Ubiquinona
Ubiquinona Alerta sobre risco à saúde | |
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Nome IUPAC | 2-[(2E,6E,10E,14E,18E,22E,26E,30E,34E)-3,7,11,15,19,23,27,31,35,39-decamethyltetraconta-2,6,10,14,18,22,26,30,34,38-decaenyl]-5,
6-dimethoxy-3-methylcyclohexa-2,5-diene-1,4-dione |
Outros nomes | Ubiquinona 10 CoQ10 Ubidecarenona |
Identificadores | |
Número CAS | |
PubChem | |
Número EINECS | |
SMILES |
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Propriedades | |
Fórmula química | C59H90O4 |
Massa molar | 863.32 g mol-1 |
Aparência | Pó [1] |
Ponto de fusão |
49 °C[1] |
Riscos associados | |
Frases S | S22, S24, S25 |
Compostos relacionados | |
Compostos relacionados | 1,4-Benzoquinona Quinona Plastoquinona |
Página de dados suplementares | |
Estrutura e propriedades | n, εr, etc. |
Dados termodinâmicos | Phase behaviour Solid, liquid, gas |
Dados espectrais | UV, IV, RMN, EM |
Exceto onde denotado, os dados referem-se a materiais sob condições normais de temperatura e pressão Referências e avisos gerais sobre esta caixa. Alerta sobre risco à saúde. |
A Ubiquinona (também chamada de Coenzima Q10, Coenzima Q e abreviada como CoQ10, CoQ, Q10 ou Q) é uma benzoquinona presente em praticamente todas as células do organismo que participa dos processos de produção de ATP.
Por ser essencial a esse processo, órgãos com maior demanda energética (como o coração, o cérebro, os rins e o fígado) apresentam maiores concentrações de CoQ10.[2][3][4]
História
editarA Coenzima Q foi descoberta em 1957 pelo professor Fred L. Crane e seus colegas na University of Wisconsin-Madison.[5] Um ano mais tarde, sua estrutura foi descrita pelo professor Karl Folkers e colegas na Merck.[5][6]
Papel Bioquímico
editarA CoQ é encontrada principalmente em vesículas do aparelho de Golgi, nos lisossomos e na membrana interna das mitocondrias, onde realiza um importante papel na cadeia transportadora de elétrons. A ubiquinona recebe os pares de elétrons do NADH do Complexo I e do FADH2 do Complexo II, sendo reduzida de Q a QH2 (ubiquinol). Posteriormente, a CoQH2 transfere os elétrons para o citocromo c, processo catalisado pelo Complexo III, reoxidando QH2 em Q.
Biossíntese
editarParte da CoQ é sintetizada a partir da tirosina, enquanto outra parte, é sintetizada a partir de Acetil-CoA pela via do mevalonato, mesma via utilizada nos primeiros passos da biossíntese do colesterol. Por apresentar uma parte de sua síntese em comum com essa molécula, alguns medicamentos para a diminuição da pressão e dos níveis de colesterol sanguíneo são responsáveis pela inibição da produção de CoQ10.
Suplementação
editarPor sua capacidade de transferir elétrons e, portanto, trabalhar como um antioxidante, a Coenzima Q também é utilizada como suplemento nutricional. A produção de CoQ diminui com a idade,[7] o que aumenta a necessidade de sua suplementação, já que a falta de CoQ10 pode causar danos no cérebro, em outros órgãos e em mitocôndrias do corpo todo.[7][8]
Relações Médicas
editarDoenças Mitocondriais
editarA Coenzima Q10 é prescrita como suplemento em casos de tratamento de diversas doenças mitocondriais e metabólicas raras.[9]
Doenças Neurodegenerativas
editarOs efeitos da administração de CoQ10 em pacientes com diversas doenças degenerativas vêm sendo estudados, como é o caso das citadas a seguir.
Alguns estudos preliminares começaram a sugerir que, em estágios iniciais da doença, a ingestão diária de determinadas doses de CoQ10 pode ajudar a retardar o processo degenerativo. No final de um dos estudos, em 2002, grupos aos quais eram ministrados 1 200 mg diárias de CoQ apresentavam um declínio na função mental, motora e na capacidade de realizar atividades cotidianas (como se vestir e se alimentar) 44% menor do que o grupo ao qual fora ministrado placebo.[10] Contudo, outros estudos realizados em 2007 e 2008 não apresentaram o mesmo resultado otimista, pois não conseguiram demonstrar praticamente nenhuma diferença entre o grupo "placebo" e aquele tratado com altas doses de CoQ10.[11][12]
Estudos preliminares também sugeriram um retardo na progressão da doença, como nos casos de Parkinson. Contudo, os experimentos ainda estão em andamento.[13]
Também vem sendo estudados os efeitos da administração de CoQ10 em pacientes com esclerose lateral amiotrófica (ELA), também conhecida como doença de Lou Gehrig e doença de Charcot, embora nenhum resultado definitivo tenha sido alcançado.
Uma das características da doença é a redução na atividade de alguns complexos da cadeia transportadora de elétrons e de algumas enzimas da respiração, além do aumento de depósito de ferro. Com isso, a produção de ATP na musculatura esquelética dos afetados pela doença é menor do que o normal. Em estudos, foi administrado doses diárias de CoQ em conjunto com vitamina E, e resultados iniciais comprovaram uma melhora no déficit de respiração mitocondrial nas musculaturas analisadas (cardíaca e esquelética). Isso também parece ter levada a um retardo na progressão da doença.[14]
Problemas Cardíacos
editarA utilização de CoQ10 como suplemento para pacientes que sofreram um ataque cardíaco mostrou uma diminuição dos casos de outros problemas relacionados, angina, arritmia e até mesmo de outros infartos subsequentes comparando-se com pacientes que tomaram placebo em vez de CoQ10 após sofrerem o ataque.[15][16][17][18]
Alguns estudos já feitos indicaram a melhora da função cardíaca de mais de 80% dos voluntários analisados com diversos tipos diferentes de cardiomiopatias ao serem tratados com CoQ10 além dos cuidados médicos usuais. Contudo, com o fim do tratamento, os pacientes sofreram a deterioração das funções cardíacas comuns ao problema.[19][20][21][22]
O suplemento CoQ10 pode se mostrar promissor no tratamento da hipertensão, mas ainda não há evidências fortes de que funcione. Em alguns estudos já realizados, a administração da coenzima CoQ10 conseguiu melhorar a condição de alguns voluntários em comparação aos que tomaram apenas placebo.[23][24][25][26][27][28]
Outros Problemas
editarO suplemento CoQ10 também já foi sugerido para o tratamento de outras doenças, como diabetes,[25][29] câncer,[30] angina, obesidade, distrofia muscular, etc. Contudo, não há evidência suficientemente forte de que o tratamento traga benefícios.
Há evidências que a CoQ10 pode contribuir com o tratamento da fibromialgia (dor crônica).[31]
Referências
- ↑ a b (em inglês) Oxford University (28 de março de 2007). «Safety data for coenzyme Q10». msds.chem.ox.ac.uk. Consultado em 5 de janeiro de 2009
- ↑ Okamoto, T.et al (1989) Interna.J.Vit.Nutr.Res.,59,288-292
- ↑ Aberg,F.et al (1992)Archives of Biochemistry and Biophysics, 295, 230-234
- ↑ Shindo, Y., Witt, E., Han, D., Epstein, W., and Packer, L., Enzymic and non-enzymic antioxidants in epidermis and dermis of human skin, Invest. Dermatol., 102 (1994) 122-124.
- ↑ a b Peter H. Langsjoen, "Introduction of Coezyme Q10"
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Ligações externas
editar- «Um Sumário Simples Sobre a CoQ10» (em inglês)
- «Introdução à Coenzima Q10» (em inglês) pela University of Washington
- «Possíveis Benefícios ao Coração com a CoQ10» (em inglês) pela Oregon State University
- «Características, terapias e evidências científicas sobre a CoQ10.» (em inglês)