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[[Imagem:PLATE3DX.jpg|thumb|250px|Representação artística de nobres medas e persas]]
A '''Média''' foi uma satrapia do [[Império Aquemênida]], [[Império Selêucida]], [[Império Parta]] e [[Império Sassânida]].

==Etimologia==
A fonte original de seu nome e pátria é um nome geográfico iraniano antigo transmitido diretamente, que é atestado como o [[Língua persa antiga|persa antigo]] "Māda".{{HarvRef|Tavernier|2007|p=27}} O significado desta palavra não é conhecido com precisão.{{HarvRef|Diakonoff|1985|p=57}} No entanto, o linguista [[Wojciech Skalmowski]] propõe uma relação com a palavra proto-indo-europeia "med (h)-", que significa “central, adequado ao meio”, referindo-se ao [[Línguas indo-arianas|antigo índico]] "Madhya-" e ao antigo iraniano "Maidiia", ambas têm o mesmo significado. O latim ''médio'', o grego ''méso'' e o alemão ''mittel'' são derivados da mesma forma.{{HarvRef|Tavernier|2007|p=27}}

Os eruditos gregos durante a antiguidade baseavam conclusões etnológicas nas lendas gregas e nas semelhanças de nomes. De acordo com o historiador grego Heródoto ({{AC|440|x}}):{{HarvRef|Tavernier|2007|p=27}}
{{Quote2|Os medos eram, outrora, conhecidos por todos os outros povos pela designação de arianos, mas quando a mulher colca [[Medeia]] veio de [[Atenas]] para o país que habitavam, eles mudaram de nome, passando a chamar-se medos.<ref>{{citar heródoto|7|62}}</ref>}}

==Geografia==
A Média era principalmente um planalto montanhoso com a altitude média de 900 a 1.500 metros acima do nível do mar. Uma parte considerável desta terra é uma estepe árida, onde há pouca precipitação pluvial, embora haja planícies férteis muito produtivas. A maioria dos rios flui para o grande deserto central, onde suas águas se dissipam em brejos e pântanos que secam no verão quente e deixam depósitos de sal. As barreiras naturais tornavam a defesa relativamente fácil. A [[cordilheira de Zagros]] é a mais elevada, com numerosos picos de mais de 4.270 metros de altitude, mas o cume mais elevado, o [[Monte Damavand]], que tem 5.771 metros, se encontra na [[cordilheira Elbruz]], perto do [[Mar Cáspio]].<ref>{{Citar web|url=https://wol.jw.org/pt/wol/d/r5/lp-t/1200002956|titulo=Medos, Média — BIBLIOTECA ON-LINE da Torre de Vigia|acessodata=2023-09-17|website=wol.jw.org}}</ref>

== História ==
Em {{AC|553|x}}, o príncipe persa [[Ciro, o Grande]] liderou uma rebelião contra [[Astíages]], rei da [[Império Medo|Média]]. Ele obteve uma vitória decisiva em {{AC|550|x}}, que resultou na derrota de Astíages e na conquista da Média, juntamente com seus países vassalos. Assim, Ciro fundou o poderoso Império Aquemênida, que algum tempo depois estenderia suas fronteiras conquistando a [[Reino da Lídia|Lídia]] e a [[Império Neobabilônico|Babilônia]].

No Império Aquemênida, a Média manteve sua posição privilegiada, ocupando o segundo lugar, depois da própria [[Pérsis|Pérsia]]. A Média era uma satrapia grande, e sua capital, [[Ecbátana]], se tornou uma das capitais aquemênidas e a residência de verão dos reis persas.<ref>{{Citar web|url=https://iranicaonline.org/articles/media|titulo=MEDIA – Encyclopaedia Iranica|acessodata=2020-12-04|website=iranicaonline.org}}</ref> Durante o período aquemênida, a Média abrangia o [[Azerbaijão iraniano]], o [[Curdistão iraniano]] e a região ocidental do [[Tabaristão]].{{carece de fontes}} Quando [[Dario, o Grande]] assumiu o trono persa em {{AC|522|x}}, várias rebeliões ocorreram no império, em [[Babilônia (satrapia)|Babilônia]], [[Elão]], [[Armênia (satrapia)|Armênia]], [[Assíria aquemênida|Assíria]], [[Pártia]] e na Média.<ref name=":2" /><ref>{{Citar web |url=https://www.livius.org/articles/person/phraortes/ |titulo=Phraortes - Livius |acessodata=2020-12-04 |website=www.livius.org}}</ref> Após a pacificação destas revoltas, a Média continua sendo uma província aquemênida. Nos primeiros anos após a revolta, o general persa [[Hidarnes I|Hidarnes]] foi sátrapa da Média. Depois disso, a satrapia mais ou menos desaparece dos registros históricos.<ref name=":2" />

A Média se tornou visível novamente durante a guerra entre o rei macedônio [[Alexandre, o Grande]] e seu oponente [[Dario III]], o então imperador do Império Aquemênida. Após a derrota deste último em [[Batalha de Gaugamela|Gaugamela]] em {{AC|331|x}}, ele tentou reunir um exército em Ecbátana, mas na primavera de {{AC|330|x}}, ele foi forçado a recuar para o leste e foi assassinado. Alexandre ocupa a Média, que era estrategicamente importante por controlar as linhas de contato da Macedônia, e inicialmente deixou-a sob o comando de seu confiável general [[Parménio|Parmênio]], que, no entanto, foi assassinado quando Alexandre suspeitou de seu filho [[Filotas]]. A Média foi entregue ao general [[Atropates]], que em {{AC|325|x}} suprimiu uma rebelião liderada por [[Bariaxes]].<ref name=":2">{{Citar web|url=https://www.livius.org/articles/people/medes/medes-2/|titulo=Medes (2)|acessodata=2020-06-02|obra=Livius.org}}</ref>

Após a morte de Alexandre em {{AC|323|x}}, Atropates foi removido do cargo e substituído pelo general macedônio chamado [[Peiton]]. No entanto, Atropates conseguiu manter a parte norte da Média sob seu controle, e por isso Peiton só conseguiu ter a parte sul. A Média do sul passou a ser conhecida como Média Menor ou Matiana e acabou nas mãos de [[Seleuco I Nicátor|Seleuco I]], do [[Império Selêucida]], que incluía partes da Anatólia e da Síria, toda a Mesopotâmia e o planalto iraniano. A Média continuava a ser de grande importância; era simplesmente os coração do Império Selêucida, assim como havia sido o núcleo do Império Aquemênida.<ref name=":2" /> A parte norte da Média permaneceu como um reino independente, chamado [[Atropatene]], com a capital em [[Ganzaca]].<ref name="EnBr">[http://www.britannica.com/EBchecked/topic/372125/Media "Media (ancient region, Iran)"] [[Encyclopædia Britannica]]. Pesquisa em 28/04/17</ref>

A Média do sul permaneceu uma província do Império Selêucida por um século e meio, e o [[helenismo]] foi introduzido em toda parte. Por volta de {{AC|152|X}}, no entanto, a Média foi conquistada pelo rei parta [[Mitrídates I da Pártia|Mitrídates I]]. Durante séculos, a Média foi o centro do [[Império Parta]]: embora suas capitais estivessem em [[Hecatômpilo]], na Pártia, e [[Ctesifonte]], na Mesopotâmia, os reis sempre tiveram que passar pela Média, e sabemos das atividades de construção parta em Ecbátana.<ref name=":2" /> Os país permaneceu sujeito aos partas até {{DC|226|x}}, quando passou, juntamente com Atropatene, para o domínio dos [[Império Sassânida|sassânidas]]. A essa altura, os medos haviam perdido seu caráter distintivo e já haviam se misturado completamente com os persas, formando um único povo. Durante os califados [[Califado Omíada|omíadas]] e [[Califado Abássida|abássidas]], a própria Média foi chamada [[Jibal]] e o território atropateno foi chamada de [[Azerbaijão (Irã)|Azerbaijão]].<ref name="EnBr" />

== Cidades ==
Embora estivesse na [[Estrada do Coração|Grande Estrada do Coração]], as fontes assírias não mencionam [[Ecbátana]], a capital e cidade mais importante da Média. Há, no entanto, motivos para supor que a cidade Saguebita, repetidamente mencionada nos textos assírios, era uma forma anterior do nome ''Hamgmatāna'' encontrada no persa antigo.{{sfn|name=EnIr|Dandamayev|Medvedskaya|2006}} De acordo com Heródoto (1.98-99), a cidade foi construída no {{-séc|VII}} por [[Dejóces]]. Situada aos pés do Monte Alvande, Ecbátana igualava Atenas em tamanho e dizia-se que possuía sete muralhas, uma dentro da outra e cada uma de uma cor diferente, uma tradição semelhante à associada ao palácio de [[Caicaus (lendário)|Caicaus]] no Alborz e aos sete palácios de [[Vararanes V]].<ref>https://www.iranicaonline.org/articles/capital-cities#pt1</ref> [[Diodoro]] atribui uma implausível circunferência de cerca de 250 estádios à cidade, o que equivale a uma área de aproximadamente 50 milhas quadradas. É improvável que a capital meda tenha sido em seu auge uma cidade maior que a capital assíria, [[Nínive]]. É possível que a principal cidade no norte do país, que em tempos posteriores tinha o nome de [[Ganzaca]], também se chamava Ecbátana e às vezes era confundida pelos gregos com a capital ao sul. Outra cidade muito importante era [[Rages]], próxima do Mar Cáspio e nos limites orientais do país. Situada em um distrito homônimo, a cidade era o centro religioso do país e sua importância é indicada pela posição que ocupa nos livros de [[Livro de Tobias|Tobias]] e [[Livro de Judite|Judite]].{{sfn|name=Gut|Rawlinson|2007}}

Outras cidades medas, cuja localização pode ser determinada com grande probabilidade, são Bagistana, [[Adrapana]], [[Kangavar|Cancobar]] e Aspadana, todas localizadas na região de Zagros. Segundo [[Isidoro de Cárax|Isidoro]], Bagistana é uma “cidade situada em uma colina, onde havia um pilar e uma estátua de [[Semíramis]]”. A descrição de Isidoro e Diodoro identificam o lugar com a atual [[Beistum (cidade)|Beistum]]. Entre Bagistana e Ecbátana estava situada a cidade de Adrapana, que provavelmente é a atual vila de [[Artiman]], localizada ao sul do Monte Alvande. Aspadana (moderna [[Isfahan]]), localizada no território da tribo meda dos paratacênios, é mencionada somente por [[Cláudio Ptolemeu|Ptolemeu]] e permanece incerto se tal cidade existia no século 
VI a.C. Se existisse, era, na melhor das hipóteses, uma cidade periférica sem grande importância no extremo sul do país. Os medos preferiam espalhar-se em aldeias por seu vasto e variado território. Com exceção de Ecbátana, Ganzaca e Rages, as cidades medas eram sem grande importância. Mesmo essas cidades eram provavelmente de tamanhos moderados e tinham pouco esplendor arquitetônico, diferentemente das cidades mesopotâmicas.<ref name="Gut" />

{{referências}}
=== Bibliografia ===
* {{citation|last=Diakonoff|first=I. M.|chapter=Media|title=The Cambridge History of Iran|volume=2|edition=Edited by Ilya Gershevitch|pages=36–148|place=Cambridge, England|publisher=Cambridge University Press|year=1985|isbn=978-0-521-20091-2}}

* {{citation|last=Tavernier|first=Jan|title=Iranica in the Achaemenid Period (ca. 550-330 B.C.): Linguistic Study of Old Iranian Proper Names and Loanwords, Attested in Non-Iranian Texts|publisher=Peeters Publishers|year=2007|isbn=978-90-429-1833-7}}

* {{Citar web|ultimo1=Dandamayev|primeiro1=M.|ultimo2=Medvedskaya|primeiro2=I.|título=Media|url=https://iranicaonline.org/articles/media|ano=2006|website=Iranicaonline.org|ref=harv}}

* {{Citar livro|url=http://www.gutenberg.org/files/16163/16163-h/16163-h.htm|título=The Seven Great Monarchies of the Ancient Eastern World|último=Rawlinson|primeiro=George|publicado=John B. Eldan Press|ano=2007|volume=7|local=Nova Iorque|isbn=1-931956-46-4|ref=harv|anooriginal=1885}}

{{Satrapias do Império Aquemênida}}
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