional) e congregação (igreja).

Os protestantes rejeitam a doutrina da Igreja Católica de que é a única igreja verdadeira, com alguns ensinamentos de crença na ''igreja invisível'', que consiste em todos os que professam fé em Jesus Cristo.<ref>{{Citar web |url=http://www.antiochian.org/node/17076 |titulo=An Orthodox Response to the Recent Roman Catholic Declaration on the Nature of the Church |website=www.antiochian.org |publicado=Antiochian Orthodox Christian Archdiocese}}</ref> A [[Luteranismo|Igreja Luterana]] tradicionalmente se vê como o "tronco principal da Árvore Cristã histórica" fundada por Cristo e os Apóstolos, sustentando que durante a Reforma, a [[Santa Sé|Igreja de Roma]] caiu.<ref name="Remensnyder1893">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=rWA3AAAAMAAJ&pg=PA12|título=The Lutheran Manual|ultimo=Junius Benjamin Remensnyder|data=1893|editora=Boschen & Wefer Company|língua=en}}</ref><ref name="Frey1918">{{Citar livro|título=Is One Church as Good as Another?|ultimo=Frey|primeiro=H.|editora=The Lutheran Witness|ano=1918|volume=37|páginas=82–83|língua=en}}</ref>

Vários [[Ecumenismo|movimentos ecumênicos]] têm tentado cooperação ou reorganização das várias denominações protestantes divididas, de acordo com vários modelos de união, mas as divisões continuam a prevalecer, pois não há autoridade abrangente à qual qualquer uma das igrejas deva lealdade, que pode definir a fé com autoridade. A maioria das denominações compartilham crenças comuns nos aspectos principais da fé cristã, embora difiram em muitas doutrinas secundárias, embora o que é principal e o que é secundário seja uma questão de crença idiossincrática.

Vários países [[Estado confessional|estabeleceram]] suas [[Igreja nacional|igrejas nacionais]], vinculando a estrutura eclesiástica com o Estado. As jurisdições onde uma denominação protestante foi estabelecida como religião oficial incluem vários [[países nórdicos]]; [[Dinamarca]] (incluindo [[Groenlândia]]),<ref name="DenmarkConstitution">{{Citar web |url=http://www.servat.unibe.ch/icl/da00000_.html |titulo=ICL > Denmark > Constitution |website=www.servat.unibe.ch}}</ref> as [[Ilhas Faroe]] ([[Igreja das Ilhas Feroé|sua igreja]] sendo independente desde 2007),<ref>{{Citar web |url=http://www.folkakirkjan.fo/default.aspx?pageid=6235&sectionid=207 |titulo=Føroyska kirkjan |acessodata=24 de julho de 2014 |website=Fólkakirkjan |arquivourl=https://web.archive.org/web/20150308090058/http://www.folkakirkjan.fo/default.aspx?pageid=6235&sectionid=207 |arquivodata=8 de março de 2015}}</ref> [[Islândia]]<ref name="IcelandConstitution">[http://www.government.is/constitution/ Constitution of the Republic of Iceland]: Article 62, [http://www.government.is/ Government of Iceland].</ref> e [[Noruega]]<ref name="abcnyheter">[http://www.abcnyheter.no/nyheter/080410/losere-band-men-fortsatt-statskirke Løsere bånd, men fortsatt statskirke] {{Webarchive|url=https://www.webcitation.org/6DEb3MkkC?url=http://www.abcnyheter.no/nyheter/080410/losere-band-men-fortsatt-statskirke|date=27 de dezembro de 2012}}, ABC Nyheter</ref><ref>[http://www.nrk.no/nyheter/norge/1.8076910 Staten skal ikke lenger ansette biskoper], NRK</ref><ref>{{Citar web |ultimo=Forbund |primeiro=Human-Etisk |url=http://fritanke.no/index.php?page=vis_nyhet&NyhetID=8840 |titulo=Ingen avskaffelse: Slik blir den nye statskirkeordningen}}</ref> estabeleceram igrejas evangélicas luteranas. [[Tuvalu]] tem a [[Igreja de Tuvalu|única igreja estabelecida na tradição reformada]] no mundo, enquanto [[Tonga]] tem a única na [[Siasi Uesiliana Tau‘ataina ‘o Tonga|tradição metodista]].<ref>{{Citar web |ultimo=Fasse |primeiro=Christoph |url=http://www.reformiert-online.net/adressen/detail.php?id=13338&lg=eng |titulo=Address data base of Reformed churches and institutions |website=www.reformiert-online.net}}</ref> A [[Igreja Anglicana|Igreja da Inglaterra]] é a instituição religiosa oficialmente estabelecida na [[Inglaterra]],<ref name="Eberle">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=oYkzkVc_sG0C&pg=PA2|título=Church and State in Western Society|ultimo=Eberle|primeiro=Edward J.|editora=[[Ashgate Publishing, Ltd.]]|ano=2011|isbn=978-1-4094-0792-8}}</ref><ref name="Fox">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=rE0NcgxNaKEC&pg=PA120|título=A World Survey of Religion and the State|ultimo=Fox|primeiro=Jonathan|editora=Cambridge University Press|ano=2008|isbn=978-0-521-88131-9}}</ref><ref name="Ferrante">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=AwnIIXI6y38C&pg=PA408|título=Sociology: A Global Perspective|ultimo=Ferrante|primeiro=Joan|editora=[[Cengage Learning]]|ano=2010|isbn=978-0-8400-3204-1}}</ref> e também a Igreja Mãe da [[Comunhão Anglicana|Comunhão Anglicana mundial]].

Em 1869, a Finlândia foi o primeiro país nórdico a [[Separação Igreja-Estado|se separar]] de [[Igreja Evangélica Luterana da Finlândia|sua igreja evangélica luterana]] com a introdução da Lei da Igreja. Embora a igreja ainda mantenha um relacionamento especial com o Estado, ela não é descrita como [[religião oficial]] na [[Constituição da Finlândia|Constituição finlandesa]] ou em outras leis aprovadas pelo [[Parlamento da Finlândia|parlamento finlandês]].<ref name="FinlandConstitution">{{Citar web |url=http://servat.unibe.ch/icl/fi00000_.html |titulo=ICL > Finland > Constitution |website=servat.unibe.ch}}</ref> Em 2000, a [[Suécia]] foi o segundo país nórdico a fazê-lo.<ref>{{Citar web |url=http://www.iclrs.org/content/blurb/files/Sweden.1.pdf |titulo=Maarit Jänterä-Jareborg: Religion and the Secular State in Sweden}}</ref>

=== Igrejas unidas ===
{{AP|Igrejas Unidas}}
[[Ficheiro:Union_luthercalvin.jpg|miniaturadaimagem| Janela de vidro na igreja da cidade de [[Wiesloch]] ( ''Stadtkirche [[Wiesloch]]'' ) com [[Martinho Lutero]] e [[João Calvino]] comemorando a união de 1821 das igrejas luterana e reformada no [[Grão-Ducado de Baden]]]]
[[Igrejas Unidas|Igrejas unidas]] são igrejas formadas a partir da fusão ou outra forma de união de duas ou mais denominações protestantes diferentes. Historicamente, as uniões de igrejas protestantes eram impostas pelo Estado, geralmente para ter um controle mais rígido sobre a esfera religiosa de seu povo, mas também por outras razões organizacionais. À medida que o [[Ecumenismo|ecumenismo cristão]] moderno progride, as uniões entre várias tradições protestantes estão se tornando cada vez mais comuns, resultando em um número crescente de igrejas unidas. Alguns dos principais exemplos recentes são a [[Igreja do Norte da Índia]] (1970), a [[Igreja Protestante Unida da França]] (2013) e a [[Igreja Protestante na Holanda]] (2004). Como o protestantismo tradicional encolhe na [[Europa]] e na [[América do Norte]] devido ao aumento do [[secularismo]] ou em áreas onde o cristianismo é uma religião minoritária como no [[subcontinente indiano]], as denominações [[anglicana]], [[Calvinismo|reformada]] e [[Luteranismo|luterana]] se fundem, muitas vezes criando grandes denominações nacionais. O fenômeno é muito menos comum entre [[Evangelicalismo|igrejas evangélicas]], [[Cristianismo não denominacional|não denominacionais]] e [[Carisma|carismática]] à medida que novas surgem e muitas delas permanecem independentes umas das outras.

Talvez a igreja unida oficial mais antiga seja encontrada na [[Alemanha]], onde a [[Igreja Evangélica na Alemanha]] é uma federação de igrejas luteranas, unidas e [[Calvinismo|reformadas]], uma união que data de 1817. A primeira da série de uniões foi em um sínodo em [[Idstein]] para formar a [[Igreja Protestante em Hesse e Nassau]] em agosto de 1817.<ref>{{Citar web |url=http://www.nassau-info.de/geschichte-jb-kirche.htm |titulo=Staatlicher Dirigismus und neue Gläubigkeit (Die Kirche im Herzogtum Nassau) |publicado=Nassau-info.de |lingua=de}}</ref>

Em todo o mundo, cada igreja unida compreende uma mistura diferente de denominações protestantes predecessoras. As tendências são visíveis, entretanto, já que a maioria das igrejas unidas tem herança na [[Calvinismo|tradição reformada]] e muitas são membros da [[Aliança Mundial de Igrejas Reformadas]].

== Principais denominações ==
{{AP|Denominação cristã}}
Os protestantes podem ser diferenciados de acordo com a forma como foram influenciados por movimentos importantes desde a Reforma, hoje considerados ramos. Alguns desses movimentos têm uma linhagem comum, às vezes gerando denominações individuais diretamente. Devido à multidão de [[Lista de denominações cristãs|denominações]] anteriormente declarada, esta seção discute apenas as maiores famílias denominacionais, ou ramos, amplamente considerados como parte do protestantismo. Estes são, em ordem alfabética: [[Adventismo|adventista]], [[Anglicanismo|anglicano]], [[Igreja Batista|batista]], [[Calvinismo|calvinista (reformado)]], [[Luteranismo|luterano]], [[Metodismo|metodista]] e [[Pentecostalismo|pentecostal]] . Um ramo [[anabatista]] pequeno, mas historicamente significativo, também é discutido.

O gráfico abaixo mostra as relações mútuas e origens históricas das principais famílias denominacionais protestantes. Devido a fatores como a [[Contrarreforma]] e o princípio legal de ''[[Cuius regio, eius religio]]'', muitas pessoas viviam como [[nicodemita]]s, onde suas afiliações religiosas professadas estavam mais ou menos em desacordo com o movimento pelo qual simpatizavam. Como resultado, os limites entre as denominações não se separam tão claramente quanto este gráfico indica.

Como o calvinismo não foi especificamente reconhecido no [[Sacro Império Romano-Germânico]] até a [[Paz de Westfália]] em 1648, muitos calvinistas viveram como [[Crypto-calvinismo|criptocalvinistas]]. Devido às supressões relacionadas à Contrarreforma em terras católicas durante os séculos XVI a XIX, muitos protestantes viveram como criptoprotestantes. Enquanto isso, nas áreas protestantes, os católicos às vezes viviam como [[Papismo|cripto-papistas]], embora na Europa continental a emigração fosse mais viável, então isso era menos comum.
{{panorama|Protestantbranches pt.svg|700px|Mapa histórico dos principais ramos protestantes}}

=== Adventismo ===
{{AP|Adventismo}}
[[File:Oulu adventist church.JPG|thumb|Igreja adventista em [[Karjasilta]], [[Finlândia]]]]

O [[adventismo]] começou no século XIX no contexto do reavivamento do [[Segundo Grande Despertar]] nos [[Estados Unidos]]. O nome se refere à crença na [[Segunda vinda de Cristo|segunda vinda iminente (ou "segundo advento") de Jesus Cristo]]. [[William Miller]] deu início ao movimento adventista na década de 1830. Seus seguidores ficaram conhecidos como [[Millerismo|milleritas]].

Embora as igrejas adventistas tenham muito em comum, suas [[Teologia cristã|teologias]] diferem sobre se o [[estado intermediário]] é [[Mortalismo cristão|sono inconsciente]] ou consciência, se a punição final dos ímpios é a [[Aniquilacionismo|aniquilação]] ou tormento eterno, a natureza da imortalidade, se os ímpios são ressuscitados ou não após a milênio, e se o santuário de Daniel 8 se refere àquele no céu ou na terra.<ref name="Handbook">{{Citation|páginas=256–276|primeiro1 =Frank S|último =Mead|primeiro2 =Samuel S|último2 =Hill|primeiro3 =Craig D|último3 =Atwood|título=Handbook of Denominations in the United States|edição=12th|local=Nashville|publicado=Abingdon Press}}</ref> O movimento encorajou o exame de toda a [[Bíblia]], levando os adventistas do sétimo dia e alguns grupos adventistas menores a fazer o [[sabá]]. A [[Conferência Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia|Conferência Geral dos Adventistas do Sétimo Dia]] compilou as crenças básicas dessa igreja nas [[Doutrinas fundamentais da Igreja Adventista do Sétimo Dia|28 Crenças Fundamentais]] (1980 e 2005), que usam referências bíblicas como justificativa.

Em 2010, o adventismo reivindicou cerca de 22 milhões de crentes espalhados em várias igrejas independentes.<ref name="Christianity report">{{Citar web |url=http://www.pewforum.org/files/2011/12/Christianity-fullreport-web.pdf |titulo=Christianity report |acessodata=2 de maio de 2014 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20131101114257/http://www.pewforum.org/files/2011/12/Christianity-fullreport-web.pdf |arquivodata=1 de novembro de 2013}}</ref> A maior igreja dentro do movimento — a [[Igreja Adventista do Sétimo Dia]] — tem mais de 18 milhões de membros.

=== Anabatismo ===
{{AP|Anabatismo}}
[[Imagem:Lancaster_County_Amish_03.jpg|thumb|Uma família [[amish]] em uma carroça]]

O [[anabatismo]] tem suas origens na [[Reforma Radical]]. Eles acreditam em adiar o [[batismo]] até que o candidato confesse sua fé. Embora alguns considerem esse movimento um desdobramento do protestantismo, outros o veem como algo distinto.<ref>{{Citation|url=http://www.cbc4me.org/articles/Baptist/04-McGrath.pdf|título=CBC 4 me|contribuição=Neither Catholic nor Protestant|primeiro1 =William|último =McGrath|arquivourl=https://web.archive.org/web/20161227060547/http://www.cbc4me.org/articles/Baptist/04-McGrath.pdf|arquivodata=27 de dezembro de 2016}}</ref><ref>{{Citation|capítulourl=http://vlib.iue.it/carrie/texts/carrie_books/gilbert/15.html|título=The Anabaptists and the Reformation|capítulo=15 The Radicals of the Reformation|primeiro1 =William|último =Gilbert}}.</ref> Os [[amish]], [[huteritas]] e [[menonitas]] são descendentes diretos do movimento. [[Dunkers]], [[Bruderhof]] e a [[Igreja Cristã Apostólica]] são considerados desenvolvimentos posteriores entre os anabatistas.

O nome ''anabatista'', que significa "aquele que batiza novamente", foi dado a eles por seus perseguidores em referência à prática de rebatizar convertidos que já haviam sido batizados quando crianças.<ref>{{Citation|url=http://www.etymonline.com/index.php?term=Anabaptist|título=Online Etymological Dictionary|anooriginal=2001|ano=2010|primeiro1 =Douglas|último =Harper|contribuição=Anabaptist|acessodata=25 de abril de 2011}}.</ref> Os anabatistas exigiam que os candidatos ao batismo pudessem fazer suas próprias confissões de fé e, portanto, rejeitaram o [[batismo infantil]]. Os primeiros membros desse movimento não aceitaram o nome de ''anabatista'', alegando que, uma vez que o batismo infantil era antibíblico, nulo e sem efeito, o batismo dos crentes não era um "rebatismo", mas, na verdade, seu primeiro batismo real. Como resultado de suas opiniões sobre a natureza do batismo e outras questões, os anabatistas foram fortemente perseguidos durante o século XVI e no século XVII por protestantes magisteriais e católicos. Enquanto a maioria dos anabatistas aderiu a uma interpretação literal do [[Sermão da Montanha]], que impedia fazer juramentos, participar de ações militares e participar do governo civil, alguns que praticavam o rebatismo pensavam o contrário. Eles eram, portanto, tecnicamente anabatistas, embora [[amish]], [[menonitas]] e [[huteritas]] conservadores e alguns historiadores tendam a considerá-los fora do verdadeiro anabatismo. Os anabatistas da Reforma Radical são divididos em radicais e a chamada "segunda frente". Alguns teólogos importantes da Reforma Radical foram [[João de Leiden]], [[Thomas Müntzer]], [[Kaspar Schwenckfeld|Kaspar Schwenkfeld]], [[Sebastian Franck]], [[Menno Simons]]. Os reformadores da segunda frente incluíram [[Hans Denck]], [[Conrad Grebel]], [[Balthasar Hubmaier]] e [[Felix Manz]].

=== Anglicanismo ===
{{AP|Anglicanismo}}
[[Imagem:Westminster_Abbey_St_Peter.jpg|thumb|esquerda|upright|[[Abadia de Westminster]]]]

O [[anglicanismo]] compreende a [[Igreja Anglicana|Igreja da Inglaterra]] e igrejas que estão historicamente ligadas a ela ou mantêm crenças, práticas de adoração e estruturas de igreja semelhantes.<ref name="cofe">{{Citar web |url=http://www.cofe.anglican.org/faith/anglican/ |titulo=What it means to be an Anglican |acessodata=16 de março de 2009 |publicado=Church of England}}</ref> A palavra ''anglicano tem'' origem na ''{{Lang|la|ecclesia anglicana}}'', uma [[Latim medieval|frase em latim medieval]] datada de pelo menos 1246 que significa a ''Igreja Inglesa''. Não existe uma única “Igreja Anglicana” com autoridade jurídica universal, uma vez que cada igreja nacional ou regional tem plena [[autonomia]]. Como o nome sugere, a comunhão é uma associação de igrejas em [[Comunhão plena|plena comunhão]] com o [[Arcebispo da Cantuária|Arcebispo de Canterbury]]. A grande maioria dos anglicanos são membros de igrejas que fazem parte da [[Comunhão Anglicana]] internacional,<ref name="acomm">{{Citar web |url=http://www.anglicancommunion.org/ |titulo=The Anglican Communion official website – homepage |acessodata=16 de março de 2009 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20090319004737/http://www.anglicancommunion.org/ |arquivodata=19 de março de 2009}}</ref> que tem 85 milhões de adeptos.<ref>{{Citar web |ultimo=Office |primeiro=Anglican Communion |url=http://www.anglicancommunion.org/tour/index.cfm |titulo=Member Churches |website=www.anglicancommunion.org}}</ref>

A Igreja da Inglaterra declarou sua independência da Igreja Católica na época do [[Assentamento religioso elisabetano|Acordo Religioso Elisabetano]].<ref name="CtS">{{Citar livro|título=Chasing the Sun: Dictionary Makers and the Dictionaries They Made|ultimo=Green|primeiro=Jonathon|editora=[[Henry Holt (publisher)|Henry Holt]]|ano=1996|localização=New York|páginas=58–59|capitulo=Chapter 2: The Middle Ages|isbn=978-0-8050-3466-0|autorlink=Jonathon Green|edição=1st US}}</ref> Muitos dos novos formulários anglicanos de meados do século XVI correspondiam intimamente aos da tradição reformada contemporânea. Essas reformas foram entendidas por um dos maiores responsáveis por elas, o então arcebispo de Canterbury, [[Tomás Cranmer|Thomas Cranmer]], como navegando em um caminho intermediário entre duas das tradições protestantes emergentes, a saber, o luteranismo e o calvinismo.<ref>[[Diarmaid MacCulloch]], ''Thomas Cranmer: A Life'', Yale University Press, p.617 (1996).</ref>

Exclusivo para o anglicanismo é o ''[[Livro de Oração Comum]]'', a coleção de serviços que os adoradores na maioria das igrejas anglicanas usaram durante séculos. Embora tenha passado por muitas revisões e igrejas anglicanas em diferentes países tenham desenvolvido outros livros de serviço, o ''Livro de Oração Comum'' ainda é reconhecido como um dos laços que unem a Comunhão Anglicana.

=== Batistas ===
{{AP|Batistas}}
[[Ficheiro:First Baptist Church in America from Angell St 2.jpg|thumb|esquerda|upright|[[Primeira Igreja Batista na América]]. Os batistas são quase um terço dos protestantes estadunidenses.<ref>{{citar web|url=http://www.pewforum.org/2015/05/12/appendix-b-classification-of-protestant-denominations/|título=Appendix B: Classification of Protestant Denominations|data=12 de maio de 2015}}</ref>]]

Os [[batistas]] subscrevem a doutrina de que o batismo deve ser realizado apenas por crentes professos ([[Batismo do crente|batismo de crentes]], em oposição ao [[batismo infantil]]),e que deve ser feito por [[Batismo por imersão|imersão]] completa (em oposição a [[Efusão|afusão]] ou [[aspersão]]). Outros [[Dogma|princípios]] das igrejas batistas incluem [[competência da alma]] (liberdade), [[salvação]] [[Sola fide|somente pela fé]], [[Sola scriptura|somente as Escrituras]] como regra de fé e prática e a autonomia da congregação local. Os batistas reconhecem dois cargos ministeriais, [[Pastor (ministro cristão)|pastores]] e [[diácono]]s. As igrejas batistas são amplamente consideradas igrejas protestantes, embora alguns batistas neguem essa identidade.<ref name="Baptist Origins">Buescher, John. "[http://teachinghistory.org/history-content/ask-a-historian/22329 Baptist Origins]." [http://www.teachinghistory.org/ Teaching History]. Acessado em 23 de setembro de 2011.</ref>

Diversos desde o início, aqueles que se identificam como batistas hoje diferem amplamente uns dos outros no que acreditam, como adoram, suas atitudes em relação a outros cristãos e sua compreensão do que é importante no discipulado cristão.<ref name="Shurden turning">{{Citar web |ultimo=Shurden |primeiro=Walter |url=http://www.centerforbaptiststudies.org/pamphlets/style/turningpoints.htm |titulo=Turning Points in Baptist History |acessodata=16 de janeiro de 2010 |publicado=The Center for Baptist Studies, Mercer University |ano=2001 |local=Macon, GA}}</ref>

Os historiadores traçam a primeira igreja rotulada como ''batista'' desde 1609 em [[Amesterdão|Amsterdã]], com o [[Dissidentes ingleses|separatista inglês]] [[John Smyth]] como seu pastor.<ref name="Gourley">Gourley, Bruce. "A Very Brief Introduction to Baptist History, Then and Now." ''The Baptist Observer.''</ref> De acordo com sua leitura do [[Novo Testamento]], ele rejeitou o batismo de crianças e instituiu o batismo apenas de adultos crentes.<ref name="ODCC self">{{Citation|contribuição=Baptists|editor-sobrenome =Cross|editor-nome =FL|título=The Oxford dictionary of the Christian church|local=New York|publicado=Oxford University Press|ano=2005}}</ref> A prática batista se espalhou para a Inglaterra, onde os batistas gerais consideravam que a expiação de Cristo se estendia a todas as pessoas, enquanto os batistas particulares acreditavam que ela se estendia apenas aos eleitos. Em 1638, [[Roger Williams]] estabeleceu a [[Primeira Igreja Batista na América|primeira congregação batista nas colônias norte-americanas]]. Em meados do século 18, o [[Primeiro Grande Despertamento|Primeiro Grande Despertar]] aumentou o crescimento batista tanto na [[Nova Inglaterra]] quanto no [[Região Sul (Estados Unidos)|Sul]].<ref name="EBOself">"[http://www.britannica.com/EBchecked/topic/52364/Baptist Baptist]." 2010. Encyclopædia Britannica Online.</ref> O [[Segundo Grande Despertar]] no Sul no início do século XIX aumentou o número de membros da igreja, assim como a diminuição do apoio dos pregadores à [[Abolicionismo nos Estados Unidos|abolição]] e [[alforria]] da [[escravidão]], que fazia parte dos ensinamentos do século XVIII. Missionários batistas espalharam sua igreja por todos os continentes.

A [[Aliança Batista Mundial]] relata mais de 41 milhões de membros em mais de 150 mil congregações.<ref>{{Citar web |url=http://www.bwanet.org/bwa.php?site=Resources&id=19 |titulo=Member Body Statistics |data=30 de maio de 2008 |acessodata=6 de maio de 2010 |publicado=Baptist World Alliance |arquivourl=https://web.archive.org/web/20100401120508/http://www.bwanet.org/bwa.php?site=Resources&id=19 |arquivodata=1 de abril de 2010}}</ref> Em 2002, havia mais de 100 milhões de batistas e membros de grupos batistas em todo o mundo e mais de 33 milhões na América do Norte.<ref name="ODCC self">{{Citation|contribuição=Baptists|editor-sobrenome =Cross|editor-nome =FL|título=The Oxford dictionary of the Christian church|local=New York|publicado=Oxford University Press|ano=2005}}</ref> A maior associação batista é a [[Convenção Batista do Sul]], com o número de membros de igrejas associadas totalizando mais de 14 milhões.<ref>{{Citar web |url=http://www.bpnews.net/52962/acp--giving-increases-baptisms-attendance-continue-decline |titulo=SBC: Giving increases while baptisms continue decline |acessodata=24 de setembro de 2019 |publicado=Baptist Press}}</ref>

=== Calvinismo ===
{{AP|Calvinismo}}
[[Imagem:First Congregational Church, Cheshire CT.jpg|thumb|Igreja calvinista em [[Cheshire (Connecticut)|Cheshire]], [[Estados Unidos]]]]
O [[calvinismo]], também chamado de tradição reformada, foi desenvolvido por vários teólogos como [[Martin Bucer]], [[Heinrich Bullinger]], [[Pietro Martire Vermigli|Peter Martyr Vermigli]] e Huldrych Zwingli, mas este ramo do cristianismo leva o nome do reformador francês [[João Calvino]] por causa de sua influência proeminente sobre ele e por causa de seu papel nos debates confessionais e eclesiásticos ao longo do século XVI.

Hoje, este termo também se refere às doutrinas e práticas das [[Calvinismo|igrejas reformadas]] das quais Calvino foi um dos primeiros líderes. Menos comumente, pode se referir ao ensino individual do próprio Calvino. As particularidades da teologia calvinista podem ser declaradas de várias maneiras. Talvez o resumo mais conhecido esteja contido nos [[cinco pontos do calvinismo]], embora esses pontos identifiquem a visão calvinista sobre [[soteriologia]] ao invés de resumir o sistema como um todo. Falando de maneira geral, o calvinismo enfatiza a soberania ou governo de Deus em todas as coisas — na salvação, mas também em toda a vida. Este conceito é visto claramente nas doutrinas da [[Predestinação no Calvinismo|predestinação]] e [[depravação total]].

A maior associação reformada é a [[Comunhão Mundial das Igrejas Reformadas|Comunhão Mundial de Igrejas Reformadas]] com mais de 80 milhões de membros em 211 denominações membros em todo o mundo.<ref>{{Citar web |url=http://wcrc.ch/theology/ |titulo=Theology and Communion |acessodata=5 de dezembro de 2013 |website=Wcrc.ch}}</ref><ref>{{Citar web |url=http://wcrc.ch/wcrc-member-churches/ |titulo=Member Churches |acessodata=5 de dezembro de 2013 |website=Wcrc.ch |arquivourl=https://web.archive.org/web/20140412134752/http://wcrc.ch/wcrc-member-churches/ |arquivodata=12 de abril de 2014}}</ref> Existem federações reformadas mais conservadoras, como a [[Fraternidade Reformada Mundial]] e a [[Conferência Internacional das Igrejas Reformadas|Conferência Internacional de Igrejas Reformadas]], bem como [[Lista de denominações reformadas|igrejas independentes]].

=== Luteranismo ===
{{AP|Luteranismo}}
[[Ficheiro:Lutherrose.svg|thumb|upright|esquerda|O [[Selo de Lutero]]]]

O [[luteranismo]] se identifica com a [[teologia]] de Martinho Lutero—um monge e padre [[Alemães|alemão]], [[Eclesiologia|reformador eclesiástico]] e teólogo. O luteranismo defende uma doutrina de justificação "[[Sola gratia|somente pela graça]] e por meio da [[Sola fide|fé somente]] com base na [[Sola scriptura|Escritura]]", a doutrina de que a escritura é a autoridade final em todas as questões de fé, rejeitando a afirmação feita pelos líderes católicos no [[Concílio de Trento]] de que a autoridade vem das Escrituras e da [[Tradição católica|Tradição]].<ref>''Canons and Decrees of the Council of Trent'', Fourth Session, Decree on Sacred Scripture (Denzinger 783 [1501]; Schaff 2:79–81). For a history of the discussion of various interpretations of the Tridentine decree, see Selby, Matthew L., ''The Relationship Between Scripture and Tradition according to the Council of Trent'', unpublished Master's thesis, University of St Thomas, July 2013.</ref> Além disso, os luteranos aceitam os ensinamentos dos primeiros quatro [[Concílio ecuménico|concílios ecumênicos]] da Igreja Cristã indivisa.<ref name="Olson1999">{{Citar livro|url=https://archive.org/details/storyofchristian00olso/page/158|título=The Story of Christian Theology: Twenty Centuries of Tradition & Reform|ultimo=Olson|primeiro=Roger E.|data=1999|editora=InterVarsity Press|isbn=9780830815050}}</ref><ref name="Kelly2009">{{Citar livro|título=The Ecumenical Councils of the Catholic Church: A History|ultimo=Kelly|primeiro=Joseph Francis|editora=Liturgical Press|ano=2009|isbn=9780814653760}}</ref>

Ao contrário da tradição reformada, os luteranos retêm muitas das práticas litúrgicas e ensinamentos [[sacramentais]] da Igreja pré-reformada, com ênfase particular na [[União sacramental|Eucaristia]], ou Ceia do Senhor. A teologia luterana difere da teologia reformada na [[cristologia]], o propósito da [[Lei e Evangelho|Lei]] de Deus, a [[Vocação eficaz|graça]] divina, o conceito de [[perseverança dos santos]] e a [[predestinação]].

Hoje, o luteranismo é um dos maiores ramos do protestantismo. Com aproximadamente 80 milhões de adeptos,<ref>{{Citar web |url=http://www.lutheran.org.nz/about-us/ |titulo=About Us |acessodata=5 de março de 2015 |website=Lutheran Church of New Zealand}}</ref> constitui a terceira confissão protestante mais comum depois das [[Pentecostalismo|denominações]] historicamente pentecostais e do [[anglicanismo]].<ref name="pewforum1"/> A [[Federação Luterana Mundial]], a maior comunhão global de igrejas luteranas representa mais de 72 milhões de pessoas.<ref>{{Citar web |url=http://www.lutheranworld.org/content/member-churches |titulo=Member Churches – The Lutheran World Federation |acessodata=5 de março de 2015}}</ref>

=== Metodismo ===
{{AP|Metodismo}}
[[Imagem:Methodist_Central_Hall.JPG|thumb|upright|[[Westminster Central Hall]] em [[Londres]]]]

O [[metodismo]] se identifica principalmente com a teologia de [[John Wesley]]—um sacerdote e evangelista [[Anglicanismo|anglicano]]. Este movimento evangélico se originou como um [[avivamento]] dentro da [[Igreja Anglicana|Igreja da Inglaterra]] do século XVIII e se tornou uma Igreja separada após a morte de Wesley. Por causa da vigorosa atividade missionária, o movimento se espalhou por todo o [[Império Britânico]], [[Estados Unidos]] e além, hoje reivindicando cerca de 80 milhões de adeptos em todo o mundo.<ref>{{Citar web |url=http://worldmethodistcouncil.org/about/member-churches/ |titulo=Member Churches |acessodata=17 de junho de 2013 |publicado=World Methodist Council}}</ref>

[[Soteriologia|Soteriologicamente]], a maioria dos metodistas são [[Arminianismo|arminianos]], enfatizando que Cristo realizou a salvação para cada ser humano e que os humanos devem exercer um ato de vontade de recebê-la (em oposição à doutrina calvinista tradicional do [[monergismo]]). O metodismo é tradicionalmente uma [[Low Church|igreja inferior]] na liturgia, embora isso varie muito entre as congregações individuais; os próprios Wesleys valorizavam muito a liturgia e tradição anglicana. O Metodismo é conhecido por sua rica tradição musical; o irmão de John Wesley, [[Charles Wesley|Charles]], foi fundamental em escrever muitos dos hinos da Igreja Metodista<ref name="Methodist Hymnbody">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=qScPAAAAIAAJ|título=A Collection of Hymns, for the use of the people called Methodists|editora=T. Blanshard|ano=1820}}</ref> e muitos outros eminentes escritores de hinos vêm da tradição Metodista.

=== Pentecostalismo ===
{{AP|Pentecostalismo}}
[[Imagem:Ravensburg Freie Christengemeinde Saal.jpg|thumb|esquerda|Igreja pentecostal em [[Ravensburg]], [[Alemanha]]]]

O [[pentecostalismo]] é um movimento que dá ênfase especial a uma experiência pessoal direta de [[Deus no Cristianismo|Deus]] por meio do [[Batismo no Espírito Santo|batismo com o Espírito Santo]]. O termo ''pentecostal'' é derivado de [[Pentecostes]], o [[Língua grega|nome grego]] para a [[Shavuot|Festa das Colheitas]] Judaica. Para os cristãos, esse evento comemora a descida do [[Espírito Santo]] sobre os seguidores de [[Jesus|Jesus Cristo]], conforme descrito no [[The 2nd Chapter of Acts|segundo capítulo]] do [[Atos dos Apóstolos|Livro de Atos]].

Este ramo do protestantismo se distingue pela crença no [[batismo com o Espírito Santo]] como uma experiência separada da [[Conversão ao Cristianismo|conversão]] que permite ao cristão viver uma vida cheia do Espírito Santo e com poder. Essa capacitação inclui o uso de [[Dons do Espírito Santo|dons espirituais]], como [[falar em línguas]] e a [[Cura pela fé|cura divina]]—duas outras características definidoras do pentecostalismo. Por causa de seu compromisso com a autoridade bíblica, dons espirituais e os milagres, os pentecostais tendem a ver seu movimento como um reflexo do mesmo tipo de poder espiritual e ensinamentos que foram encontrados na [[Era Apostólica]] da [[História do cristianismo|igreja primitiva]]. Por esta razão, alguns pentecostais também usam o termo ''Apostólico'' ou ''[[Evangelho Pleno|Evangelho Completo]]'' para descrever seu movimento.

O pentecostalismo acabou gerando centenas de novas denominações, incluindo grandes grupos como as [[Assembleias de Deus]] e a [[Igreja de Deus em Cristo]], tanto nos Estados Unidos como em outros lugares. Existem mais de 279 milhões de pentecostais em todo o mundo e o movimento está crescendo em muitas partes do mundo, especialmente no [[Divisão norte-sul|Sul global]]. Desde 1960, o pentecostalismo tem ganhado cada vez mais aceitação de outras tradições cristãs e as crenças pentecostais a respeito do batismo do Espírito e dons espirituais têm sido adotadas por cristãos não pentecostais em [[Igreja Católica|igrejas protestantes e católicas]] por meio do [[Movimento Carismático]]. Juntos, o [[Carisma (cristianismo)|cristianismo pentecostal e carismático]] somam mais de 500 milhões de adeptos.<ref name="PewGlobalChristianity67">{{Citation|publicado=[[Pew Forum]] on Religion and Public Life|data=19 de dezembro de 2011|url=http://www.pewforum.org/uploadedFiles/Topics/Religious_Affiliation/Christian/Christianity-fullreport-web.pdf|título=Global Christianity: A Report on the Size and Distribution of the World's Christian Population|página=67|acessodata=25 de junho de 2015|arquivourl=https://web.archive.org/web/20130723134849/http://www.pewforum.org/uploadedFiles/Topics/Religious_Affiliation/Christian/Christianity-fullreport-web.pdf|arquivodata=23 de julho de 2013}}.</ref>

=== Outros protestantes ===
Existem muitas outras denominações protestantes que não se encaixam perfeitamente nos ramos mencionados e são muito menores em número de membros. Alguns grupos de indivíduos que possuem princípios protestantes básicos se identificam simplesmente como "cristãos" ou "cristãos [[Novo nascimento|nascidos de novo]]". Eles normalmente se distanciam do [[confessionalismo]] ou credo de outras comunidades cristãs,<ref>Confessionalism is a term employed by historians to refer to "the creation of fixed identities and systems of beliefs for separate churches which had previously been more fluid in their self-understanding, and which had not begun by seeking separate identities for themselves—they had wanted to be truly Catholic and reformed." (MacCulloch, ''The Reformation: A History'', p. xxiv.)</ref> chamando-se de "[[Cristianismo não denominacional|não denominacionais]]" ou "[[Evangelicalismo|evangélicos]]". Frequentemente fundados por pastores individuais, eles têm pouca afiliação com denominações históricas.<ref name="Pew Forum on Religion & Public Life / U.S. Religious Landscape Survey">{{Citar web |url=http://religions.pewforum.org/pdf/report2religious-landscape-study-appendix3.pdf |titulo=Classification of Protestant Denominations |acessodata=27 de setembro de 2009 |publicado=Pew Forum on Religion & Public Life / U.S. Religious Landscape Survey}}</ref>
[[Imagem:Armee-du-salut.jpg|thumb|Abrigo noturno do [[Exército de Salvação]] em [[Genebra]], na [[Suíça]]]]

O [[Hussitas|hussitismo]] segue os ensinamentos do reformador tcheco [[Jan Hus]], que se tornou o representante mais conhecido da [[Reforma Boêmia]] e um dos precursores da Reforma Protestante. Um dos primeiros hinários era o ''[[livro de hinos Jistebnice]]'', escrito à mão. Esse movimento predominantemente religioso foi impulsionado por questões sociais e fortaleceu a consciência nacional [[Tchecos|tcheca.]] Entre os cristãos de hoje, as tradições hussitas são representadas na [[Igreja dos Irmãos Morávios|Igreja da Morávia]] e nas igrejas hussitas da tchecoslováquia refundadas.<ref name="Nĕmec">Nĕmec, Ludvík "The Czechoslovak heresy and schism: the emergence of a national Czechoslovak church," American Philosophical Society, Philadelphia, 1975, {{ISBN|0-87169-651-7}}</ref>

A [[Assembleia dos Irmãos]] é uma [[baixa igreja]] [[Evangelicalismo|evangélica]] [[Conservadorismo|conservadora]] e um [[novo movimento religioso]], cuja história pode ser rastreada a [[Dublin]], na [[Irlanda]], no final de 1820, proveniente [[anglicanismo]].<ref>{{Citar web |ultimo=Abigail |primeiro=Shawn |url=http://brethrenonline.org/faqs/Brethren.htm#3 |titulo=What is the history of the 'Brethren'? |data=Junho de 2006 |acessodata=12 de junho de 2009 |website="Plymouth Brethren" FAQ |arquivourl=http://arquivo.pt/wayback/20160518150855/http://brethrenonline.org/faqs/Brethren.htm#3 |arquivodata=18 de maio de 2016}}</ref> Entre outras crenças, o grupo enfatiza ''{{Lang|la|sola scriptura}}''. Os irmãos geralmente se veem não como uma denominação, mas como uma rede, ou mesmo como uma coleção de redes sobrepostas, de igrejas independentes que pensam da mesma forma. Embora o grupo tenha se recusado por muitos anos a tomar para si qualquer nome denominacional — uma postura que alguns deles ainda mantêm — o título ''Os Irmãos'', é aquele com o qual muitos deles se sentem confortáveis, pois a Bíblia designa todos os crentes como ''irmãos'' .

O [[Movimento de Santidade|movimento de santidade]] refere-se a um conjunto de crenças e práticas emergentes dentro do metodismo do século XIX e uma série de denominações evangélicas, organizações paraeclesiásticas e movimentos que enfatizaram essas crenças como uma doutrina central. Existem cerca de 12 milhões de adeptos nas igrejas do movimento de santidade.<ref>{{Citar web |url=http://www.oikoumene.org/en/church-families/holiness-churches |titulo=Holiness churches |acessodata=31 de maio de 2015 |website=oikoumene.org}}</ref> A [[Igreja Metodista Livre]], o [[Exército de Salvação]] e a [[Igreja Wesleyana Unida|Igreja Metodista Wesleyana]] são exemplos notáveis, enquanto outros adeptos do movimento de santidade permaneceram dentro do metodismo tradicional, por exemplo, a [[Igreja Metodista Unida (EUA)|Igreja Metodista Unida]].<ref name="Winn">{{Citar livro|título=From the Margins: A Celebration of the Theological Work of Donald W. Dayton|ultimo=Winn|primeiro=Christian T. Collins|data=2007|editora=Wipf and Stock Publishers|língua=en|isbn=9781630878320}}</ref>

Os [[quaker]]s são membros de uma família de movimentos religiosos conhecidos coletivamente como Sociedade Religiosa de Amigos. A doutrina unificadora central desses movimentos é o [[sacerdócio de todos os crentes]].<ref>{{Citar web |url=http://qfp.quakerweb.org.uk/qfp11-01.html |titulo=Quaker Faith & Practice |acessodata=5 de junho de 2015 |publicado=Britain Yearly Meeting |arquivourl=https://web.archive.org/web/20130719234710/http://qfp.quakerweb.org.uk/qfp11-01.html |arquivodata=19 de julho de 2013}}</ref><ref>{{Citar web |url=http://www.bym-rsf.org/publications/fandp/11worship.html#vocal |titulo=Baltimore Yearly Meeting Faith & Practice 2011 draft |arquivourl=https://web.archive.org/web/20120413213340/http://www.bym-rsf.org/publications/fandp/11worship.html#vocal |arquivodata=13 de abril de 2012}}</ref> Muitos quakers se consideram membros de uma denominação cristã. Eles incluem aqueles com entendimentos [[Evangelicalismo|evangélicos]], [[Movimento de Santidade|santidade]], [[Protestantismo histórico|liberais]] e tradicionais do cristianismo. Ao contrário de muitos outros grupos que surgiram dentro do cristianismo, a Sociedade Religiosa de Amigos tem tentado ativamente evitar [[credo]]s e estruturas hierárquicas.<ref>[http://www.quaker.org/quest/ministers-1.htm The Trouble With "Ministers"] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20131019042905/http://www.quaker.org/quest/ministers-1.htm|date=19 de outubro de 2013}}. Acessado em 25 de abril de 2014.</ref>

O [[unitarismo]] às vezes é considerado protestante devido às suas origens na Reforma e forte cooperação com outros protestantes desde o século XVI.<ref>{{Citar web |url=http://www.bbc.co.uk/religion/religions/unitarianism/ataglance/glance.shtml |titulo=Unitarianism: Unitarianism at a glance |acessodata=1 de agosto de 2017 |publicado=BBC – Religions}}</ref> É excluído devido à sua natureza teológica não [[Antitrinitarismo|trinitária]].<ref>{{Citar web |url=http://www.americanunitarian.org/AUCChristian.htm |titulo=Unitarian Christianity |acessodata=1 de agosto de 2017 |website=www.americanunitarian.org}}</ref> Os unitaristas podem ser considerados protestantes não-trinitários ou simplesmente não-trinitaristas. O unitarismo é popular na [[Transilvânia|região da Transilvânia,]] na atual [[Romênia]], na [[Inglaterra]] e [[Estados Unidos]]. Originou-se quase simultaneamente na Transilvânia e na [[República das Duas Nações|Comunidade Polonesa-Lituana]].

== Movimentos interdenominacionais ==
[[Ficheiro:Messiah_Cathedral_in_Night.jpg|miniaturadaimagem| [[Megaigreja]] da [[Igreja Evangélica Reformada da Indonésia]]]]
Existem também movimentos cristãos que cruzam linhas denominacionais e até ramificações, e não podem ser classificados no mesmo nível das formas mencionadas anteriormente. O [[evangelicalismo]] é um exemplo proeminente. Alguns desses movimentos são ativos exclusivamente dentro do protestantismo. Os movimentos transdenominacionais às vezes são capazes de afetar partes da Igreja Católica, como faz o [[Movimento Carismático]], que visa incorporar crenças e práticas semelhantes aos [[Pentecostalismo|pentecostais]] nos vários ramos do cristianismo. As [[Neopentecostalismo|igrejas neocarismáticas]] são às vezes consideradas um subgrupo do Movimento Carismático. Ambos são colocados sob um rótulo comum de [[Carisma (cristianismo)|cristianismo carismático]] (os chamados ''Renovadores''), junto com os Pentecostais. As [[Cristianismo não denominacional|igrejas não denominacionais]] e várias [[igrejas domésticas]] geralmente adotam ou são semelhantes a um desses movimentos.

As [[megaigreja]]s geralmente são influenciadas por movimentos interdenominacionais. Globalmente, essas grandes congregações são um desenvolvimento significativo no cristianismo protestante. Nos Estados Unidos, o fenômeno mais que quadruplicou nas últimas duas décadas.<ref>{{Citar web |url=http://www.secularhumanism.org/index.php?section=library&page=tflynn_26_5 |titulo=Redirect |website=www.secularhumanism.org}}</ref> Desde então, ele se espalhou pelo mundo.

O gráfico abaixo mostra as relações mútuas e as origens históricas dos principais movimentos interdenominacionais e outros desenvolvimentos dentro do protestantismo.
{{panorama|Interdenominational_movements_&_other_Protestant_developments.svg|700px|Ligações entre movimentos interdenominacionais e outros desenvolvimentos dentro do protestantismo}}

=== Evangelicalismo ===
{{AP|Evangelicalismo}}
[[Ficheiro:Hämeenlinnan Vapaaseurakunta.jpg|thumb|esquerda|Uma igreja evangélica protestante em [[Hämeenlinna]], [[Finlândia]]]]

O [[evangelicalismo]], ou protestantismo evangélico, é um movimento mundial e transdenominacional que afirma que a essência do evangelho consiste na doutrina da salvação pela [[graça]] por meio da [[Fé salvadora|fé]] na expiação de [[Jesus|Jesus Cristo]].<ref name="Oxf">{{Citar livro|título=The Concise Oxford Dictionary|editora=Oxford University Press|ano=1978}}</ref><ref>{{Citation|url=http://www.operationworld.org/glossary|título=Operation World}}</ref> Os evangélicos são [[cristão]]s que acreditam na centralidade da conversão ou [[Novo nascimento|experiência de “renascer”]] no recebimento da salvação, acreditam na autoridade da Bíblia como revelação de Deus para a humanidade e têm um forte compromisso com o [[evangelismo]] ou com a divulgação da mensagem cristã.

Ele ganhou grande impulso nos séculos XVIII e XIX com o surgimento do [[metodismo]] e o [[Grande Despertamento|Grande Despertar]] na Grã-Bretanha e na América do Norte. As origens do evangelicalismo geralmente remontam ao movimento [[Metodismo|metodista]] inglês, [[Nicolas Zinzendorf|Nicolaus Zinzendorf]], à [[Igreja dos Irmãos Morávios|Igreja Morávia]], ao [[pietismo]] [[Luteranismo|luterano]], ao [[presbiterianismo]] e ao [[puritanismo]].<ref name="Christianity report">{{Citar web |url=http://www.pewforum.org/files/2011/12/Christianity-fullreport-web.pdf |titulo=Christianity report |acessodata=2 de maio de 2014 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20131101114257/http://www.pewforum.org/files/2011/12/Christianity-fullreport-web.pdf |arquivodata=1 de novembro de 2013}}</ref> Entre os líderes e principais figuras do movimento evangélico protestante estavam [[John Wesley]], [[George Whitefield]], [[Jonathan Edwards (teólogo)|Jonathan Edwards]], [[Billy Graham]], [[Harold Ockenga|Harold John Ockenga]], [[John Stott]] e [[Martyn Lloyd-Jones]].

Existem cerca de 285 480 000 evangélicos, correspondendo a 13% da população cristã e 4% da [[População mundial|população mundial total]]. As Américas, África e Ásia são o lar da maioria dos evangélicos. Os [[Estados Unidos]] têm a maior concentração de evangélicos.<ref name="How Many Evangelicals Are There">{{Citation|título=How Many Evangelicals Are There?|url=http://www.wheaton.edu/ISAE/Defining-Evangelicalism/How-Many-Are-There/|publicado=Institute for the Study of American Evangelicals|local=Wheaton College|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160130062242/http://www.wheaton.edu/ISAE/Defining-Evangelicalism/How-Many-Are-There|arquivodata=30 de janeiro de 2016}}</ref> O evangelicalismo está ganhando popularidade dentro e fora do mundo de língua inglesa, especialmente na [[América Latina]] e no [[País em desenvolvimento|mundo em desenvolvimento]].

=== Movimento Carismático ===
{{AP|Movimento Carismático}}
[[Ficheiro:Hillsong_Church_Konstanz_2018.jpg|miniaturadaimagem|Igreja Hillsong em [[Constança (Alemanha)|Constança]], Alemanha, uma igreja evangélica carismática]]
O [[movimento carismático]] é a tendência internacional de congregações historicamente dominantes que adotam crenças e práticas semelhantes aos [[Pentecostalismo|pentecostais]]. Fundamental para o movimento é o uso de [[Dons do Espírito Santo|dons espirituais]]. Entre os protestantes, o movimento começou por volta de 1960.

Nas igrejas congregacionais e presbiterianas que professam uma teologia tradicionalmente [[calvinista]] ou [[Calvinismo|reformada,]] existem diferentes pontos de vista sobre a [[Continuacionismo|continuação]] ou [[Continuacionismo|cessação]] dos dons nos dias de hoje (''{{Lang|la|charismata}}'') do Espírito.<ref name="phen">{{Citar livro|url=https://archive.org/details/charismaticpheno0000mast/page/113|título=Charismatic Phenomenon|ultimo=Masters|primeiro=Peter|ultimo2=Whitcomb|primeiro2=John|data=1988|editora=Wakeman|localização=London|isbn=9781870855013}}</ref><ref name="epidemic">{{Citar livro|título=Healing Epidemic|ultimo=Masters|primeiro=Peter|ultimo2=Wright|primeiro2=Professor Verna|data=1988|editora=Wakeman Trust|localização=London|isbn=9781870855006}}</ref>

Uma minoria de [[Igreja Adventista do Sétimo Dia|adventistas do sétimo dia]] hoje é carismática. Eles estão fortemente associados àqueles que mantêm [[Adventistas Progressistas|crenças adventistas mais "progressistas"]]. Nas primeiras décadas da igreja, fenômenos carismáticos ou extáticos eram comuns.<ref>{{Citar web |ultimo=Patrick |primeiro=Arthur |autorlink=Arthur Patrick |url=http://www.sdanet.org/atissue/discern/holyspirit.htm |titulo=Early Adventist worship, Ellen White and the Holy Spirit: Preliminary Historical Perspectives |data=c. 1999 |acessodata=15 de fevereiro de 2008 |website=Spiritual Discernment Conference |publicado=SDAnet AtIssue}}</ref><ref>{{Citar web |ultimo=Patrick |primeiro=Arthur |autorlink=Arthur Patrick |url=http://www.sdanet.org/atissue/discern/flesh.htm |titulo=Later Adventist Worship, Ellen White and the Holy Spirit: Further Historical Perspectives |data=c. 1999 |acessodata=15 de fevereiro de 2008 |website=Spiritual Discernment Conference |publicado=SDAnet AtIssue}}</ref>

=== Neopentecostalismo ===
{{AP|Neopentecostalismo}}
As igrejas neopentecostais são uma categoria de [[igreja]]s no movimento de renovação cristã. Os neopentecostais incluem a Terceira Onda, mas são mais amplos. Agora mais numerosos do que pentecostais (primeira onda) e carismáticos (segunda onda) combinados, devido ao notável crescimento de grupos carismáticos pós-denominacionais e independentes.<ref name="NIDPCM">{{Citation|editor-nome1 =Stanley M|editor-sobrenome1 =Burgess|editor-nome2 =Eduard M|editor-sobrenome2 =van der Maas|título=The New International Dictionary of Pentecostal and Charismatic Movements|local=Grand Rapids|publicado=Zondervan|ano=2002|contribuição=Neocharismatics}}.</ref>

Os neopentecostais acreditam e enfatizam a disponibilidade pós-bíblica dos [[dons do Espírito Santo]], incluindo [[glossolalia]], cura e profecia. Eles praticam a imposição de mãos e buscam o "enchimento" do [[Espírito Santo]] . No entanto, uma experiência específica de [[Batismo no Espírito Santo|batismo com o Espírito Santo]] pode não ser um requisito para experimentar tais dons. Nenhuma forma, estrutura governamental ou estilo único de serviço religioso caracteriza todos os serviços e igrejas neopentecostais.

Cerca de 19 mil denominações, com aproximadamente 295 milhões de membros, são identificados como neopentecostal.<ref>{{Citation|editor-nome1 =Stanley M|editor-sobrenome1 =Burgess|editor-nome2 =Eduard M|editor-sobrenome2 =van der Maas|título=The New International Dictionary of Pentecostal and Charismatic Movements|local=Grand Rapids|publicado=Zondervan|ano=2002|páginas=286–87}}.</ref> Princípios e práticas neopentecostais são encontrados em muitas congregações independentes, não denominacionais ou pós-denominacionais, com força de números centrada nas igrejas independentes africanas, entre o movimento de [[igrejas domésticas]] [[Han (etnia)|han]] e em igrejas latino-americanas.

== Outros desenvolvimentos protestantes ==
Muitos outros movimentos e pensamentos a serem distinguidos dos amplamente difundidos e ramos transdenominacionais apareceram dentro do cristianismo protestante. Alguns deles também estão em evidência hoje. Outros apareceram durante os séculos que se seguiram à Reforma e desapareceram gradualmente com o tempo, como grande parte do [[pietismo]]. Alguns inspiraram os atuais transdenominacionais, como o [[evangelicalismo]] que tem seu alicerce no [[fundamentalismo cristão]].

=== Arminianismo ===
{{AP|Arminianismo|Remonstrante}}
{{VT|História do debate calvinista–arminiano}}
[[Ficheiro:James_Arminius_2.jpg|miniaturadaimagem|upright|esquerda|[[Jacobus Arminius]] foi um teólogo reformado holandês, cujas opiniões influenciaram partes do protestantismo. Uma pequena comunidade [[remonstrante]] permanece nos [[Países Baixos]].]]
O [[arminianismo]] é baseado nas idéias [[Teologia cristã|teológicas]] do teólogo [[Igreja Reformada Neerlandesa|reformado holandês]] [[Jacó Armínio|Jacobus Arminius]] (1560–1609) e seus apoiadores históricos conhecidos como [[remonstrante]]s. Seus ensinamentos se mantinham nos [[cinco solas]] da Reforma, mas eram distintos dos ensinamentos particulares de [[Martinho Lutero]], [[Ulrico Zuínglio|Huldrych Zwínglio]], [[João Calvino]] e outros reformadores protestantes. Jacobus Arminius foi aluno de [[Teodoro de Beza|Teodoro Beza]] na Universidade Teológica de Genebra. O arminianismo é conhecido por alguns como uma diversificação [[Soteriologia|soteriológica]] do [[calvinismo]].<ref>"Chambers Biographical Dictionary," ed. Magnus Magnusson (Chambers: Cambridge University Press, 1995), 62.</ref> No entanto, para outros, o arminianismo é uma reclamação do consenso teológico da Igreja primitiva.<ref>Kenneth D. Keathley, "The Work of God: Salvation," in ''A Theology for the Church'', ed. Daniel L. Akin (Nashville: B&H Academic, 2007), 703.</ref> O arminianismo holandês foi originalmente articulado no Remonstrance (1610), uma declaração teológica assinada por 45 ministros e submetida aos [[Estados Gerais dos Países Baixos]]. Muitas denominações cristãs foram influenciadas por pontos de vista arminianos sobre a vontade do homem sendo libertado pela graça antes da regeneração, notadamente os [[Igreja Batista|batistas]] no século XVI,<ref>Robert G. Torbet, ''A History of the Baptists'', third edition</ref> os [[Metodismo|metodistas]] no século XVIII e a [[Igreja Adventista do Sétimo Dia]] no século XIX.

As crenças originais do próprio Jacobus Arminius são comumente definidas como arminianismo, mas de forma mais ampla, o termo pode abranger os ensinamentos de [[Hugo Grócio|Hugo Grotius]], [[John Wesley]] e outros também. O arminianismo clássico e wesleyano são as duas principais escolas de pensamento. O Wesleyano é frequentemente classificado como idêntico ao metodismo. Os dois sistemas de calvinismo e arminianismo compartilham a história e muitas doutrinas e a [[História do cristianismo|história da teologia cristã]]. No entanto, por causa de suas diferenças sobre as doutrinas da [[predestinação]] e eleição divina, muitas pessoas veem essas escolas de pensamento como opostas entre si. Em suma, a diferença pode ser vista em última análise sobre se Deus permite que Seu desejo de salvar todos seja resistido pela vontade de um indivíduo (na doutrina arminiana) ou se a graça de Deus é irresistível e limitada a apenas alguns (no calvinismo). Alguns calvinistas afirmam que a perspectiva arminiana apresenta um sistema sinérgico de salvação e, portanto, não é apenas pela graça, enquanto os arminianos rejeitam firmemente esta conclusão. Muitos consideram as diferenças teológicas como diferenças cruciais na doutrina, enquanto outros as consideram relativamente menores.<ref>Gonzalez, Justo L. ''The Story of Christianity, Vol. Two: The Reformation to the Present Day'' (New York: Harpercollins Publishers, 1985; reprint – Peabody: Prince Press, 2008) 180</ref>

=== Pietismo ===
{{AP|Pietismo}}
[[Ficheiro:Pietism.JPG|thumb|upright|O [[pietismo]] foi uma forte influência cultural na [[Escandinávia]]]]
O [[pietismo]] foi um movimento influente dentro do [[luteranismo]] que combinou os princípios luteranos do século XVII com a [[Calvinismo|ênfase reformada]] na piedade individual e na vivência de uma vida cristã vigorosa.<ref>In places, such as parts of England and America, where Pietism was frequently juxtaposed with Catholicism, Catholics also became naturally influenced by Pietism, helping to foster a stronger tradition of congregational hymn-singing, including among Pietists who converted to Catholicism and brought their pietistic inclination with them, such as [[Frederick William Faber]].</ref>

Começou no final do século XVII, atingiu seu apogeu em meados do século XVIII e diminuiu durante o século XIX, sendo que quase desapareceu na América no final do século XX. Embora declinando como um grupo luterano identificável, alguns de seus princípios teológicos influenciaram o protestantismo em geral, inspirando o padre [[Anglicanismo|anglicano]] [[John Wesley]] a iniciar o movimento [[Metodismo|metodista]] e Alexander Mack a iniciar os [[dunkers]] entre os [[anabatista]]s.

Embora o pietismo compartilhe uma ênfase no comportamento pessoal com o [[Puritanismo|movimento puritano]], sendo que os dois são frequentemente confundidos, existem diferenças importantes, particularmente no conceito do papel da religião no governo.<ref>Calvinist Puritans believed that government was ordained by God to enforce Christian behavior upon the world; pietists see the government as a part of the world, and believers were called to voluntarily live faithful lives independent of government.</ref>

=== Puritanismo, dissidentes e inconformistas ingleses ===
{{AP|Puritanismo|Dissidentes ingleses|Não conformista}}
Os [[puritanos]] eram um grupo de protestantes ingleses dos séculos XVI e XVII, que buscavam "purificar" a [[Igreja Anglicana|Igreja da Inglaterra]] do que consideravam práticas católicas, sustentando que a igreja foi apenas parcialmente reformada. O puritanismo, nesse sentido, foi fundado por alguns dos clérigos que retornaram exilados sob o reinado de [[Maria I da Inglaterra|Maria I]] logo após a ascensão de [[Isabel I de Inglaterra|Elizabeth I da Inglaterra]] em 1558, como um movimento ativista dentro da [[Igreja Anglicana|Igreja da Inglaterra]].
[[Imagem:Landing-Bacon.PNG|thumb|esquerda|[[Peregrinos]] desembarcando em [[Plymouth Rock]] em 1620]]

Os puritanos foram impedidos de mudar a igreja estabelecida por dentro e foram severamente restringidos na Inglaterra por leis que controlavam a prática da religião. Suas crenças, no entanto, foram transportadas pela emigração de congregações para os [[Países Baixos]] (e mais tarde para a [[Nova Inglaterra]]), e pelo clero evangélico para a [[Irlanda]] (e mais tarde para o [[País de Gales]]), e se espalharam pela sociedade leiga e partes do sistema educacional, particularmente certas faculdades da [[Universidade de Cambridge]]. O primeiro sermão protestante proferido na Inglaterra foi em Cambridge, sendo que o púlpito onde esse sermão foi proferido sobrevive até hoje.<ref>{{Citar web |url=https://www.50treasures.divinity.cam.ac.uk/treasure/latimers-pulpit/ |titulo=Latimer's Pulpit |acessodata=2020-12-30 |website=Faculty of Divinity 50 Treasures}}</ref><ref>{{Citar web |url=https://catholicherald.co.uk/despite-cambridges-protestant-history-catholic-students-are-at-home-here/ |titulo=Despite Cambridge's Protestant history, Catholic students are at home here |data=2020-06-25 |acessodata=2020-09-21 |website=Catholic Herald |lingua=en-GB}}</ref> Eles assumiram crenças distintas sobre a vestimenta clerical e em oposição ao sistema episcopal, especialmente após as conclusões do [[Sínodo de Dort]] em 1619, onde eles foram restringidos pelos bispos ingleses. Eles adotaram amplamente o sabatismo no século XVII e foram influenciados pelo [[milenismo]].

Eles se formaram e se identificaram com vários grupos religiosos que defendiam maior pureza de culto e [[doutrina]], bem como [[Pietismo|piedade]] pessoal e de grupo. Os puritanos adotaram uma [[Calvinismo|teologia reformada]], mas também tomaram nota das críticas radicais a Zwínglio em Zurique e Calvino em Genebra. Na política da igreja, alguns defendiam a separação de todos os outros cristãos, em favor de igrejas autônomas reunidas. Essas vertentes separatistas e independentes do puritanismo tornaram-se proeminentes na década de 1640, quando os partidários de uma [[Presbitério (protestantismo)|política presbiteriana]] na [[Assembleia de Westminster]] foram incapazes de forjar uma nova igreja nacional inglesa. Os refugiados protestantes da Europa continental foram os fundadores principais dos [[Estados Unidos da América]].

=== Neo-ortodoxia e paleo-ortodoxia ===
{{AP|Teologia dialética|Paleo-ortodoxia}}
[[Ficheiro:Bundesarchiv_Bild_194-1283-23A,_Wuppertal,_Evangelische_Gesellschaft,_Jahrestagung.jpg|upright|miniaturadaimagem| [[Karl Barth]], muitas vezes considerado o maior teólogo protestante do século XX<ref name="McGrath2011">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=bus5TyjTfxYC&pg=PA76|título=Christian Theology: An Introduction|ultimo=McGrath|primeiro=Alister E|editora=John Wiley & Sons|ano=2011|isbn=978-1-4443-9770-3}}</ref><ref name="BrownCollinson2012">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=Hz8OAAAAQAAJ&pg=PA52|título=Biographical Dictionary of Twentieth-Century Philosophers|ultimo=Brown|primeiro=Stuart|ultimo2=Collinson|primeiro2=Diane|ultimo3=Wilkinson|primeiro3=Robert|editora=Taylor & Francis|ano=2012|isbn=978-0-415-06043-1}}</ref>]]

Uma rejeição não fundamentalista do [[cristianismo liberal]] ao longo das linhas do [[existencialismo cristão]] de [[Søren Kierkegaard]], que atacou as [[Hegelianos de direita|igrejas estatais hegelianas]] de sua época por "ortodoxia morta", a neo-ortodoxia está associada principalmente a [[Karl Barth]], [[Jürgen Moltmann]] e [[Dietrich Bonhoeffer]]. A neo-ortodoxia procurou neutralizar a tendência da teologia liberal de fazer acomodações teológicas às perspectivas científicas modernas. Às vezes chamada de "teologia da crise", no sentido existencialista da palavra crise, também às vezes chamada de ''neo-evangelicalismo'', que usa o sentido de "evangélico" pertencente aos protestantes europeus continentais ao invés do evangelicalismo americano. "Evangélico" era o rótulo originalmente preferido pelos luteranos e calvinistas, mas foi substituído pelos nomes que alguns católicos usaram para rotular uma [[heresia]] com o nome de seu fundador.

A [[paleo-ortodoxia]] é um movimento semelhante em alguns aspectos ao neo-evangelicalismo, mas enfatizando o antigo consenso cristão da igreja não dividida do primeiro milênio, incluindo em particular os primeiros credos e concílios da igreja como um meio de compreender adequadamente as escrituras. Este movimento é interdenominacional. Um teólogo proeminente neste grupo é [[Thomas C. Oden|Thomas Oden]], um metodista.

=== Fundamentalismo cristão ===
{{AP|Fundamentalismo cristão}}
Em reação à crítica liberal da Bíblia, o [[fundamentalismo]] surgiu no século XX, principalmente nos Estados Unidos, entre as denominações mais afetadas pelo evangelicalismo. A teologia fundamentalista tende a enfatizar a [[Inerrância bíblica|inerrância]] e o [[literalismo bíblico]].

No final do século XX, alguns tenderam a confundir evangelicalismo com fundamentalismo; no entanto, os rótulos representam diferenças muito distintas de abordagem que ambos os grupos são diligentes em manter, embora por causa do tamanho dramaticamente menor do fundamentalismo, muitas vezes seja classificado simplesmente como um ramo [[ultraconservador]] do evangelicalismo.

=== Modernismo e liberalismo ===
{{AP|Teologia liberal}}
O modernismo e o liberalismo não constituem escolas de teologia rigorosas e bem definidas, mas sim uma inclinação de alguns escritores e professores para integrar o pensamento cristão no espírito da era do [[Iluminismo]]. Novos entendimentos da história e das ciências naturais da época levaram diretamente a novas abordagens da teologia. Sua oposição ao ensino fundamentalista resultou em debates religiosos, como a controvérsia fundamentalista-Modernista dentro da [[Igreja Presbiteriana nos Estados Unidos da América]] na década de 1920.

== Cultura protestante ==
[[Imagem:2006 Berliner Dom Front.jpg|thumb|esquerda|[[Catedral de Berlim]], na [[Alemanha]]]]
Embora a Reforma fosse um movimento religioso, também teve um forte impacto em todos os outros aspectos da vida: casamento e família, educação, humanidades e ciências, ordem política e social, economia e artes.<ref name="Karl Heussi 1956 pp. 317–319">Karl Heussi, ''Kompendium der Kirchengeschichte'', 11. Auflage (1956), Tübingen (Germany), pp. 317–319, 325–326</ref> As igrejas protestantes rejeitam a ideia de um sacerdócio celibatário e, portanto, permitem que seu clero se case.<ref name="Encyclopedia of Protestantism">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=bW3sXBjnokkC&pg=PR11|título=Encyclopedia of Protestantism|ultimo=Melton|primeiro=J. Gordon|data=2018|editora=Infobase Publishing|isbn=9780816069835|via=Google Books}}</ref> Muitas de suas famílias contribuíram para o desenvolvimento das elites intelectuais em seus países.<ref>Karl Heussi, ''{{Lang|de|Kompendium der Kirchengeschichte}}'', p. 319</ref> Desde cerca de 1950, as mulheres entraram no ministério e algumas assumiram posições de liderança (por exemplo, [[Bispo|bispas]]), na maioria das igrejas protestantes.

Como os reformadores queriam que todos os membros da igreja pudessem ler a Bíblia, a educação em todos os níveis teve um forte impulso. Em meados do século XVIII, a [[taxa de alfabetização]] na Inglaterra era de cerca de 60%, na Escócia, 65% e na Suécia, oito em cada dez homens e mulheres eram capazes de ler e escrever.<ref>Heinrich August Winkler (2012), ''{{Lang|de|Geschichte des Westens. Von den Anfängen in der Antike bis zum 20. Jahrhundert}}'', Third, Revised Edition, Munich (Germany), p. 233</ref> Faculdades e universidades foram fundadas. Por exemplo, os [[Puritanismo|puritanos]] que estabeleceram a [[Colônia da Baía de Massachusetts]] em 1628 fundaram o [[Harvard College]] apenas oito anos depois. Cerca de uma dúzia de outras faculdades seguiram no século XVIII, incluindo [[Universidade Yale|Yale]] (1701). A [[Pensilvânia]] também se tornou um centro de aprendizado.<ref>Clifton E. Olmstead (1960), ''History of Religion in the United States'', Prentice-Hall, Englewood Cliffs, NJ, pp. 69–80, 88–89, 114–117, 186–188</ref><ref>M. Schmidt, ''Kongregationalismus'', in ''Die Religion in Geschichte und Gegenwart'', 3. Auflage, Band III (1959), Tübingen (Germany), col. 1770</ref>

Membros de [[Protestantismo histórico|denominações protestantes]] tradicionais têm desempenhado [[WASP|papéis de liderança em muitos aspectos da vida estadunidense]], incluindo política, negócios, ciência, artes e educação. Eles fundaram a maioria dos principais institutos de ensino superior do país.<ref name="mainline2000">McKinney, William. "Mainline Protestantism 2000." ''Annals of the American Academy of Political and Social Science'', Vol. 558, Americans and Religions in the Twenty-First Century (July 1998), pp. 57–66.</ref>

=== Ética de pensamento e trabalho ===
{{AP|Ética protestante do trabalho}}
[[Imagem:Die protestantische Ethik und der 'Geist' des Kapitalismus original cover.jpg|thumb|upright|Capa da edição original em alemão de ''[[A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo]]''.]]

O conceito protestante de Deus e do homem permite que os crentes usem todas as faculdades dadas por Deus, incluindo o poder da razão. Isso significa que eles podem explorar a criação de Deus e, de acordo com Gênesis 2:15, fazer uso dela de maneira responsável e sustentável. Assim, foi criado um clima cultural que intensificou enormemente o desenvolvimento das humanidades e das [[ciência]]s .<ref>[[Gerhard Lenski]] (1963), ''The Religious Factor: A Sociological Study of Religion's Impact on Politics, Economics, and Family Life'', Revised Edition, A Doubleday Anchor Book, Garden City, New York, pp. 348–351</ref> Outra consequência da compreensão protestante do homem é que os crentes, em gratidão por sua eleição e redenção em Cristo, devem seguir os mandamentos de Deus. Indústria, frugalidade, vocação, disciplina e um forte senso de responsabilidade estão no cerne de seu código moral.<ref>Jan Weerda, ''{{Lang|de|Soziallehre des Calvinismus}}'', in ''{{Lang|de|Evangelisches Soziallexikon}}'', 3. Auflage (1958), Stuttgart (Germany), col. 934</ref> Em particular, Calvino rejeitou o luxo. Portanto, artesãos, industriais e outros empresários puderam reinvestir a maior parte de seus lucros nas máquinas mais eficientes e nos métodos de produção mais modernos, baseados no progresso das ciências e da tecnologia. Como resultado, a produtividade cresceu, o que levou a maiores lucros e permitiu que os empregadores pagassem salários mais altos. Dessa forma, a economia, as ciências e a tecnologia se reforçaram. A chance de participar do sucesso econômico das invenções tecnológicas foi um forte incentivo para inventores e investidores.<ref>[[Eduard Heimann]], ''Kapitalismus'', in ''Die Religion in Geschichte und Gegenwart'', 3. Auflage, Band III (1959), Tübingen (Germany), col. 1136–1141</ref><ref>Hans Fritz Schwenkhagen, ''Technik'', in ''Evangelisches Soziallexikon'', 3. Auflage, col. 1029–1033</ref><ref>Georg Süßmann, ''{{Lang|de|Naturwissenschaft und Christentum}}'', in ''{{Lang|de|Die Religion in Geschichte und Gegenwart}}'', 3. Auflage, Band IV, col. 1377–1382</ref><ref>C. Graf von Klinckowstroem, ''{{Lang|de|Technik. Geschichtlich}}'', in ''{{Lang|de|Die Religion in Geschichte und Gegenwart}}'', 3. Auflage, Band VI, col. 664–667</ref> A [[Ética protestante do trabalho|ética de trabalho protestante]] foi uma força importante por trás da ação de massa não planejada e descoordenada que influenciou o desenvolvimento do [[capitalismo]] e a [[Revolução Industrial]] . Essa ideia também é conhecida como "tese da ética protestante".<ref name="SEP">{{Citar web |ultimo=Kim, Sung Ho |url=http://plato.stanford.edu/entries/weber/ |titulo=Max Weber |data=2008 |acessodata=21 de agosto de 2011 |website=The Stanford Encyclopedia of Philosophy |publicado=Metaphysics Research Lab, CSLI, Stanford University}}</ref>

No entanto, o eminente historiador [[Fernand Braudel]] (m. 1985), líder da importante [[Escola dos Annales]] escreveu: “todos os historiadores se opuseram a esta tênue teoria [a Ética Protestante], embora não tenham conseguido se livrar dela de uma vez por todas. No entanto, é claramente falso. Os países do norte ocuparam o lugar que antes havia sido tão longa e brilhantemente ocupado pelos antigos centros capitalistas do Mediterrâneo. Eles não inventaram nada, seja em tecnologia ou gestão de negócios."<ref>Braudel, Fernand. 1977. Afterthoughts on Material Civilization and Capitalism. Baltimore: Johns Hopskins University Press.</ref> Além disso, o cientista social [[Rodney Stark]] comenta que "durante seu período crítico de desenvolvimento econômico, esses centros do norte do capitalismo eram católicos, não protestantes — a Reforma ainda estava no futuro",<ref>{{Citar web |ultimo=Manager |url=http://www.catholiceducation.org/en/controversy/protestant-objections/protestant-modernity.html |titulo=Protestant Modernity}}</ref> enquanto o historiador britânico [[Hugh Trevor-Roper]] (d. 2003) disse: "A ideia de que o capitalismo industrial em grande escala era ideologicamente impossível antes da Reforma é explodida pelo simples fato de que ele já  existia".<ref>Trevor-Roper. 2001. The Crisis of the Seventeenth Century. Liberty Fund</ref>

Em uma [[análise fatorial]] da última onda de dados do [[World Values Survey]] (WVS), [[Arno Tausch]] descobriu que o protestantismo parece estar muito próximo de combinar a religião e as tradições do [[liberalismo]]. O Índice de Desenvolvimento de Valor Global, calculado por Tausch, baseia-se nas dimensões da WVS, como confiança no [[Estado de direito]], nenhum apoio à economia informal, ativismo pós-material, apoio à democracia, não aceitação da violência, xenofobia e racismo, confiança no capital transnacional e nas universidades, confiança na [[economia de mercado]], apoio à justiça de gênero e engajamento no [[ativismo ambiental]], etc.<ref>{{Citar web |ultimo=Tausch |primeiro=Arno |url=https://ideas.repec.org/p/pra/mprapa/63349.html |titulo=Towards new maps of global human values, based on World Values Survey (6) data |data=31 de março de 2015 |via=ideas.repec.org}}</ref>

[[Igreja Episcopal dos Estados Unidos|Episcopais]] e [[Igreja Presbiteriana (EUA)|presbiterianos]], bem como outros [[WASP]]s, tendem a ser consideravelmente mais ricos<ref name="THE EPISCOPALIANS">{{Citar jornal |ultimo=B. Drummond Ayers Jr. |url=https://www.nytimes.com/1981/04/28/us/the-episcopalians-an-american-elite-with-roots-going-back-to-jamestown.html |titulo=The Episcopalians: An American Elite with Roots Going Back To Jamestown |data=19 de dezembro de 2011 |acessodata=17 de agosto de 2012 |website=[[The New York Times]]}}</ref> e melhor educados (tendo [[Grau académico|graduação]] e [[pós-graduação]] ''per capita'') do que a maioria dos outros grupos religiosos nos [[Estados Unidos]]<ref>Irving Lewis Allen, "WASP – From Sociological Concept to Epithet," ''Ethnicity'', 1975 154+</ref> e estão desproporcionalmente representados no níveis superiores dos [[negócio]]s,<ref>{{Citar periódico |titulo=Liberal Democracy and Social Control |ultimo=Hacker |primeiro=Andrew |ano=1957 |paginas=1009–1026 [p. 1011] |doi=10.2307/1952449 |jstor=1952449 |volume=51 |periódico=[[American Political Science Review]] |issn = 0003-0554}}</ref> [[direito]] e [[política]] estadunidenses, especialmente o [[Partido Republicano (Estados Unidos)|Partido Republicano]].<ref>{{Citar livro|url=https://archive.org/details/protestantestabl00baltrich|título=The Protestant Establishment|ultimo=Baltzell|ano=1964}}</ref> Várias das famílias estadunidenses mais ricas e afluentes, como os [[Família Vanderbilt|Vanderbilts]], os [[Família Astor|Astors]], os [[Família Rockefeller|Rockefeller]], os [[Família Du Pont|Du Pont]], os [[Família Roosevelt|Roosevelt]], os [[Família Forbes|Forbes]], os [[Família Whitney|Whitneys]], os [[Junius Spencer Morgan|Morgans]] e os Harrimans são famílias [[Protestantismo histórico|protestantes tradicionais]].

=== Ciência ===
[[Ficheiro:Butler_Library_-_1000px_-_AC.jpg|esquerda|miniaturadaimagem| [[Universidade Columbia]], estabelecida pela [[Igreja Anglicana|Igreja da Inglaterra]]]]
O protestantismo teve uma influência importante na ciência. De acordo com a [[Tese de Merton]], havia uma [[correlação]] positiva entre o surgimento do [[puritanismo]] inglês e do [[pietismo]] alemão, de um lado, e a [[Experimentação|ciência experimental]] inicial, do outro.<ref name="sztompka2003">Sztompka, 2003</ref> A Tese de Merton tem duas partes distintas: em primeiro lugar, apresenta uma teoria de que a ciência muda devido ao acúmulo de observações e ao aprimoramento da técnica e [[metodologia]] experimental; em segundo lugar, apresenta o argumento de que a popularidade da ciência na Inglaterra do século XVII e a [[demografia]] religiosa da [[Royal Society]] (os cientistas ingleses da época eram predominantemente puritanos ou outros protestantes) pode ser explicada por uma [[correlação]] entre o protestantismo e os valores científicos.<ref name="gregory1998">Gregory, 1998</ref> Merton se concentrou no puritanismo inglês e no pietismo alemão como responsáveis pelo desenvolvimento da [[Revolução Científica]] dos séculos XVII e XVIII. Ele explicou que a conexão entre afiliação religiosa e interesse pela ciência era o resultado de uma sinergia significativa entre os valores protestantes [[Ascese|ascéticos]] e aqueles da ciência moderna.<ref name="becker1992">Becker, 1992</ref> Os valores protestantes encorajaram a [[pesquisa científica]] ao permitir que a ciência identificasse a influência de Deus no mundo—sua criação—e assim fornecer uma justificativa religiosa para a pesquisa científica.

De acordo com a obra ''Elite Científica: Prêmios Nobel nos Estados Unidos'' de [[Harriet Zuckerman]], uma revisão dos prêmios Nobel concedidos a estadunidenses entre 1901 e 1972, 72% dos ganhadores se identificaram como de origem protestante.<ref name="Scientific Elite: Nobel Laureates in the United Statesh">[[Harriet Zuckerman]], ''[https://books.google.com/books?id=HAHCzJfmD5IC Scientific Elite: Nobel Laureates in the United States]'' New York, The Free Press, 1977, p. 68: Protestants turn up among the American-reared laureates in slightly greater proportion to their numbers in the general population. Thus 72 percent of the seventy-one laureates but about two-thirds of the American population were reared in one or another Protestant denomination-)</ref> No geral, 84% de todos os prêmios Nobel concedidos aos estadunidenses em [[Nobel de Química|química]], 60% em [[Nobel de Fisiologia ou Medicina|medicina]] e 59% em [[Nobel de Física|física]] entre 1901 e 1972 foram ganhos por protestantes.

De acordo com ''100 Anos do Prêmio Nobel (2005)'', uma revisão dos prêmios Nobel concedidos entre 1901 e 2000, 65% dos ganhadores do Prêmio Nobel, [[Lista de cristãos laureados com o Nobel|identificaram o cristianismo]], em suas várias formas, como sua preferência religiosa (423 prêmios).<ref name="Nobel prize">Baruch A. Shalev, ''[https://books.google.com/books?id=3jrbmL-DgZQC 100 Years of Nobel Prizes]'' (2003), Atlantic Publishers & Distributors, p. 57</ref> Enquanto 32% se identificaram com o protestantismo em suas várias formas (208 prêmios), embora os protestantes representem 12% a 13% da população mundial.

=== Governo ===
{{multiple image
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|image1=Evang.svg
|image2=Kreuz prot.svg
|footer=Bandeiras de igrejas usadas pelos protestantes alemães}}
Na [[Idade Média]], a Igreja e as autoridades do mundo eram intimamente relacionadas. Mas Martinho Lutero separou os reinos religiosos e mundanos em princípio ([[doutrina dos dois reinos]]).<ref>Heinrich Bornkamm, ''{{Lang|de|Toleranz. In der Geschichte des Christentums}}'' in ''{{Lang|de|Die Religion in Geschichte und Gegenwart}}'', 3. Auflage, Band VI (1962), col. 937</ref> Os crentes eram obrigados a usar a razão para governar a esfera mundana de uma forma ordeira e pacífica. A doutrina de Lutero do [[sacerdócio de todos os crentes]] elevou consideravelmente o papel dos leigos na igreja. Os membros de uma congregação tinham o direito de eleger um ministro e, se necessário, de votar pela sua demissão (Tratado ''Sobre o direito e autoridade de uma assembleia ou congregação cristã para julgar todas as doutrinas e chamar, instalar e demitir professores, conforme testemunhado nas Escrituras''; 1523).<ref>Original German title: ''{{Lang|de|Dass eine christliche Versammlung oder Gemeine Recht und Macht habe, alle Lehre zu beurteilen und Lehrer zu berufen, ein- und abzusetzen: Grund und Ursach aus der Schrift}}''</ref> Calvino fortaleceu esta abordagem basicamente democrática ao incluir leigos eleitos ([[Ancião|anciãos da igreja]], [[presbítero]]s) em seu governo representativo da igreja.<ref>Clifton E. Olmstead, ''History of Religion in the United States'', pp. 4–10</ref> Os [[huguenote]]s acrescentaram [[sínodo]]s regionais e um sínodo nacional, cujos membros eram eleitos pelas congregações, ao sistema de governo autônomo da igreja de Calvino. Este sistema foi assumido por outras igrejas reformadas<ref>Karl Heussi, ''{{Lang|de|Kompendium der Kirchengeschichte}}'', 11. Auflage, p. 325</ref> e foi adotado por alguns luteranos, começando com aqueles em [[Ducados Unidos de Jülich-Cleves-Berg|Jülich-Cleves-Berg]] durante o século XVII.

Politicamente, Calvino favorecia uma mistura de [[aristocracia]] e [[democracia]]. Ele apreciava as vantagens da democracia: "É um dom inestimável, se Deus permite que um povo elege livremente suas próprias autoridades e senhores".<ref>Quoted in Jan Weerda, ''Calvin'', in ''{{Lang|de|Evangelisches Soziallexikon}}'', 3. Auflage (1958), Stuttgart (Germany), col. 210</ref> Calvino também pensava que os governantes terrenos perdem seu direito divino e devem ser humilhados quando se levantarem contra Deus. Para proteger ainda mais os direitos das pessoas comuns, Calvino sugeriu separar os poderes políticos em um sistema de pesos e contrapesos ([[separação de poderes]]). Assim, ele e seus seguidores resistiram ao [[Monarquia absoluta|absolutismo]] político e pavimentaram o caminho para o surgimento da democracia moderna.<ref>Clifton E. Olmstead, ''History of Religion in the United States'', p. 10</ref> Além da Inglaterra, os Países Baixos foram, sob a liderança calvinista, o país mais livre da Europa nos séculos XVII e XVIII. Concedeu asilo a filósofos como [[Baruch Espinoza|Baruch Spinoza]] e [[Pierre Bayle]]. [[Hugo Grócio|Hugo Grotius]] foi capaz de ensinar sua teoria da lei natural e uma interpretação relativamente liberal da Bíblia.<ref>Karl Heussi, ''{{Lang|de|Kompendium der Kirchengeschichte}}'', pp. 396–397</ref>

Consistente com as ideias políticas de Calvino, os protestantes criaram as democracias inglesa e estadunidense. Na Inglaterra do século XVII, as pessoas e eventos mais importantes nesse processo foram a [[Guerra Civil Inglesa]], [[Oliver Cromwell]], [[John Milton]], [[John Locke]], a [[Revolução Gloriosa]], a [[Declaração de Direitos de 1689|Declaração de Direitos Inglesa]] e o [[Decreto de Estabelecimento de 1701|Ato de Liquidação]].<ref>Cf. M. Schmidt, ''{{Lang|de|England. Kirchengeschichte}}'', in ''{{Lang|de|Die Religion in Geschichte und Gegenwart}}'', 3. Auflage, Band II (1959), Tübingen (Germany), col. 476–478</ref> Mais tarde, os britânicos levaram seus ideais democráticos para suas colônias, por exemplo Austrália, Nova Zelândia e Índia. Na América do Norte, na [[Colônia de Plymouth]] ([[peregrinos]]; 1620) e na [[Colônia da Baía de Massachusetts]] (1628) praticavam o [[autogoverno]] democrático e a [[separação de poderes]].<ref>Nathaniel Philbrick (2006), ''Mayflower: A Story of Courage, Community, and War'', Penguin Group, New York, {{ISBN|0-670-03760-5}}</ref><ref>Clifton E. Olmstead, ''History of Religion in the United States'', pp. 65–76</ref><ref>{{Citar web |url=http://www.histarch.illinois.edu/plymouth/ccflaw.html |titulo=Plymouth Colony Legal Structure |website=www.histarch.illinois.edu}}</ref><ref>{{Citar web |url=http://history.hanover.edu/texts/masslib.html |titulo=Liberties |website=history.hanover.edu}}</ref> Esses [[Congregacionalismo|congregacionalistas]] estavam convencidos de que a forma democrática de governo era a vontade de Deus.<ref>M. Schmidt, ''{{Lang|de|Pilgerväter}}'', in ''{{Lang|de|Die Religion in Geschichte und Gegenwart, 3. Auflage, Band V}}'' (1961), col. 384</ref> O Pacto do Mayflower foi um [[contrato social]].<ref>Christopher Fennell, ''Plymouth Colony Legal Structure''</ref><ref>Allen Weinstein and David Rubel (2002), ''The Story of America: Freedom and Crisis from Settlement to Superpower'', DK Publishing, Inc., New York, {{ISBN|0-7894-8903-1}}, p. 61</ref>

=== Direitos e liberdade ===
[[Ficheiro:JohnLocke.png|miniaturadaimagem|esquerda|upright|O filósofo [[iluminista]] [[John Locke]] defendeu a consciência individual, livre do controle do Estado]]
Os protestantes também tomaram a iniciativa de defender a [[liberdade religiosa]]. A liberdade de consciência tinha alta prioridade nas agendas teológicas, filosóficas e políticas, uma vez que Lutero se recusou a retratar suas crenças antes da Dieta do [[Sacro Império Romano-Germânico|Sacro Império Romano]] em Worms (1521). Em sua opinião, a fé era uma obra gratuita do Espírito Santo e, portanto, não podia ser imposta a uma pessoa.<ref>Clifton E. Olmstead, ''History of Religion in the United States'', p. 5</ref> Os perseguidos anabatistas e huguenotes exigiam liberdade de consciência e praticavam a [[Separação Igreja-Estado|separação entre a igreja e o Estado]].<ref>Heinrich Bornkamm, ''{{Lang|de|Toleranz. In der Geschichte des Christentums}}'', in ''{{Lang|de|Die Religion in Geschichte und Gegenwart}}'', 3. Auflage, Band VI (1962), col. 937–938</ref> No início do século XVII, batistas como [[John Smyth]] e [[Thomas Helwys]] publicaram tratados em defesa da liberdade religiosa.<ref>H. Stahl, ''{{Lang|de|Baptisten}}'', in ''{{Lang|de|Die Religion in Geschichte und Gegenwart}}'', 3. Auflage, Band I, col. 863</ref> Seu pensamento influenciou a postura de [[John Milton]] e [[John Locke]] sobre a tolerância.<ref>G. Müller-Schwefe, ''Milton, John'', in ''{{Lang|de|Die Religion in Geschichte und Gegenwart}}'', 3. Auflage, Band IV, col. 955</ref><ref>Karl Heussi, ''{{Lang|de|Kompendium der Kirchengeschichte}}'', p. 398</ref> Sob a liderança do batista [[Roger Williams]], do congregacionalista [[Thomas Hooker]] e do quaker [[William Penn]], respectivamente, [[Rhode Island]], [[Connecticut]] e [[Pensilvânia]] combinaram constituições democráticas com liberdade de religião. Essas colônias se tornaram refúgios seguros para as minorias religiosas perseguidas, incluindo [[judeus]].<ref>Clifton E. Olmstead, ''History of Religion in the United States'', pp. 99–106, 111–117, 124</ref><ref>Edwin S. Gaustad (1999), ''Liberty of Conscience: Roger Williams in America'', Judson Press, Valley Forge, p. 28</ref><ref>Hans Fantel (1974), ''William Penn: Apostle of Dissent'', William Morrow & Co., New York, pp. 150–153</ref> A [[Declaração da Independência dos Estados Unidos|Declaração de Independência]], a [[Constituição dos Estados Unidos|Constituição]] e a [[Declaração dos Direitos dos Estados Unidos|Declaração de Direitos Humanos]] dos [[Estados Unidos]], com seus [[direitos humanos]] fundamentais tornaram essa tradição permanente ao conferir-lhe uma estrutura jurídica e política.<ref>Robert Middlekauff (2005), ''The Glorious Cause: The American Revolution, 1763–1789'', Revised and Expanded Edition, Oxford University Press, New York, {{ISBN|978-0-19-516247-9}}, pp. 4–6, 49–52, 622–685</ref> A grande maioria dos protestantes estadunidenses, tanto clérigos quanto leigos, apoiava fortemente o movimento de independência. Todas as principais igrejas protestantes foram representadas no [[Primeiro Congresso Continental|Primeiro]] e no [[Segundo Congresso Continental|Segundo Congressos Continentais]].<ref>Clifton E. Olmstead, ''History of Religion in the United States'', pp. 192–209</ref> Nos séculos XIX e XX, a democracia estadunidense se tornou um modelo para vários outros países e regiões em todo o mundo (por exemplo, [[América Latina]], [[Japão]] e [[Alemanha]]). O elo mais forte entre as revoluções [[Revolução Americana|Americana]] e [[Revolução Francesa|Francesa]] era o [[Gilbert du Motier, Marquês de La Fayette|marquês de Lafayette]], um fervoroso defensor dos princípios constitucionais estadunidenses. A [[Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão|Declaração Francesa dos Direitos do Homem e do Cidadão]] foi baseada principalmente no esboço deste documento por Lafayette.<ref>Cf. R. Voeltzel, ''{{Lang|de|Frankreich. Kirchengeschichte}}'', in ''{{Lang|de|Die Religion in Geschichte und Gegenwart}}'', 3. Auflage, Band II (1958), col. 1039</ref> A [[Declaração das Nações Unidas]] e a [[Declaração Universal dos Direitos Humanos]] também ecoam a tradição constitucional estadunidense.<ref>Douglas K. Stevenson (1987), ''American Life and Institutions'', Ernst Klett Verlag, Stuttgart (Germany), p. 34</ref><ref>G. Jasper, ''{{Lang|de|Vereinte Nationen}}'', in ''{{Lang|de|Die Religion in Geschichte und Gegenwart}}'', 3. Auflage, Band VI, col. 1328–1329</ref><ref>Cf. G. Schwarzenberger, ''{{Lang|de|Völkerrecht}}'', in ''{{Lang|de|Die Religion in Geschichte und Gegenwart}}'', 3. Auflage, Band VI, col. 1420–1422</ref>

Democracia, teoria do contrato social, separação de poderes, liberdade religiosa, separação entre igreja e Estado — essas conquistas da Reforma e do protestantismo inicial foram elaboradas e popularizadas por pensadores [[Iluminação (espiritual)|iluministas]]. Alguns dos filósofos do Iluminismo inglês, escocês, alemão e suíço—[[Thomas Hobbes]], [[John Locke]], [[John Toland]], [[David Hume]], [[Gottfried Wilhelm Leibniz]], [[Christian Wolff]], [[Immanuel Kant]] e [[Jean-Jacques Rousseau]]—tiveram origens protestantes.<ref>Karl Heussi, ''{{Lang|de|Kompendium der Kirchengeschichte}}'', 11. Auflage, pp. 396–399, 401–403, 417–419</ref> Por exemplo, John Locke, cujo pensamento político foi baseado em "um conjunto de suposições cristãs protestantes",<ref>Jeremy Waldron (2002), ''God, Locke, and Equality: Christian Foundations in Locke's Political Thought'', Cambridge University Press, New York, {{ISBN|978-0521-89057-1}}, p. 13</ref> derivou a igualdade de todos os humanos, incluindo a igualdade dos gêneros ("Adão e Eva"), de Gênesis 1, 26 –28. Como todas as pessoas foram criadas igualmente livres, todos os governos precisavam "do consentimento dos governados".<ref>Jeremy Waldron, ''God, Locke, and Equality'', pp. 21–43, 120</ref>

Além disso, outros direitos humanos foram defendidos por alguns protestantes. Por exemplo, a [[tortura]] foi abolida na [[Prússia]] em 1740, a [[escravidão]] no Reino Unido em 1834 e nos Estados Unidos em 1865 ( [[William Wilberforce]], [[Harriet Beecher Stowe]], [[Abraham Lincoln]]—contra os protestantes do Sul).<ref>Allen Weinstein and David Rubel, ''The Story of America'', pp. 189–309</ref><ref>Karl Heussi, ''{{Lang|de|Kompendium der Kirchengeschichte}}'', 11. Auflage, pp. 403, 425</ref> [[Hugo Grócio|Hugo Grotius]] e [[Samuel Pufendorf]] estiveram entre os primeiros pensadores que deram contribuições significativas ao [[direito internacional]].<ref>M. Elze,''Grotius, Hugo'', in ''{{Lang|de|Die Religion in Geschichte und Gegenwart}}'', 3. Auflage, Band II, col. 1885–1886</ref><ref>H. Hohlwein, ''Pufendorf, Samuel'', in ''{{Lang|de|Die Religion in Geschichte und Gegenwart}}'', 3. Auflage, Band V, col. 721</ref> A [[Convenções de Genebra|Convenção de Genebra]], uma parte importante do [[direito internacional]] humanitário, foi em grande parte obra de [[Henri Dunant|Henry Dunant]], um [[Pietismo|pietista]] reformado. Ele também fundou a [[Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho|Cruz Vermelha]].<ref>R. Pfister, ''{{Lang|de|Schweiz. Seit der Reformation}}'', in ''{{Lang|de|Die Religion in Geschichte und Gegenwart}}'', 3. Auflage, Band V (1961), col. 1614–1615</ref>

=== Ensino social ===
Os protestantes fundaram hospitais, lares para deficientes ou idosos, instituições educacionais, organizações que dão ajuda a [[países em desenvolvimento]] e outras agências de [[bem-estar social]].<ref>Clifton E. Olmstead, ''History of Religion in the United States'', pp. 484–494</ref><ref>H. Wagner, ''{{Lang|de|Diakonie}}'', in ''{{Lang|de|Die Religion in Geschichte und Gegenwart}}'', 3. Auflage, Band I, col. 164–167</ref><ref>J.R.H. Moorman, ''{{Lang|de|Anglikanische Kirche}}'', in ''{{Lang|de|Die Religion in Geschichte und Gegenwart}}'', 3. Auflage, Band I, col. 380–381</ref> No século XIX, em todo o mundo [[anglo-americano]], vários membros dedicados de todas as denominações protestantes foram ativos em movimentos de reforma social, como a abolição da [[escravatura]], reformas penitenciárias e [[sufrágio feminino]].<ref>Clifton E.Olmstead, ''History of Religion in the United States'', pp. 461–465</ref><ref>Allen Weinstein and David Rubel, ''The Story of America'', pp. 274–275</ref><ref>M. Schmidt, ''{{Lang|de|Kongregationalismus}}'', in ''{{Lang|de|Die Religion in Geschichte und Gegenwart}}'', 3. Auflage, Band III, col. 1770</ref> Como resposta à "questão social" do século XIX, a [[Alemanha]], sob o chanceler [[Otto von Bismarck]], introduziu programas de seguro que abriram caminho para o [[estado de bem-estar social]] ([[Plano de saúde|seguro saúde]], seguro contra acidentes, seguro por invalidez, pensões por velhice). Para Bismarck, isso era "cristianismo prático".<ref>K. Kupisch, ''Bismarck, Otto von'', in ''{{Lang|de|Die Religion in Geschichte und Gegenwart}}'', 3. Auflage, Band I, col. 1312–1315</ref><ref>P. Quante, ''{{Lang|de|Sozialversicherung}}'', in ''{{Lang|de|Die Religion in Geschichte und Gegenwart}}'', Band VI, col. 205–206</ref> Esses programas também foram copiados por muitas outras nações, especialmente no [[mundo ocidental]]. A [[Associação Cristã de Moços|Associação Cristã de Jovens]] foi fundada pelo congregacionalista [[Associação Cristã de Moços#O fundador|George Williams]], com o objetivo de capacitar os jovens.

== Respostas católicas ==
{{AP|Contrarreforma}}
[[Ficheiro:Debat-Ponsan-matin-Louvre.jpg|miniaturadaimagem|[[Catarina de Médici]] observa os corpos de [[Protestantismo|protestantes]] após o [[Massacre da noite de São Bartolomeu]], em 1572, o auge das [[Guerras Religiosas na França]]. Pintura francesa de 1880.|alt=]]
A visão da [[Igreja Católica]] é que as denominações protestantes não podem ser consideradas igrejas, mas sim que são ''comunidades eclesiais'' ou ''comunidades religiosas específicas,'' porque suas ordenanças e doutrinas não são historicamente iguais aos sacramentos e dogmas católicos, sendo que as comunidades protestantes não têm sacerdócio ministerial sacramental e, portanto, carece de verdadeira [[sucessão apostólica]].<ref>Responses to Some Questions Regarding Certain Aspects of the Doctrine on the Church, 29 June 2007, Congregation for the Doctrine of the Faith.</ref><ref name="AFAC">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=q469xc7mbksC&pg=PP1|título=A Faraway Ancient Country|ultimo=Stuard-will|primeiro=Kelly|ultimo2=Emissary|editora=Gardners Books|ano=2007|editor-sobrenome=Karitas Publishing|localização=United States|isbn=978-0-615-15801-3}}</ref> De acordo com o bispo [[Hilarion Alfeyev]], a [[Igreja Ortodoxa|Igreja Ortodoxa Oriental]] compartilha da mesma opinião sobre o assunto.<ref>{{Citar web |ultimo=OrthodoxEurope.org |url=http://orthodoxeurope.org/page/14/124.aspx#2 |titulo=Bishop Hilarion of Vienna and Austria: The Vatican Document Brings Nothing New |acessodata=14 de maio de 2014 |publicado=Orthodoxeurope.org}}</ref>

Ao contrário de como os reformadores protestantes foram frequentemente caracterizados, o conceito de uma Igreja ''católica'' ou ''universal'' não foi posto de lado durante a Reforma Protestante. Pelo contrário, a unidade visível da Igreja era vista pelos reformadores protestantes como uma doutrina importante e essencial da Reforma. Os reformadores magisteriais, como Martinho Lutero, João Calvino e Huldrych Zwingli, acreditavam que estavam reformando a Igreja Católica, que consideravam corrompida. Cada um deles levou muito a sério essas acusações de cisma, negando-as e afirmando que foi a Igreja Católica que lhes deixou. Os reformadores protestantes formaram uma opinião teológica nova e radicalmente diferente sobre a eclesiologia, de que a Igreja visível é "católica" ("c" minúsculo) ao invés de "Católica" ("C" maiúsculo). Consequentemente, não há um número indefinido de igrejas paroquiais, congregacionais ou nacionais, constituindo, por assim dizer, tantas individualidades eclesiásticas, mas uma grande república espiritual da qual essas várias organizações fazem parte, embora cada uma delas têm opiniões muito diferentes. Isso estava muito distante do entendimento católico tradicional e histórico de que a Igreja Católica Romana era a única e verdadeira Igreja de Cristo.

Ainda assim, no entendimento protestante, a Igreja ''visível'' não é um gênero, por assim dizer, com tantas espécies sob ela.<ref>James Walker in ''The Theology of Theologians of Scotland.'' (Edinburgh: Rpt. Knox Press, 1982) Lecture iv. pp. 95–96.</ref> A fim de justificar sua saída da Igreja Católica, os protestantes muitas vezes postulavam um novo argumento, dizendo que não havia uma Igreja visível real com autoridade divina, apenas uma ''igreja espiritual, invisível e oculta'' — essa noção começou nos primeiros dias da Reforma Protestante. Existem protestantes, especialmente da [[Calvinismo|tradição reformada]], que rejeitam ou minimizam a designação ''protestante'' por causa da ideia negativa que a palavra invoca além de seu significado primário, preferindo a designação ''reformado'', ''evangélico'' ou mesmo ''católicos reformados'' expressivos do que eles chamam de ''catolicismo reformado'' e defendendo seus argumentos das confissões protestantes tradicionais.<ref>[http://spindleworks.com/library/faber/008_theca.htm The Canadian Reformed Magazine'', 18 (20–27 September, 4–11 October, 18, 1, 8 November 1969)'']</ref>

== Ecumenismo ==
{{AP|Ecumenismo}}
{{multiple image
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|image1= Marburger-Religionsgespräch.jpg
|caption1=O [[Disputa de Marburgo|Colóquio de Marburg]] (1529) foi uma das primeiras tentativas de unir [[Martinho Lutero]] e [[Huldrych Zwingli]]. Fracassou porque os reformadores e suas delegações não puderam chegar a um acordo sobre o sacramento da [[Eucaristia]].
|image2= The 1910 World Missionary Conference,the Edinburgh Missionary Conference.jpg
|caption2=A Conferência Missionária de Edimburgo é considerada o ponto de partida simbólico do movimento ecumênico contemporâneo.<ref>{{citar web|url=http://www.oikoumene.org/en/what-we-do/cwme/history|título=History – World Council of Churches|website=www.oikoumene.org}}</ref>}}

O movimento ecumênico influenciou as igrejas [[Protestantismo histórico|tradicionais]], começando pelo menos em 1910 com a Conferência Missionária de Edimburgo. Suas origens estão no reconhecimento da necessidade de cooperação no campo missionário na África, Ásia e Oceania. Desde 1948, o [[Conselho Mundial de Igrejas]] tem sido influente, mas ineficaz na criação de uma igreja unida. Existem também órgãos ecumênicos em nível regional, nacional e local em todo o mundo; mas os cismas ainda superam em muito as unificações. Uma, mas não a única expressão do movimento ecumênico, foi o movimento para formar igrejas unidas, como a [[Igreja do Sul da Índia]], a [[Igreja do Norte da Índia]] , a [[Igreja Unida de Cristo]] com sede nos Estados Unidos, a [[Igreja Unida do Canadá]], a [[Igreja Unida na Austrália]] e a [[Igreja Unida de Cristo nas Filipinas]], que têm diminuído rapidamente o número de membros. Tem havido um forte envolvimento das [[Igreja Ortodoxa|igrejas ortodoxas]] no movimento ecumênico, embora a reação de teólogos ortodoxos individuais tenha variado da aprovação provisória do objetivo da unidade cristã à condenação total do efeito percebido de diluir a doutrina ortodoxa.<ref>{{Citar web |url=http://www.intratext.com/IXT/ENG0804/__P1T.HTM |titulo=Orthodox Church: text – IntraText CT |acessodata=19 de novembro de 2010 |publicado=Intratext.com}}</ref>

Um [[batismo]] protestante é considerado válido pela Igreja Católica se dado com a fórmula trinitária e com a intenção de batizar. No entanto, como a ordenação de ministros protestantes não é reconhecida devido à falta de [[sucessão apostólica]] e à desunião da Igreja Católica, todos os outros sacramentos (exceto o casamento) realizados por denominações protestantes e ministros não são reconhecidos como válidos. Portanto, os protestantes que desejam comunhão plena com a Igreja Católica não são batizados novamente (embora sejam confirmados) e os ministros protestantes que se tornam católicos podem ser ordenados ao sacerdócio após um período de estudo.

Em 1999, os representantes da [[Federação Luterana Mundial]] e da Igreja Católica assinaram a [[Declaração Conjunta sobre a Doutrina da Justificação]], aparentemente resolvendo o conflito sobre a natureza da [[Justificação (teologia)|justificação]] que estava na raiz da Reforma Protestante, embora os [[Luterano confessional|luteranos confessionais]] rejeitem essa declaração.<ref name="WELS-JD">{{Citar web |url=https://www.wels.net/cgi-bin/site.pl?1518&cuTopic_topicID=19&cuItem_itemID=6741 |titulo=Justification |acessodata=26 de julho de 2016 |website=WELS Topical Q&A |publicado=[[Wisconsin Evangelical Lutheran Synod]] |arquivourl=https://wayback.archive-it.org/all/20090927213720/https://www.wels.net/cgi-bin/site.pl?1518&cuTopic_topicID=19&cuItem_itemID=6741 |arquivodata=27 de setembro de 2009}}</ref> Isso é compreensível, uma vez que não há nenhuma autoridade convincente dentro deles. Em 18 de julho de 2006, os delegados da Conferência Metodista Mundial votaram unanimemente para adotar a Declaração Conjunta.<ref>{{Citar web |url=http://www.umc.org/site/c.gjJTJbMUIuE/b.1863123/k.FF49/World_Methodists_approve_further_ecumenical_dialogue.htm |titulo=News Archives |acessodata=19 de novembro de 2010 |publicado=UMC.org |arquivourl=https://web.archive.org/web/20060721210415/http://www.umc.org/site/c.gjJTJbMUIuE/b.1863123/k.FF49/World_Methodists_approve_further_ecumenical_dialogue.htm |arquivodata=21 de julho de 2006}}</ref><ref>{{Citar web |url=http://www.catholicnews.com/data/stories/cns/0604186.htm |titulo=CNS Story: Methodists adopt Catholic-Lutheran declaration on justification |acessodata=19 de novembro de 2010 |publicado=Catholicnews.com |arquivourl=https://web.archive.org/web/20060725190303/http://www.catholicnews.com/data/stories/cns/0604186.htm |arquivodata=25 de julho de 2006}}</ref>

== Demografia ==
{{AP|Protestantes por país}}
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|image1=Protestant majority countries (2010).svg
|caption1=Países de maioria protestante em 2010.
|image2=Countries by percentage of Protestants (2010).svg
|caption2=Países por porcentagem de protestantes.}}

São mais de 900 milhões de protestantes em todo o mundo,<ref name="pewforum1"/><ref name="gordonconwell.edu">{{Citar web |url=http://www.gordonconwell.edu/resources/documents/1IBMR2015.pdf |titulo=Christianity 2015: Religious Diversity and Personal Contact |data=Janeiro de 2015 |acessodata=29 de maio de 2015 |publicado=gordonconwell.edu |arquivourl=https://web.archive.org/web/20170525141543/http://www.gordonconwell.edu/resources/documents/1IBMR2015.pdf |arquivodata=25 de maio de 2017}}</ref><ref name="Hillerbrand">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=PMSTAgAAQBAJ&pg=PP59|título=Encyclopedia of Protestantism: 4-volume Set|ultimo=Hillerbrand|primeiro=Hans J.|data=2004|editora=Routledge|isbn=9781135960285|via=Google Books}}</ref><ref name="Clarke, Beyer">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=rBgn3xB75ZcC&pg=PA510|título=The World's Religions: Continuities and Transformations|ultimo=Clarke|primeiro=Peter B.|ultimo2=Beyer|primeiro2=Peter|data=2009|editora=Taylor & Francis|isbn=9781135211004|via=Google Books}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=lplJPBYWefcC&pg=PA13|título=Protestantism|ultimo=Brown|primeiro=Stephen F.|data=2018|editora=Infobase Publishing|isbn=9781604131123|via=Google Books}}</ref><ref name="Noll">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=1GKBgK00JSsC&pg=PA9|título=Protestantism: A Very Short Introduction|ultimo=Noll|primeiro=Mark A.|data=2011|editora=OUP Oxford|isbn=9780191620133|via=Google Books}}</ref><ref name="Diamond, Plattner, Costopoulos, 2005">Jay Diamond, Larry. Plattner, Marc F. and Costopoulos, Philip J. ''World Religions and Democracy''. 2005, p. 119. [https://books.google.com/books?id=CTqTeiBfdxEC&pg=PA119 link] (saying "''Not only do Protestants presently constitute 13 percent of the world's population—about 800 million people—but since 1900 Protestantism has spread rapidly in Africa, Asia, and Latin America.''")</ref>  entre aproximadamente 2,4 bilhões de cristãos.<ref name="World">~34% of ~7.2&nbsp;billion world population (under the section 'People') {{Citar web |url=https://www.cia.gov/the-world-factbook/countries/world/ |titulo=World |publicado=CIA world facts}}</ref><ref name="Major Religions Ranked by Size">{{Citar web |url=http://www.adherents.com/Religions_By_Adherents.html |titulo=Major Religions Ranked by Size |acessodata=5 de maio de 2009 |publicado=Adherents.com}}</ref><ref name="Global Christianity">{{Citar web |ultimo=Analysis |url=http://www.pewforum.org/Christian/Global-Christianity-exec.aspx |titulo=Global Christianity |data=19 de dezembro de 2011 |acessodata=17 de agosto de 2012 |publicado=Pewforum.org}}</ref> Em 2010, um total de mais de 800 milhões de pessoas, incluídos 300 milhões na África Subsaariana, 260 milhões nas Américas, 140 milhões na região Ásia-Pacífico, 100 milhões na Europa e 2 milhões no Oriente Médio e Norte da África. Os protestantes representam quase 40% dos cristãos em todo o mundo e mais de um décimo do total da população humana. Várias estimativas colocam a porcentagem de protestantes em relação ao número total de cristãos do mundo em 33%, 36%,<ref>{{Citar web |url=http://www.fsmitha.com/h2/rel04-demograph.htm |titulo=Protestant Demographics and Fragmentations |arquivourl=https://web.archive.org/web/20150318101547/http://www.fsmitha.com/h2/rel04-demograph.htm |arquivodata=18 de março de 2015|acessodata=11 de julho de 2021}}</ref> 36,7%, e 40%, enquanto em relação à população mundial em 11,6% e 13%.

Nos países europeus que foram profundamente influenciados pela Reforma, o protestantismo ainda é a religião mais praticada.<ref name="Clarke, Beyer">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=rBgn3xB75ZcC&pg=PA510|título=The World's Religions: Continuities and Transformations|ultimo=Clarke|primeiro=Peter B.|ultimo2=Beyer|primeiro2=Peter|data=2009|editora=Taylor & Francis|isbn=9781135211004|via=Google Books}}</ref> Isso inclui os [[países nórdicos]] e o [[Reino Unido]].<ref>{{Citar web |url=http://www.statistics.gov.uk/cci/nugget.asp?id=954 |titulo=Religious Populations in England |acessodata=8 de abril de 2011 |publicado=Office for National Statistics}}</ref> Em outras fortalezas protestantes históricas, como [[Alemanha]], [[Países Baixos]], [[Suíça]], [[Letônia]] e [[Estônia]], continua sendo uma das religiões mais populares.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=I9OyQ9mEpxkC&pg=SL1-PA42|título=The Pearson General Knowledge Manual 2012|ultimo=Thorpe|primeiro=Edgar|data=2018|editora=Pearson Education India|isbn=9788131761908|via=Google Books}}</ref> Embora a [[República Tcheca]] tenha sido o local de um dos [[Hussitas|movimentos pré-reforma mais significativos]],<ref name="museeprotestant.org">{{Citar web |url=http://www.museeprotestant.org/en/notice/protestantism-in-the-republic-of-czechoslovakia/ |titulo=Protestantism in Bohemia and Moravia (Czech Republic) – Musée virtuel du Protestantisme |website=www.museeprotestant.org}}</ref> existem apenas alguns aderentes protestantes no país;<ref>{{Citar web |url=http://www.czso.cz/sldb2011/eng/redakce.nsf/i/tab_7_1_population_by_religious_belief_and_by_municipality_size_groups/$File/PVCR071_ENG.pdf |titulo=Tab 7.1 Population by religious belief and by municipality size groups |acessodata=19 de novembro de 2013 |publicado=Czso.cz |lingua=cs |arquivourl=https://web.archive.org/web/20150221184947/http://www.czso.cz/sldb2011/eng/redakce.nsf/i/tab_7_1_population_by_religious_belief_and_by_municipality_size_groups/%24File/PVCR071_ENG.pdf |arquivodata=21 de fevereiro de 2015}}</ref><ref>{{Citar web |url=http://www.czso.cz/sldb2011/eng/redakce.nsf/i/tab_7_2_population_by_religious_belief_and_by_regions/$File/PVCR072_ENG.pdf |titulo=Tab 7.2 Population by religious belief and by regions |acessodata=19 de novembro de 2013 |publicado=Czso.cz |lingua=cs |arquivourl=https://web.archive.org/web/20131104224923/http://www.czso.cz/sldb2011/eng/redakce.nsf/i/tab_7_2_population_by_religious_belief_and_by_regions/%24File/PVCR072_ENG.pdf |arquivodata=4 de novembro de 2013}}</ref> principalmente devido a razões históricas, como perseguição aos protestantes pelos [[Casa de Habsburgo|Habsburgos]] [[Igreja Católica|católicos]],<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=pqJNavelP3UC&pg=PA108|título=Frommer's Prague & the Best of the Czech Republic|ultimo=Mastrini|primeiro=Hana|data=2008|editora=Wiley|isbn=9780470293232|via=Google Books}}</ref> restrições durante o [[Comunismo|regime comunista]] e também a [[secularização]]. Nas últimas décadas, a prática religiosa diminuiu à medida que a secularização aumentou.<ref>{{Citar jornal |ultimo=Lilla |primeiro=Mark |url=https://www.nytimes.com/2006/03/31/arts/31iht-idlede1.html?_r=1&pagewanted=all |titulo=Europe and the legend of secularization |data=31 de março de 2006 |website=The New York Times}}</ref> De acordo com um estudo de 2019 sobre religiosidade na [[União Europeia]] em 2019 pelo [[Eurobarómetro|Eurobarômetro]], os protestantes representavam 9% da população da UE.<ref>{{Citation|título=Discrimination in the EU in 2019|periódico=[[Eurobarometer|Special Eurobarometer]]|ano=2019|series=493|url=https://ec.europa.eu/commfrontoffice/publicopinion/index.cfm/Survey/getSurveyDetail/instruments/SPECIAL/surveyKy/2251|acessodata=15 de maio de 2020|publicado=European Commission|local=[[União Europeia]]}}</ref> De acordo com o [[Pew Research Center]], os protestantes constituíam quase um quinto (ou 18%) da população cristã do continente em 2010.<ref name="pewforum1"/> Clarke e Beyer estimam que os protestantes constituíam 15% de todos os europeus em 2009, enquanto Noll afirma que menos de 12% deles viviam na Europa em 2010.<ref name="Noll">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=1GKBgK00JSsC&pg=PA9|título=Protestantism: A Very Short Introduction|ultimo=Noll|primeiro=Mark A.|data=2011|editora=OUP Oxford|isbn=9780191620133|via=Google Books}}</ref>

As mudanças no protestantismo mundial no último século foram significativas.<ref name="Hillerbrand">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=PMSTAgAAQBAJ&pg=PP59|título=Encyclopedia of Protestantism: 4-volume Set|ultimo=Hillerbrand|primeiro=Hans J.|data=2004|editora=Routledge|isbn=9781135960285|via=Google Books}}</ref><ref name="Noll">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=1GKBgK00JSsC&pg=PA9|título=Protestantism: A Very Short Introduction|ultimo=Noll|primeiro=Mark A.|data=2011|editora=OUP Oxford|isbn=9780191620133|via=Google Books}}</ref><ref name="Witte and Alexander">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=3Ie-AwAAQBAJ&pg=PT44|título=The Teachings of Modern Protestantism on Law, Politics, and Human Nature|ultimo=Witte|primeiro=John|ultimo2=Alexander|primeiro2=Frank S.|editora=Columbia University Press|ano=2018|isbn=9780231142632|via=Google Books}}</ref> Desde 1900, o protestantismo se espalhou rapidamente na África, Ásia, Oceania e América Latina.<ref name="Encyclopedia of Protestantism">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=bW3sXBjnokkC&pg=PR11|título=Encyclopedia of Protestantism|ultimo=Melton|primeiro=J. Gordon|data=2018|editora=Infobase Publishing|isbn=9780816069835|via=Google Books}}</ref><ref name="Diamond, Plattner, Costopoulos, 2005">Jay Diamond, Larry. Plattner, Marc F. and Costopoulos, Philip J. ''World Religions and Democracy''. 2005, p. 119. [https://books.google.com/books?id=CTqTeiBfdxEC&pg=PA119 link] (saying "''Not only do Protestants presently constitute 13 percent of the world's population—about 800 million people—but since 1900 Protestantism has spread rapidly in Africa, Asia, and Latin America.''")</ref> Isso fez com que o protestantismo fosse chamado de religião principalmente não ocidental. Grande parte do crescimento ocorreu após a [[Segunda Guerra Mundial]], quando [[História da descolonização de África|ocorreu a descolonização da África]] e a abolição de [[Antiprotestantismo|várias restrições contra os protestantes]] nos países [[América Latina|latino-americanos]]. De acordo com uma fonte, os protestantes constituíam, respectivamente, 2,5%, 2%, 0,5% dos latino-americanos, africanos e asiáticos. Em 2000, a porcentagem de protestantes nos continentes mencionados era de 17%, mais de 27% e 6%, respectivamente. De acordo com Mark A. Noll, 79% dos [[Anglicanismo|anglicanos]] viviam no Reino Unido em 1910, enquanto a maior parte do restante foi encontrada nos Estados Unidos e em toda a [[Commonwealth|Comunidade Britânica]]. Em 2010, 59% dos anglicanos estavam na África. Em 2010, mais protestantes viviam na [[Índia]] do que no Reino Unido ou na Alemanha, enquanto os protestantes no [[Brasil]] representavam tantas pessoas quanto os protestantes no Reino Unido e na Alemanha juntos. Quase tantos viviam na [[Nigéria]] e na [[China]] quanto em toda a Europa. A China, aliás, abriga a maior minoria protestante do mundo.<ref name="pewforum1"/>

[[Ficheiro:Percentual_de_protestantes_por_país_em_2020.png|thumb|right|Percentual de protestantes por país em 2020.|320x162px]]

O protestantismo está crescendo na África,<ref name="Encyclopedia of Protestantism">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=bW3sXBjnokkC&pg=PR11|título=Encyclopedia of Protestantism|ultimo=Melton|primeiro=J. Gordon|data=2018|editora=Infobase Publishing|isbn=9780816069835|via=Google Books}}</ref><ref>{{Citar web |url=http://usatoday30.usatoday.com/news/religion/story/2011-12-20/christianity-growth-africa-europe/52125920/1 |titulo=Study: Christianity grows exponentially in Africa}}</ref><ref name="TIME 2001">{{Citar web |ultimo=Ostling |primeiro=Richard N. |url=http://content.time.com/time/magazine/article/0,9171,156277,00.html |titulo=The Battle for Latin America's Soul |data=24 de junho de 2001 |via=content.time.com}}</ref> Ásia,<ref>{{Citar web |url=http://www.ibtimes.com/china-protestantisms-simplicity-yields-more-converts-catholicism-213465 |titulo=In China, Protestantism's Simplicity Yields More Converts Than Catholicism |data=28 de março de 2012}}</ref> América Latina,<ref>{{Citar web |ultimo=Arsenault |primeiro=Chris |url=http://www.aljazeera.com/indepth/features/2012/03/201232593459332334.html |titulo=Evangelicals rise in Latin America |website=www.aljazeera.com}}</ref> e na Oceania,<ref name="Witte and Alexander">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=3Ie-AwAAQBAJ&pg=PT44|título=The Teachings of Modern Protestantism on Law, Politics, and Human Nature|ultimo=Witte|primeiro=John|ultimo2=Alexander|primeiro2=Frank S.|editora=Columbia University Press|ano=2018|isbn=9780231142632|via=Google Books}}</ref> enquanto está em declínio na [[América Anglo-Saxônica]]<ref>[http://www.pewforum.org/2015/05/12/americas-changing-religious-landscape/ America's Changing Religious Landscape], [[Pew Research Center]], 12 de maio de 2015</ref> e Europa,<ref name="Clarke, Beyer">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=rBgn3xB75ZcC&pg=PA510|título=The World's Religions: Continuities and Transformations|ultimo=Clarke|primeiro=Peter B.|ultimo2=Beyer|primeiro2=Peter|data=2009|editora=Taylor & Francis|isbn=9781135211004|via=Google Books}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=XRLBF3KW8HkC&pg=PA59|título=Religion in a Secularizing Society: The Europeans' Religion at the End of the 20th Century|ultimo=Halman|primeiro=Loek|ultimo2=Riis|primeiro2=Ole|editora=Brill|ano=2018|isbn=978-9004126220|via=Google Books}}</ref> com algumas exceções, como a [[França]],<ref name="Jean-Paul Willaime">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=DaJtXsY4ttQC&pg=PA99|título=Religious Newcomers and the Nation State: Political Culture and Organized Religion in France and the Netherlands|ultimo=Sengers|primeiro=Erik|ultimo2=Sunier|primeiro2=Thijl|data=2018|editora=Eburon Uitgeverij B.V.|isbn=9789059723986|via=Google Books}}</ref> onde foi erradicado após a abolição do [[Edito de Nantes|Édito de Nantes]] pelo [[Édito de Fontainebleau]] e a perseguição seguinte aos [[huguenote]]s, mas agora é considerado estável em número ou mesmo crescendo ligeiramente. De acordo com alguns, a [[Rússia]] é outro país que viu um avivamento protestante.<ref>{{Citar web |url=http://www.cbn.com/cbnnews/world/2011/april/protestant-revival-sweeps-moscow/ |titulo=Moscow Church Spearheads Russia Revival |acessodata=14 de fevereiro de 2015}}</ref><ref>{{Citar web |url=http://biblicalstudies.org.uk/pdf/rss/28-1_093.pdf |titulo=Protestantism in Postsoviet Russia: An Unacknowledged Triumph}}</ref><ref>{{Citar web |ultimo=Felix Corley and Geraldine Fagan |url=http://www.christianitytoday.com/ct/2002/june10/13.22.html?paging=off |titulo=Growing Protestants, Catholics Draw Ire |acessodata=14 de fevereiro de 2015 |website=ChristianityToday.com}}</ref>

Em 2010, as maiores famílias denominacionais protestantes eram, historicamente, denominações pentecostais (11%), anglicanas (11%), luteranas (10%), batistas (9%), [[Igrejas Unidas|igrejas unidas]] (uniões de diferentes denominações) (7%), presbiterianos ou reformados (7%), metodistas (3%), adventistas (3%), congregacionalistas (1%), [[Assembleias dos Irmãos|Irmãos]] (1%), [[Exército de Salvação]] (<1%) e [[Igreja dos Irmãos Morávios|morávios]] (<1%). Outras denominações representaram 38% dos protestantes.<ref name="pewforum1"/>

Os [[Estados Unidos]] abrigam aproximadamente 20% dos protestantes.<ref name="pewforum1"/> De acordo com um estudo de 2012, a parcela protestante da população estadunidense caiu para 48%, encerrando assim seu status de religião majoritária pela primeira vez.<ref name="Nones of the Rise">[http://www.pewforum.org/files/2012/10/NonesOnTheRise-full.pdf "Nones" on the Rise: One-in-Five Adults Have No Religious Affiliation] {{Webarchive|url=https://www.webcitation.org/6QhAHAv1T?url=http://www.pewforum.org/files/2012/10/NonesOnTheRise-full.pdf|date=29 de junho de 2014}}, Pew Research Center (The Pew Forum on Religion & Public Life), 9 de outubro de 2012</ref><ref>{{Citar web |url=https://www.bbc.co.uk/news/world-us-canada-19892837 |titulo=US Protestants no longer majority |data=10 de outubro de 2012 |via=www.bbc.co.uk}}</ref> O declínio é atribuído principalmente à queda do número de membros das igrejas [[Protestantismo histórico|protestantes clássicas]]<ref>{{Citar web |url=http://www.leaderu.com/ftissues/ft9303/articles/johnson.html |titulo=Mainline Churches: The Real Reason for Decline |website=www.leaderu.com}}</ref> enquanto as igrejas [[Evangelicalismo|evangélicas protestantes]] e negras estão estáveis ou continuam a crescer.

Em 2050, o protestantismo deverá crescer para pouco mais da metade da população cristã total do mundo.<ref>Johnstone, Patrick, [https://books.google.com/books?id=AVzFAgAAQBAJ&pg=PA109 "The Future of the Global Church: History, Trends and Possibilities"], p. 100, fig 4.10 & 4.11</ref> De acordo com outros especialistas como Hans J. Hillerbrand, os protestantes serão tão numerosos quanto os católicos.<ref>Hillerbrand, Hans J., [https://books.google.com/books?id=4tbFBQAAQBAJ&pg=PT3311 "Encyclopedia of Protestantism: 4-volume Set"], p. 1815</ref> De acordo com [[Mark Juergensmeyer|Mark Jürgensmeyer,]] da [[Universidade da Califórnia em Santa Bárbara|Universidade da Califórnia]], o protestantismo popular é o movimento religioso mais dinâmico do mundo contemporâneo, ao lado do [[Islão|islamismo]] ressurgente.<ref name="books.google.com">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=Ic5pyiIkTxAC&pg=PA16|título=Religion in Global Civil Society|ultimo=Juergensmeyer|primeiro=Mark|data=2005|editora=Oxford University Press|isbn=9780198040699|via=Google Books}}</ref>

== Ver também ==

* [[Anticatolicismo]]
* [[Controvérsias no protestantismo]]
* [[Guerras de religião na Europa|Guerras religiosas europeias]]

=== Movimentos relacionados ===

* [[Cristadelfianos]]
* [[Testemunhas de Jeová]]
* [[Movimento dos Santos dos Últimos Dias]]
* [[Judaísmo messiânico]]
* [[Restauracionismo]]
* [[Swedenborgianismo]]
* [[Universalismo]]

{{referências}}

== Leitura adicional ==
{{dividir em colunas}}
{{refbegin}}
* Bruce, Steve. ''A house divided: Protestantism, Schism and secularization'' (Routledge, 2019).
* Cook, Martin L. (1991). ''The Open Circle: Confessional Method in Theology''. Minneapolis, MN: Fortress Press. xiv, 130 p. N.B.: Discusses the place of Confessions of Faith in Protestant theology, especially in Lutheranism. {{ISBN|0-8006-2482-3}}
* Dillenberger, John e Welch, Claude (1988). ''Protestant Christianity, Interpreted through Its Development''. Second ed. New York: Macmillan Publishing Co. {{ISBN|0-02-329601-1}}
* Giussani, Luigi (1969), trans. Damian Bacich (2013). [https://www.amazon.com/American-Protestant-Theology-Historical-Sketch/dp/0773541977 American Protestant Theology: A Historical Sketch]. Montreal: McGill-Queens UP.
* Grytten, Ola Honningdal. "Weber revisited: A literature review on the possible Link between Protestantism, Entrepreneurship and Economic Growth." (NHH Dept. of Economics Discussion Paper 08, 2020). [https://openaccess.nhh.no/nhh-xmlui/bitstream/handle/11250/2657268/DP%2008.pdf?sequence=1&isAllowed=y online]
* Howard, Thomas A. ''Remembering the Reformation: an inquiry into the meanings of Protestantism'' (Oxford UP, 2016).
* Howard, Thomas A. and Mark A. Noll, eds. ''Protestantism after 500 years'' (Oxford UP, 2016).
* Leithart, Peter J. ''The end of Protestantism: pursuing unity in a fragmented church'' (Brazos Press, 2016).
* {{citar livro|título=Christianity's Dangerous Idea|último =McGrath|primeiro =Alister E.|autorlink =Alister McGrath|ano=2007|local=New York|publicado=[[HarperOne]]|isbn=978-0060822132|url=https://archive.org/details/christianitysdan00mcgr_0}}
* Nash, Arnold S., ed. (1951). ''Protestant Thought in the Twentieth Century: Whence & Whither''? New York: Macmillan Co.
* {{citar livro|título=Protestantism: A Very Short Introduction|último =Noll|primeiro =Mark A.|autorlink =Mark Noll|ano=2011|local=Oxford|publicado=Oxford University Press}}
* {{citar livro|título=Encyclopedia of Protestantism: 4-volume set|último =Hillerbrand|primeiro =Hans Joachim|ano=2004|local=Oxford|publicado=Routledge}} – comprehensive scholarly coverage on Protestantism worldwide, current and historical; 2195pp; [https://www.amazon.com/Encyclopedia-Protestantism-4-Hans-Hillerbrand/dp/0415924723/ref=mt_hardcover?_encoding=UTF8&me= index in vol 4 is online]
* Melton, J, Gordon. ''Encyclopedia of Protestantism'' (Facts on File, 2005), 800 articles in 628 pp
* Ryrie, Alec ''Protestants: The Radicals Who Made the Modern World'' (Harper Collins, 2017).
* Ryrie, Alec "The World's Local Religion" [http://www.historytoday.com/alec-ryrie/worlds-local-religion?mc_cid=00536154f6&mc_eid=abb16ad9d2 ''History Today'' (Sept 20, 2017) online]
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== Ligações externas ==
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|wikcionário=Protestantismo
}}
* {{Link|en|2=https://web.archive.org/web/20060618201602/http://www.ccir.ed.ac.uk/%7Ejad/glb_sola.html |3="Is Sola Scriptura a Protestant Concoction?" |4=por [[Greg Bahnsen]]}}
* {{Link||2=https://web.archive.org/web/20040623042803/http://orbita.starmedia.com/achouhp/historia/reforma_religiosa.htm |3=A Reforma Religiosa |4={{en}}}}

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