Francisco Jiménez de Cisneros
Francisco Jiménez de Cisneros O.F.M. (Torrelaguna, 1436 – Roa de Duero, 8 de novembro de 1517), cujo nome era Gonzalo, mais conhecido como Cardeal Cisneros, foi um cardeal, arcebispo de Toledo pertencente à Ordem Franciscana, terceiro Inquisidor Geral de Castela, e regente da mesma até a morte de Fernando, o Católico.
Francisco Jiménez de Cisneros | |
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Cardeal da Santa Igreja Romana | |
Arcebispo de Toledo | |
Atividade eclesiástica | |
Ordem | Ordem dos Frades Menores |
Diocese | Arquidiocese de Toledo |
Nomeação | 20 de fevereiro de 1495 |
Predecessor | Dom Pedro González de Mendoza |
Sucessor | Dom Guillaume de Croÿ |
Mandato | 1495 - 1517 |
Ordenação e nomeação | |
Ordenação presbiteral | 1484 Mosteiro de San Juan de los Reyes, Toledo |
Ordenação episcopal | 11 de outubro de 1495 Tarazona |
Nomeado arcebispo | 20 de fevereiro de 1495 |
Cardinalato | |
Criação | 17 de maio de 1507 por Papa Júlio II |
Ordem | Cardeal-presbítero |
Título | Santa Balbina |
Brasão | |
Dados pessoais | |
Nascimento | Torrelaguna 1436 |
Morte | Roa 8 de novembro de 1517 (81 anos) |
Nome religioso | Irmão Francisco Jiménez de Cisneros |
Nome nascimento | Gonçalo Jiménez de Cisneros |
Nacionalidade | espanhol |
Assinatura | |
dados em catholic-hierarchy.org Cardeais Categoria:Hierarquia católica Projeto Catolicismo |
Quando da morte de Filipe I de Espanha, presidiu também o Conselho Real, que assumiu funções de Regência sem consentimento da Rainha Joana, até a chegada de Fernando, o Católico. Foi o fundador da Universidade de Alcalá.
Biografia
editarEra filho de fidalgos empobrecidos, estudou no Colégio de São Bartolomeu, em Salamanca, e dali foi para Roma, onde foi ordenado sacerdote[1].
Regressa a Espanha e vai ser arcipreste de Uceda, entra em choque com o arcebispo de Toledo, o que lhe valeu alguns anos de cárcere. Apesar da prisão, não renuncia ao cargo, e em 1478 já aparece como capelão-maior da catedral de Sigüenza[1].
Após uma profunda crise espiritual, ingressa na Ordem dos Franciscanos, nesta época substitui o nome de Gonçalo pelo de Francisco em honra a São Francisco de Assis. Fechou-se no convento da Salceda e durante sete anos levou vida de monge[1].
Arquiepiscopado
editarDali o tirou a Rainha Isabel, a Católica, no ano de 1492, e o escolheu como seu confessor, por conselho do arcebispo de Toledo, o Cardeal Pedro Gonzáles de Mendoza, primeiro protetor de Cisneros.
Foi nomeado Provincial da Ordem Franciscana e submeteu-a a uma profunda reforma, mais tarde reformando também o clero secular da Espanha[1][2].
Na morte do Cardeal Mendoza, em 1495, foi nomeado arcebispo de Toledo, o que, na Baixa Idade Média significava ostentar o maior poder logo após a Coroa. Como Primaz da Espanha, nunca se deixou impressionar, por baixo das luxuosas vestes sempre levou um humilde hábito franciscano[1].
Cardinalato
editarIsabel a Católica teve em Cisneros não só um confessor, como também um conselheiro. Ao morrer a rainha, são nomeados reis de Castela Joana, a Louca e seu esposo Felipe de Habsburgo; falecido este repentinamente sua viúva deu mostras de demência pelo que Cisneros assumiu a regência até que Fernando, o Católico regressasse de Nápoles para fazer-se ao cargo do Governo de Castela. Fernando, agradecido, consegue para Cisneros o capelo cardinalício. No quarto consistório do Papa Júlio II, realizado em 17 de maio de 1507, foi criado cardeal-presbítero com o título de Santa Balbina. Na etapa posterior, Cisneros foi o paladino das campanhas africanas, participando na conquista de Orán, como nos tempos de Isabel, a Católica, havia participado ativamente da conquista de Granada.[1][2]
Morto Fernando, o Católico, assumiu pela segunda vez a regência até que o jovem príncipe Carlos, que se encontrava nos Flandres, viesse a Espanha para ocupar o trono. Nesta etapa é quando Cisneros, que já contava oitenta anos, dá mostras de uns dotes políticos e uma habilidade para governar extraordinários. Soube fazer frente a uns nobres desejosos de recuperar o poder perdido e às intrigas dos que pretendiam substituir no trono Carlos pelo seu irmão Fernando, educado na Espanha. Cisneros faleceu em Roa quando se dirigia para receber o futuro Carlos I de Espanha e V do Sacro Império Romano-Germânico.[1][2]
Durante sua vida participou em maior ou menor medida de tudo o que se fez no reinado dos Reis Católicos e contribuiu de forma decisiva para a configuração do novo Estado espanhol. Reformou a vida religiosa que havia caído em um grande relaxamento moral. Soube ver que toda renovação começava pela educação e sem ser um erudito fundou uma das instituições que mais influiu na cultura espanhola, a Universidade Complutense de Alcalá de Henares.[1][2]
A Universidade Complutense é fundada no ano de 1499 a partir do antigo Studium General de Alcalá de Henares, do qual Cisneros foi aluno. Esta será a primeira universidade renascentista, moderada, humanista e universal. Cisneros foi consciente da transcendência de sua fundação e não economizou esforços para dotar o seu Colégio-Universidade do marco urbanístico adequado, de um financiamento generoso e dos melhores mestres da época, pelo que a Vila de Alcalá de Henares se viu imensamente beneficiada por este cardeal. A primeira pedra do edifício que abrigaria a instituição a pôs Cisneros no dia 14 de março de 1501, em 1508 começaram as aulas e em 1510 dotou a sua fundação de umas Constituições.[1][2]
Também foi o responsável pela construção da Santa Casa de Caridade de Illescas, dirigindo inclusive as obras. Além de dotar a cidade de Alcalá de Henares de uma das Universidades mais importantes da Europa, substituiu o templo já deteriorado de São Justo por um belo edifício gótico, para o qual conseguiu o título de Magistral. Trata-se da Igreja Magistral de Alcalá de Henares, hoje Catedral Magistral, situada em pleno centro da cidade, na qual se encontra enterrado.[1][2]
Como curiosidade, atualmente existem apenas duas igrejas Magistrais, uma em Alcalá de Henares e outra em Louvaina.
Ver também
editarReferências
Ligações externas
editar- «Biografia no site The Cardinals of the Holy Roman Church» (em inglês)
- «GCatholic» (em inglês)
- «Catholic Hierarchy» (em inglês)
- «Biografia de Cisneros no sítio dos Franciscanos» (em espanhol)
Precedido por Pedro González de Mendoza |
Arcebispo de Toledo 1495 - 1517 |
Sucedido por Alfonso Fonseca Acevedo |
Precedido por Diego de Deza |
Inquisidor-geral de Castela 1507 — 1517 |
Sucedido por Adriano de Utrecht |
Precedido por Juan de Vera |
Cardeal-presbítero de Santa Balbina 1507 - 1517 |
Sucedido por Adrian Gouffier de Boissy |